Os soldados não demoraram muito tempo para reconhecerem Emma, mas com certeza tiveram dificuldades para adivinhar quem era a moça de calça jeans e camiseta com ela.

Os que chegaram primeiro logo desceram do cavalo e apontaram suas espadas para as duas, Emma sabia que eles eram da guarda real de seus pais, mas desejou ainda ter a espada na mão.

– Rainha Má, se afaste da princesa com as mãos erguidas. Sem truques.

Regina deu de ombros e deu dois passos para longe da loira que a olhou com olhar impaciente.

– Esta tudo bem, ela esta comigo. – Emma falou causando confusão entre os soldados. – Ela vai pra casa comigo.

Emma foi até ela e segurou sua mão. Os soldados se olharam ainda apreensivos, mas trouxeram dois cavalos até elas.

– É! Não, nós vamos andando. – Disse Emma se afastando do cavalo.

– Com medo Swan? – Perguntou Regina já subindo em seu cavalo.

Emma não respondeu, só manteve distancia. Regina cavalgou até ela e lhe estendeu a mão para que ela subisse.

– Venha, prometo que não vamos te derrubar.

Emma andou até ela ainda desconfiada. Os soldados murmuravam entre si, sem entender a situação, mas não contrariariam a princesa.

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Eles seguiram viajem por varias horas. Emma pode sentir o olhar desconfiado dos soldados quando passou seus braços pela cintura de Regina e a abraçou. Sentia-se segura com ela, apesar do seu medo de cavalos. Já havia anoitecido quando resolveram parar para acampar, os soldados traziam comida e cobertores para a princesa e muito desconfiados para a rainha também.

– Isso é horrível. – Disse Emma entrando na tenda de Regina, ela provavelmente não previu que a loira tinha intenções de passar a noite ali com ela, pois os soldados haviam montado uma tenda para cada.

– A viajem com seus guardas ou o jeito que nos olham? – Respondeu ela dando espaço para Emma se sentar ao seu lado.

– Eu ia dizer a comida, mas é, acho que você tem razão. – Ela segurou a mão da morena num gesto protetor. – Mas estaremos em casa logo.

Regina não tinha tanta certeza daquilo, Emma a estava tratando de uma forma como nunca imaginou antes, é claro que ela estranhava aquilo, mas era um estranho tão bom que ela não teria como reclamar. Por outro lado sabia o que os homens murmuravam entre si e sabia que eles estavam certos. Emma podia acreditar nela, tê-la conhecido melhor, mas para os outros ela sempre seria a Rainha Má, inclusive para Henry. Pensar naquilo fazia seu coração doer, não sabia como Henry reagiria a aquela relação. A aprovação dele significava tudo. Tinha medo de machucá-lo, de alguém colocar na cabeça dele que Regina tinha enfeitiçado Emma ou algo assim, as vezes tinha medo até de ela se tocar de com quem estava e a abandonar.

Ela não queria perturbar Emma com seus pensamentos. Ao olhá-la pode ver o quão bela era, sua pele tão sensível, seus cabelos loiros espalhados iluminando tudo, suas covinhas tão delicadas e mesmo apesar da aparência angelical ela era a mulher mais forte que Regina já havia conhecido. Cresceu sozinha, graças a ela, e mesmo assim era capaz de enfrentar qualquer coisa. Imaginou se ela abandonaria mesmo a vida de princesa, de salvadora pra ficar com ela longe dali. De repente se viu imaginando um futuro com Swan, um futuro onde elas duas e Henry poderiam ser, enfim, uma família.

Mas aqueles pensamentos só a deixavam tristes, pois sabia que estavam muito distantes de se tornarem realidade.

Ela sentiu Emma se aproximar mais e colocar seu braço ao redor dela, o contato a arrancou de qualquer pensamento que estivesse tendo. Sabia que sofreria por aquela fraqueza, mas se aconchegou nos braços de Emma se deixando perder pelo seu toque.

– Você está bem? – Emma perguntou ao perceber que a morena estava distante.

– Sim. – Mentiu ela. – Nervosa por saber que vou ver o Henry.

– Entendo. Ele vai ficar tão feliz.

Regina sorriu. O som entusiasmado na voz de Emma a fazia sorrir.

– Por me ver? Você acha? – A rainha soava insegura.

– É claro. Ele tem sentido a sua falta mais que qualquer coisa. – Emma se ajoelhou ficando de frente a Regina. – Você não se lembra? Quando ainda estávamos em Storybrooke e ele fazia de tudo para que nos déssemos bem?

Emma parecia uma criança animada com o novo brinquedo, sorrindo feito uma boa, que de fato, era.

– Imagina quando contarmos a ele sobre nós. Ele vai ficar muito animado. – Ela se aproximou segurando o rosto de Regina entre as mãos. – E então juntos, eu e ele iremos convencer todo o reino de que você não é mais aquela mulher. Daremos a volta ao mundo convencendo as pessoas se for necessário.

Ambas riram, Emma encostou a testa na de Regina acariciando sua pele.

– Você entende o que estou disposta a fazer por você? Você acredita em mim? – Emma perguntou deixando Regina sem reação. Ela balançou a cabeça concordando ainda meio confusa, mas não reagiu quando seus lábios se tocaram.

Emma poderia até parecer um anjo, mas seus beijos, seus toques não tinham nada de puro.