Let Me Live That Fantasy escrita por Paula Greene


Capítulo 4
Jeans Real.


Notas iniciais do capítulo

Gente, acreditam que já esta quase acabando?



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Emma achou que sabia o que era trabalhar duro, mas quando Regina cismava com alguma coisa, transformava-se em uma maquina.

Fazia Emma praticar todos os tipos de magia que conhecia, não só o teletransporte, dizia que ela precisava conhecer os próprios limites antes de tentar algo mais arriscado. Fizera tanto que, no dia seguinte, Emma já conseguia levitar objetos e fazê-los aparecer em outro ponto da ilha.

Regina podia não ser mais capaz de fazer magia, mas sabia. Se lembrava do sentimento, do que era necessário, e com isso, ajudava Emma a se concentrar. Ensinava a ela sobre os princípios, sobre os fatores básicos da magia, tudo o que aprendera com Rumplestilskins.

– Foco, Emma!

– É meio difícil com você gritando comigo.

– E também quando o vento esta soprando, quando esta chovendo ou quando tem alguém tentando te matar.

Regina a havia chamado de Emma. Não de Swan, ou de idiota. De Emma.

– Se não te conhecesse diria que esta ansiosa pra se livrar de mim.

– Isso é um bônus. – Disse deixando escapar um sorriso.

Regina estava usando um jeans e camiseta. Quando Emma perguntou quanto a mudança de guarda-roupa ela respondeu que percebera o quão práticos eram aqueles trajes. Vestindo calça jeans não parecia muito com uma rainha. Sua camiseta estava coberta de grama e manchas de terra, mas ela não parecia se importar. Estava descalça e o cabelo preto estava preso em um rabo de cavalo, o que fazia seus olhos escuros parecerem ainda mais brilhantes e seus lábios extremamente vermelhos como se tivesse acabado de comer um morango super maduro.

Olhando para ela, Emma sentiu um inexplicável frio no estômago.

– Então. – Disse a loira.

– Então... O quê?

Emma olhou em volta, meio insegura.

– Aquilo que você disse quando sua mãe estava aqui, sobre você ter criado esse lugar...

– Ah sim... – Regina olhou pro céu, tinha um olhar bastante triste. Emma se arrependeu de ter perguntando. – Essa era a ‘Storybrooke’ original. Eu pretendia mandar todos pra cá quando lançasse a maldição, mas percebi que esse lugar era muito bom. Acabou se tornando a minha prisão.

– Você estava certa. É um lugar incrível.

Regina deu uma olhada em volta como se analisasse o próprio trabalho.

– Bem, costumava ser antes de você transformá-la num hospício.

Emma riu fazendo uma careta. Regina a encarava, deixando-a sem graça.

– O que foi?

– Henry. Isso que você fez com o nariz. – Regina sorriu, Emma achava que ela devia sorrir mais, porque tinha um sorriso lindo. Mas no mesmo momento seu sorriso se desfez.

– Quando sairmos daqui você poderá passar todo o tempo que quiser com ele. Eu prometo.

– Não sei se seus pais concordariam com isso Emma.

Emma.

– Bem,não estou dizendo que seria divertido tê-la por perto, sempre reclamando e me olhando de cara feia e tudo o mais. Mas suponho que possa suportar, se quiser tentar. Ele é nosso filho, meus pais não tem nada a ver com isso.

Nosso filho.

– Se sobrevivermos a Cora, creio que também poderia te suportar pelo Henry.

Emma ergueu uma sobrancelha, estava cansada de vilões.

– Regina, você acha que ela estará esperando no espelho certo?

Ela não a olhou nos olhos.

– Tenho certeza. Você terá que matá-la.

Emma gemeu, sentiu um frio na espinha. Sabia que Cora era uma pessoa horrível, mas ainda era a mãe de Regina. Mesmo Emma que havia sido criada longe dos pais e só os encontrado depois de adulta não teria coragem de fazer-lhes nenhum mal, não importava o quão horríveis fossem. Mas não sabia como Cora havia sido quando Regina era mais nova, não saiba o tipo de mãe que havia sido. Não poderia julgá-la.

Regina a olhou como se lesse seus pensamentos.

– Eu sei o que esta pensando, ela é minha mãe. Mas você não entende. – Regina tinha novamente o olhar melancólico. – Enquanto ela estiver viva eu nunca poderei ser livre, ela sempre irá fazer de tudo pra me controlar. Arrancaria meu coração se fosse necessário. – Ela suspirou como se encontrasse forças pra continuar. – Por muito tempo eu desejei me vingar da sua mãe. Culpava-a por toda a minha miséria. Não, a culpada não era ela e sim a minha mãe. Ela é o monstro.

Emma não tinha certeza do que significava seu tom distante. Talvez Regina estivesse desejando, no fundo de seu coração, mesmo inconscientemente, que sua mãe estivesse ouvindo.

Entendia porque Henry tinha tanta certeza de que Regina mudaria. Por piores que sejam os pais, os filhos sempre correriam pra abraçá-los quando escutassem o barulho do trovão. E esse era um lugar impossível de ser substituído.

– Agora, o que faremos a seguir? – A morena perguntou tirando Emma de seu devaneio.

– hum... Você esta bem? – Perguntou Emma tentando não parecer interessada.

– Isso é relevante? Vai te ajudar a voltar pra casa?

– Acho que não.

– Imaginei.

– Certo, você acha que podemos fazer armas? Acho que qualquer coisa afiada serviria.

Regina franziu a testa.

– Isso é um pedido estranho.

– Confie em mim. Precisaremos.

– Tudo bem. Vou te levar num lugar.

O sol estava começando a baixar. O ar estava fresco o que fez Emma se lembrar de que ainda não tinha chovido ali, mas não achou que fosse uma boa hora pra perguntar sobre o clima. Regina a guiava por dentro da floresta, em um lugar aonde Emma não tinha estado, ficava muito longe de onde estava seu acampamento e ela não se distanciava tanto assim sozinha por medo se de perder.

Depois de alguns metros de mata fechada e densa, chegaram a uma clareira. Uma enorme rocha se estendia e terminava em um precipício. Por um instante Emma cogitou a idéia de Regina a empurrar dali, mas logo de repreendeu.

Antes que pudesse continuar a andar Regina a parou.

– Emma!

A morena tinha os olhos aflitos. O coração de Emma disparou.

– Eu fui uma pessoa terrível. Você se lembra.

– Porque esta falando isso?

Emma se aproximou tocando o braço da morena.

– Para que não me julgue quando olhar o que tem lá embaixo.

Emma prendeu a respiração, talvez fosse um monstro, o monstro da montanha.

– Quando eu criei esse lugar usando magia precisava saber se era seguro e se era possível escapar. – Ela engoliu um seco. – O tempo é complicado, mas é possível morrer se você for assassinado. Digamos que... Eu testava essa hipótese em pessoas de verdade.

Assim que Regina terminou de falar, Emma olhou para a ponta da rocha, onde ficava o precipício. Seus pés congelaram. Mas ela se obrigou a andar. Corpos de homens espalhados dentro de uma vala, todos mortos. Não pareciam realmente mortos, talvez seus corpos não se desintegrassem ali, mas com certeza não estavam vivos. No meio de tantos homens aparentemente comuns, Emma viu soldados, soldados com espadas. A maioria ensanguentada.

– Ok, parece que temos trabalho a fazer.

Emma começou a procurar um lugar seguro pra descer, mas Regina a impediu.

– Não. Eu vou. – Disse segurando Emma pela mão. Um choque percorreu pelo corpo de ambas e elas soltaram. Emma pode ver a amargura e o arrependimento nos olhos da morena.

– Magia! – Exclamou Emma.

Regina balançou a cabeça concordando. Posicionou-se ao lado de Emma que ergueu a mão tentando trazer uma das espadas para cima. Regina se aproximou de seu ouvido quase encostando. Emma perdeu completamente o pouco de concentração que tinha.

– Pense no quanto deseja tê-la aqui. – Regina sussurrou e Emma arrepiou. – Swan?

– Estou me concentrando. Me de um tempo.

– Você tem toda a eternidade, meu bem.

– Toda a eternidade com você? Vai me fazer cidras de maçã todos os dias?

Regina conseguiu sorrir.

– Farei, se sairmos daqui.

Emma desviou o olhar do precipício por um instante. Não era uma imagem agradável e lembrava uma Regina que ela desejava esquecer.

– Você devia cozinhar, sabia? – Regina lhe lançou um olhar curioso. – Abrir um restaurante... Ou sei lá como se chama na floresta encantada.

– Se chama taberna. – Regina riu.

– Não, não estou falando assim.

– Você esta falando sério?

– Bom, não é o mesmo que ser rainha. Eu podia caçar e você cozinhar. Taberna Swan Mills.

Ambas riram.

– Não é o mesmo que ser princesa.

Emma se virou para encarar a morena.

– Eu odeio ser princesa. Sério. Passaria o resto da minha vida dormindo nessa praia e acordando cheia de areia se não fosse por Henry.

Regina riu, um som claro, feliz, que fez o coração de Emma disparar novamente.

– Viu? – Disse ela. – Sou até engraçada quando você não está me jogando maçãs.

Ela conseguiu parar de rir.

– Você não é engraçada. Agora, de volta ao trabalho, ou nada de cidra de maçã.

– Sim, senhora. – Disse Emma, e dessa vez conseguiu trazer a espada sem muito esforço, estava afinal, feliz.


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Notas finais do capítulo

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