Let Me Live That Fantasy escrita por Paula Greene


Capítulo 10
A Decisão Do Conselho.


Notas iniciais do capítulo

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A sala do conselho parecia nunca ter estado tão conflituosa. Charming dava murros na mesa toda vez que o nome de Emma era pronunciado de forma negativa, uns diziam que ela havia se aliado a Rainha Má, outros que ela estava enfeitiçada e teve até quem falou que deviam prendê-las as duas. O rei olhava irritado, mas a sua fama de doce e compreensivo fazia com que seus olhares não tivessem o efeito desejado. Snow tentava não encarar as duas mulheres ao máximo, ela sabia que Emma não estava enfeitiçada, pois sabia reconhecer quando Regina arrancava o coração de alguém e o mantinha em seu comando. Sabia que aquilo tudo poderia ser um truque da antiga rainha, ela estava tão diferente, mas Snow já havia se enganado com ela uma vez, não podia confiar nela e sabia que Emma não entendia isso.

Henry já havia estado em mais reuniões do que conseguia se lembrar, mas aquela sala nunca esteve tão agitada. Uns gritavam de um lado e outros gritavam mais alto defendendo suas teorias. Cada uma mais ridícula pensou Henry, será que eles não entendiam que era de sua mãe que estavam falando daquele jeito? E que ela estava tentando mudar? Ele estava no meio das duas mulheres e talvez tivesse medo de perdê-las novamente, pois apertava suas mãos com toda força que podia.

Emma olhava a sua volta, preocupada, se precisasse fugir não teria como, pelo menos não do jeito convencional. Se tivesse que fugir usando magia sabia que talvez não conseguisse levar Regina e Henry com ela, não havia conseguido na ilha. Henry apertava a sua mão, provavelmente com medo de ser deixado para trás, mas ela nunca faria isso, nunca mais se separaria de sua família. Tentava lançar olhares de confiança a Regina, mas ela não a fitava e Emma tinha medo de ela perder as esperanças novamente.

Regina tentava parecer firme, em nenhum momento ela abaixou a cabeça, fitava Snow White a todo o momento. A morena, porém, não olhava em sua direção e ela sabia bem o por que. Regina e Snow se conheciam há tanto tempo e se conheciam tão bem que uma podia ler a expressão da outra, Regina sabia que ela estava em conflito, pois tinha medo de confiar em seus instintos e estar errada novamente, e ela não podia culpá-la por isso, pois assim como ela também faria de tudo para proteger sua família. Regina sabia, mais do que ninguém, o que Snow precisava ouvir.

***

– Hood, você diz que quando as encontrou Emma não estava sendo feita prisioneira, seus homens confirmarão isso?

Charming conseguiu, enfim, fazer com que o conselho se acalmasse. Robin estava sentado em uma das cadeiras e parecia muito impaciente, talvez até nervoso com toda aquela situação.

– Sim, a princesa Swan não estava sendo feita prisioneira, elas estavam na verdade... – Ele engoliu um seco. – Confraternizando, eu acho.

Todos olharam questionadores na direção de Emma e Regina. A loira se encolheu, mas a outra manteve a postura.

Charming certamente não percebeu o tom irônico na voz do rapaz, pois continuou.

– E Cora estava morta?

– Sim, foi encontrada sem a cabeça. A espada com o que deduzimos ser seu sangue estava a alguns metros de onde encontrados as mulheres.

– Porque NÓS a matamos! – Gritou Emma perdendo a paciência.

– Se acalme. – Sussurrou Regina, finalmente olhando na direção da loira. Ela parecia bastante calma para alguém que havia sido, há poucos minutos, ameaçada de prisão.

Robin se levantou assim que as vozes de indignação aumentaram na sala tornando impossível uma conversa civilizada.

– Ninguém duvida que de fato o tenham feito. – Ele falou alto, mas cautelosamente. – Até porque muitos tentaram e todos os muitos fracassaram até hoje. Então antes de qualquer coisa deveríamos agradecer porque agora ninguém mais precisara morrer nas mãos daquela mulher.

Antes que ele pudesse respirar alguém se levantou falando na mesma altura.

– Mas e ela? Quem mais precisara morrer pelas mãos dela pra que tomemos uma atitude? – Era Leroy falando e Emma teve vontade de avançar contra aquele bêbado estúpido.

Todos os pares de olhos se voltaram a Snow, ela estava perdida em seus próprios pensamentos e mal ouvia o que acontecia. Olhou em direção a Regina pela primeira vez desde que entraram ali, ela estava realmente diferente Snow pode notar. Seus olhos não tinham mais aquele brilho assassino que conhecera.

– Ela não pode machucar ninguém, ela não tem magia. – Disse Emma tentando atrair a atenção da mãe, mas foi em vão.

Regina soltou a mão de Henry o assustando e se aproximou da rainha. Snow a lembrava daquela menininha que ela salvou do cavalo, a doce Snow que a traiu a fazendo perder seu amor verdadeiro, a Snow que lhe tirou tudo o que tinha. Regina nunca poderia perdoá-la, nunca poderia fazer parte daquela família e sabia que Snow jamais confiaria nela, não depois de quase tê-la matado tantas vezes.

– Não vê Emma? – Ela disse calmamente fazendo todos na sala estremecerem, pois era exatamente assim que a antiga rainha falava. – Eles nunca vão me aceitar. Nunca vão me perdoar.

Emma tentou protestar, mas ao olhar a cara de todos sabia que Regina tinha razão.

– Por mais que se esforcem. – Continuou Regina. – Sempre me temerão.

Ela parou de fitar Snow e se virou para os membros do conselho, ninguém mais gritava até mesmo Robin parecia atordoado.

– Porque assim como na primeira vez que me capturarão sabem que eu não pedirei por perdão... – Ela não usava sarcasmo na voz, mas por um instante Emma vacilou. – Sim, eu matei muitas pessoas, torturei, massacrei, fiz coisas terríveis. Até mesmo com você. Tirei você de sua família, por minha culpa você cresceu sozinha. – Ela se virou para Emma que tinha a expressão confusa. – E eu não me arrependo de nada disso.

O clima na sala ficou ainda mais tenso do que já estava. Algumas pessoas se entreolharam murmurando coisas que Emma não conseguiu ouvir, pois só o que conseguia era tentar entender aquela mulher.

– Eu não me arrependo porque tudo isso que eu fiz me levou até meu filho, Henry e até você e eu os amo. – Ela se virou para encarar Snow que tinha a boca entreaberta, mas nada disse. – Eu os amo Snow, não vê que eu finalmente encontrei o que estive todo esse tempo procurando? Ela foi até a minha prisão e quebrou a minha maldição com um beijo de amor verdadeiro, como acontece nas histórias. Você não percebe que isso não pode ser manipulado?

Henry sorriu encarando Emma que tinha um sorriso bobo.

– Então você era mesmo o cavaleiro branco da rainha?

Emma confirmou com a cabeça, lançando um sorriso ao garoto sem conseguir falar nada. Desde que chegaram ali vinha tentando se controlar para não chorar.

– Então não deixe que façam mal a ela, Emma.

Ele estufou o peito tentando parecer mais corajosa do que realmente estava.

– Não vou deixar!

Regina e Snow continuavam a se encarar. Snow lançou um olhar triste à filha antes de segurar Charming pela mão e se dirigir ao conselho.

– Mesmo que tenhamos certeza de que ela não fará mal a ninguém no futuro não podemos nos esquecer do mal que ela já fez até aqui. – Ela suspirou, estava tão cansada daquela guerra. – Eu proponho a prisão.

A algazarra voltou à sala, uns tentando falar mais alto que o outro.

– Pena de morte!! – Gritou um rapaz que quase foi atacado por Robin.

A maioria se dava por vencida pela pena que a rainha havia proposto, por mais que já tivessem sofrido, não eram assassinos.

Snow olhou para os guardas dando sinal de que levassem Regina, mas Emma não deixaria. Charming foi até ela e a segurou e precisou de muita força, uma guarda se aproximou para ajudá-lo, mas ele não permitiu que tocassem em sua filha.

– NÃO!!! – Gritou Emma deixando as lágrimas caírem, não era mais capaz de contê-las.

Henry correu na direção da mãe e a abraçou, os guardas que carregavam Regina olharam para a rainha e ela lhes mandou deixar que a mãe abraçasse o garoto. Regina o apertou nos braços, mas essa não chorava, ela sabia que não podia fazer planos, sempre soube, mas por um momento se permitiu sonhar que teria um futuro com Emma e Henry, por um momento sonhou que podia ser feliz.

Charming vendo aquele abraço também soltou Emma para que ela se despedisse. Os três se abraçaram aproveitando a primeira e ultima chance de ser uma família. Regina se levantou e antes de ser levada deu a Emma um ultimo beijo, era sofrido e cheio de lágrimas, mas era o melhor que ela podia fazer.


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Notas finais do capítulo

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