Halloween High School escrita por Nicole


Capítulo 8
Um dia tipicamente normal...Ou não.


Notas iniciais do capítulo

Hey! O que vocês fizeram nesse pequeno intervalo de postagem? Eu fiz uma coisa muito emocionante: Rompi os ligamentos, yay!
P.S. Polly, eu sei que foi você que desejou que isso acontecesse.



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POV Nicholas West

–Falta muito?- Perguntei. – Já chegamos?

Julie se virou para trás, com uma expressão não muito feliz.

–Nicholazinho do meu coração. – Ela sorriu. – Quer me fazer um grande favor e CALAR A BOCA?!

–Cala boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu!- Retruquei, cruzando os braços.

Ela resmungou alguma coisa como “zumbis idiotas” e se virou, apoiando a cabeça na janela.

Tentei olhar para a paisagem, cactos, areia, cactos e oh, mais areia. Mas estava faltando uma coisa.

–CADÊ AS BOLAS DE FENO?!

Carol se virou, arqueando uma das sobrancelhas.

–Hm, na verdade, isso é apenas uma invenção da mídia, afinal seria categoricamente impossível que tais espécies abortíferas conseguissem se desenvolver em tal clima seco como o deste local. Por isso, as suas circunferências feitas á base de um material orgânico, devem ter sido criadas por um cartunista que obviamente nunca visitou um terreno como este, pois isso é apenas um grande equívoco e como você bem demonstrou, está se alastrando pelas pessoas de inteligência e/ou escolaridade mais baixa que são influenciadas por estes desenhos de baixa qualidade. – Ela concluiu, dando de ombros.

Tombei a cabeça para o lado, piscando lentamente.

–Carol?

–Sim?

Limpei a garganta, pensando nas melhores palavras para dizer o que eu queria sem ser morto e/ou torturado.

–Por que não tem bolas de feno aqui?

Ela piscou um olho de cada vez, sorrindo de um modo assustador. Como quando a Nicki descobriu que tinha sido eu quem tinha quebrado o seu computador. (ops. )

–O que você disse?

–Hm, por que não tem bolas de feno aqui?

Ela piscou, um misto de incredulidade e de raiva.

–Você ouviu uma palavra do que eu disse?!

Neguei. O que obviamente não é a atitude mais saudável a ser tomada perto de uma ruiva furiosa. Por que ela pulou sobre mim, me estapeando com força. E meus amados amigos(sintam a ironia, please), continuaram parados em seus lugares, sem mover um músculo. Ah, com amigos assim, quem precisa de haters?!

–Hey. – Nicki exclamou. –HEY!CAROOOOOL!

Carol continuou a me estapear. Nicki revirou os olhos.

–Já que é assim. – Sussurrou. – OLHA!AQUELE NÃO É O SAM GOODE SEMINU?

–ONDE? – Berrou a ruiva, que ao perceber os olhares de todos, corou. –Digo, isso é um abuso dos meus puros(nem tão assim) olhos!

Aproveitei sua distração e saí correndo/andando de volta para o meu lugar. O ônibus parou, e como o Helsing é pão duro, digo, como nós somos monstros e não precisamos de cinto de segurança(Ahãm, sei.), praticamente voei e caí com o cotovelo no joelho do Dylan, com a cabeça no estômago da Julie e com o pé na cara da Nicki, que me jogou no chão sem dó nem piedade.

POV Lola Midnight

Helsing sorriu, abrindo os braços , e inspirando bem fundo.

–ANIMAÇÃO, MEUS JOVENS! QUANDO EU ERA UM ADOLESCENTE, NÃO HAVIA COISA MAIS DIVERTIDA DO QUE VISITAR UM BOM DESERTO! – Ele berrou.

–Claro, mas desde isso já se passaram uns mil anos. – Sussurrei.

–O QUE VOCÊ DISSE, MIDNIGHT? – Berrou ele.

–Que o deserto é um lugar maravilhoso, sr.mendigo diretor! – Ironizei, revirando os olhos.

–ESSE É O ESPÍRITO! VIRAM? ATÉ A RECALCADA DA MIDNIGHT ADMITE QUE OS DESERTOS SÃO SUMPIPAS!

Pensei em manda-lo tomar no seu, hm, como dizem hoje em dia? É com c.. Espera, eu sei!

–Claro, quem não gostaria de vir aqui? – Resmungou Polly, bufando em alto e bom som. Ele fez um sinal de joinha para ela, que revirou os olhos.

Charlie suspirou.

–O que anjos estamos fazendo aqui? – Ela resmungou. – Aqui deveria ser conhecido como meio do nada!

Apontei para um outdoor: Olá, você acaba de entrar no meio do nada, um dos lugares mais desertos de todo esse país! (Temos refrigerante de cactos na loja de conveniências. Experimentem o verdadeiro sabor do deserto!)

Ela franziu o cenho, lendo o outdoor.

–Qual seria o sabor do deserto? - Ela resmungou. –Um coquetel de tédio supremo e nada em um raio de 200 km?

–Na verdade, são 340 km. – Corrigiu Carol.

–Como você sabe disso?

–É uma informação básica, duh! Se passamos pelo buraco no meio do nada há 340 km, é óbvio que não há nada em um raio de 340 km!

–...Trocaram seu cérebro por um computador, por acaso?

–Não, mas eu prefiro dizer que simplesmente sou mais inteligente que você.

–Minha cabeça doí.

–Na verdade, não é a sua cabeça que doí e sim seus receptores de dor que foram ativados pelo seu cérebro. Portanto quem doí não é sua cabeça e sim, seu cérebro.

– Apenas pare de falar, ok?

Carol fez uma pequena pausa, sorrindo satisfeita.

–Vejo que ficou irritada com minha demonstração de inteligência superior. O que é estupidamente previsível.

Charlie suspirou, massageando as têmporas doloridas.

–Você não é o Sheldon, criatura!

–Humpf, é óbvio que não. Eu sou o Sherlock, que é muito mais divo e badass! – A ruiva estava vestindo um conjunto xadrez e tinha um cachimbo pendurado em um dos cantos da boca, que soltava ocasionalmente uma bolha de sabão. Ou pelo menos eu acho que era de sabão. Sabão pode derreter as coisas, né?

–Eu sou casada com...você? – Perguntei, arqueando uma das sobrancelhas.

–CUMEQUIÉ? – Disse ela de uma forma muito calma e equilibrada, obviamente para uma ruiva, ou seja, ela apenas quebrou todas as vidraças do ônibus.

–Eu sou casada com o Sherlock Divo Holmes, certo? – Ela assentiu. –E você é o Sherlock, então... EU TE AMO! VOCÊ É O SER MAIS DIVÁSTICO DE TODO O UNIVERSO!

Polly se engasgou com o drink de sangue de otários que ela tomava.

–CUMEQUIÉ?A CAROL? O SER MAIS DIVÁSTICO DE TODO O UNIVERSO! EU SOU O BATMAN, BITCHES! NINGUÉM É MAIS DIVO QUE O BATMAN!

Carol fez o revirar de olhos ruivo, que é quase idêntico ao revirar de olhos moreno, mas é mais divo.

–BITCH, PLEASE, I´M FA-BU-LO-SOUS!

Charlie se sentou ao meu lado, com um grande balde de pipoca. Um silêncio constrangedor caiu no deserto.

–Oh, mil desculpas, sou tão desastrado. – Se desculpou o Silêncio, se levantando e se limpando.

–SHHHHHHH! Elas estão brigando! Eu quero escutar. – Retruquei, pegando um pouco de pipoca.

POV Mary

Helsing sorriu, enquanto jogava uma mochila de lona para cada um de nós. Abri a minha mochila, havia um cobertor azul(Percy aproves), duas latas de sopa, uma tirinha de carne, água e uma colher de plástico quebrada ao meio.

–AGORA, ARMEM SUAS BARRACAS. – Berrou Helsing. – DAQUI A POUCO VAI ESCURECER E ESPERO QUE CONSIGAM ENTRAR NAS SUAS BARRACAS ANTES QUE AS RAPOSAS DO DESERTO OS PEGUEM.MUAHAHAHAHAHAHA!

–Sério? – Perguntei, arqueando uma das sobrancelhas. – Raposas do deserto? Esse é o seu melhor para nós assustar?

–... Sim.

Nicki deu de ombros.

–Considerando que ano passado a “grande” ameaça foram dois passarinhos de papelão pintados de verde, as raposas já são um grande avanço. E ainda tivemos que passar meia hora tentando explicar para o Nicholas que não eram pássaros de verdade.

–...Não eram pássaros de verdade?- Perguntou Nicholas, confuso.

Nicki bufou.

–NÃO, PELA MILIONÉSIMA VEZ, NÃO!

–Tem certeza?

–É CLARO QUE EU TENHO!

–Mesmo?

–NÃO, NÃO,SÓ ESTOU DIZENDO QUE EU NÃO TENHO CERTEZA POR QUE EU NÃO TENHO CERTEZA, NICHOLAS! É CLARO QUE EU TENHO CERTEZA!

Nicholas abriu um sorriso imenso.

–Viu? Eu entendi! Você não tem certeza, Nicki!

O rosto dela ficou púrpuruo.

–NICHOLAS EDIVALDO DOS SANTOS NEYMAR MARIA FUNKEIRO DIVA GOLDOFREDO AFONSIO SOUSA ARGENTINO TAGERINA GRUMPY CAT PIRULITO CARAMELO MARSHMELLOW WEST, SE CONTINUAR A FALAR, SEUS 17 SOBRENOMES NÃO SERÃO SEU MAIOR PROBLEMA!

–Você esqueceu do Lauren. Humpf.

–QUE SEJA!

–VOCÊ.ESQUECEU.O.LAUREN!

–VEJA A MINHA CARA DE QUEM ESTÁ SE IMPORTANDO!

–Engraçado, sua cara de se importar muito é igual a sua cara de “eu te odeio, seu otário recalcado. E oh, estou de TPM.”.

Em respeito aos leitores mais sensíveis, excluímos a cena a seguir. Por favor, se ocupem com essa bela imagem da Zeuza:

[Narrador: Voltamos á nossa programação normal, após Nicholas sofrer graves ferimentos e nos fazer duvidar da sua capacidade de ter filhos no futuro. ]

Nicki saiu, murmurando algo sem nexo. Por que quem diria que eu, a embaixadora do brilho e da diveza, sou uma recalcada?

[N/Nicki: Uma pessoa com dois globos oculares e um cérebro?)

HÁ! EU DISSE QUE EXISTIA O POVO GLOBO-OCULAR-COM-CÉREBRO! TOMA ESSA, MÃE!

[N/Nicki: WTF]

Eu vou lhe explicar, minha pequena e idiota lobisomem.

[N/Nicki: HEY!]

Poderia parar de me interromper, criatura infernal?

[N/Charlie: Qual é o seu preconceito com demônios, hum?]

NÃO SEI QUAL É O MEU PRECONCEITO, CARAMBA! SÓ SEI QUE SE MAIS ALGUÉM ME INTERROMPER, ESSA PESSOA TERÁ UMA MORTE LENTA E EXTREMAMENTE DOLOROSA!

[N/Charlie,Nicki: ...]

Onde eu estava? Ah, sim! Segundo a discrição de um livro muito professional, Onde Vivem os Humanos, o povo globo ocular com cérebro medem cerca de 40-50 cm, participam de fandoms e comem pipoca com queijo.

[N/Nicki: Por que pipoca com queijo?]

Por que o céu é azul?
[N/Carol: ]

Mereço...

POV Nicki Hudson

Me joguei no chão, ofegante.

–Andei demais. – Disse, olhando o céu.

–Você deu três passos e se jogou no chão!- #Julierevoltada.

–Três passos é bastante, Julie! Que por acaso é um número primo, o número de poderes jurídicos, o número de sobrinhos do Pato Donald, é a chave da democracia, é um pedido de socorro reconhecido mundialmente, é o número atômico de lítio, é o número da Santíssima Trinidade, é o número primo ímpar, é o segundo número triangular, é a primeira potência de três. – Contei nos dedos.

–Trocaram seu cérebro pelo da Carol?- Perguntou Dylan, franzindo o cenho. –Que eu me lembre você não é tão esperta a não ser que.. OMG! SEQUESTRARAM A HUDSON E A TROCARAM POR UM ALIEN SUPER DESENVOLVIDO!

Bufei, revirando os olhos.

–Claro, Dyla... – Um jato de água acertou meu rosto. Cuspi a água.

–AHHHHHHHHHHHHHHH! A SALIVA CORROSIVA DELA VAI DESTRUIR O MEU LINDO ROSTINHO!- Berrou ele, de um jeito extremamente feminino, esfregando o rosto desesperadamente com uma raposa do deserto. Digamos que a raposa não ficou muito feliz por ficar em contato com uma coisa imunda aka Dylan.

E como toda a criatura sensata faria, a raposa começou a se debater loucamente, tentando fugir. Dylan tentou jogar a raposa no chão, só que isso fez a raposa ficar desesperada, e arranhar a cara dele. E pelo grande Lobisomem, esse garoto não conhece sabão e desodorante, né? Por que pelo amor...

Eu ria descontroladamente das tentativas de Dylan de tirar a raposa da sua cara. Até que eu vi meia dúzia de pares de olhos brilhantes me olhando no escuro.

–Ér,gente?- Chamei. –Acho que vi uns olhos ali naquela moita.

Carol mordeu o lábio.

–Isso é óbvio.

–WHAAAAAAAAAAT?

Ela revirou os olhos.

–Raposas andam em bandos. Simples. E estas daí, devem ser do mesmo bando que a nossa amiga ali.

Ela voltou a fazer alguma coisa de ruivos e me deixou ali, deitada no chão e com um bando de raposas furiosas. Lindo,não?

Abri minha bolsa, procurando alguma coisa para me defender das raposas furiosas. E como sou muito precavida, sempre deixo minha bolsa bagunçada e cheia de coisas para qualquer eventualidade.

–Tomem...- Parei para ler o rótulo. Spray de pimenta jalapeno. Muito apimentado. Mais quente que o Damon Salvatore. Cuidado. –SPRAY DE PIMENTA!

Bom, raposas do deserto não gostam muito de spray de pimenta, que fique claro. Por que aqueles serzinhos maléficos me atacaram e começaram a me morder com seus malditos dentinhos. Pareciam mordidas de bebê. Bebês com caninos afiados e um hálito de...Cebolas? Affs, vai entender essas raposas estranhas.

–SAI, DEMÔNIO!

[N/Tasya: Chamou-me?]

Não. Agora some do meu POV.

[N/Tasya: Grossa.]

Mexi na minha bolsa milagrosa e tirei um dos livros recalcados da aula de literatura, Meu eu monstro e eu. Mirei cuidadosamente nas raposas dos infernos, posicionei o meu pé esquerdo á exatos 15 cm do meu pé , flexionei meu braço e então majestosamente tropecei e o livro caiu á alguns centímetros das raposas. Que o rasgaram com seus dentes afiados e cuspiram os pedaços em mim. Me aventurei mais ainda na minha bolsa e tirei um pote de gel que eu ia dar para o Dylan ano passado mas perdi na bolsa. Tenho quase certeza de que a minha bolsa é um buraco negro disfarçado. Bom, peguei o pote de gel e joguei nas raposas.

–WTF?!- Berrei, ao ver as raposas passando gel em seus pelos. Elas fizeram o ato muito maduro de “fala com a minha mão!” e continuaram a passar gel nos seus pelos. Dei a língua para elas, com a dignidade de uma criança de 2 anos. Fiz uma pequena lista mental das semelhanças das raposas com Dylan:

1. Gostam de gel.

2. Tem a dignidade de uma criança de três anos

3. Não conhecem sabonete, desodorante ou afins.

4. São mais feios que o Bill, o Chupa Cabra.

5. Tem uma inteligência inferior.

6. Ficam muito irritados quando o gel acaba.

7. Ér, na verdade não tem sete, mas gosto de listas com sete coisas.

As raposas rosnaram para mim, esticando suas patas, no que eu entendi ser um “Passa o gel para cá e não te machucaremos.”

–Bitch, please!- Fiz minha pose divástica. – Sou uma lobisomem badass, não tenho medo de meras raposas.

POV Tasya

O deserto estava um caos, livros voavam, bolsas eram sacudidas e lançadas como bumerangues, latas vazias de refrigerante eram atiradas e pessoas eram ameaçadas com colheres. Parecia a terceira guerra mundial.

–HÁ, TENHO UM TRÊS AMARELO, BITCHES!- Berrei, descartando a carta. É, nós estávamos jogando Uno.

–SINTAM O PODER DO TERRÍVEL 7 VERMELHO!- Polly jogou a carta, rindo maleficamente.

Nicholas sorriu, tão ameaçador quanto um coelhinho, e descartou uma carta.

–HÁ, UNO! TOMEM!

Franzi o cenho.

–Sabia que só é Uno quando só se tem uma carta na mão, certo?

Ele tombou a cabeça para a esquerda, confuso.

–Mas isso não está nas regras.

Carol, que é uma pessoa muito calma e equilibrada, deu um tapa em cada bochecha dele.

–CLARO QUE ESTÁ NAS REGRAS, MOTHERFUGGER!

–Está?

–CLARO QUE ESTÁ, SEU ZUMBI SUB-DESENVOLVIDO ACÉFALO! É SÓ LER AS MALDITAS REGRAS! É TÃO DIFÍCIL LER?! NÃO, NÃO É! ENTÃO LEIA A DROGA DAS REGRAS!

E com essas sábias e educadas palavras, ela jogou o manual de instruções na cara do zumbi.

–Manoal de intrusção. – Disse o zumbi, lendo o texto. Carol inspirou fundo. –Primeiro conti as peças do tabuleirro.

–DEIXA QUE EU LEIO, SEU ENÉRGUMO! –A ruiva puxou o manual das mãos dele.

–Eu quero ler. –Resmungou o zumbi, fazendo birra.

–Não, eu quero ler. – Retrucou a ruiva, puxando.

EU vou ler.

Carol bufou.

–Nop, sou eu.

–Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Não.

–Sim.

–Nã..

–CALEM A BOCA! ESTOU FICANDO COM DOR DE CABEÇA. – Berrei.

Carol sorriu, com seu jeito professoral(Essa palavra existe?).

–Como eu já expliquei para a sua compatriota demoníaca, Charlotte, não é sua cabeça que doí. São apenas seus neuroreceptores de dor que foram ativados devido á minha inteligência superior. Ou seja, não é sua cabeça que doí e sim seu cérebro.

Abri a boca para responder, mas neste instante, Dylan jogou um cinco azul na cara da Charlie e recomeçou a Terceira Guerra Mundial.

Senti um líquido nojento, que provavelmente seria o gosto das aulas de matemática se aulas pudessem ser transformadas em sabores de refrigerante. Cuspi, olhando a lata que estava jogada á alguns metros. Refrigerante de Cactos. O sabor da felicidade. Eca! Desde quando felicidade tem gosto de matemática? Matemática não é felicidade.

–EU CONVOCO O PODER DO +4! –Dylan berrou, fazendo uma pose maléfica.

–ENTÃO EU INVOCO O PODER DO+4 TAMBÉM!- Berrei.

–Raios. – Resmungou Angel, revirando os olhos e pegando as cartas.

–Não seria cubos de gelo?- Brinquei, rindo da sua expressão.

–Há há há há, muito engraçado. –Bufou.

Fiz uma mensura.

–Obrigada, obrigada. Sei que sou uma comediante nata.

Todos que estavam na roda, até Carol que estava espancando Nicholas com o manual de instruções, reviraram os olhos e bufaram em perfeita sincronia.

–Vocês treinaram para isso? – Perguntei, surpresa.

Charlie sorriu, sorrindo sarcasticamente.

–Claro, nós nos reunimos toda quinta feira e passamos meia hora treinando expressões de sarcasmo, ironia, revolta e bufos em perfeita sincronia, Tasya. Por que acha que nós simplesmente sumimos todas as quintas ás 5? Você acha mesmo que nós íamos ver Doctor Who?

Carol resmungou algo, soltando levemente o aperto sobre os pulsos de Nicholas.

–AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! MINHA VIDA INTEIRA É UMA ILUSÃO! NUNCA HOUVE DOCTOR WHO ÁS QUINTAS, PONTUALMENTE ÁS 5? I CAN´T!

Então ele saiu, estalando os dedos para todos nós.

–...Ok. – Murmurei, dando de ombros.

POV Angel

Depois que o zumbi revoltado saiu correndo e berrando que a vida dele não fazia mais sentido e que ele precisava de sorvete de flocos, escutei alguém tropeçando nas moitas. Provavelmente o otário que quer roubar minha comida. Sem tirar os olhos das minhas cartas, lanço um raio de gelo nele.

–Ouch. Isso queima, sabia?- Resmungou Nicki, saindo dos arbustos, toda arranhada, com alguns hematomas feios no rosto e seus braços congelados, desde os pulsos até os ombros. Ela bate com seu corpo em uma árvore.

–1. O que aconteceu com você e 2. O que você está fazendo?- Arqueio uma sobrancelha.

–Tentando quebrar o gelo, não é óbvio?- Ba du tums.

–E o prêmio de melhor piada sem graça vai para Nicole Hudson. –Imitei César, de Jogos Vorazes.

Ela fez uma mensura exagerada, fingindo agradecer ás milhares de pessoas que estavam ali.

–Obrigada, sei que me ama, honey.

Sorri e mostrei o dedo do meio para ela. Minha ação alcançou o resultado esperado, por que seu rosto se contraiu em um espasmo de horror.

–PQP!

Franzi o cenho.

–Desde quando ficou tão sensível, Hudson?

Ela mordeu o lábio, me olhando,pálida.

–Raposas.

–O que?

–MALDITAS RAPOSAS PARADAS AÍ NA SUA FRENTE, DROGA!

Só aí que olhei para o local que os olhos dela haviam se fixado. Um amável filhotinho de raposa dormia aos meus pés.

–Own. Como ele é fofinho.

O peguei no colo, o acariciando.

–WTF? ISSO É UM SERVO DE SATANÁS, UM MONSTRO SEDENTO DE SANGUE, UMA BESTA FERA QUE TEM QUE SER ANIQUILADA!

Revirei os olhos.

–Que nada. O Bennie nunca faria isso com você.

Ela franziu o cenho.

–Bennie?

–É. Problems?

Ela saiu, pisando duro.

Peguei o fofíssimo filhote de raposa e o levei para minha barraca, o acomodando no meu saco de dormir.

POV Nicki Hudson

Montei minha barraca, ainda pensando em como me livrar daquele serzinho maléfico. Estendi meu saco de dormir no chão e peguei um livro qualquer de Literatura.

A espécie dos licantrópos é responsável por...

Nem passei da oitava palavra e já estava dormindo. Sonhei com um hamster em uma caixa de papelão. Oh, eu era o hamster. E tentava rasgar o papelão com minhas garrinhas. Arranhava histericamente a caixa, até conseguir rasga-la. Senti uma leve fisgada de dor ao cair sobre um prego e ter meu rostinho de hamster machucado. Comecei a correr, arranhando o chão com minhas garrinhas.

–Ic ic ic. – Eu comemorava.

Arranhei minha pata em uma prateleira, sentindo o hálito quente de um gato em minha nuca. O gato me arranhou, me fazendo cair. Espera! Isso era real. A dor, pelo menos.

Abri os olhos, ofegante. E lá estava, a raposa dos infernos me olhando, com um sorriso maníaco no rosto. E juro que ela riu maleficamente ao mostrar meus livros rasgados em um canto.

–Hey, eu não tenho mais gel. Mas acho que o Dylan tem. Vai atrás dele, ok? – Sugeri, esfregando os olhos, tentando afastar o sono.

Ela negou, mostrando um pote de gel vazio.

–Não pode ser outra coisa?

Ela pareceu parar para pensar, mas negou.

–Ok, mas eu não tenho gel. – Resmunguei. A criatura dos infernos(Não, não é a Charlie.), revirou os olhos, pegando meu Teorema de Katherine.

–Você não teria coragem. – Sussurrei. Ela sorriu, rasgando o livro com os dentes.-É HOJE QUE VOCÊ MORRE!

A raposa deu de ombros, pegando meu taco de basseibal e batendo na minha cabeça. A última coisa que eu pensei antes de apagar foi: WTF? COMO EU, UMA LOBISOMEM DIVA E BADASS FUI DERROTADA POR UMA SIMPLES RAPOSA?

E também:

ISSO É TUDO CULPA DA TASYA.

Abri os olhos, sentindo uma leve tontura. Não fazia a menor ideia de onde eu estava. Tentei me levantar, mas tive a agradável surpresa de descobrir que estava algemada na grade da minha cela. Puxei meu pulso.

–OUCH! – Berrei, chamando a atenção de dezena de raposas que estava calmamente digitando códigos criptografados em seus computadores e bebendo doses industriais de café junto de sanduíches de carne com cebola. Hm, isso explica o hálito de cebolas. Uma raposa, que parecia a chefe, se aproximou de mim.

–Grrr rrr raw? – Ela perguntou.

–Cumequié? – Perguntei, franzindo o cenho.

Ela fez um muxoxo de desprezo e repetiu mais uma vez, pausadamente.

Mordi o lábio, franzindo o cenho mais uma vez.

–Desculpa aí, tia. Mas eu não entendi nada. – Murmurei, me encostando na parede de pedra simetricamente calculada para que houvesse um espaço de 4 centímetros entre cada pedra. E devo estar bem entediada para reparar em um detalhe como esse.

–GRRRRRRRRRRRRR! RAWRR AHRGH!

Dei de ombros, já que não se pode ter uma conversa civilizada... Peguei um livro qualquer, “Como fazer queijos com humanos “ e comecei a ler. Uma raposa- guarda fez uma tentativa de me empurrar para fora da cela, mas como sou muita preguiçosa, fiz questão de não mover um músculo. A raposa resmungou alguma coisa e obrigou as outras raposas a me empurrarem. Depois de pelo menos cinco tentativas mal-sucedidas, me deitei no chão de barriga para cima, olhando o teto. Por fim, acho que elas chegaram á um consenso de que seria mais fácil chamar a raposa-presidente do que me tirar da sala.

Alguns minutos depois, duas raposas vestindo ternos e segurando mini glocks, abriram a porta bruscamente, a chutando. Elas parecem avaliar se o perímetro está ok, e então chamam a raposa-presidente. Uma raposa vestida só com uma faixa vermelha sobre o tórax, apareceu.

–Rawr grr rrr u? – Ela indagou, me olhando.

–Olha, tia, eu não te entendo, capiche? – Resmunguei, me encostando na parede de novo.

–Raw? – Ela pareceu pensativa. Dei de ombros, me isolando de tudo e todos...

[N/Charlie: Ou seja, ela começou a ler. ¬¬”]

HEY! Esse POV é meu. Qualquer duvida, suba a flechinha (Î) do seu lindo teclado e veja o nome que está lá. Ah, é. É o meu nome.

As raposas pegaram meu livro e o jogaram em uma lareira com vários bonequinhos de neve sobre ela.

Sorri cruelmente.

–Espero que o canudo do Toddynho de vocês afunde, que vocês fiquem presas com funkeiro em trem e que vocês nunca mais possam sequer olhar um pote de gel. – Sussurrei, fechando os olhos, com um sorriso sádico nos lábios.

Devo ter dormido, por que quando acordei, estava presa em um poste de madeira no meio de uma clareira. E as raposas, aquelas malditas servas de Satã, estava segurando pôsteres do Neymar e dançando ao ritmo de funk.

–AHHHHHHHHHHHHHHHHH! QUEIMA! JOGA SAL! – Berrei, me contorcendo. Meus olhos queimavam.

POV Charlotte Laura Van der Gucht

–TÔ COM FOOOOOOOOOOME! – Berrou Carol, batendo com seus talheres na nossa mesa improvisada,que eram basicamente duas tábuas.

–E? O que espera que eu faça? – Dei de ombros.

–Me alimentar, duh! – Ela resmungou, revirando os olhos.

Katherine revirou os olhos.

–Você acabou com a comida, sua gorda!

Carol bufou.

–Sou uma ruiva, meu bem. Preciso comer mais que os outros.

–What?

Kath revirou os olhos.

–Nada.

A ruiva se aproximou dela, ameaçadora como um tigre.

–Me diga.

Kath nem pareceu se importar e apenas deu de ombros.

–Nhé, por que eu falaria?

–Por que senão eu te mato?

Neste momento Kath começou a rir desesperadamente.

–Já estou morta, ruiva.

–Infelizmente.

POV Dylan Thompson

A Hudson ainda não havia voltado e como toda a vez que ela passa mais de cinco segundos fora de supervisão, ela deveria estar raptada e/ou semi-morta. A segunda opção me agrada mais...

[N/Nicki: HEY!]

Calada. Mas como ela está me devendo dez dólares, decidi ir atrás dela. Havia só duas coisas que podiam ter acontecido com ela, ou ela tinha fugindo para a cidade e se escondido em uma biblioteca(De novo.) ou ela tinha sido raptada. Achei algumas pegadas e decidi seguir. Bom, elas eram do Nicholas(Que tinha fugido, ido para Las Vegas e se transformado em uma diva queen suprema. Aí ele achou que a fama não valia a pena e que ele deveria voltar para a sua vida de antes e voltou para o acampamento. Sem antes lançar dois cds.). Continuei procurando, até que cheguei em um cercado.

–HUDSON?!- A chamei. Escutei um grunhido. Segui o som até que cheguei em frente á um corpo inerte. Dei um leve chute nela. – Hey, acorda, sua vagabunda.

Uma ovelha se levantou, balindo e parecendo ligeiramente furiosa.

–Hey, ovelhinha boazinha. – Sussurrei. Ela avançou, me derrubando no chão. – AHHHHHHHHHHHHHHH! SUA TRAIDORA!

Ela mordeu uma das mangas da minha camiseta e começou a correr, me arrastando junto dela.

–Ouch. – Gemi ao passarmos por cima de uma pedra. Gritei ao passarmos por cima de um cactos. Juro que ouvi uma risada de escárnio daquela maldita ovelha. – OUCH!

Depois da ovelha ter certeza de que havíamos passado duas vezes por todos os cactos, buracos e pedras do deserto, ela parou e começou a pastar calmamente. Vi uma Hudson á alguns metros de mim, presa á um poste, cercadas de raposas com mantos com capuzes marrons e tochas.

–NÃO A MATEM!- Berrei, entrando na frente dela. Os rostos das raposas eram de interrogação. – ELA AINDA ME DEVE 10 DÓLARES!

Hudson sorriu sadicamente, primeiro para as raposas e depois para mim. Ferrou.

–OLHA! ELE TEM GEL! – Ela berrou, apontando para a minha mochila. Todas as raposas se viraram para mim. – O que estão esperando?

POV Nicki Hudson

–VALEU, DY-DY! – Gritei para o mesmo que estava sendo perseguido por pelo menos 50 raposas. Transformei minhas unhas em garras e me soltei das cordas. Saí andando, assobiando Not Alone.

–Oi, recalcados. – Cumprimentei, quando cheguei no acampamento.

Carol acenou para mim, mordendo uma perna de um ser que poderia ter sido um humano.

–Cadê o Dylan?- Perguntou Julie.

–Fugiu com Nicholas. Ele mencionou algo como casar com o amor da sua vida. – Comentei. –Aquilo é Uno?!

–SE VAMOS COMEÇAR A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL, A RÚSSIA E A ESPANHA SÃO MINHAS. –Berrou ela. Franzi o cenho em descrença. – Eu gosta da Rússia e da Espanha, tá?

–Bom, se é assim. A INGLATERRA E A FRANÇA SÃO MINHAS! – Berrei, pegando as cartas.

–ENTÃO A ALEMANHA É MINHA! – Berrou Carol, se sentado ao meu lado.

E assim terminou o dia. Eu ameaçando Julie com uma colher e a Carol comendo. Típico dia normal.


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