Between Love And Hate escrita por Blue Dammerung


Capítulo 3
Capítulo 3:Knowing Each Other


Notas iniciais do capítulo

omg! O maior chap q já fic em toda minha vidah!
espero q aproveitem viu??
bjos e boa leitura!



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Quando Roxas acordou, levou um susto. Axel estava curvado em sua direção, ainda vestindo a armadura um pouco danificada, dormindo numa cadeira ao seu lado, ameaçando cair sobre o menor. Babava, mudando de feições às vezes, como se estivesse tendo sonhos.

Roxas, notando que o maior estava perigosamente inclinado, o empurrou, fazendo-o cair da cadeira e ir ao chão.

-Ai droga!-O ruivo exclamou, se sentando e colocando uma das mãos na cabeça. -Mas o que diabos aconteceu?

Roxas, apesar de ainda querer se manter impassível e frio com aquele demônio, começou a rir da cara cômica do outro, não conseguindo abafar o riso.

-O que foi?

-Você estava babando.

-Ah, então olha só quem está falando hoje. Temos um grande progresso aqui, levando em consideração que eu o tive que prender ontem para que me dissesse seu nome.

Roxas então fechou a cara e desviou o olhar para longe. Estava errado, tinha cometido um erro. Jamais poderia interagir daquela forma com Axel. Jamais. Axel matara um arcanjo e dezenas de colegas seus, o prendera naquele lugar e agora o obrigava a viver ali. Como podia rir com um ser como aquele?

Mas ele me salvou. Ele não o salvou, ele o capturou, e agora o mantém como refém para algum objetivo desconhecido. Ele me trouxe para sua própria tenda e cuidou de mim, como posso explicar isso?Simples, ele é um psicopata que cuida das pessoas (ou anjos, no caso) para depois torturá-las e abusar delas. Eu vi compaixão em seus olhos. Você estava ferido, perdendo sangue, muito sangue. Podia ser uma alucinação, quem sabe? Mas que ótima consciência você é, heim?Só está me dando as piores opções possíveis. Obrigada pelo elogio, mas estou sendo realista, se não se importa, claro.

-O que há de errado?-Axel perguntou, se sentando na cadeira e fitando o menor. Por que tinha de agir como se já se conhecessem há anos e como se fosse os melhores amigos do mundo (dos céus, no caso)? Ele simplesmente não entendia que anjos e demônios não deviam se falar e muito menos conviver juntos?

Roxas permaneceu em silêncio. Não seria ele a quebrar as regras de conduta.

-Vai me deixar falando sozinho de novo, Roxas? Agora a pouco você estava rindo, por que está assim agora?

O loiro continuou calado.

-Se quer ficar assim, tudo bem, você quem sabe. - O ruivo deu de ombros e se levantou, indo em direção a banheira e puxando os lençóis para que pudesse se despir sem ser visto pelo menor.

-A questão é que eu sou um anjo e você é um demônio. Não podemos nos falar dessa forma, Axel. -Roxas murmurou baixinho, quase para si mesmo.

-E de que forma vamos falar? Língua dos sinais? Eu não sei, mas se você souber, por favor, me ensine. -Respondeu o ruivo, detrás do lavabo.

-Você não entende?! Por que dificulta tudo?! Por que diabos me salvou e me prendeu aqui?! E como ainda insiste em falar comigo quando sabe que é errado?!-Roxas gritou, havia perdido a paciência.

-Não é errado. Nenhuma lei divina ou do Inferno disse que anjos e demônios estavam proibidos de se falarem. Portanto...

-Claro, você é um demônio, nada para vocês é errado.

-Engano seu, até os demônios distinguem o que é certo e errado. Nós só vemos certo com uma perspectiva diferente.

-Por que querem invadir o céu?

-Você está mudando de assunto.

-Já chega! Eu não vou mais falar com você!

-Por quê? Eu não fiz nada de errado.

-Matou anjos.

-Ah, qualé, todos nós sabemos que anjos não morrem, eles apenas voltam para o Paraíso.

-Mas mesmo assim, matou.

-Você também matou demônios. Vai dizer que não conta?

Roxas voltou a se calar, cruzando os braços, sentando-se na cama e fechando a cara novamente.

Axel saiu do lavabo, vestindo apenas uma calça vermelha, deixando o restante do corpo à mostra. Puxou a cadeira para próximo da mesa e se sentou, trazendo para si vários papeis e tomando em mãos uma caneta. Então levantou o rosto e sorriu para Roxas maliciosamente.

-E se fizermos um trato?

-Que tipo de trato?-O loiro perguntou, um pouco interessado.

-A magia que te prende aí tem umas cinquenta palavras. E se eu, todo dia, te ensinasse algumas delas? Então, em pouco tempo você já poderia se libertar e fugir daqui, como sei que tanto quer.

-E o que vai querer em troca?

-Quero que converse, aja e sinta sem essas regras te dizendo o que deve ou não deve fazer. Terá que se libertar delas, e se eu notar que continua a obedecê-las, o trato acaba e você vai ficar aqui até que eu decida te libertar. Topa?

Roxas ficou em silêncio por alguns minutos, olhando para os lençóis da cama que estava sentado. Quebrar regras que seguira durante sua existência inteira não seria nada fácil, mas ou era isso ou depender da boa vontade de Axel, coisa que realmente era bem pior. Roxas suspirou, e levantando o olhar, disse:

-Eu aceito.

-Ok, então as aulas começam a partir de amanhã. Hoje é folga.

-Quantas palavras vou aprender por dia?

-De duas a três. -O ruivo respondeu, dando de ombros.

-Só isso?!

-Claro, é um encantamento complexo e que exige total conhecimento e pronúncia das palavras.

-Por que não me disse antes?

-Você não perguntou, oras. De que parte do céu você vem, Roxas?

-Por que quer saber?

-Bem... Como sei que tenho um longo trabalho pela frente com você, é melhor nos acostumarmos um com o outro logo.

-Impossível. Você é a pessoa mais chata que já encontrei na vida.

Axel riu e se ajeitou na cadeira, ficando numa posição mais confortável enquanto escrevia em alguns papéis.

-Venho da Planície do Acordar.

-É bonito lá?

-Eu acho a parte mais bela do Paraíso. Tem campos verdes, gramados, o vento fresco bate no seu rosto e você tem vontade de voar e nunca mais descer.

-Deve sentir falta de lá.

-Às vezes. -Roxas deu de ombros.

Então afastaram a aba da tenda, mostrando a imagem de Riku e Kairi, que agora se postavam ao lado de Axel e o cumprimentavam. Kairi, sorridente como sempre, e Riku, com olhares penetrantes e expressões frias.

-Olá para você também, Roxas. -Falou a “garota”, sorrindo.

-Oi.

Riku apenas limitou-se a assentir.

Axel levantou-se de repente e foi até o lavabo, saindo de lá vestindo uma camisa de mangas curtas, indo até Roxas e inclinando-se para o menor. Roxas tentou empurrar o ruivo para longe, mas depois percebeu que o maior murmurava aquelas mesmas palavras que o tinham preso a aquela corrente. No mesmo instante em que Axel parou a corrente se soltou, no entanto, voltou a se prender no pescoço de Roxas, ligando-o desta vez a nada mais que ao pulso do ruivo.

-O que está fazendo?-perguntou o anjo, sendo puxado para fora da cama.

-Nós vamos dar uma volta. Como ambos os exércitos estavam tendo muitas baixas, houve uma certa negociação e digamos que hoje não haverá batalhas.

-Nós quem?

-Nós quatro, obvio!

Então todos saíram da tenda. Roxas, ainda vestindo aquela calça e camisa branca, Axel, puxando o menor pela corrente presa ao seu pescoço, de forma que a área da pele já estava vermelha, Riku, que sutilmente olhava para os lados como se dissesse: “Não os conheço”, e finalmente Kairi, que caminhava com uma aura animada a sua volta.

Dezenas de demônios comuns observavam o grupo que atravessava o acampamento, parando seus afazeres para olhá-los, e às vezes, para reverenciar Axel.

O que Roxas não entendia era como um demônio tão... Sei lá... Idiota tinha se tornado o general do exército dos demônios. O loiro havia criado em sua mente a imagem de um ser desleixado, folgado e arrogante ao pensar em Axel. Lembrava-se de no campo de batalha o ruivo ser implacável (até porque matar arcanjos é um grande feito), de ficar sempre montado naquele cavalo de fogo e daquela sua armadura negra e rubra como sangue. Totalmente diferente.

Caminharam por alguns minutos até chegar ao outro extremo do acampamento, do lado oposto ao que os exércitos se enfrentavam. Quando pararam seus pés, viram que estavam numa extensa campina. Grama, embora morta e ressecada, cobria todo o lugar até a margem de um pequeno lago com águas extremamente azuis. O vento assobiava suas canções nos ouvidos daquele estranho grupo, e por um momento, o silêncio prevaleceu.

-Onde estamos?-Roxas perguntou alguns minutos depois.

-Se você está me perguntando o nome desse lugar, eu não sei. -Axel respondeu, dando de ombros. -Mas uma vez eu estava andando por aí e achei esse lugar, assim por acaso. O que acham de apostar uma corrida? Quem chegar primeiro ao laguinho vence.

-Eu topo!-Kairi exclamou, sorrindo.

-Não tenho escolha, tenho?-Riku falou, mas pela primeira vez, com um pouco de humor na voz.

-Eu... -Roxas começou, mas antes que pudesse terminar, Axel começou a correr, puxando-o consigo de uma forma tão súbita e violenta que o loiro quase caiu no chão.

-Vamos seus lerdos!-Axel gritou, rindo e agora aumentando a velocidade. Atrás de si, Riku e Kairi corriam lado a lado, no entanto, Roxas mal conseguia colocar um pé na frente do outro. Tudo voltou a doer, vários de seus ferimentos abriram e teve a leve impressão de sentir algo úmido e quente descer por seu peito, acompanhado pela frequente falta de ar.

-Axel... -Tentou falar, mas o ruivo o interrompeu.

-Calma, Roxas. Já estamos quase no final!

Quando faltavam apenas alguns metros, Roxas caiu no chão com um baque alto, respirando com dificuldade e se contorcendo de dor. Abaixou os olhos para o próprio peito e viu uma enorme mancha vermelha. Seu ferimento voltara a sangrar. Todo o grupo parou para dar assistência ao menor, inclusive Axel, que se ajoelhou ao seu lado, preocupado.

-Você está bem?

-Preciso mesmo responder?

-Por que não me disse que não aguentava?

-Você por acaso deixou?

-Mestre, deixe que eu e Riku o levemos de volta a tenda, assim o senhor pode... -Kairi começou, mas Axel levantou uma das mãos em sinal que parasse.

-De jeito nenhum, foi minha culpa, eu mesmo o levo. Vocês estão liberados pelo resto do dia, então podem fazer o que quiserem hoje.

-Mas...

-Nada de mas, é uma ordem. Vão e aproveitem o único dia de folga que temos enquanto estamos aqui.

Axel pegou Roxas nos braços e se afastou dali antes que Riku resolvesse falar alguma coisa, e quando estava bastante distante da dupla, virou-se novamente, sorrindo consigo mesmo.

-O que foi?-Roxas perguntou, curioso.

-Olhe só aqueles dois, todo o meu plano deu exatamente certo.

A dezenas de metros dali, Riku e Kairi estavam juntos, conversando de frente para o laguinho azul, de costas para os outros dois, que observavam tudo, curiosos e ansiosos. Então Riku se abaixou e pegou uns fiapos de grama morta em mãos, transformando-as, com magia, numa flor da mesma cor dos cabelos de Kairi e entregando para a mesma.

-Aha!Eu sabia!-Axel exclamou.

-Sabia do que?

-Que o Riku gosta da Kairi.

-Ele só a deu uma flor, não significa que ele goste dela. Mas diz aí, você estava planejando isso esse tempo todo?

-Sim e não, mas enfim, tudo deu certo. Ah, e não seja estraga prazeres senão eu te largo no chão nesse exato momento.

-Ouse, se você não dá valor a sua vida.

Axel riu e saiu dali, dando as costas aos outros dois demônios. O ruivo abriu as enormes asas e voou até sua tenda, entrando e deitando Roxas de volta na sua cama, voltando com aquela mesma pomada que Kairi passava, algumas ataduras e umas ervas. Sentou-se ao lado do loiro, que lhe dirigiu olhares desconfiados enquanto Axel amassava as ervas e as colocava nas ataduras junto com a pomada transparente.

-Tire a roupa, Roxas. -Axel pediu de repente, enquanto ainda mexia com os medicamentos, sem olhar o menor.

-Nem morto. -O loiro respondeu, subitamente corando e fechando a cara. -Prefiro morrer por perda de sangue e infecção a ser tocado por você.

-Não faça esse drama. Eu só vou limpar as feridas e colocar as ataduras, não é o fim do mundo.

-Pra mim é.

-Você não faz esse escândalo quando é a Kairi que pede.

-É porque se eu sofrer abuso dela pelo menos não vou ficar traumatizado pelo resto da vida, e também ela pode chamar o Riku pra me obrigar, e eu tenho medo dele.

Axel riu alta e estrondosamente, fazendo com que Roxas corasse ainda mais, e de certa forma se escondesse embaixo dos lençóis, dando as costas para o ruivo, que parou de rir então.

O demônio se curvou sobre Roxas, e num movimento inesperado, deitou sua cabeça nas costas do menor, sentindo seu calor mesmo estando coberto pela camisa e pelos lençóis macios. No entanto, uma súbita vontade de permanecer ali abateu-se sobre o general. Não dormi direito noite passada, talvez seja só o cansaço... Está tão quente e macio aqui... Pensou, escancarando a boca e murmurando baixinho:

-Roxas, eu jamais faria algo que viesse realmente a machucá-lo. Pensei que já sabia disso quando salvei sua vida naquele dia.

Um silêncio pairou na tenda. Axel fechou os olhos, aproveitando mais o momento, hesitando em deixar aquela sensação tão agradável. Roxas, no entanto, estava confuso, inquieto. Algo no fundo da sua alma dizia que o ruivo nunca lhe faria mal, e que podia confiar nele a sua própria vida, mas aquela parte mais racional, a mais ligada ainda às regras, no fundo da sua cabeça, dizia que ele estava mentindo, que Axel era igual a todos os outros demônios e que quando Roxas menos esperasse, Axel iria apunhalá-lo pelas costas.

Mas o loiro queria acreditar na sua alma, no seu coração, e não na sua cabeça, até porque se acreditasse nela, estaria quebrando o trato que fizera com Axel. Não, Axel não é assim... Vi que ele quis juntar Riku e Kairi, que se preocupa com a felicidade dos dois e se preocupa até mesmo com a minha... É realmente uma grande ironia. De todos os anjos que confiei, poucos são os que me trazem tanta segurança como Axel...

Roxas respirou fundo e se sentou na cama, fazendo com que o ruivo levantasse rapidamente a cabeça e olhasse para o menor, com um misto de curiosidade e surpresa nos olhos.

-Você promete pra mim, nunca me machucar?

Axel sorriu ternamente e disse:

-Prometo pelas minhas asas. Amigos? Ou você continua a desconfiar de mim?

 -É, amigos.

E ambos apertaram as mãos. Logo Axel voltou a sorrir maliciosamente, e Roxas assumiu mais uma vez uma expressão desconfiada.

-Roxas... Ainda tenho que dar um jeito nos ferimentos. Quer, por favor, tirar a roupa de uma vez?

-Hã-hã, você pode ser meu amigo, mas não é meu namorado para ter o direito de me ver pelado. -Roxas respondeu, rindo um pouco até, balançando a cabeça negativamente.

Axel bateu sua mão e sua própria testa, meneando a cabeça e suspirando.

-Pode ao menos tirar a camisa? Ou vai morrer se eu ver esse seu peito branco, albino?

-Olha quem fala, curupira.

-Já chega!-Axel exclamou, se levantando e se curvando sobre Roxas. -Eu tentei ser paciente, mas não dá! Você vai tirar essa roupa seja por bem ou por mal!

O ruivo então começou a desabotoar a camisa do menor, que tentou se desvencilhar, sair da cama, bater em Axel, gritar, se espernear, chutar o maior e até cuspir em seu rosto, no entanto, o ruivo era muito mais forte que ele, e digamos que nenhuma dessas estratégias funcionou como deveria. Axel conseguiu e jogou a camisa para longe, passando logo suas mãos paras a calça de Roxas, que começou a corar e a entrar em pânico, vendo que nada podia fazer. Foi aí que o milagre aconteceu.

-Opa... Desculpe, parece que estamos interrompendo algo.-Soou uma voz feminina.

Ambos olharam então para a entrada da tenda. Kairi e Riku fitavam os dois, com olhares estupefatos e até constrangidos diante da imagem que aquela situação passava.

No mesmo instante, Axel saiu de cima de Roxas, deu um sorriso amarelo e jogou a camisa do menor para o mesmo, que se apressou em vestir, corando feito um pimentão.

-Não é isso que vocês estão pensando, juro. -Axel tentou se explicar, desviando o olhar entre os dois demônios e Roxas, buscando ajuda- É que eu tinha que limpar os ferimentos e... Ah, vocês sabem, eu pedi, mas aí ele não deixou e...

-Ele tentou cuidar de mim a força. -Roxas respondeu, sorrindo amarelo também, suando em bicas.

-Sei... -Murmurou Riku, desconfiado, cruzando os braços.

-Não, é sério! Não houve nada de mais, até porque Axel é feio demais pra mim!-Roxas exclamou, se levantando da cama e gesticulando com os braços, buscando convencê-los.

-O que?!Eu não sou feio, sou sexy. -Axel respondeu, indignado.

-Só se for pra tua mãe. -Roxas mentiu. Claro que ele não achava Axel feio, mas precisava de alguma coisa que mudasse de assunto ali, urgentemente, e se isso significava ter que provocar a ira do ruivo, então tudo bem.

-E tu?!Já se olhou no espelho, albino?!

-Eu não, já sei que sou lindo.

-E muito cego também!

-Já chega!-Gritou Kairi de repente, pela primeira vez com raiva, olhando para os dois, que pararam de falar e agora a fitavam com medo. -Parem de agir como criancinhas, façam as pazes e se comportem! Eu e Riku vamos voltar para nossas tendas, e é bom que amanhã de manhã vocês não voltem a brigar!

Axel e Roxas engoliram em seco, vendo os outros dois demônios se retirarem da cabana e os deixarem sozinhos novamente. Roxas então suspirou e voltou a se deitar na cama, enquanto Axel se sentava na cadeira ao lado do menor.

-Não conhecia esse lado psicopata da Kairi. -Roxas murmurou, fitando o maior, que olhava o teto.

-Somos dois, então. Pronto para tirar a camisa? Só ela, depois você se acerta com a Kairi, não tenho mais paciência pra você hoje. Estou cansado e com sono, então, por favor, vê se colabora.

Roxas suspirou e tirou a camisa, dobrando-a enquanto se virava , ficando de barriga para baixo na cama, sentindo quando Axel passava aquela pomada e colocava as ataduras.

-Desculpa por ter te xingado, Axel. -Murmurou de repente.

-Não tem problema, foi engraçado até.

-Como... Como conheceu Riku e Kairi?

-Eu os achei vagando pelo sétimo circulo do Inferno, desde então os acolhi e cuidei deles. Como você pode ver, não temos uma relação de mestre e discípulo, e sim de uma família. O engraçado é que numa coisa somos iguais: Apesar de sermos demônios, todos nós sentimos coisas que não sejam o prazer de matar e de fazer os outros sofrerem. Acho que isso nos faz especiais, não é?

-Vocês descendem de anjos caídos, certo? Pode ser que um pouco da “humanidade” desses anjos ainda corram em suas veias, quem sabe.

-Você pode ter razão. Vire.

Roxas obedeceu, corando novamente quando sentiu a mão quente de Axel tocar em seu peito desnudo. O ruivo não deixou de notar, sorriu, mas não falou nada, com medo de constranger o outro ainda mais.

Quando terminou, se levantou e foi até o lavabo, tomou um banho rápido e trocou de roupa, vestindo somente uma calça preta, se sentando na cadeira novamente. Roxas, que já tinha se coberto com os lençóis novamente, já sentia seus olhos pesarem. Estava calmo e relaxado, e apesar de relutante, não pôde deixar de admitir que realmente apreciara o toque quente de Axel.

Lá fora a lua já pairava no céu, mostrando o quão rápido aquele dia passara. O tempo passa rápido quando estamos entre amigos.

Roxas voltou a abrir os olhos, fitando Axel, que tentava se acomodar na cadeira, sem sucesso, sempre deixando sua cabeça numa posição desconfortável. Riu baixinho e uma idéia apareceu em sua cabeça.

Grunhiu, como se quisesse limpar a garganta, chamando a atenção de Axel de qualquer forma. Então o loiro afastou, se espremendo no outro lado da cama, deixando espaço o bastante para que outra pessoa se deitasse ali, apesar de ser uma cama de solteiro.

Axel entendeu o recado e se juntou a Roxas, que cobriu todo o seu corpo com os lençóis, murmurando ao sentir o calor do ruivo ao seu lado:

-Se você invadir meu lado, eu juro que te coloco pra fora no meio da noite, ouviu?

-Tanto faz.

Então ambos adormeceram, na mesma cama, dividindo os mesmos lençóis, pequenos demais e, ocasionalmente, brigando por eles.


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Notas finais do capítulo

aiai,esse chap deu trabalho!
Mas,como eu sei q os leitores detestam esperar,aí está!
bjos!
(obs:foi comprovado oficialmente que reviews são mais importantes pros autores que oxigênio, então, por favor, evite que um autor morra e mande reviews!)