Sombras escrita por Dan


Capítulo 13
Capítulo 13 - Vultos descobertos.


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=w5tWYmIOWGk - Música que eles cantam na ida até a praia.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/442065/chapter/13

–Ô Amy, acorda. – disse alguém me balançando. – Levanta garota. – era Judith.

–N-não.

–S-sim. – falou, me imitando.

Abri os olhos devagar, Judy estava prendendo seus cabelos alaranjados. Forçando os olhos, pude ver as horas.

–Judy? Por que meu relógio está marcando 6:30?

–Porque são. – Judith se virou, olhando-se em no meu grande espelho.

–Mas porque raios alguém acorda a essa hora num sábado?

–Esse alguém vai sair e querem aproveitar o máximo da manhã. Agora me faz um favor de levantar, arrumar esses cabelos e escovar os dentes, por que...

Revirei os olhos.

–E aonde a gente vai?

–À praia.

–Q-que? Está frio pra car...

–Não está nada. E se estivesse... Quem liga? Agora levanta daí ou vou lá em baixo buscar água gelada. – ela sorriu, colocou o pente de volta em minha cômoda e saiu do quarto fechando a porta.

Como eu sabia que ela era louca o suficiente, eu corri até o banheiro. Tomei um banho rápido, vesti uma calça jeans e um moletom preto. Deixei meu cabelo solto e passei rímel e delineador– as únicas maquiagens que eu gostava. Coloquei meu All Star surrado e desci até a cozinha, encontrando Louis no fogão e Judith arrumando a mesa.

–Bom dia né? – disse Louis virando a panqueca no ar, fazendo-a cair novamente na frigideira.

–Como você pretende que alguém tenha um bom dia, acordando as 6:30?

–Esse alguém vai sair na companhia de Louis e Judith, isso é um ótimo motivo. Ah, e de Dexter também.

–Ele vai? – perguntei.

–Vai.

Ajudei Judith e Louis com o café e todos sentamos para tomar o suco de Judith e comer as panquecas de Louis – que estavam uma delicia. – O dia não estava tão frio, mas úmido. Só concordei com essa história por que meus melhores amigos estavam se esforçando para eu me divertir e esquecer Johnny. Sem querer eu tinha escutado uma conversa deles e me senti na obrigação de colaborar.

Eveline não tinha aparecido desde ontem, eu já estou ficando preocupada com esses sumiços. Minha mãe tinha mandando uma mensagem no meu celular, escrito apenas: “Cheguei bem.”.

–Ei você está me escutando? – disse Louis fazendo gestos na minha frente.

–Ah. Desculpe. O que dizia?

–Sobre o Dexter.

–Ata. E por que ele vai mesmo? Para nós dois ficar segurando velas?

–Mais ou menos. Só que a razão principal é que eu vou levar o violão e ele é da banda. Daí a gente vai tirar um som, já que nenhuma de vocês toca.

–Ei, eu toco sim tá. Aprendi na 4ª série a tocar flauta.

–Você deveria estar na mesma banda, na boa.

–Hm. Isso foi uma proposta? Vou pensar no seu caso. Aliás, cadê a Judy?

–Aqui! Você pode me ajudar?

Judith estava carregando uma mala – que ela deveria ter achado em cima do roupeiro, isso explicava a poeira. – muito grande.

–O que tem aí?

Comida, roupas, isqueiro, primeiros socorros, dinheiro, maquina fotográfica, mais comida, repelente, ca...

–Ei, ei. – interrompi. – A gente só vai à praia e não acampar no meio da selva. Ta levando lanterna também?

–Sim. Porra, nunca se sabe Amy.

Ajudei-a com a mala, que foi levada por Louis até o Jeep. Dexter chegou uns minutos depois. Eu já tinha visto ele algumas vezes e não era nada desagradável – não que eu ficasse reparando, é claro. – Seus cabelos pretos tinha um corte normal, só que mais baixo no lado esquerdo, era alto e robusto.


Dei-lhe mais espaço quando ele sentou ao meu lado, sorrindo.

–E aí Amy. – disse Dexter.

–E aí. – eu queria falar mais alguma coisa, mas não sabia o que, então fiquei em silêncio.

–Vocês estão muito calados. – disse Judith. –Diz aí Dexter? E a namorada?

Ele pigarreou. – Que namorada? Aquela que terminou por causa da viagem e se lá não pegar ninguém, vai querer voltar?

Judy ficou quieta, querendo se desculpar.

–Que droga. – falei. – Isso é pior que o cara que você gosta trocar você por uma ex vadia?

–Gostava. – falou Judy. –Ele é um idiota.

–Eu sei.

Dexter ajeitou o violão para que coubesse naquele espaço. – Vou começar as cantorias já.- ele dedilhou em seu violão claro e a cantar baixo.

Louis começou a cantar junto, só que mais alto. Logo Judith também, todos cantando On Top Of The World, apenas eu que continuava em silêncio olhando a rua por onde a gente passava.

E eu sei que é difícil quando você está caindo

E é um longo caminho de volta quando você atinge o chão

Levante-se agora, levante-se, levante-se agora.

Dexter sorriu enquanto cantava baixo. Sorri de volta e voltei a encarar a rua a nossa frente.

Porque eu estou no topo do mundo, hey

Eu estou no topo do mundo, hey

Esperando por isso há um tempo, agora

Pagando minhas dívidas para a terra.

A praia estava vazia, o que fez meu humor melhorar. Louis deixou o Jeep na areia, perto da entrada de uma pequena floresta. Judy e Louis correram até a beirada do mar, onde as ondas geladas molhavam a areia, deixando-a úmida. Eu me sentei em uma pedra e fiquei observando-os correr e Judy gritar por causa da água gelada que Louis jogava nela. Sorri.

–Eles não eram apenas amigos? – perguntou Dexter sentando ao meu lado com duas latas de coca.

–Entre aspas, acho que sempre se pegaram. –ri.

–Sei. Depois que Louis começou a namorar, as músicas da banda melhoraram muito. – ele sorriu - fazendo aparecer duas covinhas. – e sorri pelo comentário.

–E aí. Tá ansioso para amanhã? – perguntei bebendo um gole da coca.

–Ah. Um pouco. Mas não é um show de verdade.

–Claro que é, você vai tocar para a cidade toda praticamente.

–Terá comida lá, você acha que a gente vai ganhar na competição por atenção com os cachorros quentes?

Ri. – A minha atenção vai. – disse. – E a de Judith também. – acrescentei rápido.

–Aaaah não! Está gelada. – gritou Judith rindo alto.

–Alguns têm sorte nesse negócio.

–Pede uma música. – disse Dexter.

Abri um saco de salgadinho. – Ah sei lá. Toca uma da banda.

Dexter e Louis começaram a tocar e cantar uma música relaxante. Era por volta das 15h30min e resolvemos acender uma pequena fogueira – atrás de uma pedra, por causa do vento. – para assar marshmallow.

–Eu vou lá pegar mais gravetos. – disse Judy se levantando.

–Deixa que eu pego amor. – falou Louis segurando a mão de Judith.

–Não, pode deixar. Você já pegou antes.

Fechei os olhos e deitei na areia, ouvindo a música baixa que Dexter cantava. Minha vida estava no lugar, no seu eixo, Johnny chegou e bagunçou tudo, foi embora e não arrumou. Mas eu não vou deixar assim, eu vou arrumar tudo novamente e ele vai ver que tudo foi tão insignificante quanto foi pra ele.

Escutei um grito vindo da floresta. Um grito de pavor, um pedido de socorro, era Judith. Eu e os meninos nos olhamos por um segundo e levantamos rumo à floresta, rumo a Judith. Seguimos seus gritos, quando a achamos, ela já não gritava mais. Dois homens, um baixo e um alto, a seguravam, um de cada lado. Se aproximamos correndo, sem pensar. Louis estava a minha direita e Dexter a esquerda, e eu torcendo para que eles soubessem lutar ou que os caras não estivessem com armas.

–Will? – falou o mais alto ao perceber que estávamos em sua frente. – Acho que pegamos a garota errada.

–Tem certeza Willy? Verdade, aquela ali que é a bruxinha. – ele sorriu. – Essa é sua amiga não é? – perguntou ele para mim?

Continuei sem falar nada, sem dizer que sim ou que não.

–Ótimo. Você vem conosco e nós soltamos ela, assim numa boa. – disse Will.

Willy, o mais alto tapava a boca de Judith com a mão. Ela começou balançar a cabeça negativamente. Louis deu um passo a frente.

–Vocês não vão levar ninguém. – falou. Imediatamente Dexter se juntou a ele.

–Hm. Willy, os garotos querem brincar. – Will movimentou a mão e um redemoinho de vento se formou, seguindo na direção de Dexter.

Como eu posso ser tão burra? Como não pensei nisso antes? Eu tinha uma arma também. Eu não sabia como invocá-los, ou seja, lá o que. Então só pensei neles e uma queimação subiu da minha barriga. Não precisei movimentar as mãos, vultos passaram por mim, envolvendo o redemoinho, fazendo os ventos se espalharem e deixarem de ser um redemoinho. Dexter deu um passo pra trás ao ver aquilo e tropeçou, batendo a cabeça num tronco, desmaiando.

Louis me encarou. – Seja lá o que você fez, faz de novo.

Assenti. Convoquei-os de novo, só que dessa vez abri os braços. Eles vieram mais fortes passaram por meus braços abertos. Meus cabelos dançaram por causa da velocidade que eles vieram, envolveram Will e Willy e desapareceram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí como vocês estão? O que acharam do capítulo? Beijos, até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sombras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.