Cartas escrita por Danisse


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. :D



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Não podia acreditar que realmente estava dando vasão àqueles sonhos juvenis. Ajeitou os óculos no nariz e, ainda relutante, abaixou-se. Com as mãos um pouco trêmulas (até tal momento sequer havia percebido que estava nervosa), retirou o tijolo do muro das lembranças.

Nomeio-o “muro das lembranças” porque a sua existência limitava-se a isso. Trazer de volta doces lembranças daquele período da vida dela em que deixara de ser criança, mas tampouco era moça e (talvez) amaciar seu coração endurecido com o passar dos anos.

O metal havia enferrujado, mas a caixa ainda estava intacta. Os dedos finos e compridos tocaram-na, afáveis.

Abriu-a.

Lá dentro, duas folhas de papel dobradas.

Nostalgia.

Desdobrou a folha que era endereçada a si.

A única coisa que mostrava que o tempo havia passado era o papel, que também continha traços de ferrugem; se não fosse por isso, poderia jurar que as cartas foram colocadas ali no dia anterior (talvez ainda naquela manhã) de tão vívidas eram suas lembranças.

“Não vou escrever seu nome aqui em cima, porque sabe que a carta é pra você,

Você acha que Pedro é um nome bonito? Estive pensando que este poderia ser o nome do nosso filho. Se for menina, deixo você escolher. Não sei, mas acho que, daqui há dez anos, quando abrirmos juntos essas cartas, você vai ‘tá com um filho meu na barriga. Acho que já vou ter te pedido em casamento e eu espero que você aceite. Até lá, é só esperar”.

As palavras (breves e esperançosas) não a fizeram chorar e ela não quis ler a carta mais de uma vez. Não era mulher disso, não ficava remoendo sentimentos de quando criança e nem o filho ou o pedido de casamento que nunca vieram.

As pessoas crescem, lembrou a si mesma, e não se lembram mais de promessas bobas como essa.

Não leu sua própria carta, endereçada ao amor da infância, que também estava dentro da caixa. Sabia que se tratava do mesmo conteúdo: palavras fofas que mostravam o futuro florido que imaginava ter, mas que não têm significado real; sonhos infantis que não condizem com a realidade.

Lacrou as esperanças da meninice na caixa enferrujada e enterrou-as com o tijolo.

Ajeitou sua roupa e, com passos firmes, voltou ao seu veículo.

Lá longe, o menino (agora homem) pegava pela primeira vez seu filho recém-nascido nos braços. Fora nomeado Pedro.


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Notas finais do capítulo

Bom, tá aí. Espero que tenham gostado. *-*
Como é a primeira que escrevo em muito tempo, gostaria muito, mas muito mesmo, que vocês comentassem a opinião de vocês, seus lindos. É importante pra mim. k E eu vou ser legal, prometo. Não vou morder ninguém. :3



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