American Idiot escrita por Raquel C P


Capítulo 9
Capítulo 9 - Festa: Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Capitulo tenso... e meio... sei la hahah
Se alguem tiver curiosidade para ouvir a musica do cap.: http://www.youtube.com/watch?v=JJ1gg96vTik
Espero que gostem!



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Thalia

Annabeth estava mais do que certa. De nada adiantava eu ficar bebendo e me lamentando. Assim que me afastei da loira, andei no meio de todas as pessoas, decidida, até parar na mesa do DJ e sussurrar para ele a minha musica. Ele levantou uma sobrancelha, mas não discutiu, colocando-a imediatamente. No primeiro momento, todos estranharam, mas assim que ouviram a letra de Nothin But a Good Time, do Poison, levantaram seus copos e garrafas com bebidas, ou até mesmo seus punhos fechados, e pularam no ritmo da musica. Aqueles que sabiam a letra cantavam tão alto quanto eu, que sem nenhuma timidez, dançava com todos no meio da pista.

Eu balançava a cabeça e sentia meus saltos baterem com força no piso. Meus cabelos pretos, repicados com mechas azuis, cobriam a minha visão. Senti mãos quentes em meu ombro e virei o rosto. Vi Piper sorrindo de orelha a orelha, com Jason ao seu lado, o qual cantava tão alto quanto todos nós. Suor escorria pelas minhas têmporas e eu continuei a pular, agora junto com eles. Logo Jason passou um braço sobre meus ombros e outro sobre o de Piper.

– Dessa vez você mandou bem maninha! – Ele gritou próximo ao meu ouvido e eu sorri, ainda cantando.

Quando o refrão chegou, roubei uma garrafa de cerveja de um loiro de olhos azuis e dei um grande gole. Sorrido, ele pegou de volta a garrafa e passou o braço pela minha cintura. Eu ri, e me desvencilhando de meu irmão, dancei com o loiro. Ele gargalhava e eu seguia o exemplo. Era sexta feira, eu só queria me divertir e esquecer aquele idiota.

O loiro colocou as duas mãos em minha cintura e colou nossos corpos. Eu não resisti, apenas continuei a dançar, passando meus braços pelo seu pescoço. Só então percebi a cicatriz no lado direito de sua face, a qual não escondia sua beleza natural. Ele estava suado, assim como eu, e nossos sorrisos não saiam por nada. A musica era boa de mais e momentaneamente, me fez esquecer todos os meus problemas. Infelizmente, ela tinha acabar com o seu toque de guitarra final, o que fez uma salva de palmas e mais gritos sair da multidão. Eu me separei do loiro e olhei em volta, meu irmão e Piper chegaram perto de nós e eu sorri para eles.

Todos sorriam e estava tudo perfeito. Até que ele estragou tudo.

Vi um punho passar por mim e acertar o loiro, o qual caiu no chão e olhou com raiva para o moreno ao meu lado. Nico franzia a testa e apertava os lábios enquanto esfregada as juntas da mão. Eu fiquei chocada, mas logo a raiva tomou conta de mim. Eu o empurrei com toda a minha força, fazendo-o inutilmente dar apenas um passo para traz. Ele me olhou confuso.

– O que você esta pensando?! – Gritei com ele e estava pronta para empurra-lo novamente, até que senti mão segurarem meus braços. Vi Jason tentando me segurar e tentei me desvencilhar dele.

– Vocês vão conversar lá fora! – Ele gritou perto de mim. Olhei-o com raiva. – Agora!

Travei o maxilar e parei de me sacudir. Jason me soltou e eu virei para a saída, não sem antes ver o loiro ser segurado por um garoto grande, com feições orientais. Ele olhava com raiva par Nico e não direcionou o olhar para mim em nenhum momento. Revirei os olhos e saí pela porta da frente da casa de Silena, a qual naquele momento, eu tinha certeza, estava uma fera comigo.

Do lado de fora, eu ainda podia ouvir a musica do lado de dentro. Travei meus pés na entrada da casa e virei para o moreno que pisava duro descendo as escadas.

– Que droga foi aquela Nico?! – Gritei. Ele deu um passo em mihna direção e eu dei outro para traz. Ele pareceu ficar com mais raiva.

– A droga foi você se esfregando naquele cara! – Ele gritou comigo. Senti meu rosto todo esquentar.

– Se você não se lembra priminho – Soltei a última palavra como se fosse um palavrão. – Você mesmo disse que não devemos satisfação nenhuma para outro! – Ele perdeu a fala e eu disse mais baixo. – Ou será que eu ouvi errado?

– Você sabe que é diferente... – Ele falava contendo a raiva, travando o maxilar. Ele deu mais um passo em minha direção, e eu, já no meio feio, coloquei a mão em seu peito, impedindo-o de se aproximar.

– Diferente como hem? Eu só estava me divertindo com o loiro – Empurrei ele com minha mão, o que não surtiu nenhum efeito. – E você não estava fazendo muito diferente com a ruiva lembra?

– Eu não fiz nada com ela Thalia! – Ele voltou a gritar.

– Você estava segurando a mão dela! E quando eu me aproximei você jogou em mim aquelas palavra ridículas!

– Só falei aquilo porque você estava dando uma de ciumenta sem causa! E eu não sei se você lembra, mas têm algumas coisas devemos manter escondido. – Nico segurou meus pulsos e eu fiz força para me desvencilhar dele, o qual não aliviou o aperto.

– Me solta Di Angelo! - Ele encarou meus olhos elétricos e eu o encarei de volta. – Eu cansei disso... – Disse baixo o suficiente só para ele ouvir. – Cansei de ter o meu coração quebrado por um idiota toda vez que alguma coisa acontece. – Ele relaxou o rosto. – Eu cansei Nico. – Puxei meus pulsos mais uma vez e ele me soltou. Seus olhos negros não pararam de encarar os meus azuis, os quais não estavam nem mesmo marejados. – Cansei de amar alguém que eu nunca vou ter.

Passei por ele batendo em seu ombro e andando em direção a casa.

– Então é isso? – Ele falou e eu parei de andar. – Vamos jogar fora tudo o que já fomos um para o outro?

– Nós nunca fomos nada... – Falei sem olhar para ele e senti uma lagrima quente descer pela minha bochecha.

– Você sempre teve o péssimo habito de mentir para si mesma Thalia... – Sua voz transbordava magoa. Eu ouvi seus passos se distanciando e sequei com raiva a lagrima ridícula que teimava em cair. Continuei a andar até a casa, sempre de cabeça erguida. Estava na hora de seguir em frente.

Nico

Bati com a cabeça no volante e deixei as lagrimas caírem. Eu sentia a raiva me queimar de dentro para fora. Thalia acabara comigo e o resultado disso, era sentir meu coração sendo esmagado a cada lagrima derramada. Como ela pode fazer isso comigo?!

Levantei a cabeça e sequei meu rosto devagar. Deslizei minha mão pelos meus jeans até o bolso e de lá, tirei a corrente de prata com o pingente preto em forma raio. Era o presente que eu daria para ela quando a levasse para casa essa noite. O presente pelos dois meses do que eu achava ser um namoro. Minha raiva cresceu mais e eu senti meu coração novamente ser destruído.

Lagrimas voltaram a escorrer e eu joguei o colar no chão, perdendo-o entre os bancos. Coloquei as mãos em meu rosto molhado e senti a dor dilacerar-me. Pela segunda vez em minha vida, eu sentia a vida ser arrancada do meu corpo e a dor tomar conta de tudo. Eu estava caindo em um abismo já conhecido.

Lembrei-me dos acontecimentos anteriores.

A ruiva, Rachel, segurar docemente a minha mão, e antes de eu poder solta-la, Thalia aparecer. Eu fui grosso com ela, mas a ruiva já sabia que algo estava acontecendo e eu tinha que acabar com as duvidas dela para o nosso próprio bem. Assim que Thalia virou as costas para nós, eu separei nossas mãos e me desculpei indo embora. Ela pareceu entender, infelizmente, a ruiva foi à única. Quando a vi com aquele loiro, não tinha mais controle sobre meus movimentos. Mas, foi quando Thalia falou que cansou de nós, que meu mundo ruiu.

Tirei as mãos de meu rosto secando-o uma ultima vez e liguei o carro. Dirigi a noite toda sem rumo por toda a New York, só parei quando ouvi o carro engasgar e o visor mostrar a falta de combustível. Encostei o carro e deitei no frio banco de couro. Sentia-me absolutamente exausto e meu corpo doía quase tanto quanto o meu coração esmagado. Olhei através da janela, onde o sol nascia acima do Rio Hudson, tornando o céu uma mistura de laranja, rosa e azul claro. O mesmo azul, porém menos elétricos, daquela que acaba com todas as minhas forças.

Adormeci pensando o quanto era irônico o fato de que a mesma pessoa que é capaz de me jogar abismo a baixo ser a única capaz de me resgatar dele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??! :3