American Idiot escrita por Raquel C P


Capítulo 7
Capítulo 7 - Festa: Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... :D



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Annabeth

Assim que encostei o carro, olhei para a mansão a minha frente. Os pais de Silena e Piper realmente não economizavam nos gastos. Abri a porta do carro e saltei para fora, arrumando o vestido azul marinho de alças. Tranquei o carro e andei pela rua em direção a casa, o barulho do meu salto ecoava pelo asfalto. Assim que cheguei à porta aberta da mansão, luzes cegaram-me momentaneamente e a musica eletrônica me assustou. Pisquei repetidas vezes e passei pelo batente da porta, entrando na festa.

Pessoas dançavam ao som de batidas repetidas e remixadas de alguma musica. Luzes coloridas dançavam por vários corpos suados na pista de dança e por aqueles que se preocupavam em beber no bar. Comecei a andar, procurando meus amigos, mais especificamente um garoto de olhos verdes. Eu desviava de todos que dançavam e tentava manter distancia daqueles que bebiam. Percy estava certo, eu era muito careta às vezes. Revirei os olhos.

Continuei a andar lentamente, até avistar Piper encostada na parede. Dei um passo em sua direção até ver que ela não estava sozinha. Jason estava com o corpo todo colado no dela e eles se beijavam fervorosamente, enquanto ele passava a mão pela perna dela em sua cintura.

– Caramba... – Dei meia volta e me afastei dos namorados.

Andei por mais cinco minutos até encontrar uma punk encostada na parede. Olhei ao redor antes de me aproximar. Nenhum cara a vista. Me aproximei.

Thalia usava uma saia preta de cintura alta por cima de uma blusa dos Rolling Stones, ela virava uma garrafa de Vodka Absolut enquanto batia o seu salto preto no ritmo da musica. Encostei-me na parede ao seu lado e ela me ofereceu a garrafa. Pensei em recusar, porém, não faria nenhum mal. Aceitei e dei um longo gole, sentindo o liquido incolor queimar-me por dentro durante todo o seu percurso. Devolvi a garrafa.

– O que faz aqui? – Perguntei sem olha-la.

– Bebendo. – Olhei para ela e levantei uma sobrancelha. Ela revirou os olhos. – Estou chateada ok?

Voltei a olhar para frente.

– E você vai fazer o que?

– Como assim? – Foi a vez dela me olhar.

– Você está chateada por alguma coisa – Olhei para ela novamente. – Vai fazer o que sobre isso? Ficar aqui bebendo não vai adiantar nada.

Ela pensou por um momento.

– Você tem razão. – Thalia me deu a garrafa, ainda na metade, e começou a andar em direção a pista de dança.

– Ei! – Chamei mais alto que a musica e ela se virou. Aproximei-me novamente. – Você viu... – Pigarreei. Thalia sorriu.

– Percy não veio... não sei onde ele se meteu. – E continuou a andar no meio das pessoas.

Eu pensei por um tempo. Sorri.

Mas eu sabia.

Dei mais um gole de Vodka e bati com a garrafa no balcão mais próximo. Andei decidida para a saída e entrei no meu carro.

Assim que abri a porta da piscina, vi apenas seus braços movimentando-se de cima para baixo na agua, deixando-a turbulenta. Percy nadava rápido enquanto atravessava a piscina olímpica do Colégio Half Blood. Esse idiota dizia que eu era viciada em estudar, mas ele não era muito diferente quando o assunto era a natação. Encostei ao batente da porta de vidro e cruzei os braços, continuando a observa-lo.

Quando ele terminava mais uma volta na piscina eu dei um passo até a luz. Percy parou no meio do movimento e tirou o óculos e a toca de natação, forçando a vista na minha direção. Um sorriso iluminou seus lábios quando viu meus olhos cinza, assim como eu me senti mais leve quando vi suas íris verdes mar. Continuei a andar, agora em direção à borda da piscina, Percy ainda estava no meio da mesma, imóvel com aquele sorriso bobo nos lábios.

– O que esta fazendo aqui? – Sua voz ecoou pelo ginásio.

– Você não foi a festa... – Eu desviei o olhar do seu, reparando nos azulejos aos meus pés.

– Eu precisava treinar.

Revirei os olhos.

– Você sempre precisa treinar. – Ele riu baixo e meu sorriso se tornou maior.

Tirei as sandálias de salto com os pés e sentei na borda, colocando as pernas dentro da água. Meu vestido ficava um pouco acima dos joelhos, sendo assim, mesmo quando eu abria as pernas para balança-las na água, nada ficava aparente. Porém, não era possível impedir que a barra azul molhasse um pouco.

– Você sabe que isso é importante para mim... – Percy disse, mexendo os braços na água, agitando-a um pouco mais.

– É eu sei... é o seu futuro... – Disse olhando para os pés que faziam ondas.

– Annabeth... – Eu levantei o olhar. – O que... – Ele pareceu hesitar. – O que você quer para o seu futuro?

Eu voltei a olhar para os meus pés, sorrindo fracamente.

– Sinceramente. – Tirei o dedão da água. – Eu não sei... – Voltei a submergi-lo. – Eu só queria... – Me interrompi perdida em pensamentos.

– O que? – A voz de Percy estava mais próxima. Levantei o olhar, ele caminhava lentamente até mim.

– Liberdade. – Percy levantou uma sobrancelha. – Eu só queria sumir sabe? Não é como um ataque adolescente... eu só queria ir embora. Eu só queria viver.

Percy abaixou o olhar e parou de andar.

– As vezes... pensar que sua vida é planejada é meio decepcionante. – Ele levantou o olhar e continuou a andar, sorrindo. – Nascer, escola, faculdade, família e morrer. Parece um ciclo.

Percy podia ser muito lerdo, mas ele me entendia como mais ninguém. Eu sustentei o olhar que ele me lançava, movendo uma das pernas em círculos.

– É que tudo passa tão rápido. Daqui a pouco esse ano acaba e quando for ver já vou entrar na faculdade e continuar estudando. Ai quando termina-la vou começar a formar carreira e quem sabe construir uma família. – Eu balançava a cabeça enquanto falava. – Só espero que não seja uma família igual a minha... – Murmurei. – Me pergunto quando realmente eu vou começar a viver a minha vida.

Percy agora estava mais perto. Se eu esticasse minhas pernas, o tocaria sem problemas. Ele encarava meus olhos, prestando atenção no que falava.

– Por que não começa a viver agora? – Eu levantei uma sobrancelha. – Cara, é a sua vida. Vá vive-la. – Ele chegou ainda mais perto, tocando meus joelhos em sei peito. – Só não esqueça os amigos no caminho. Eles podem querer ajudar. – Percy sorriu e eu revirei os olhos. Idiota, como se eu o visse apenas como amigo. Abaixei o olhar e continuei a balançar lentamente as pernas. Percy as afastou com delicadeza e eu olhei para suas íris verdes. No seu rosto não havia um pingo de malicia.

Ele se aproximou ficando entre minhas pernas e colocou um braço de cada lado de meu corpo, com as palmas no piso de azulejos. Percy içou-se para fora a piscina, tencionando seus músculos e me encarando. Agora, com apenas as pernas de Percy submersas, estávamos na mesma altura e nossos narizes quase se tocavam. Eu sentia as gotas que caiam de seu queixo baterem geladas na pele exposta pelo decote do vestido. Estremeci.

– E você veio até aqui – Ele falou baixo. – Apenas para saber o porquê de eu não ir a festa?

Sorri embriagada pelo seu cheiro de maresia, o qual nem mesmo o cloro cobria.

– A festa estava uma droga sem você.

Ele chegou mais perto, agora tocando nossas testas e narizes, arrancando um suspiro de mim.

– Então vamos fazer a nossa própria festa. – Ele sussurrou baixo antes de dar um ultimo impulso com os braços, abraçar a minha cintura e me puxar para dentro da agua com ele.

Eu queria mata-lo, e juro que o teria feito se ele não estivesse tão feliz ao ver a minha cara de irritada. Ele ficava lindo quando ria, e quando ria por minha causa, eu me sentia tão feliz quanto ele. Eu fingi uma cara de irritada. Meu cabelo solto grudava em meus ombros e meu vestido estava colado ao meu corpo. Percy se aproximou e eu me afastei. Ele levantou uma sobrancelha e quando deu um impulso para me pegar eu mergulhei, nadando até o fundo da piscina e encostando da parede. Percy veio atrás de mim, me prensando contra os azulejos da piscina e apertando minha cintura, dando impulso com os pés ele nos levou para a superfície.

Estávamos com nossos corpos completamente colados um no outro e ele me prensava contra a parede, segurando na borda da piscina com ambas as mãos para não afundarmos. Seu cabelo preto colava em sua testa, enquanto o meu estava todo para traz. Nossos narizes se tocavam e nossa respiração ofegante misturava-se.

– Então... – Eu falei baixo. – Vamos começar a festa.

Percy, parecendo que saía de um transe, me olhou confuso. Eu revirei os olhos.

– Às vezes você é tão lerdo Cabeça de Algas. – Então puxei seus lábios para os meus, afundando meus dedos em seus cabelos molhados.

Ele abriu a boca e nossas línguas quentes tomaram espaço uma na boca do outro. O beijo estava lento e sentíamos o outro de forma calma, como toda primeira vez deve ser. O gosto de sua boca era incrível e parecia que pela segunda vez, eu estava viajando para um mundo paralelo, porém agora, essa viagem não era feita de carro, mas sim pelo garoto mais idiota e mais incrível que eu já conhecera.

Eu me sentia viva, como se o paraíso estivesse cada vez mais perto.

Percy separou nossos lábios e sorriu, ainda rosando nossos narizes.

– Uau...

– Caramba...

Falamos ao mesmo tempo e rimos com nossa bobeira.

– Sabe – Ele desviou o olhar dos meus lábios para os meus os meus olhos. – Até que você não fica ridícula de vestido.

Eu ri.

– Esse é o seu jeito de dizer que estou bonita?

Ele roçou levemente seus lábios nos meus.

– Você esta linda. – Sua voz rouca me fez estremecer. – Minha Sabidinha... – Percy suspirou e eu sorri mais largamente, selando nossos lábios mais uma vez e sentindo o mesmo turbilhão de emoções.


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Notas finais do capítulo

O que acharam???
Até o proximo...:3