La Assassin escrita por AArK


Capítulo 1
O Mercador Furioso


Notas iniciais do capítulo

Vou escrevendo histórias soltas sobre este estilo de "classe" de personagem, porque é praticamente meu favorito. Em todos os RPGs que eu jogo eu tenho que fazer uma gatuna, ladina ou assassina, porque eu curto e pronto. Tou pensando em misturar história medieval com futurista, porque eu também curto esse tipo de coisa. Esse primeiro cap vai ser medieval mesmo, espero que gostem.



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Seu nome era Layla, tinha 19 anos e já era a ladra/assassina mais procurada da cidade. Não só pela guarda local, para ser presa e pagar por seus "crimes", como também para que pudesse realizá-los, contratada por pessoas do submundo. Sua aparência era um mistério, exatamente por isso não era pega. Ninguém vivera para vê-la ou mesmo não conseguira, pois era uma exímia ladina e se escondia nas sombras com a precisão de poucos. Sua marca registrada, depois de um tempo, era deixar uma adaga no corpo (do indivíduo, sua vítima) ou no local roubado com o seu nome talhado nele, apenas por isso a conheciam e mais nada.

LA ASSASSIN

Era meio-dia na grande cidade de Bullevart, e uma garotinha passeava por aí, parecendo descompromissada. Cabelos curtos, lisos, repicados e olhos bem grandes e expressivos, de coloração mel claro, quando batia o Sol, ficavam claramente amarelos. Sua pele era branca. E era bem magra, seu corpo ainda não muito evoluído. Usava um vestidinho lilás e andava por aí de sandálias marrom-claras.

A feirinha de mercadores estava enorme, todos eles gritavam e mostravam peças de todos os tipos, coloridas e chamativas, e a menina simplesmente passeava por ali. Parou em um vendedor de doces e bolos, sorrindo:

- Olá, menininha, quer alguma coisa? - Ele perguntou, todo faceiro.

Ela fez apenas "sim" com a cabeça e então, lhe estendeu algumas moedas de cobre, pra ser exato, umas oito apenas.

- Hmmm... Com isso aí não sei muito o que posso te dar, não, hein... - A garotinha fez cara de tristonha, mas o homem coçou a cabeça, pegou as oito moedinhas e então, cortou metade de uma fatia de bolo de chocolate. - Toma! Vê se assim está bom!

A garotinha sorriu de novo e fez "sim" com a cabeça, comendo o pedaço de bolo. Tinha 15 anos, mas parecia ter 12.

Foi andando, calmamente, e então, enxergou um homem ali na frente. O sujeito tinha uma cara esguia, e por mais que tentasse parecer (para vender), não era lá muito agradável de aparência. O homem vendia jóias, várias jóias, mas apenas uma chamou a atenção da garotinha comendo bolo com a face toda suja de chocolate...

Um cordão com uma enorme pedra esverdeada brilhante.

A menininha foi andando até o sujeito que lhe encarou com os grandes olhos azuis:

- O que quer? - Ele disse, ríspido, antes estava berrando "JÓIAS, JÓIAS BELÍSSIMAS, JÓIAS RARÍSSIMAS, PRESENTEIE SUA ESPOSA!".

A garotinha nada disse, apenas piscou olhando pra ele, com a cara suja de chocolate.

- Olha, menininha, não tenho tempo pra perder com você! A não ser que seu bolso esteja cheio de moedas de ouro, caia fora daqui, ok? Não sou babá de pirralho! - Ele disse, demonstrando sua verdadeira personalidade.

Mas ela apenas piscou de novo pra ele, calada. E ele se irritou ainda mais.

- Olha só, sua coisinha irritante, eu vou...! - Mas antes que ele pudesse continuar, uma mulher bem gorda e bem vestida com uma cara também não-amigável chegou junto dos dois e se pronunciou.

- O que você tem aí de Pedra de Rolleur? - Rolleur era uma ilha conhecida por suas pedras preciosíssimas, a mais famosa, uma pedra que mudava de cor com o Sol, caríssima e raríssima, se chamava Pedra de Rolleur em homenagem ao lugar, que era o único onde podia encontrar destas no mundo.

- Ah, senhora, temos lindos brincos! - Rapidinho a feição dele mudou e ele se agachou para pegar uma sacola de pano vermelha, daonde ele tirou um par de brincos com duas pedras pomposas penduradas nele. As pedras eram arroxeadas, assim que foram retiradas do pano e tocaram a luz do Sol, ficaram vermelho-arroseadas bem forte. Os olhos da dona brilharam.

- E quanto estão estes brincos? - Ela perguntou, tirando uma trouxa bem grande de pano de uma bolsa que carregava consigo (que também parecia cara).

- 150 peças de ouro para a senhora! - Disse ele, sorrindo, um de seus dentes era de ouro também.

- Certo, certo... - A mulher tirou pequenos bloquinhos de ouro da bolsa, estes valiam geralmente 50 moedas de ouro, logo, ela tirou três blocos e depositou na mão ávida do homem.

- Obrigado, obrigado! - Ele disse, e então, acenou se despedindo da mulher. Voltou-se enfim, para a criança irritante para ele, logo ali embaixo. - Mas o que raios...!? O que ainda está fazendo aí, garotinha irritante? Vá embora! Xô! Xô! XÔ!

E então, a garotinha sorriu pra ele, deu língua e saiu andando. Ele bufou, mas finalmente sentiu-se satisfeito. Continuou mais alguns minutos gritando e gritando seu comercial entoado, até que enfim, sentou-se em um banquinho de madeira para descansar. Vendera pouco aquele dia, pouco demais para o mês, estava infeliz por isso. Mas ao menos, tinha ele... O cordão de Pedra de Leiouar. Ninguém mais tinha isso no mundo. Pedras de Leiouar só apareciam a cada 500 anos, ter uma era um sinal de prestígio inigualável. Ninguém sabia das loucuras que teve de fazer com aqueles piratas da costa para conseguir um cordão desses... Enfim, feliz, olhou para seu mostruário onde o cordão de Leiouar se prostrava e o que viu não foi exatamente o que gostaria...

No lugar da jóia estava...

Uma adaga com "Layla" entalhado.

...

Na guarda local de Bullevart, um vendedor louco gritava e gritava, sua face era esguia e carrancuda, e ele carregava uma sacola de pano nas costas (com suas mercadorias) e uma adaga (que não era sua em mãos):

- E-ela me roubou o cordão! Eu tenho certeza! - Dizia ele, irritadíssimo.

- Uma garotinha de 12 anos? - O guarda perguntava com uma cara incrédula. - A famosíssima ladina Layla é uma garotinha de 12 anos com a cara suja de bolo?

- SIM! Eu não estou mentindo! Ela veio me perturbar enquanto eu estava vendendo, tenho CERTEZA que era ela! Ela deixou isso, olhe só! - E mostrou a adaga.

- Além da verdadeira Layla ter espalhado essas por aí, em seus roubos e assassinatos incontáveis, conseguir uma dessa realmente não deve ser difícil pra mercadores como você... Também pode ser uma falsificação boa, o que também não é tão difícil, então... Isso não prova nada, senhor. - Repetiu o guarda, deixando o homem ainda mais furioso.

- Olha só, eu não comprei essa porcaria de ninguém para fazer uma falsa acusação! Eu fui roubado pela maior ladra que essa cidade já viu e eu quero justiça! - Ele berrou, e então, o guarda olhou para trás, onde seus colegas de infantaria os olhavam com um misto de dó e graça, e então, resolveu dar cabo disso de uma vez.

- Certo, certo, vamos fazer uma acusação então... Ahn, que jóia sua foi roubada, senhor? - Nessa hora o mercador ficou lívido.

- Foi... Um... Um cordão... Um cordão. - Ele disse, de maneira muito estranha, já fazendo o guarda desconfiar.

- Certo, mas um cordão de que tipo? De ouro? Prata? Possuía alguma pedra preciosa? - Perguntou o cavaleiro e então, o mercador, ainda nervoso, se viu em uma enrascada. Como diria aquilo? Não conseguiu aquele cordão (e nem poderia) por meios lícitos... E agora?

- De... De prata. E sim, havia uma... Havia uma pedra preciosa. - Disse o homem, e então, mesmo sem saber direito se poderia fazer, o fez. Disse do que se tratava. - Era um... Cordão... Leiouar.

- Era um o que? - O guarda achou que não entendeu direito.

- Lei... Ou... Ar. - Repetiu o homem. O guarda ficou alguns segundos olhando pra sua face sério e então... Começou a rir da cara dele. O mercador estava num misto de nervosismo, raiva e receio.

- Não é possível, ok? Só existem a cada 500 anos! E todo mundo sabe que o último foi levado pelos piratas dos mares do Sul! - Disse o guarda e então, com um sorriso, encarou o homem.

O mercador só conseguiu fazer "sim" com a cabeça, virar-se e ir embora. O guarda soltou um "tsc" e risonho disse pros amigos:

- Esses caras que bebem logo de manhã!

O mercador saiu de lá muito enraivescido, mas sabe que teria sido muito pior se tivesse contado como conseguira o cordão, então... Ficou entre a cruz e a espada. Além do sujeito não acreditar que conheceu a ladra Layla famosa com os próprios olhos, também não acreditava que tivera seu raríssimo Leiouar roubado por ela. Era mesmo uma piada!

- Merda! - Chutou uma pedrinha, e então, lembrou-se de uma coisa... Havia uma testemunha! Talvez esta pudesse lhe dizer algo sobre a menina. Fez "sim" com a cabeça.

- Madame Bonvary. - Disse um outro mercador para si. Estava sentado no lado externo de uma taverna, tomando uma grande caneca de cerveja.

- É o nome da gorda ricaça? - Perguntou o carrancudo para ter certeza.

- Sim, com certeza! Só anda com barras de ouro, compra tudo do bom e do melhor! Certeza que é ela... - E o homem tomou mais um gole da cerveja. - Segue a rua principal aqui e vira a direita, você vai avistar em cima da rua de subida um enorme casarão, é onde ela mora! É o segundo maior lugar depois do castelo!

- Certo, certo! - E assim ele seguiu, encontraria a mulher e descobriria se alguém mais havia visto a garotinha bonitinha e irritante com seu pedaço de bolo.

Enfim, caminhando, chegou ao casarão da Madame Bonvary, como o outro mercador lhe informou. Bateu humildemente na porta, até ser atendido por um mordomo.

- Que deseja? - Ele perguntou e o mercador já se desaquietou.

- Eu... Preciso... Falar com a Madame Bonvary. - Disse, meio impaciente, tentando olhar pelo ombro do homem.

- Quem deseja? - O mordomo perguntou, de maneira diferente dessa vez, isso já estava irritando o mercador.

- Eu sou... Um mercador... Que a vendeu uma jóia ontem... - Repetiu o sujeito, sem facilidade alguma.

- Que jóia? - O mordomo sempre bem sucinto, mas nunca realizando o que o mercador queria.

- Mas que droga, será que isso é mesmo necessário!? - Ele perguntou, finalmente, mostrando seu descontentamento.

- Claro que sim, preciso obter todas as informações possíveis sobre o senhor para poder informar o melhor o possível minha patroa, para que ela possa vir a decidir se deseja ou não falar com o senhor. - O mordomo disse, roboticamente. O sujeito virou os olhos e disse, enfim.

- Foram brincos de pedra de Rolleur! - Disse ele, e então, o mordomo deu um sorrisinho sem vontade pra ele e então, fechou a porta em sua cara. - Mas o que?

Porém, daqui a uns 5 minutos ele voltou:

- Sim, pode entrar para se dirigir a Madame. - E abriu a porta, o mercador quase soltou um "finalmente!" e saiu entrando.

A casa era enorme, por dentro e por fora, e pelo visto, era decorada com tudo o que havia mais caro. Ele foi saber depois que ela era viúva de um ex-homem da realeza, e herdou tanta riqueza, que não tinha o que fazer com o dinheiro, pois, não tinha filhos. Logo, vivia torrando a grana com regalias para si até o dia de sua morte, claro.

Adentrou uma sala, que assim como as outras, era muito bem decorada... Parecia haver ali uma espécie de piscina e a mulher... Bem, a única coisa que cobria seu corpo robusto era espuma que estava na água. O mercador tapou os olhos e virou a face quando viu a cena.

- E-er... D-desculpe atrapalhar seu banho, madame! Q-quer que eu volte outra hora ou...? - Mas ela o interrompeu.

- Que nada, querido, pode dizer. - Ela disse, com um jeito e uma voz bem mais amigáveis do que aquelas na praça central. De fato, talvez estivesse assanhadinha depois de se tornar viúva há tempos.

- E-er... "Querido"? - Ele sussurrou, mas disfarçou e prosseguiu com sua missão. - A madame poderia... Por favor, me informar... Se a senhora... Se a senhora também vira uma garotinha, ontem, quando fora comprar os brincos comigo, sim?

- Uma garotinha? - A mulher perguntou, curiosa. E pelo som, saíra da água. Aí mesmo que ele forçou o pescoço para não olhar.

- Sim, de cabelos escuros, olhos claros, vestidinho e comendo um bolo? - Ele descreveu, e então, a senhora o respondeu como se estivesse logo na frente dele.

- O senhor está envergonhado com alguma coisa, senhor? - Disse ela, e ele engoliu seco.

- N-não, senhora! Que isso! - E então, a mulher segurou sua face e virou-a pra ela, ele arregalou os olhos, ela realmente estava nua. Ele encarou seus olhos como um mantra.

- Certo, vamos ver... - Ela começou a andar, ele deixou de encará-la novamente, virando a face. - Ela parecia ter uns 10 a 12 anos de idade?

- S-sim! - Ele disse, animando-se tanto que virou a face, mas logo que notou a senhora nua, desvirou-se de novo.

- Hmmm... Não, não vi não.

Ele quase teve um treco quando ouviu aquilo. Agradeceu e rapidamente saiu dali. Quando saía, ouvira a mulher a gritar por si dizendo:

- Mas já vai embora, querido? Volte aqui! O que tem essa menina? Não está com calor, não quer experimentar a água? Essa piscina é tão grande, volte!

Mas ele meteu o pé.

Como seria possível? Ninguém vira a menininha? Com raiva da situação toda, fora para a taverna afogar sua mágoa de ter perdido assim o cordão Leiouar tão bobamente para uma garotinha tão jovem. Seria possível mesmo que ela fosse a ladra Layla, a famosa? Sacudiu a cabeça, claro que era ela! Quem mais seria? A madame é que não precisava roubar nada!

Chegando na taverna, começara a beber e reparara. A maioria dos que ali estavam eram os bêbados habituais da cidade, alguns guardas de folga, mas a grande maioria era a trupe de mercadores que trabalhavam na praça central como ele. E isso lhe deu uma ideia... Iria perguntando de lá pra cá se alguém havia visto a tal garotinha. E foi assim, um, dois, três, sete... Estava quase acabando suas possibilidades, e mesmo assim, nenhum deles parecia ter visto a criança invisível, até que... Um deles, um vendedor de doces (é claro!) lhe respondeu:

- Ah! Uma de cabelos negros e olhos amarelos! Sim, sim! Eu a vi, ela comprou um pedaço de bolo comigo! Digo, eu lhe vendi apenas metade, pois, ela estava apenas com míseras 8 moedas de cobre... Mas fiquei com peninha dela, tão magrinha a pobrezinha! Que tem ela? - Ele perguntou, mas o mercador já ficou inseguro.

Se falasse pra ele que a menina era a ladra Layla e que lhe roubou o cordão Leiouar, seria como o que aconteceu com o guarda da cidade. Sacudiu a cabeça, achou melhor não.

- Eu... Eu acho que ela é a filha perdida de um amigo meu! - Disse o homem, tentando enrolar o outro.

- Sério? Hmmm... Estava mesmo bonita e bem cuidada. Seu vestido parecia bem humilde, mas estava limpo e tudo o mais. - Disse o doceiro, mas o outro continuou.

- E então, você a viu depois de vender o bolo? E você viu daonde ela saiu ou pra onde ela foi? Er... Meu amigo deve estar muito, muito preocupado! - Disse, para tentar agarrar o homem pelos sentimentos, apesar de ser péssimo em persuadir ou emocionar alguém.

- É... Na verdade, não. Foi estranho... Depois de comprar o bolo, ela me sorriu e então, sumiu como se nunca tivesse surgido. - O doceiro coçou a cabeça.

O mercador bufou de frustração. Traído e vencido foi até o bar, pediu uma caneca ainda maior de chopp e bebeu tudo em um gole só, queria ficar ébrio. Nada parecia dar certo desde que essa garotinha infeliz surgiu na sua vida. Mas agora, já decidira, de alguma forma, tinha que caçá-la e fazê-la pagar pelo seu roubo. Afinal, era só uma droga de garotinha, não era mesmo?

Tarde da noite, morava longe, por conta disso e também de sua embriaguez, resolveu aproveitar a pousada logo andares acima da taverna, e dormiria ali mesmo por míseras duas moedas de prata. Estava bom demais. Suspirou e então, logo depois de pagar Bob, o dono da taverna (um monstro enorme e forte, muito peludo e de mau humor, parecia meio Orc, sei lá...), subiu as escadas para o quarto dois. Quando deu o primeiro passo pra dentro do quarto... A lamparina que lá se encontrava se apagou "sozinha", o mercador tomou um susto e então, tomou uma pancada na cabeça... E apagou completamente assim como a luz do quarto.

Quando abriu os olhos, estava amordaçado e totalmente amarrado na cama, mas não por cordas, por um fio que parecia náilon, só que bem mais resistente. Se se mexesse, não só não se soltaria, como também poderia cortar e dilacerar sua pele toda, portanto, ficou quieto, mesmo nervoso. Viu a figura surgir das sombras (o quarto ainda estava escurecido, mas bem menos), como que por mágica, e então, subir na cama como uma aranha, enfim, ficando por cima dele. Seus olhos eram extremamente amarelos daquela forma (mesmo que não houvesse luz para bater neles) e seus cabelos não eram mais enegrecidos, eram brancos como a Lua, mas ele sabia, dava pra notar, era ela... Mesmo que usando roupas grudadas em seu corpo negras e uma leve máscara de pano sobre nariz e boca, era ela, a garotinha, mas com uma expressão bem menos inocente e amigável.

- Olá, Ernie. - Disse a voz sedutorazíssima para apenas uma garotinha. Assim, ela parecia ter pelo menos uns 18 anos para ele. - Eu soube que estava procurando por isso aqui... - Ela enfiou a mão na roupa, mais ou menos na altura dos seios, e então, retirou o cordão com a pedra brilhante verde. Os olhos do homem saltaram das órbitas de inveja. - E ao mesmo tempo, estava tentando me "alertar" por aí.

Ele se desesperou, já estava suando, então, sacudiu a cabeça negativamente, tentando disfarçar.

- Não seja burro, Ernie. Eu sei de tudo sobre tudo. Eu sei que foi até mesmo a guarda local, mas eles nunca acreditariam em você, até porque... Você roubou isso aqui logo depois de matar um pirata, não é mesmo? - Os olhos dele de novo ficaram super arregalados, ela sabia, ela sabia de tudo mesmo. - Ernie, você já deve ter ouvido falar que ninguém sabe da minha aparência, não é mesmo? E sabe por que, Ernie?

Ele fez "não" de novo. E então, ela retirou uma adaga do bolso, esta não estava talhada como a que tinha, na verdade, esta não parecia uma adaga barata qualquer como a outra. Parecia simplesmente a adaga mais bonita que já tinha visto. Seu punho era de prata com fios de ouro, cravejada com pedras vermelhas as quais nem mesmo ele sabia a procedência, sua lâmina afiadíssima tinha inscrições talhadas na faca, transpassando a mesma. Era linda, linda e mortal, exatamente como a figura à sua frente agora.

- Olha, eu poderia cortar do seu pomo-de-adão até sua púbis, o que acha? - E ele se desesperou (nesse momento, ele se movimentou um pouco, mas a dor ferrada que ele sentiu ao fazer isso, por conta dos fios de náilon cortando um bocado sua pele, o fez parar de novo), daí ele só pôde fazer "não" com a cabeça mais uma vez. - Tem razão, seria sujeira demais e eu estou aqui pra fazer um trabalho limpo e bem feito!

Então, ela pegou a adaga e com a mesma deu apenas uma picada bem leve na veia do pescoço saltada de Ernie, o mercador, e sorriu (ou ao menos, era o que parecia que ela estava fazendo por baixo da máscara de pano).

- Isso que eu fiz foi... Colocar um veneno mortal em você. O que significa, Ernie, que você vai morrer daqui a alguns minutos. Alguma pergunta? - E Ernie ficou desesperadíssimo, mas nem sabia mais o que fazer, a menina em cima de si mal pesava direito. - Certo, sei que não perguntou mais, vou te dizer quem me contratou... Sabe a Madame Bonvary? Pois é...

Ernie fez uma expressão que dava pra entender claramente. Ela dizia "Mas por quê?".

Então, a jovem assassina, saindo de cima do homem disse:

- Simples... Ela não queria apenas a jóia, Ernie. Ela queria sua vida. - A garotinha ia saindo do quarto, mas antes de sair, lançou uma outra adaga que tirou de sua roupa, esta sim, barateada e nela, as inscrições "Layla" e a tacou na parede, prendendo-a bem na madeira barata do estabelecimento. - Ela era a mulher do pirata que você matou, seu idiota.

E então, ela foi embora, deixando Ernie lá para seu último suspiro.

FIM?

Mais tarde, os guardas locais foram chamados naquela pousada sobre a taverna mais famosa da cidade de Bullevart para investigar um possível assassinato. O homem Bob, dono do bar, que mais parecia um ogro ou algo do tipo, os comunicava:

- Faca na parede. Homem morto. Preso cama. - E os guardas confusos, tentavam entender, mas acharam melhor verem por si próprios.

Sir Cavalier que foi o primeiro a adentrar no quarto e qual não foi a surpresa? Além de ver a já famosa e conhecida adaga presa na parede com as inscrições da ladina-assassina, ainda havia na cama nada mais nada menos que... O mercador, totalmente sem vida, que falara consigo no dia anterior.

- Mas que mer...!

FIM.


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Notas finais do capítulo

É isso, logo, logo, devo estar postando mais uma dessa série, just for fun. Leiam e comentem! :P



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