Naturally 2.0 escrita por LBorgez


Capítulo 8
Oito - Coisas Estranhas




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oito

Alguns dias se passaram, Clarisse e Silena se tornaram minhas grandes amigas, assim como Connor. Com Nico, era uma espécie de amizade diferente, com um quê á mais, tínhamos criado certo tipo de ligação, eu sempre sabia quando ele estava em perigo ou quando estava por perto. Eu também passava horas com o Tom no telefone todos os dias, ele sempre me deixava a par das novidades e dava um pouquinho de normalidade aos meus dias.

Em compensação, eu não trocara uma palavra com Percy.

Eu estava lendo um livro – peguei emprestado com Quiron - na casa da árvore que eu havia construído durante o tempo que se passou. Quando não estava em treinamento estava lá, ou sozinha ou com meus amigos e depois ia pro Chalé de Hermes.

Estava sentada em uma espécie de sofá que havia na cabana lendo um livro, quando senti um arrepio. Nico estava chegando. Havíamos criado um certo tipo de ligação, era como se cada grão de terra, cada gota de agua e cada folha de arvore me contasse sobre ele. Eu sabia quando ele estava se aproximando, sabia quando ele se metia em encrenca ou quando estava em perigo. Ele era um ótimo amigo, por mais que ás vezes eu pensasse nele como algo a mais.

Alguém bateu na porta da casa e eu mandei entrar. Nico colocou a cabeça pra dentro e eu sorri para ele, que em vez de retribuir me fez cara de bravo.

– O que foi, baby? – Perguntei

– Já te disse que essa floresta é perigosa, você ainda deixa a porta da cabana destrancada e manda qualquer um entrar!

– Nico, se a floresta é tão perigosa como diz, o que tiver que entrar aqui vai entrar com ou sem porta, e, além do mais, eu sabia que era você.

– Claro, até porque agora você é vidente né?

– Não, seu grosso! Eu sei quando algo acontece relacionado a você, só não sei como, mas sei!

– Desculpa a grosseria, La, só acho muito estranhas essas suas sensações.

– Tudo bem, Ni. – Me joguei no sofá e dei umas batidinhas ao meu lado, indicando para ele sentar-se ao meu lado. –Eai, falou com seu pai? – Perguntei enquanto ele sentava-se ao meu lado.

– Falei.

– Me conta,Ni! Ele falou algo da sua mãe? –Ele me olhou e suspirou.

– Não, ele está me chantageando. Mandou-me levar Percy lá, ai ele me conta algo sobre ela.

– E você sabe que Percy nunca vai concordar com isso, né? – Ele assentiu e passou os braços por cima do meu ombro, me puxando pra mais perto e acariciando meus cabelos, fechei os olhos e senti a respiração de Nico, bem próxima a mim.

– Hey La! – Clarisse entrou na cabana do nada, com seu jeito todo delicado de ser e eu e Nico nos afastamos um do outro rapidamente. – Ah, oi, Nico, não sabia que você estava aqui! – Ele tirou o braço de meus ombros e murmurou um ‘Oi, Clarisse’.

– Oi, Cla. O que aconteceu? – Ela olhou hesitante pra Nico.

– Hm... deixa pra lá, eu volto mais tarde.

– Okaaay – falou Nico lentamente se levantando. – essa é minha deixa pra ir embora. – Respondeu entendendo que Clarisse não queria falar o que quer que fosse em sua frente.

– Vamos, eu vou até lá embaixo contigo – Eu o acompanhei até o lado de fora da cabana.

– Tchau, Ni.

– Tchau, baby. – Respondeu chegando mais perto e dando um beijinho no canto de minha boca.

– Você vem mais tarde? – Perguntei e ele negou com a cabeça. – E Amanhã?– Ele negou novamente – Ok. – Me virei começando a subir as escadas.

– La! – ele me chamou e eu desci os dois degraus que tinha subido. Nico se aproximou de mim, estava perto demais, mordi o lábio inferior e olhei em seus olhos negros, seu olhar revezava entre meus lábios e meus olhos. Deixei-me olhar seu lábios perfeitos, quando senti sua mão acariciando minha bochecha, olhei novamente em seus olhos e o vi suspirar. Fechei os olhos sentindo a reação do meu corpo, e por fim, senti seus lábios se encaixarem aos meus.

Ele ficou parado, naquele selinho, como se para ver minha reação, coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e o senti sorrir contra meus lábios, e finalmente, pediu passagem com a língua. Nos beijamos calmamente, nossas línguas brincavam dentro de nossas bocas, e então, Nico cortou o beijo com um leve selinho. Eu sorri, abaixando a cabeça e ele segurou meu queixo me fazendo olhar em seus olhos.

– Você é linda, sabia? – Eu corei e ele sorriu mais ainda. – Ainda mais quando está com vergonha.

– Para, Nico! – Choraminguei, ele riu e me deu mais um selinho.

– Tudo bem, minha linda, tchau. – respondeu sorrindo.

– Tchau, Ni, vou sentir sua falta. – Ele sorriu.

– Eu também, e muita. – Respondeu dando uma piscadela e sumiu em meio ás sombras. Entrei em casa, me preparando mentalmente para o que Clarisse estava para me contar.

– Eai, La, demorou lá fora, né? – Clarisse me zoou.

– Demorei? - Me fiz de desentendida.

– Para de ser tonta e pode me contar tudo! – Respondeu com os braços cruzados.

– Você primeiro, baby. – Respondi, sentando-me ao seu lado.

– O chalé de Ares não vai lutar. – Falou simplesmente e eu fiquei completamente sem reação alguma. Respira, Laysla, respira pra não matar sua amiga, vamos lá conta até dez, faz yoga, faz qualquer coisa, conta até dez. Isso. 1... 2... 3...

– Como? – Perguntei indignada, esperando ter ouvido errado. 4...5...6...

– Isso mesmo que você ouviu. – 7... O que vem depois do sete mesmo?

– Quer saber? Não vou falar mais nada – Aah, é o 8... – Só não entendo porque você tem que ser tão teimosa.– 9...– Eu e a Silena já tentamos milhares de vezes te convencer de alguma coisa e você sabe muito bem que a gente já desistiu. – 10. – Isso não adianta de nada! – Disse me referindo tanto a Clarisse quando a contar até dez, pois eu continuava nervosa.

– Ainda bem que vocês já sabem disso – Respondeu simplesmente. – Agora me conte, por que demorou lá fora?

– Hm... –Olhei para baixo, sem graça, engolindo em seco. Clarisse iria me zoar até o purgatório. – EueNiconosbeijamos. – Disse rápido e baixo de mais.

– O que? – Ela falou – Como assim o Nico não tem ânus? – Ela me olhou como se eu estivesse louca. – Mas La, todo mundo tem ânus! – Eu gargalhei.

– Acorda, Clarisse, todo mundo tem ânus!

– É isso que eu estou tentando te dizer! – A garota me olhou esquisito.

– Para de ser tonta, de onde você tirou essa ideia? – Ela fez cara de brava.

– Foi você quem disse, Groger! – Gargalhei ainda mais.

– Sua idiota, eu disse que o Nico me beijou! – Ela me olhou sorrindo.

– Sério? – Assenti – Tava na cara que ele é afim de você. – Ela deu de ombros.

Pouco tempo depois Silena chegou e depois saímos da casa da para a assembleia que iria ter junto á fogueira para queimar a mortalha de Charlie e nos despedirmos dele, não cheguei a conhece-lo, mas era um forma de respeito, Chris, namorado de Clarisse, conseguiu com que ela desse uma trégua ao chalé de Apolo em respeito á Charlie e, o ponto que a convenceu, a Silena.

A mortalha de Beckendorf era feita de elos de metal, como uma malha de aço, ainda não entendo como aquilo queimou, mas o metal derreteu no fogo e transformou-se aos poucos em fumaça dourada, que se elevou ao céu. Chris me explicou que as chamas da fogueira sempre refletiam o estado de espírito dos campistas, hoje elas queimavam negras. Silena chorou durante toda a queima, nós três ficamos tentando consolá-la quando Percy apareceu.

– Ei, Silena, eu sinto muito mesmo.

Si fungou e eu a abracei fulminando Percy com o olhar.

Percy pigarreou.

– Silena, você sabe que Beckendorf levava sua foto com ele. Ele olhou pra ela antes de começarmos a batalha. Você significava muito para ele. Fez com que o último ano fosse o melhor da vida dele.

Silena soluçou e eu bufei.

– Pode parar com isso?! – Murmurei.

– Bom trabalho, Percy – Clarisse murmurou ao mesmo tempo.

– Não, meninas, está tudo bem – disse Silena – Obrigada... obrigada, Percy. Eu preciso ir.

– Si... – Comecei

– Quer companhia? – Perguntou Cla

Silena sacudiu a cabeça e saiu correndo.

– Ela é mais forte do que parece. – Murmurou Clarisse.

– Seria mais fácil se não aparece algum idiota do nada para fazer esse tipo de comentário. – Falei e saí bufando atrás de Silena.

A encontrei sentada perto do lago chorando, sentei-me ao seu lado e a abracei.

– Eu sinto tanto a falta de Charlie. – Confidenciou Silena chorosa.

– É normal, Si, mas vai passar, você vai ver. – Ela sorriu pra mim.

– Sabe aquela estrela? A que brilha mais? – Perguntou olhando pro céu.

– A estrela Dalva. – Sorri levemente.

– Charlie dizia que enquanto essa estrela brilhasse, ele me amaria. – Ela sorriu torto deixando mais algumas lagrimas caírem – Agora eu entendo. O brilho dela nunca vai se apagar, assim como o que eu sinto por ele.

– Sabe? Ele realmente foi sincero. – Silena me olhou. – O Amor dele durou. – Ela franziu a testa e eu continuei – Falei com Nico e ele disse que ele está no Elíseo, que não vai renascer, pois está esperando alguém. – Ela sorriu.

Nos deitamos no chão, olhando as estrelas do céu, fechei meus olhos, estava morrendo de saudades dos meus pais e de Tom. Tom... Sentia tantas saudades do meu cupcake. Sentia uma intensa necessidade dele, da sua voz, dos seus chingamentos, das nossas brincadeiras e passeios, sentia falta de ligar pra ele quando não conseguia dormir e ele cantar ao telefone uma canção de ninar pra mim. Meu peito apertou-se e lagrimas vieram aos meus olhos.

Peguei meu celular no bolso e disquei o numero tão conhecido.

Heey, pancake! – Aquela voz tão necessitada atendeu depois de alguns toques.

– Oi, cupcake. – Falei já com um sorriso no rosto e Silena me olhou, com um pequeno sorriso.

Como você tá?

– Morrendo de saudades. – Fiz bico e funguei como se ele pudesse me ver.

Conheço esse fungado, pode desfazer o bico, Groger. – Ele respondeu dando uma risada.

– Nossa, eu aqui no maior love, falando que tô morrendo de saudades de você e você nem me dá atenção, Colt. – Fiz voz de choro.

Ooownt, pancaake, também estou morrendo de saudades de você, se dependesse de mim você já estava em um avião de volta pra London nesse exato momento.

– Se dependesse de mim eu não teria sequer pego o avião pra sair de Londres, Tom.

Se eu soubesse que ia sentir tanto a sua falta assim eu tinha sequestrado você naquele dia em que seu pai deu a noticia.

Eu seria sequestrada de bom grado. – Gargalhamos juntos.

Fechei os olhos e senti um arrepio em minhas costas, de alguma maneira veio em minha cabeça que Nico estava em perigo e eu sabia que estava certa.

– Cupcake, tenho que ir. Depois a gente se fala mais.

Já? – Respondeu com voz chorosa.

– Sinto muito, mesmo, mas tenho que ir.

Tudo bem, amo você.

Te Amo, muito. – Desliguei o telefone e Silena me olhou.

– Desculpa, Si, tenho que ir. A gente se fala amanhã. –Levantei-me e caminhei calmamente até sair da vista dela e então comecei a correr. Encostei na primeira arvore que vi e pensei: Me leve até Nico.

Senti um puxão em meu umbigo e logo estava em outro lugar, em meio a uma floresta, escutei a voz de Nico e fui correndo naquela direção, mas como diria Murphy: tudo pode ficar pior, tropecei em uma madeira e caí no chão em cima de um galho pontudo. Vi o sangue escorrer por minha perna, mas com o corpo quente nem senti a dor. Continuei correndo até chegar a uma clareira onde, finalmente encontrei Nico. Parei e respirei fundo, descansei por uns segundos e senti uma intensa dor na perna, mordi o lábio, sem conseguir conter um gemido. E todos na clareira olharam pra mim.

Havia ali um velho sátiro, Juniper e Percy, mas somente um rosto me acalmou. Respirei fundo e o olhei.

– Você está bem? – Perguntei o olhando.

– Estou.

– Tô legal – Nico e Percy responderam em uníssono. E quando percebi que ele estava bem, que havia sido tudo um engano, corri e me joguei em seus braços, o abraçando fortemente.

– Shii, pequena, não chora, o que aconteceu? – Perguntou me abraçando. Até então não tinha reparado que estava chorando.

– Ah, eu fiquei com medo, Nico. – Respondi após um suspiro.

– Se acalma, pequena, e me explica. – Suspirei.

– Aqui não. – Sussurrei, olhando para os outros.

– Ok, vamos dar uma volta. – Ele me puxou em direção á floresta e se virou pros outros murmurando um ‘já volto’

Fomos á clareira ao lado e eu lhe expliquei tudo o que aconteceu.

– Relaxa, La, já disse pra você não confiar tanto nessas sensações, ainda mais porque não sabemos de onde elas vêm.

– Eu sei, desculpa, mas é que estou tão sensível – Ele segurou minha mão.

– Tá tudo bem? – Assenti.

– É só que estou sentindo falta dos meus pais e de Tom... – Nico sorriu.

– Relaxa, pequena, em breve você vai estar com eles de novo. – Ele me abraçou e me deu um selinho.

– Obrigada, Nico, mesmo. – Ele sorriu.

– Acho que mereço uma recompensa por te fazer sorrir. – Eu gargalhei.

– Sério? Que tipo de recompensa? – Perguntei, fingindo inocência.

– Não sei... Um beijo, talvez. – Fingi pensar e lhe dei um selinho, ele revirou os olhos me puxou pela cintura e deu-me um beijo decente.

– La... – Sussurrou tirando sua boca da minha e a direcionando á minha orelha.

– Han? – Perguntei meio hipnotizada.

– Eu e Percy vamos colocar o nosso plano em pratica.

– Vocês o que? – Perguntei rouca enquanto ele descia os beijos pro meu pescoço.

– Vamos ao submundo, colocar nosso plano em pratica. – Mordeu meu pescoço levemente e, finalmente, eu entendi o que ele quis dizer.


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Notas finais do capítulo

Hope you like... =p

Comentem, juro que os dedinhos não vão cair... Feliz Natal e um Próspero Ano Novo...

#quevenha2014



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