Naturally 2.0 escrita por LBorgez


Capítulo 3
Três - Live in London




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/441599/chapter/3

três

Cinco anos haviam se passado desde que eu me mudei para Londres. Eu já estava acostumada com tudo aquilo, a vida agitada, badalada. Agora eu tinha uma nova pessoa pra compartilhar os dias. Tom Colt, meu novo melhor amigo. Ah e como adorava ser sua amiga. Lembro-me de como nos conhecemos, no meu primeiro dia de aula, estava triste e deslocada, e ele o famosinho da escola veio me receber, conversou comigo, me animou. Agora estava tudo perfeito. Nada de sofrimento e nem de promessas quebradas. Algumas coisas estranhas andavam acontecendo, como ter monstros me perseguindo, mas por mais estranho que pareça a Natureza sempre me ajudava e acabava com aqueles monstros, era só eu querer.

–Vam’bora, pequena? – Disse Tom me empurrando levemente com o quadril.

– Vai almoçar lá em casa hoje, dude? – Perguntei.

– Mate, você sabe que eu não perco a oportunidade de comer a comida da tia Lucy. – Ele disse sorrindo, eu ri.

– Esfomeado.

– Gorda.

– Panaca.

– Vaca.

– Corno.

– Ei! Eu nem tenho namorada! – Protestou

– Não interessa. – Ele riu.

– Besta.

– Eu sei. – Saímos do colégio rindo, em direção a minha casa.

– Mãe, chegamos! – Gritei.

– Estamos na cozinha, meu bem. – Eu e Tom andamos até a cozinha e após ele cumprimentar meus pais, sentamo-nos á mesa.

– Fiz macarronada, Laysla. – Disse minha mãe.

– Mesmo? – Ela assentiu – Adooooooro – Tenho certeza de que meus olhos estavam brilhando.

– E você, Tom? Gosta de macarronada? – Perguntou mamãe se dirigindo a ele.

– Tia, fala sério, tudo que a senhora cozinha eu gosto. – Ele respondeu e minha mãe deu um leve sorriso.

– Puxa-saco. – Murmurei

– Também te amo, Groger. – Mandei um beijinho no ar pra ele. Tom foi ao banheiro antes de começarmos a almoçar e trocou o uniforme – camisa branca e calça social preta e um blazer com o brasão da escola– por uma camiseta verde-azulada com gola V, uma calça jeans, uma jaqueta de couro preta um tênis e um cachecol preto,Christo, meu melhor amigo era muuuito gato.

Tom sentou e começamos a comer em silencio, quando mamãe decidiu corta-lo:

– Querida, seu pai tem algo pra te contar.

– Jura? É coisa boa? – Perguntei

– Em minha opinião é mais ou menos.

– Então, diga-me. – Eu pedi suspirando.

– Vamos voltar pra Manhattan. – Papai disse de vez.

– COMO?! – Gritei me levantando da cadeira.

– Aceitei uma promoção, mas para isso precisamos voltar pra Manhattan, o bom disso tudo é que não conseguimos vender nossa antiga casa, então... – O interrompi.

– Para, pai! Não tem nada de bom nisso! O que vamos fazer em Manhattan? Já temos uma vida inteira construída aqui em London, o que vamos fazer em New York, pai?

– Laysla, chega. Eu recebi a proposta da minha vida e aceitei e você deveria ficar feliz por mim. Por nós. Já se passaram cinco anos, foi tempo suficiente para você superar o que quer que tenha acontecido lá. Vamos semana que vem, assim que suas aulas terminarem. – Eu o olhei.

– Mas agora o problema, pai, não é o que aconteceu em Manhattan e o que aconteceu aqui!

– E o que aconteceu aqui? – Exclamou meu pai.

– Droga, pai, eu me apeguei! Me apeguei a meus amigos, a minha casa, ao modo de vida, e não quero que isso acabe, eu quero continuar morando em Londres, dá pra entender? Eu não quero voltar para os Estados Unidos!

– Sinto muito, querida, já aceitei a proposta e você vai comigo. E sem discussão. Assunto encerrado. –Falou meu pai rígido.

– AAAARG, Faz isso mesmo, acaba com minha vida, acaba com minhas amizades, você quer ver sua filha infeliz é isso que você vai ver lá em Manhattan e... – Tom se levantou, me olhou e disse calmamente:

– Calma, La, vem vamos subir você tá de cabeça quente, depois você conversa com seu pai direitinho. – Eu o olhei.

– Não, Tom, eu quero... – Comecei a falar, mas Tom abaixou-se e me pegou pelas pernas me colocando em seu ombro. – PARA THOMAS COLT, ME COLOCA NO CHÃO, AGORA! – Ele ignorou todos os meus gritos e só parou quando entrou no meu quarto. Ele me colocou em minha cama e sentou-se do meu lado. – TOM! –ralhei com ele.

– Calma, Lazinha. – Ele falou. Eu deitei em seu colo. – De nada vai adiantar você espernear, gritar, chorar. Você brigando com seu pai, só vai piorar a situação.

– Eu não quero ir, Tom. – Choraminguei e senti algumas lagrimas quentes escorrer pelo meu rosto.

– E eu não quero que você vá, minha pequena. Mas não tem como evitar. – Ele fez cafuné em minha cabeça. – Eu juro...

– Não promete nada. – Pedi, o interrompendo.

– OK. Mas saiba que vou te ligar sempre, sempre, sempre. Vou te ligar sempre que bater saudade, vou te ligar sempre que pensar em você. – Eu sorri.

– Então você não vai sair do telefone. – Fiz pose de metida, tentando me animar – Você não me tira da cabeça, Colt.

– Você está torcendo pra que eu te ligue de cinco em cinco minutos, Groger. – Eu ri

– Panaca.

– Besta.

– Cachorro.

– Linda. – Sorri.

– Vou sentir sua falta. – Fiz bico.

– Também vou sentir a sua, La.

– Mas que droga tudo acontece para acabar com minha felicidade.

– Ah, chega. Limpa essas lágrimas do rosto e vamos dar uma volta. – Limpei as lágrimas e me levantei.

– Ok. – Ele me olhou de cima a baixo com a sobrancelha arqueada para meu uniforme– camisa branca, saia de pregas preta e um blazer também preto com o brasão da escola -.

– Mas vai trocar de roupa, não posso ser visto com você, vestida assim. – Ele fez pose de metido, mas sabíamos que era verdade. Tom era filho do melhor produtor musical Londrino e estava seguindo a carreira musical, era o novo queridinho das adolescentes e sempre aparecia nos tabloides, a primeira vez que fui clicada com ele foi um fuzuê, perguntavam se eu era sua namorada, mas sempre afirmávamos que éramos apenas a amigos, como tinha que ser. Seu pai, Daniel Colt me adorava e os dois não podiam ser mais parecidos.

– Ninguém mais quer tirar fotos nossas, Colt, é o que eles mais tem. – Nós rimos.

– Melhor prevenir do que remediar. – Eu suspirei e concordei.

– Vou tomar banho então. – Resmunguei.

– Não demora. – Eu assenti. Entrei no banho e saí cinco minutos depois, enrolada em meu roupão. Tom estava sentado em minha cama com uma roupa separada ao seu lado.

– É sério que você separou minha roupa? – Perguntei descrente. Ele assentiu.

– Claro, eu tenho bom gosto. – dei risada e peguei a roupa que estava em cima da cadeira. Entrei no banheiro para me trocar. Tom tinha separado pra mim uma camisa salmão, um short jeans, um blazer preto e uma sapatilha também preta. Prendi meu cabelo em um coque ­frouxo.

Saí do banheiro e tom olhou-me de cima a baixo.

– Ah, eu sabia. – Olhei-o com a sobrancelha arqueada. – Que foi? Sou foda, Groger. – Eu ri.

– Metido.

– Também te amo. – Sentei-me em seu colo e o abracei.

– Vou sentir sua falta, pequeno. – Ele suspirou.

– Não quero piorar as coisas, mas não sei o que vou fazer sem você, Groger. – Murmurou passando o dedo por cima de uma das minhas tatuagens.

– DROGA! EU NÃO QUERO IR! – Gritei me levantando de seu colo. Fui para o banheiro passei o lápis de olho e voltei pro quarto. – Vamos logo antes que eu desista.

Tom se levantou e nós saímos de casa. Passamos a tarde pelas ruas de Londres, Thomas fez questão de encher-me de presentes, alegando que era para lembrar-me dele.

Paramos em frente a uma Starbucks, e compramos dois Frapuccinos e continuamos as nossas compras, já tínhamos sido parados umas duas vezes para Tom dar alguns autógrafos, tirei fotos para algumas fãs e continuamos a andar, até que vimos em uma loja uma camiseta com a cara de Tom estampada, eu gargalhei quando ele entrou na loja e saiu com a sacola na mão. Ele me abraçou e eu lhe dei um beijo na bochecha. Já não tínhamos mais como carregar tantas sacolas, revelamos milhares de fotos nossas, estampamos em canecas, etc. Tom fazia questão de me presentear com tudo que estivesse ao seu alcance.

Nunca foi tão difícil me despedir de alguém, como foi difícil de me despedir de Tom na semana seguinte.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Naturally 2.0" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.