Alice acordou com uma luz muito forte invadindo seus olhos, ela os fechou imediatamente.

- Eu vou diminuir a luz – Alguém, que ela não conseguiu reconhecer, falou saindo do seu lado e andando para longe.

Ela estava muito confusa e com uma dor de cabeça enorme.

- Onde eu estou? – Sua voz saiu rouca e muito baixa.

- No hospital minha filha – Esme falou sentando ao seu lado e segurando sua mão.

- O que aconteceu? – Ela abriu os olhos devagar com medo da claridade, mas encontrou o quarto mais escuro que da primeira vez.

- Você sofreu um acidente – Esme respondeu secando uma lágrima que teimava cair.

Alice ficou muito confusa ela não se lembrava de nenhum acidente. Ergueu a mão livre e passou no rosto, mas parou assim que sentiu um hematoma na testa. Ela tentou levantar, mas Esme a segurou.

- Você tem que ficar deitada.

Ela ainda estava tentando entender como aquilo tinha acontecido.

- Um motorista bêbado invadiu a calçada em que você estava – Sua mãe falou como se lesse a confusão em seu rosto – Você passou dois dias desacordada.

- Tudo isso? – Ela perguntou tentando se lembrar do acidente.

- Vai ficar tudo bem – Esme a garantiu.

- Então você finalmente acordou – Um médico falou entrando no quarto – A enfermeira viu o seu sinal, mas como eu estava vindo pra cá ela não veio – Terminou olhando para Esme.

- O que aconteceu comigo? – Alice perguntou olhando o médico.

- Você sofreu um acidente, Alice – Ele falou mais sério – Teve que passar por uma cirurgia.

- Cirurgia? – Ela perguntou confusa olhando para a mãe e para o médico.

- Sim – Ele respondeu – Nós tivemos que praticamente reconstruir seu joelho esquerdo.

- Meu joelho – Alice ficou desesperada quando ouviu o que o médico estava dizendo – Isso não pode ser verdade – Ela estava aos prantos.

- Fique calma filha – Esme tentou acalmar a filha.

- Como eu vou me apresentar – Ela chorava como se sua vida dependesse disso – Meu deus como eu vou sequer dançar?

- Eu vou pedir um calmante para a enfermeira – O médico falou saindo apressado do quarto.

Quando a enfermeira trouxe o calmante Alice estava ainda mais nervosa, tanto que no ataque de nervos arrancou o soro do braço deixando-o machucado e sangrando.

- Ela vai dormir agora – A enfermeira falou.

- Eu não quero dormir – Alice falou ainda em prantos.

- Vai ficar tudo bem, meu anjo – Esme falou passando a mão na testa da filha.

- Eu não vou nunca mais dançar – Ela ainda chorava, mas estava mais calma.

- Descansa e quando você acordar a gente vê como isso vai ficar – Esme estava sofrendo por sua filha.

Quando finalmente dormiu e a enfermeira pode cuidar do seu braço machucado.

Esme saiu do quarto para falar com Carlisle, seu marido e pai de Alice.

- Oi querido – Ela falou quando ele atendeu o telefone.

- Como ela está? Ela acordou? – Ele perguntou preocupado.

- Acordou sim – Esme começou a chorar – Mas assim que o médico falou da cirurgia no joelho, ela ficou catatônica tiveram que até sedá-la – falou chorando ainda mais.

- Eu já estou no aeroporto chego ai antes do dia acabar – Carlisle soava ainda mais preocupado – Nós vamos trazê-la pra casa, não tem sentido ela ficar longe da família durante esse processo de recuperação.

- Vai ser tão difícil – Esme falou mais pra si do que para o marido – Eu preciso de você aqui – As lágrimas rolavam pelos seu rosto livremente.

- Me desculpa por não poder ter ido antes – Ele falou sofrendo junto com a esposa – Eu chegou ai logo.

- Eu vou ficar te esperando – Esme falou ainda chorando – Eu te amo.

- Eu também. Tenho que desligar o celular vamos decolar – Ele falou se despedindo dela.

- Um beijo – Ela falou e desligou depois dele.

Quando o efeito do calmante passou já era noite, Alice acordou mais atordoada que da primeira vez.

- Minha filha – Carlisle falou passando a mão no seu rosto.

- Papai – Ela falou chorosa quando se lembrou que estava em um hospital.

- Vai ficar tudo bem, meu anjo – Ele falou sofrendo pela filha.

- Como eu vou dançar papai? – Ela chorava ainda mais – Dançar é minha vida.

- Filha você vai poder dançar novamente, mas vai precisar de algum tempo pra se recuperar totalmente – Ele estava tentando reconfortá-la.

- Eu acabei de ser escolhida primeira bailarina.

- Você precisa ficar calma – Carlisle não sabia o que dizer, sua filha estava desconsolada.

- Boa noite – O médico de Alice falou entrando no quarto – Você precisa ficar calma que eu vou te explicar tudo o que aconteceu e o que foi feito.

Alice assentiu, mas continuou chorando.

O médico explicou para ela o que aconteceu com sua perna e joelho, falou qual foi o papel da cirurgia para fazê-la andar novamente.

- Quanto tempo vai levar a recuperação? – Ela perguntou entre soluços.

- Para o seu joelho estar totalmente curado, no mínimo dois anos – O médico respondeu deixando Alice ainda mais desolada – Eu vou deixá-los a sos – Ele falou e saiu do quarto.

- Acabou – Ela falou pra si.

- Não fale assim – Esme falou com os olhos cheios de lágrimas – Ele disse que você vai poder dançar novamente.

- Você não entende – Ela falou chorando – Eu nunca mais vou ser a mesma meu joelho nunca mais vai ser o mesmo.

Esme não sabia o que falar e olhou para o marido em busca de apoio.

- Nós vamos te levar pra casa e você vai pode se recuperar e quando estiver bem decide o que quer fazer – Carlisle falou abraçando a esposa e segurando a mão da filha.

Alice passou os dias seguintes recebendo visitas de seus amigos e aproveitando para se despedir deles, sairia do hospital e entraria direto em um avião de volta para a Califórnia.

- Eu vou sentir falta da minha colega de quarto – Tanya falou triste.

- Eu sinto muito pelo apartamento espero que você encontra alguém pra dividir logo – Alice falou tentando sorrir.

- Não se preocupa com isso. Quem sabe eu não me mudo pra Califórnia também.

- Isso seria incrível.

- E muito bom pra banda, afinal de contas Los Angeles é a cidade do show biz – Tanya falou animada de um jeito muito peculiar dela.

- Com certeza – Alice concordou sorrindo mais verdadeiramente.

Alice recebeu alta do hospital e estava pronta para ir pra casa.