A árvore de memórias escrita por Licht


Capítulo 2
02. A árvore e os mistérios.


Notas iniciais do capítulo

Ahn, eu notei que acabo trocando o nome dos personagens frequentemente pra não ficar repetindo o tempo todo. Espero que isso não atrapalhe a leitura de quem não está acostumado com os nomes. (Principalmente porque Natsume é chamado de "takashi" pouquíssimas vezes no anime. lol) Fiz isso porque todos os diálogos até agora foram apenas entre os dois. (idem para "ayakashi" e "yokai", que no anime são usadas frequentemente pra designar os mesmos seres)



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O Sol havia acordado, e com ele o dia quente. Takashi havia dormido com dificuldades e agora se arrumava vagarosamente para a escola - freqüentemente parava e piscava os olhos como se fosse dormir novamente, logo após chacoalhava a cabeça. Desceu para tomar o café um pouco apressado e saiu - após fazer as devidas despedidas - a passos largos. Nyanko-sensei o seguia firmemente, desde o evento do dia anterior parecia diferente, um pouco apreensivo talvez. O silêncio e a tranquilidade da caminhada preocupavam o rapaz. Era a primeira vez que andava sem ouvir as reclamações de Madara. Seus pensamentos foram interrompidos ,felizmente, pela voz do felino:
— Andando para lá novamente? - Nyanko-sensei perguntou quando percebeu que Natsume caminhava cada vez mais pelas árvores, se distanciando da estrada.
— Só quero poder agradecer apropriadamente. - Takashi olhou com certo embaraço. A verdade é que sentia algo diferente naquela árvore, algo que não sabia explicar: Na verdade, havia mudado de caminho quase que sem perceber.
— Eu acredito que dar QUATRO dos MEUS bolinhos é um agradecimento mais do que apropriado!! - Nyanko-sensei respondeu com tom irônico e também com certa raiva.
— Eram nossos bolinhos, sensei...
Takashi pausou a fala quando chegaram diante da árvore, olharam durante alguns segundos para ela, parecia mudada - as folhas estavam caindo, mesmo que ainda não fosse outono, mas o yokai ainda não se manifestava. Decidiram então continuar a caminhada até a escola, porém por mais que quisesse evitar preocupações bestas, Natsume não conseguia parar de pensar naquilo.
Na escola, perguntou a alguns amigos sobre o local, mas nenhum deles soube responder exatamente: mencionavam que ouviram dos pais coisa ou outra, mas nada certo, já nem lembravam se eram os pais ou os avós que contaram para eles. Depois virou uma rotina: todos os dias levantava um pouco mais cedo, passava pela árvore (deixava um pouco de comida e observava alguns minutos para enfim descobrir que perdia cada vez mais folhas), ia para a escola e investigava, até que perguntou a todos. Alguns dias haviam se passado e não houve qualquer tipo de progresso; frustrado, resolveu perguntar em casa, para os guardiões. Touko respondeu alguns detalhes, disse que a árvore era querida entre os idosos, que quando sua avó Reiko era viva, a árvore era bastante popular. Natsume não se satisfez com a resposta, mas era óbvio que sua geração e a anterior pouco sabiam, era necessário perguntar a algum senhor ou senhora... Mas ele não conhecia nenhum o suficiente para sair perguntando coisas assim.
O que sabia até agora era bem pouco: Era uma árvore famosa no período de guerras, as mulheres costumavam deixar papeis e plaquinhas com os nomes dos maridos, pois uma lenda dizia que o espírito da árvore os protegeria. Além disso sabia que na árvore havia um yokai que despertava o interesse de Madara, e que a árvore -após devida observação - estava certamente doente e cada vez mais perdia suas folhas. Repassava as informações em sua mente, quando viu nyanko-sensei entrar pela janela.
— Escute, Natsume. - disse o gato se posicionando num local aconchegante - vi que sua pesquisa não estava dando em nada e resolvi eu mesmo fazer uma.
Natsume parecia espantado com tanta eficiência, mas o gato pareceu não se importar. — Pois bem, havia naquela árvore uma poderosa yokai que protegia o local. Mulheres costumavam pedir ao espírito da árvore que cuidasse de seus maridos, mas um dia escutaram barulhos estranhos e alguns julgam ter visto um recém nascido pendurado na árvore, não muito após isso a árvore começou a morrer. Com medo, as pessoas pararam de visitar o local que logo ganhou fama de amaldiçoado. As pessoas começaram a morrer na guerra e as senhoras começaram a tratar o assunto como tabu. Por isso ninguém lembra mais da árvore.
– Será esse o motivo da árvore estar morrendo? - perguntou assustado.
– É uma possibilidade, mas duvido que seja o motivo.
– E porque não seria?
– O poderoso yokai que mencionei não é aquele que vimos. Algo está estranho nessa historia toda. Senti cheiro de criança humana vindo de lá.
Depois de ouvir tudo aquilo, Natsume se assustou. Toda a historia fazia pouquíssimo sentido, o que deixou uma abertura para sua imaginação. Talvez um yokai maligno tenha se apoderado da árvore e está sequestrando crianças humanas... Mas então porque teria o ajudado? Talvez quisesse o comer também, porém estava indo até lá todos os dias, com certeza já havia dado possibilidade suficiente para que o yokai fizesse isso se quisesse. Talvez a seja a presença de Madara o que o assusta, mas Natsume tinha a impressão de que era o contrário. Nyanko parecia, talvez não acoado, mas desconfiado. Seu palpite é que as forças deveriam ser no mínimo próximas, ou equivalentes.
– os yokais da floresta falaram algo mais? - perguntou Natsume apreensivo.
– Não queriam falar muito. O que eu acabei de te contar, apesar de eu ter ouvido de ayakashis, é conhecimento humano. Tenho quase certeza que estão escondendo partes importantes. Essa história está muito estranha.
Nyanko percebeu um olhar de medo em Natsume. Ele havia se exposto demais ao yokai e agora temia que ele encontrasse sua casa os sua nova família.
– Acho que devemos ir para lá novamente. Dessa vez para fazer algumas perguntas diretas. - Madara respondeu com tom sério.
E foram os dois, caminhando pela floresta, até a grande árvore misteriosa.


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