Sarah estava tendo uma das de suas aulas de reforço com Ryan, estava muito preocupada pois só faltava uma semana para o baile e nenhum garoto havia a convidado para ser seu par, já estava prestes a ter um colapso nervoso, ir para o baile sem um par não era uma coisa que estava em seus planos de vida.

– Sarah, você está escutando o que estou falando? – Perguntou Ryan – Eu te expliquei toda a matéria de Geografia e parece que você estava voando o tempo todo!

– É por que eu estava voando – A garota confessou com pesar – O baile está cada vez mais próximo e eu ainda não tenho par.

– V-você não tem par? – Perguntou Ryan surpreso dando uma breve risada

– Sim! Eu não tenho par pro baile que é daqui uma semana! Mas também não precisa rir de mim. Para falar a verdade acho que você também não tem par. Não é, Ryan?

– Para falar a verdade, senhorita Sarah, eu não estava rindo de você não ter par, estava rindo por que, como achei que você já teria parceiro, e agora descobri que você não tem, fiquei feliz em saber que poderei te convidar.

Sarah ficou assustada e aproximou-se alguns passos do garoto que continuou a falar:

– Sarah, você, por acaso, gostaria de ir ao baile comigo?

A garota se aproximou mais alguns passos e passando as mão ao redor do pescoço de Ryan o abraçou gritando milhares de sim. Seus rostos ficaram frente a frente, a garota continuava a sorrir, Ryan também sorria diante de tamanha alegria de Sarah. Eles, subitamente, ficaram sérios um olhando nos olhos do outro até que ela tomou coragem e deu-lhe um rápido beijo na bochecha.

***

Sarah estava mais que empolgada no dia seguinte, ao chegar na escola foi logo correndo para contar tudo para Jennifer que ficou muito feliz pela amiga ter finalmente arranjado um par, Jennifer ainda não tinha um, mas as coisas iam bem entre ela e Jason.

No intervalo Jennifer e Sarah estavam sentadas em uma mesa e Jason, Bianca, Peter e Alex foram chegando e se juntando a elas. Todos conversavam como se conhececem uns aos outros à anos, mas a escola havia começado à apenas 2 meses e eles se encontraram, todos juntos, pela primeira vez no dia anterior. Conversaram sobre o baile, os pares que tinham, que não tinham e os que que tinham par em dose dupla, como Bianca.

A conversa ia bem, mas, infelizmente, o sino tocou e todos foram para suas aulas. Jennifer e Alex foram para a aula de História Local, quando entraram na sala, Nicole logo chegou e falou:

– Bom dia, alunos! Vamos começar?

"Há algum tempo atrás uma mulher, cuja a qual possuía poderes sobrenaturais e habitava uma distante cabana no meio da Floresta dos Vom's. Certo dia ela acordou gritando após um sonho. No sonho, toda a floresta estava sendo dominada por uma escuridão sem fim, tudo de bom que lá existia estava enfraquecendo e deixando de existir, todas as flores que brotavam a cada dia secavam, as mais belas árvores perdiam sua beleza virando apenas medonhos galhos retorcidos, os espíritos bons ficavam fracos e os mal cada vez mais fortes.

O espaço onde haviam coisas boas e puras diminuía graças a escuridão. Quando as trevas estavam prestes a conquistar tudo, uma solitária luz se aproximou, ela pretendia formar exércitos para reconquistar o que as trevas haviam tomado.

Assim que a mulher acordou gritando, por mais estranho fosse aquele pensamento, ela sabia que devia ir em busca daquela luz e impedir que as trevas tomassem a floresta.

Ela então saiu dos limites da floresta que havia de repente sido tomada por um frio e uma estranha névoa, ali estava em sua frente a possível salvação de seu lar."

Nicole como sempre, pediu para alguns de seus alunos contarem alguma nova história que ela ainda não havia lhes mostrado. Enquanto um aluno fazia o que ela pediu, Jennifer que estava do lado de Alex, sussurou:

– Isso tem haver com os Vom's e os Albus?

– Sim, essa luz é o... - Alex olha em volta para ver se alguém prestava atenção na conversa deles - A luz no caso, é o Harry

– Foi aí que surgiram os Albus?

– A-ham

– Foi há muito tempo atrás? Tipo uns 50 anos?

– Quantos anos você acha que o Harry tem? Pelo que eu sei a Nicole tem lá pelos 37 e o Harry é dois anos mais velho que ela, acho.

– Ah...

– A mulher que sonhou essas coisas é a mãe daquele louca das profecias

– A Mary?

– Sim

– Você conhece essas lendas todas?

– Sim, meus pais eram dos Albus, mas depois de um tempo, assim como os da Bianca, se afastaram e quiseram deixar o exercito, mas isso não os fez não quererem me contar as lendas e histórias que os rodeavam.

– Você conhece a Bianca desde pequeno por causa dos seus pais?

– O Peter também, mas... Essa parte é melhor pedir para ele te contar, ninguém gosta de falar sobre os pais dele

– Ah... Mas o Peter é bem fechado, acho que vou ficar sem saber

– Quando você conhece ele melhor, as vezes ele deixa de ser o Peter

– Isso não faz sentido, Alex

– Senhor Davis, senhorita D'Nilee, poderiam pelos menos fingir estar prestando atenção na minha aula, por favor? - Pediu Nicole docemente.

– Desculpe, professora - Eles disseram em uníssono.

***

Naquela noite, Jennifer se encontrava na campina esperando Jason chegar. Dessa fez, ela não havia ido com a roupa de seu treinamento e sim trocado por uma das poucas roupas que havia levado para seu quarto na Caverna.

Sentada na grama, ela sentiu duas mãos cobrir-lhe os olhos.

– Adivinha quem é? - Sussurrou a voz de Jason no ouvido da garota, a fazendo se arrepiar.

Rindo, Jennifer tira as mãos do garoto para o olhar.

– Esperou muito? - Ele perguntou se sentando também

– Não

– Bem, eu esperei muito e ainda estou esperando pelo seu sim

– Jason... - Começou a garota

– Eu até dispensei a Emily! Você já reparou em algum momento da sua vida o tanto que aquela garota é gostosa?!

– JASON! - Exclama Jennifer sorrindo e lhe dando um soco no ombro

Ele passa a mão no local, a garota percebeu que tinha posto um pouco de força a mais do que deveria.

– Ok... Agora falando sério... - Jason se levanta a levando consigo ao mesmo tempo, ficando de frente para ela, bem perto um do outro - Você aceita me dar a honra de ir ao baile comigo?

– Não - Ela desvia o olhar

– Por favor...

– Não!

Jason suspira e levanta as mãos em um gesto de rendição e vai rapidamente em direção ás árvore dizendo:

– Ok, não sei quanto a você, mas não quero ficar sem par. Estou indo na casa da Emily.

– Jason! -Ela grita, o fazendo parar de andar, já quase dento da floresta - Você sabe minha verdadeira resposta, você deveria saber desde do beijo!

– Foda-se a Emily - Ele fala e vai correndo em direção à garota.

O garoto a abraça pela cintura, girando-a pelo ar. Jennifer ria e quando ele a pôs no chão, ela se ficou quase na ponta dos pés, colocou uma mão por entre os cabelos do garoto e a outra em seu rosto e o beijou, já ele, a abraça pela cintura, obviamente correspondendo o beijo.

– Agora, já que tenho uma parceira para o baile, teremos que começar um treinamento - Ele diz, ainda com os braços ao redor da cintura de Jennifer

– T-treinamento? - Falou, se afastando um pouco - Treinamento de quê?

– Treinamento de dança, a não ser que você dance bem

– Está insinuando que eu não sei dançar?

– Não... Estou insinuando que eu quero dançar com você

– Para falar a verdade, eu não sei mesmo. E você, sabe?

– Claro, meu tio me obrigou a aprender

– Muito bem, senhor bailarino... Vai ter que me ensinar

– Ok

Ele se afasta dela, colocando a mão direita da garota em seu ombro e segurando com a própria direita a mão esquerda dela e mantendo a outra em sua cintura. Ele para um instante, parecendo perceber que havia algo errado e sorri logo em seguida, puxando o corpo de Jennifer rapidamente para junto ao seu, acabando com a distancia dos dois e a fazendo perder a respiração por alguns segundos em sinal de surpresa

– Pise nos meus pés - Jason pediu

– Eu não deveria não fazer isso?

Ele riu explicou:

– É só para subir nos meus pés

– Ah... - A garota entendendo, preferiu tirar as sapatilhas e fazer o que Jason havia pedido

– Assim eu vou poder te conduzir melhor, mas depois você vai colocar o pé no chão e dançar como nunca antes - Disse Jason sorrindo e olhando nos olhos da garota

– Tudo bem, mas... e a música?

– Eu não falei de música, falei de dançar, uma coisa não tem nada a ver com a outra. - Respondeu Jason, como se aquilo fosse óbvio

– Mas é que tem sim uma coisa a ver com a outra - Falou Jenn

– Tudo bem! Faz o seguinte, só fica aí em cima do meu pé que eu te ensino a dançar e pronto - Fala o garoto - Vou começar com o passo básico.

Jason começou a dançar com Jennifer em seus pés e a contar: 1 2 3, 1 2 3, e assim ficaram por bastante tempo, até que ele falou que a garota já estava pronta para dançar com seus próprios pés. E assim ela fez, ou pelo menos tentou, já que de vez em quando não conseguia acompanha-lo.

Assim já havia ficado um tanto tarde, Jenn avisou que teria que ir embora e o garoto lhe deu um selinho demorado antes dela partir pela floresta em direção à própria casa.

***

Enquanto estava na campina com Jason, Jenn não olhou o próprio celular, mas quando chegou em casa e deitou em sua cama, ela o olhou vendo três chamadas perdidas de um número que ela não tinha na lista de contatos. Ela franziu o cenho com aquilo e decidiu ligar de volta para o número. Não demorou muito e a pessoa atendeu

– Jennifer?

– Pai?

– Jennifer, eu não posso falar agora, Jannifer não sei qua... - Ele foi interrompido por uma voz

– O quê pensa que está fazendo? - Uma voz masculina desconhecida foi ouvida e parecia muito irritada - Sabe que não deve fazer isso! Você será castigado por isso! - O homem ri - Castigado e muito bem castigado por isso, agora me dê isso, Raphael!

Jennifer ouviu barulhos do que parecia a resistência de seu pai, por mais que negasse ela estava preocupada e resolveu não falar mais.

– Não vai conseguir isso! Não em perfeito estado! - Gritou seu pai e então a garota ouviu um barulho de algo se partindo e ligação caiu.

A garota ficou imaginando o motivo de tamanha agressividade do homem que brigou com seu pai, Raphael. Ela demorou um pouco a cair no sono, pensando em diversos possíveis motivos daquela estranha ligação e, principalmente, o motivo do estranho fim daquela ligação.

Raphael nunca foi um pai presente, exemplar ou coisa do tipo, mas ao pensar no castigo prometido por aquela voz, Jennifer ficou desesperada, a maldade e a certeza das palavras ditas causariam calafrios mesmo se ditas para um inimigo.

Ela dormiu pensando em seu dia, com seus altos e baixos. A encontro com Jason na campina, que fora muito especial. Ela finalmente aceitou o pedido de Jason para ser sua acompanhante para o baile de outono, eles estavam melhores do que nunca, além disso ela e seus amigos, Bianca, Alex, Peter e Sarah estavam cada vez mais próximos e felizes juntos, Jason também se dava bem com eles, o que a deixava feliz. Sarah encontrou seu tão procurado par, que estava mais perto do que ela imaginava. Mas aquela intrigante ligação de seu pai a deixava espantada e com vontade de procurá-lo, descobrir onde ele estava, além do que achava que estava prestes a descobrir o motivo do desaparecimento de Raphael.

***

Dias passaram e só faltava uma semana para o Baile de Outono, nos corredores da escola já se via garotas chorando por ainda não terem um par, ou garotos gritando uns com os outros porque foram recusados pelas garotas. As que tinham par falavam sobre seus vestidos e sapatos, já Jennifer levava sua vida normalmente, Sarah nem tanto, Bianca nem se lembrava desse tal Baile e os garotos estavam mais preocupados com... nada, como sempre.

O Baile seria no próximo sábado e era uma segunda feira, não muito diferente das outras. Mas quando as aulas já haviam acabado e cada um seguia seu caminho, Jason falou correndo para perto da garota:

–Ei, Jenn!

–Oi, Jason.

–Você se emporta da gente começar a andar assim?

–Assim como? - Pergunta a garota intrigada

–Assim - Diz Jason segurando a mão de Jennifer

Ela olha para ele, um tanto surpresa, e também segura a mão do garoto

–Não vejo problema. - Responde Jennifer sorrindo.

Quando eles estavam na entrada do colégio, Jennifer falou:

–Então, tchau! - Despediu-se dele com um rápido beijo na bochecha e segui seu caminho para casa, até que ninguém mais da escola a visse, assim podendo desviar-se para o caminho que a levaria para a caverna.