Era segunda- feira e Percy não estava nem um pouco animado para sair da cama. Ele olhou o tempo lá fora, estava nublado ameaçando chover e para ele seria um dia perfeito para ficar em casa e assistir filmes, mas infelizmente ele tinha aula.

A única coisa que o deixava minimamente ansioso era o fato de ter começado a namorar a Raquel no dia anterior.

Então seus pensamentos vagaram para outra pessoa: Annabeth. Ele não sabia o porquê de estar preocupado, mas da última vez que eles haviam se falado por telefone notou que ela parecia estar diferente... como se estivesse apreensiva com alguma coisa.

Enquanto ia para a escola sua mente vagou por varias coisas ao mesmo tempo e com isso nem notou quando chegou à escola e sua mão perguntou:

– Tudo bem Percy? – ela o olhou preocupada – Você parece estar em outro mundo perdido em pensamentos.

– Está tudo bem. Não precisa se preocupar. –ele falou de cabeça baixa.

– Então boa aula. – ela disse, mas ele pode perceber que ela não estava convencida de sua resposta.

– Obrigado.

Ele desceu do carro e foi ao encontro de seus amigos. Raquel estava em frente ao portão de entrada e quando o viu, veio até ele. Ela o cumprimentou com um selinho.

– Oi, tudo bem? – ela disse com um sorriso.

– Tudo e você? – ele disse também sorrindo.

– Melhor agora. – ela entrelaçou seus dedos e de mãos dadas, ela o puxou para perto do pessoal que estava sentado em uma mesa ali perto.

Estavam Charles, Silena, Thalia, e Nico. Todos estavam como sempre e assim que chegaram eles os cumprimentaram amigavelmente.

– E ai pessoal? – disse Raquel.

– Vocês estão juntos? – perguntou Silena com um sorriso.

Então ele notou que todos olhavam para as mãos entrelaçadas dos dois. Raquel apenas sorriu e o beijou. Foi um beijo calmo e doce e depois de faltar ar, se separaram. Quando olharam para o resto do pessoal viram que todos tinham um sorriso enorme estampado no rosto.

Eles deram os parabéns para o casal e foram para a sala. Percy notou que nem Annabeth nem Luke haviam aparecido para a aula e sentiu um pequeno aperto no peito. Não sabia o porque daquilo, mas ficou apreensivo.

O resto do tempo Percy não prestou atenção em nada nas aulas, o que não era novidade, por isso pareceram demorar uma eternidade para acabar.

Ao sair da escola ele acompanhou Raquel até a casa dela e se despediu já caminhando em direção a sua própria casa. Quando estava perto de chegar começou a chover, mas ele não se importou e somente continuou a caminhar.

Assim que ele passa em frente a um parque que tinha ali, uma cena lhe chama atenção: ele vê uma garota loira com apenas um leve casaco, sentada em um banco. Ele notou que ela estava totalmente encharcada e aparentava estar chorando. Sem saber por que exatamente, ele sentiu que deveria se aproximar e foi o que fez. Ao fazer isso ele reconheceu a garota como sendo Annabeth e sentou ao seu lado.

– O que está fazendo aqui? – ele pergunta.

– Nada. – ela estava com os olhos vermelhos – Me deixe em paz. Eu só quero ficar sozinha.

– Para que? Só para ficar doente em baixo dessa chuva?

– O que você quer? – ela perguntou.

– Eu só quero te ajudar.

– Você não pode. – ela disse.

– Então ao menos me deixe tentar. – ele só sabia que precisava ajuda-la de alguma maneira – Vem comigo.

Ele segurou a mão dela e a puxou com ele. Annabeth pareceu tentada a recusar, mas não disse nada. Percy a levou para sua casa e a ajudou a se secar.

– Obrigada. – ela sussurrou enquanto se sentava em um sofá.

– Não tem que me agradecer.

– Nunca ninguém fez isso por mim. – ela passou a encara-lo e ele percebeu que seus olhos ainda estavam inchados de tanto chorar.

– Então... O que aconteceu para você resolver ficar sentada em um banco debaixo dessa chuva e ainda por cima chorando?

– É complicado. – ela suspirou.

– Bem, se você me explicar eu posso tentar entender. – ele tomou as mãos dela nas suas e seu único pensamento foi de querer ajuda-la, consola-la – Eu quero te ajudar. – ela olhou diretamente em seus olhos.

– Eu briguei com meu pai. – ela disse abaixando a cabeça.

– Por quê? – ele perguntou.

– Por que a minha madrasta me odeia e ela faz de tudo para que eu e meu pai briguemos. – ele pode perceber que ela já estava novamente à beira de lágrimas – Eu não aguento mais. – agora ela estava realmente chorando – Ela briga comigo e quando eu digo alguma coisa, ela se faz de vitima e meu pai acredita nela. Como ele não vê o quanto ela é cínica? – ela disse em meio a lagrimas.

Nesse momento Percy a puxou para perto de si e a abraçou, enquanto ela chorava e molhava sua camisa de tanto chorar, mas para ele a única coisa que importava naquele momento era consola-la. Ele não aguentava vê-la naquele estado.

Quando viu que ela começou a se acalmar ele disse;

– Eu vou te ajudar, pode apostar nisso. – e nisso ela o abraça mais forte.

– Obrigada Percy, você é o melhor amigo que eu já tive.

Então eles ficaram assim por alguns minutos até que ela resolveu que estava na hora de ir para casa e ele a acompanhou. Enquanto ela entrava em sua casa o único pensamento de Percy era poder ajuda-la.