–Me solte!-Gritou Lisbon. -Está me machucando.

–Nós precisamos conversar. Você já falou o que queria, agora é a minha vez.

Lisbon bufou e se sentou, convencida.

–Tudo bem, fale.

–Eu...olha, você tinha razão, tá legal? Eu fui muito egoísta. Mas eu precisava desse tempo todo sozinho, justamente para perceber isso.

–Isso já não importa mais. Nós não trabalhamos mais juntos e você não me deve mais satisfações. Já posso ir embora?

–Não, eu ainda não terminei. Tem mais uma coisa que eu queria te dizer. -Jane sorriu ao ver o novo olhar de Lisbon, ao ouvir aquilo. Seus olhos estavam marejados e ainda mais esverdeados, como se houvesse algum sinal de esperança ali.

–Sim?

–Ah Lisbon...-Ele procurava as palavras certas. -Eu pensei tanto em você. Tanto...

Lisbon olhava de um lado para o outro , como sempre fazia quando queria esconder que estava prestes a chorar, desabar.

–Você...sabe que eu pensei muito em você também.

Jane pegou uma das mãos dela e a erguem em pé.

–Deixe-me recompensá-la por tudo isso...

–Me...recompensar?

–Sim.

–Mas como?

–Fazendo o que eu já deveria ter feito há muito tempo...- Jane se aproximou dela.

Lisbon estava em transe e já não conseguia assimilar nada. Só o que sentia eram doces lábios roçando nos seus. Aquilo era um beijo? Não, não era. Era muito mais do que isso! Era uma bomba que já havia esperado quase treze anos para explodir. Agora ela havia explodido e Lisbon pôde ver as faíscas voarem. Ela se sentia completamente submetida a ele...

Uma pausa naquela explosão de sensações e sentimentos para que ambos os dois pudessem respirar. Jane segurou o queixo de Lisbon com uma das mãos, controlando-a :

–Eu volto aqui amanhã, nesse mesmo horário...

–Jane...

–Não quero te ouvir, apenas concorde. -Ela não tinha outra opção. Era ''sim'' ou ''sim''.

–Tudo bem. -Ela disse ainda assustada, se recompondo do que havia acontecido.

– E..ah, mais uma coisa...-Jane desabotoou os três primeiros botões da blusa do uniforme de Lisbon. -Use ele assim, fica melhor.