Une seule rose escrita por Mione St


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capítulo aos meus leitores que sempre me apoiam, em especial:
Sabaku No Kay
Andromeda Sama
Claudinhasampa
Sabaku no Kauanda
Ino 19
Bruno Silfer


Rafaela Dourado
Leitora nova, obrigada por dar uma chance para minha fic

Obrigada por não me abandonarem...

Sabaku No Kay, minha mais nova sister...

Bruno Silfer, escritor maravilhoso e muito carinhoso, obrigada também por sua fic ótima e todo carinho e paciência...



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Tenten: Precisamos? Vamos Decretar o fim de vez?

Neji: Você adoraria isso... que eu desistisse e você pudesse dizer para si mesma que não deu certo e que você sabia que seria assim... mas lamento desapontá-la. Eu lhe disso quando começamos essa história que você não ia mais fugir. E vou manter a palavra.

Tenten ficou em silêncio, fitando Ino e Gaara que caminhavam abraçados, não muito distantes da li.

Neji: Não entendi até agora o que aconteceu, Tenten. Mas entendi você um pouco melhor. Sempre soube que você tinha algum tipo de complexo, que algo havia acontecido para você odiar os homens e o amor. E agora descobri.

Tenten: Não venha bancar o filósofo comigo Neji.

Neji: Não é filosofia. Você reagiu como doida a simples menção de eu conhecer seus pais. E ficou furiosa quando a questionei. O que houve?

Tenten: Não é da sua conta. (fria)

Neji: É da minha conta, porque você não consegue superar e deixa isso empacar a nossa relação. Você precisa me dizer Tenten. Por que reagiu como uma criança assustada quando mencionei que gostaria de conhecer seus pais? O que há no seu passado que você tem medo de revelar, que mantém você isolada, sem amigos, sem um confidente? Do que você tem medo? Seu pai... ele te fez algum mal? A você ou a sua mãe?

Tenten: Cale-se Neji...

Neji: Estou na pista certa não estou? Você provavelmente viu ou sofreu algum tipo de violência. Seu pai possivelmente...

Tenten: Meu pai era um homem bom e honrado. Não ouse difamá-lo. Quem me fez algum mal foi o meu padrasto. (gritando) E foram coisas além da sua imaginação. Portanto pare de me torturar.

E como não fazia há muitos anos, desde os 17 anos, quando conhecera o significado do sofrimento, Tenten começara a chorar.

Neji não esperava tal reação. Tenten tinha o rosto escondido nas mãos e a cabeça abaixada, o cabelo escuro e comprido caindo em frente ao rosto. Ele a abraçou e tentou reconfortá-la, mas era óbvio que Tenten precisava chorar.

Neji: Tenten... acredito que você está tentando desabafar. Quando berrou comigo hoje, quando disse que eu não tinha importância nenhuma na sua vida para saber dos seus pais... me soou como um grito de socorro. Me conte. O que houve com você? Por que teme tanto os homens, o amor, a vida?

Ela soluçava com força. Abriu os olhos e encarou Neji. Suspirou e começou a falar, entre soluços. Falava rápido, com medo de perder a coragem.

Tenten: Eu tinha 17 anos. Minha mãe já estava casada com aquele homem... meu pai havia morrido...

As frases eram sem nexo, mas Neji as compreendia.

Tenten: Minha mãe nunca fazia nada... ele batia nela, a machucava, berrava... e ela sempre dizia que não era culpa dele, que a culpa era dela, que ela não era uma boa esposa... e sempre apanhava, calada...

Tenten: Eu via como ele me olhava. Tinha ciência daquilo desde sempre. Quando você me viu chorando, eu já sabia que aquilo iria acontecer.

Neji: O que aconteceu?

Tenten: (voltando a chorar) Ele estava bêbado... me viu chegando da aula... veio para cima de mim e... tentou me violentar. Eu resisti, bati, gritei... mas não consegui. Ele era mais forte... bem mais forte... simplesmente aconteceu, no chão da sala e eu não tinha forças... não conseguia mais gritar...

Neji cerrou os punhos, mas fez força para permanecer neutro.

Neji: E então? (voz muito baixa)

Tenten: Minha mãe chegou. Ela viu eu atirada no chão, nua, chorando, encolhida de vergonha. E viu ele se vestindo. Pensei que ela viria me consolar e o mandaria embora mas...

Pausa bem longa.

Tenten: Mas ele disse que eu o havia seduzido. Que eu era a culpada. E ela me expulsou de casa.

Neji: Tenten... eu... não sei o que dizer.

Tenten: Não há o que dizer. Fui expulsa de casa sendo chamada de vagabunda, que não seria uma nada na vida... mas não foi assim.Estudei como doida, consegui uma bolsa para terminar meus estudos, passei na universidade... fiz medicina, trabalhei, me mantive e trilhei meu caminho. Não ia dar esse gosto ao meu padrasto... não ia provar que ele tinha razão.

Ela levantou os o rosto. Não havia mais sinal de lágrimas, apenas a vermelhidão do choro... o único indício de que chorara. A voz estava fria e sem emoção novamente... ela voltara ao seu estado normal.

Tenten: É por isso que eu abomino a simples menção do nome da minha mãe ou da palavra família... é por isso que não tenho amigos. Tenho vergonha, ódio, nojo do meu passado. Não quero a piedade de ninguém, quero apenas força para seguir em frente. Você cruzou o meu caminho e bagunçou a minha vida, mas não terminou com o meu bom senso. Ino disse que eu devia tomar uma decisão definitiva e eu a estou tomando agora Neji. Não quero cair na mesma cilada que a minha mãe. Não quero o amor, não quero sentimentos de paixão, não quero nada. Quero viver minha vida solitária e vazia, a que eu sempre tive e a única vida decente que eu consegui. Sinto muito e me perdoe mas... (ela suspirou fundo e desviou o rosto, não aguentando ver a dor que reluzia nos olhos dele) não quero amá-lo... não posso amá-lo.

Neji suspirou. Tenten havia se levantado. Parecia estar disposta a se afastar, mas permaneceu quieta. A brisa suave refrescou sua pele, que ardia devido ao choro. Como uma suave canção, ela ouviu o barulho do vento, lhe sussurrando para voltar atrás, para amar sem medo de ser feliz... mas assim como os conselhos de todos a sua volta, Tenten abanou a cabeça em sinal de negativa. E deu um passo para se afastar de Neji.

Não ficou surpresa quando sentiu as mãos dele a detendo pelo pulso. Se voltou, pronta para enfrentar suas acusações. Ficou surpresa ao ver que um sorriso se insinuava em seus lábios.

Neji: Estranho... você dizer que não pode me amar, nem quer me amar... mas estranho é você dizer que não me ama...

Ela ficou em silêncio, perplexa. Havia se entregado tão descaradamente?

Neji: Você pode lutar... pelo medo que sente e tudo mas... você me ama Tenten. Sinto muito te informar. Você me ama e cada palavra que proferiu a despedaçou. Não seria mais fácil desistir de fugir, enterrar o passado e arriscar?

Tenten: Você deveria descer do salto Neji. Seu convencimento é espantoso.

Neji: Não é convencimento. Uma pessoa sabe reconhecer o sentimento de outra quando eles são recíprocos. Você me ama, eu amo você e agora tudo dará certo.

Ele sorriu mas ela não. Não compartilhava tal otimismo.

Neji: Eu me apaixonei por você há nove anos, quando nos beijamos. Tentei esquecê-la, pois você fugiu e paguei caro por isso. Quando a reencontrei, ainda sem saber quem você era, me apaixonei por você de novo, no tempo em que convivemos... e quando me lembrei de você, senti uma felicidade que não pode imaginar.

Silêncio.

Neji: Você não é sua mãe nem eu sou seu padrasto Tenten. Não consigo imaginá-la sendo subjugada por um homem nem eu espancando uma mulher para provar minha macheza. Honestamente, não acredito que isso faça o nosso estilo. (ele sorriu) Somos pessoas diferentes e nossa relação tem sido desde sempre diferente... diferente até demais.

Tenten: Chega Neji. Eu não quero ouvir mais nada.

Neji: O que você não quer ouvir? Que eu sou completamente louco por você? Que estou disposto a rastejar, esquecer do meu orgulho para manter você do meu lado? Que mesmo que você fuja, mil vezes eu irei atrás de você para trazê-la de volta para meu lado? Ou simplesmente que eu te amo, sempre te amei, desde os meus 18 anos e que cada palavra que você me diz me destroça? Você se sente vulnerável por me amar Tenten? Não é a única. Eu te amo mesmo sem saber como você vai estar amanhã, como vai reagir. E mesmo assim, eu não desisto... nem fujo... apenas sinto medo.

Ele soltou o braço dela. Fechou os olhos.

Neji: Se você não quer ouvir isso... talvez seja melhor eu desistir. Você me ajudou uma vez Tenten. Salvou minha vida e me devolveu a vontade de crescer e viver, que eu perdi juntamente com o meu dinheiro. Eu queria te devolver a sua capacidade de amar e de ter esperança. Mas não posso fazer isso sozinho. Você tem que estar nessa comigo.

Ela ainda não havia se afastado. Tenten tinha os olhos fixos em Ino e Gaara que se beijavam com lágrimas nos olhos não muito distante dali. Sem olhar para ele, falou baixo, como se sussurrasse para si mesma.

Tenten: Quando? Como?

Neji: O que?

Tenten: Quando eu comecei a amar você Neji? Quando eu desisti de lutar contra isso? E... como você conseguiu isso quando eu construí tantas muralhas ao meu redor? Como você fez eu me apaixonar por você? Foi aos 16 anos? Ou foi quando eu o vi chegando no hospital entre a vida e a morte? Ou depois disso? Quando? Como?

Ela se voltou para ele. Viu que ele também havia começado a chorar. Ela havia dito que o amava em voz alta a primeira vez na sua vida. Não era necessário dizer mais nada ou concluir a conversa de maneira coerente. Os dois simplesmente se atiraram um nos braços do outro, os fantasmas do passado enterrados e um futuro promissor a sua frente. As palavras "eu te amo" foram ditas entre beijos apaixonados e ardentes...


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