Acordei no dia seguinte, e por um momento não lembrava de nada daquilo, nada de briga com a Kath, nada de musica dedicada à ela, e nada de teletransporte, mas assim que levantei da cama para tomar banho, tudo aquilo veio na minha cabeça e minha vontade era fingir estar doente, ficar em casa e me enterrar por brigar com a Kath. Mas não podia fazer isso, tinha teste hoje e nem me lembrava, a sorte e que sabia a matéria.

Cheguei na escola e logo vi uma Kath com o cabelo molhado vindo na minha direção. Algo estava errado, ela nunca aparecia em publico com o cabelo molhado.

–Oi.

–Oi Kath.

–Tudo bem com você? Alguma novidade?

–Tudo sim, e além de que sinto sua falta não, nenhuma.

–Serio? –Ela deu um sorriso, como senti falta desse sorriso- Nenhuma novidade mesmo?

–Serio oque? Que sinto sua falta ou que não tenho novidades?

–Os dois eu acho. –Ela respondeu dando de ombros.

–Os dois são sérios. E olha me desculpa. Só queria que pudéssemos ser amigos de novo.

–E te desculpar pelo oque?

–Por tudo eu acho. –E ela riu.

–Você não tem ideia o porque esta se desculpando não é?

–Na verdade não. Mas só estou fazendo isso porque quero voltar a falar com você.

–Boa estratégia. A maioria dos homens fazem isso com as namoradas mesmo. Quer dizer não que você seja meu namorado, ou que eu queira isso. –Ela falou mais nervosa. –E certo podemos voltar a ser amigos, também senti sua falta. Entretanto considerando que você pediu desculpas, eu estou assumindo que você admitiu estar errado.

–Ok Kath, dessa vez admito estar errado, mesmo que não saiba o porque. E porque o cabelo molhado? –Perguntei desconfiado.

–Bom nada de mais, tenho que falar uma coisa com você depois ok? Então depois da aula no campo de futebol?

–Claro. Mas porque lá? Achei que não gostava de futebol.

–Estou aprendendo a gostar ué. Até depois da aula então.

O sinal tocou e isso significa que estava na hora do meu teste. Segui para a sala e consegui fazer um bom teste, parecia que as respostas simplesmente surgiam na minha mente, talvez isso seja porque não estou mais preocupado sobre a situação com a Kath. As outras aulas foram despreocupantes, e o almoço finalmente chegou. Ao chegar ao refeitório não vi a Mona, que provavelmente estava de ressaca, e nem a Kath então simplesmente peguei minha comida e fui comer na biblioteca.

A próxima aula era de química, e o assunto de hoje seria ‘Radiação’. O professor começou a explicar a matéria e de repente um garoto que senta no fundo da sala, chamado Mike, levantou a mão e perguntou:

–Sr. Henderson é verdade que a radiação pode alterar o DNA da pessoa, sabe dando a ela mudanças físicas, anomalias e poderes?

–Bom, em parte sim, a pessoa quando entra em contato direto com uma radiação muito forte, pode ocasionar em deformações e anomalias, entretanto nunca foi provado cientificamente que pode lhe fornecer ‘’poderes’’, isso é coisa criada em quadrinhos e ficção cientifica.

–O Sr. tem plena certeza disso professor? Nunca encontraram uma pessoa ou algo do tipo para tentar provar a existência de pessoas com poderes? –Disse claramente interessado, afinal poderia ser dos meus poderes.

–Absoluta certeza Sr. Harris. Nunca foi documentado, reportado ou nada aparecido. –O professor respondeu já arrumando seus papeis em cima da mesa.

–Então não quer dizer que não seja possível, só que a ciência nunca documentou algum relato ou não divulgou nada. –Replicou Mike

–Olhando pelo seu ponto de vista Sr. Knight, você tem razão. Talvez em algum lugar aí fora tenha uma pessoa com poderes. –O professor respondeu, mas claramente sendo sarcástico.

“Com certeza tem alguém lá fora com poderes, afinal se tem alguém aqui dentro que tem, porque não lá fora” Pensei comigo mesmo.

–Talvez até mesmo aqui dentro professor. Não acha Tyler? –O Mike perguntou e todos olharam para mim.

–É pode ser, quem sabe? –Respondi tentando soar indiferente.

A campa tocou logo depois da minha resposta, todos foram saindo, incluindo o professor que foi na verdade o primeiro a sair, quando eu ia sair a porta fechou com tudo, mas não tinha ninguém perto, tentei abrir a porta mais parecia emperrada. Olhei ao redor e vi o tal Mike do outro lado da sala.

–Olá Tyler.

–Hei, você sabe como a porta fechou? Achei que pudesse ter sido o vento, mas as janelas estão fechadas, e eu acho que o vento não seria capaz de emperrar a porta.

–Não foi o vento Tyler, ele disse andando um pouco para frente. O que você sabe?

–Saber? Como assim?

–Você sabe do que estou falando, foi você que falou que podia ter alguém dentro da sala com poderes!

–Eu não falei nada disso, você falou, e eu concordei. Eu só pensei nisso.

–Exatamente! Isso significa que você sabe de alguma coisa para suspeitar que teria alguém dentro da sala.

–Eu juro que não sei de nada, e na verdade você esta me assustando.

Vi ele se virando e pegando algo na vidraria de química, e no momento que vi ele jogar na minha direção tive a certeza que ele era louco, como que para me proteger coloquei a mão na frente e esperei pelo o impacto, passando algum tempo abri os olhos e vi parte da vidraria flutuando.

–Não acredito. Você também tem poderes!