Rin – ON

Na viajem, as lágrimas fizeram meus olhos pesarem, por isso, acabei adormecendo. Quando acordei já estava na estação do meu mundo. Peguei minha mochila e sai do trem. Para onde eu deveria ir agora? Eu realmente não queria voltar para casa, pelo menos, não agora. Meus pés me mandaram ir para uma direção que eu reconhecia, mas apenas não estava com cabeça para me lembrar. Antes de fazer qualquer coisa, avistei uma casa conhecida. Lá havia uma garota de cabelos azulados sentada que parecia está apreciando a brisa que batia em seu rosto. Ela olhou para mim e fez uma expressão meio surpresa (mas é claro, eu devo está parecendo um fantasma...). Ela se levantou e chamou por mim.

Miku: Rin?

Rin: N-Não precisa se levantar! Eu posso ir até aí?

Miku: Por que está perguntando isso? Você é sempre bem vinda. Mas... Por que está assim?

Rin: Miku...

Coloquei minha mão no meu coração e apertei.

Rin: Por que dói tanto?

Miku fez questão de se levantar, mas antes que pudesse chegar até mim, eu corri até ela e a abracei, tentando não chorar. Miku acariciou meu cabelo enquanto eu me encolhia em seus braços. Convidou-me para entrar e eu aceitei. Depois de tomar chá (mesmo não sendo muito fã disso) tinha me acalmado.

Rin: Acho que estou melhor.

Miku: Ótimo. Agora, me explique: Você parou de ir à escola, não me visitou mais, perguntei para Meiko se sabia onde você estava e ela negou, ninguém sabia de você e o Len também sumiu. O QUE ACONTECEU MULHER??!!

Rin: O Len disse “eu amo você” pra mim...

Em um momento eu estava de cabeça baixa e no outro Miku me abraçava me sufocando.

Miku: SE NÃO ESTIVESSE GRÁVIDA, EU ESTARIA PULANDO ATÉ AS ESTRELAS POR QUE MINHA CABEÇA ESTÁ LÁ AGORA!!!

Rin: M-Miku... Eu e-entendo sua... A-Alegria m-m-as... E-e-eu pr-preciso r-respirar...

Há esse ponto, eu já estava em um belo tom de azul. Quando Miku percebeu a minha cor incomum, me largou e as poucos consegui recuperar minha cor habitual.

Miku: Me desculpe Rinzinha! Mas de uma forma ou de outra, você vai dizer tudo!

Miku levou as minhas mãos até si animadamente e disse:

Miku: Conte todos os detalhes!!

Isso me lembrou a...

Rin: Rinny...

Abaixei minha cabeça novamente, contendo as mesmas lágrimas de quando cheguei.

Miku: R-Rinny? Você conheceu a... Irmã do Len?

Afirmei com a cabeça. Sem querer algumas lágrimas caíram.

Rin: Ela era uma boa menina.

Disse limpando meu rosto com as costas da minha mão. Miku voltou a se sentar na minha frente e se pronunciou:

Miku: Parece que a historia é mais longa do que eu pensei... Diga tudo que conseguir dizer, sem medo de chorar ou não. Eu vou estar aqui te ouvindo.

Rin – OFF / Len – ON

Já fazia algum tempo que Rin havia ido, talvez alguns muitos minutos que faziam algo dentro de mim pesar. Não queria ir para casa dês do ocorrido, apenas ficar no meu canto, sentindo a brisa do local. Eu havia ido para a árvore daquele dia... Quando eu vi um humano pela primeira vez. Não gosto de me lembrar dele, apenas da sensação de curiosidade e de animação. Não era só a Rinny que queria ver um humano de perto. De alguma forma, aquela árvore me fazia bem, ela já passou por momentos bons e momentos ruins. Foi aqui também que eu e a Rin ficamos... Meu peito dói ao pensar nela. Em pensar que talvez não vamos mais nos ver. Ouvi uns barulhos nas plantas ao meu redor.

Len: Eu sei que você está aí Rinny.

???: Não, dessa vez não é ela.

Reconheci essa voz, a voz da pessoa que já havia amado. Melhor dizendo, Neko.

Len: Neru.

Neru: Então você fez questão de pronunciar meu nome.

Len: Não sabia que já havia voltado.

Neru: Voltei hoje de manhã. Eu tinha voltado para a plataforma, por que havia deixado uma coisa cair então fui procura-la.

Len: Sentiu falta do seu celular?

Neru (quase gritando): Você sabe que eu não vivo sem ele!!

Len: É. Faço ideia.

Neru: Bem, isso não vem ao caso. Eu queria dizer que quando eu estava procurando por ele deu tempo de ver sua despedida dramática com a Rin.

Len: Se preocupando comigo de novo, Neru?

Neru: Claro que sim, idiota!! Eu sou sua prima e afinal de contas...

Neru cerrou os punhos e corou.

Len: Afinal de contas?

Neru: Afinal de contas...

Neru virou meu rosto e vi seu estado, estava corada. Aproximou nossos rostos e deu um beijo na minha bochecha. Por que ela havia feito isso?!

Neru: Não existe uma pessoa que me ature, mesmo assim você sempre foi gentil comigo. Mesmo que eu não encontre ninguém, você sempre vai estar aqui, mesmo que não seja do meu lado. Por isso eu sempre vou estar disposta a ficar ao seu lado nos maus momentos. Sempre vou me preocupar com você, tonto.

Len: Obrigado, Neru.

Neru: Afinal de contas, eu prometi sempre estar ao seu lado.

Foi essa a promessa que ela fez. Nós seguimos com nossas promessas até o fim. Sempre seguimos com a nossa palavra, por causa disso, éramos conhecidos por “fazemos milagres” no tempo em que humanos faziam ideia da nossa existência. Porém eles esqueceram de nós. Eu sei que fomos nós que nos afastamos primeiro, mais eles começaram a disputar territórios, até mesmo a nós caçar. Isso foi á MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITOOOOOOOOOOO tempo atrás. Mas a historia é passada de geração á geração. Não sou o único a saber dessa historia. Agora voltamos a nós afastar... Todos nós.

Len – OFF / Rin – ON

Terminei de contar tudo que havia acontecido e Miku ouviu tudo atentamente. Algumas lágrimas insistentes acabaram por cair, mais acho que ter desabafado tudo que sentia para a Miku me deixou bem melhor.

Miku: Rin, isso deve ser difícil demais pra você. Se não fosse o maldito Conselho...

Rin: Conselho?

Miku fez uma expressão espantada como se quisesse dizer “você não sabia?!” mais quando viu minha expressão de “tô boiando, querida.” ela ficou mais séria.

Miku: Não é só o Len que está indo embora. Todos os Nekos estão voltando. E infelizmente, eu também...

Rin(voz chorosa): O que? Você vai me abandonar também?

Miku: Não foi nossa escolha. Os humanos voltaram a ser egoístas e isso representa um grande perigo para os Nekos. O Conselho, que é um conjunto de sábios Nekos, ordenou que nós nos afastássemos dos humanos, em outras palavras, ir para casa não importando se vai deixar alguém importante.

Rin: Como eles conseguem fazer isso?! Separar as pessoas assim...

Miku: Não depende de nós, Rin. É algo que está muito mais acima de nós. Por isso, não culpe o Len.

Rin: Eu pensei que era por que o pai dele me odiasse e que ele tinha que ficar em casa. Por que ele mentiu?

Falei com um pouco de raiva, era como ele tivesse me enganado de novo, mais essa saudade não me deixa guardar rancor.

Miku: Talvez por que ele não quisesse que você se envolvesse nisso.

Suspirei. Eu realmente não podia fazer nada, tinha que aceitar isso.

Rin: E quando você vai ir?

Miku: Bem, o Conselho vai deixar as Nekos grávidas ficarem mais um pouco. Se meu bebê nascer mais humano ele vai ficar aqui e se nascer mais Neko, ela vai ir comigo.

Rin: Quer dizer que você ou o Kaito vão ficar com ela?

Miku: É...

Disse Miku, ela estava sorrindo mais de uma forma tão triste.

Rin: Isso... É tão injusto! Eles podem fazer isso?!

Eu simplesmente odeio quem faz a Miku chorar.

Miku: Infelizmente sim. Não há nada que eu possa fazer.

Eu me aproximei dela, Kaito fez a mesma coisa. Segurei seu rosto com as minhas mãos tremulas.

Rin: Miku... Você não precisa aguentar isso sozinha. Eu e Kaito estamos aqui.

Miku: Como... C-Como assim Rin?

Kaito: Pare de mentir, Miku. Você está muito cansada de carregar tudo que está acontecendo.

Miku derramou uma lágrima que caiu pela minha mão. Nós a abraçamos enquanto ela despejava tudo que estava sentindo. Miku consegue ocultar seus sentimentos, mais eu e Kaito a conhecemos e dessa vez... Ela não suportava mais. Ele se encolheu em nossos braços e enxugou suas lágrimas.

Miku: Um dia tudo vai ficar bem... Eu prometo Rin, Kaito e você também minha pequena.

Olhou para cada uma de nós e depois acariciou sua própria barriga.

Kaito: Eu vou estar ao seu lado, Miku. Como sempre estive.

Rin: Eu vou ao banheiro.

Saí sem mais nem menos. Eles precisavam ser um momentinho a sós.

Rin – OFF / Miku – ON

Rin saiu da sala com um sorrisinho que ela TENTOU esconder. Kaito me abraçou por trás.

Kaito: Agora estamos sozinhos...

Miku: Não fale que nem o Len.

Kaito: Você está tímida, não é?

Miku: Seu chato.

Ele riu. Logo em seguida me beijou. Consegui me acomodar com isso.

Kaito: Eu te amo.

Miku: Também, mais do que você pode imaginar.

O abracei, logo recuei um pouco devido ao susto. Ela havia chutado.

Kaito: O que houve?

Miku: Ela chutou, com força.

Kaito riu meio emocionado e feliz, não consegui não fazer a mesma expressão.

Kaito: Acho que ela reagiu a mim.

Miku: Como assim?

Kaito: Ela está ansiosa para me conhecer!

Miku: Não deveria ser eu?

Kaito: É por que ela já sabe que eu sou um cara incrível.

Miku: E convencido, não é seu bobo?

Kaito: Eu acho que não.

Miku: Só vou deixar você falar assim por que você sempre dá palpite errado.

Kaito: Claro que não! Tipo, vamos conhecer nossa filha daqui a três semanas.

Miku: Isso não é palpite, é o que o médico disse.

Miku – OFF / Rin – ON

Minha tarde não teve nada de interessante, apenas um dia normal. Eu estava no banho tentando relaxar um pouco, mais o colar em meu pescoço me impedia de fazer isso, ele sempre me lembrava daquela pessoa que eu amava talvez até mais do que mim mesma.

...Len.

O que você poderia está fazendo agora? Mais, mesmo que eu pudesse ter encontrar de novo...

Rin: Você já poderia ter se esquecido de mim.

“Como eu poderia me esquecer de alguém como você?”

Rin(gritando): O que?!

Miku(Atrás da porta): Algo de errado, Rin?

Rin: N-nada! Eu estava... Falando sozinha!

Miku(Atrás da porta): Certo. Mais venha logo dormi, já está tarde.

É incrível como o tempo passa rápido, né?

Rin: Certo!

Ouvi Miku sair lentamente de perto da porta. Peguei meu colar e o encarei. O que havia acontecido?! Uma voz que com certeza não era minha ecoou pela minha mente! E essa voz era familiar. Poderia ter sido...? Saí do banho e fui para o quarto de hospedes, aquele lugar me lembrou da ceia de natal da Miku e foi ali que o Len me deu meu presente... Corei ao me lembrar daquela parte. Troquei-me com um pijama de Miku e me deitei naquela cama. Antes de eu desligar o abajur (eu já tinha desligado a luz) Miku veio até o “meu quarto”.

Rin: Pare uma mulher grávida você até que anda muito.

Miku: Eu disse para você que eu sou forte.

Rin: Mais você deveria descansar.

Miku: Eu sei, mais eu e ela viemos dizer boa noite.

Miku se aproximou e me abraçou.

Miku: Boa noite Rin.

Retribui o abraço.

Rin: Boa noite Miku e filha da Miku.

Depois disso eu fui dormi, Miku e Kaito foram fazer o mesmo. Peguei meu colar novamente e o apertei com minhas mãos. Aquela era a única lembrança de que Len realmente tinha existido, por isso, eu nunca vou esquecer-me dele. Ele me lembrou como é triste ficar sozinha, mais como é feliz estar com alguém.

“Acho que ela ficaria bem melhor se não tivesse me conhecido”

Rin: O que está dizendo?! Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida!

O que?! O que aconteceu?! Eu havia falado com alguém?! A voz que me respondeu daquela vez... A mesma voz!

Rin: Eu devo estar ficando louca.

Não, não é loucura. Eu já vi Nekos, Magos... Não poderia ser loucura.

Rin: Talvez Piko saiba de alguma coisa.

Deitei na cama e comecei a dormi. Mas, quando eram umas duas da manhã, eu tive uma grande surpresa.