Estou no mesmo jardim da noite anterior, Damon estava no mesmo lugar lendo o seu livro, quando tento me aproximar dele, infelizmente, não consigo, pois o Matt aparece e me impede, mas eu continuo tentando com todas as minhas forças e então ele me joga no chão com muita força, eu bato a cabeça numa pedra e tudo vai ficando escuro, muito escuro...

Acordei assustada, com Tia Jenna pedindo para que eu me acalmasse, ela trazia em mãos um calmante e disse que eu estava me contorcendo na cama e chamando pelo Damon. Meu Deus! Eu estava chamando por ele...

— Querida, acalme-se, está tudo bem. O Damon foi embora faz algum tempo, ele disse que te deixou dormindo.

— É, eu lembro, Tia... -suspirei sofregamente, "o que estava acontecendo comigo?" _Desculpe ter gritado. Assustei a senhora?

— Não, querida. Eu só achei um pouco estranho, pois você chamava pelo Damon como se estivesse pedindo a ajuda dele...

Eu não sabia direito o que dizer a minha Tia, então falei apenas que estava tendo um pesadelo e o Damon, bom, mesmo que tenhamos nos conhecido há pouco tempo, ele havia se tornado um grande amigo, no fundo, eu sabia que era algo a mais que isso, mas não podia admitir isso pra Tia Jenna, então tentei disfarçar o máximo que pude.

Tia Jenna também trazia em suas mãos uma bandeja com um pouco de suco de laranja e um sanduíche, eu realmente estava faminta, mas não tinha vontade alguma de comer. Minha cabeça fervilhava a cada momento que pensava em Damon, no que havíamos compartilhado juntos, em tudo o que ele me disse, aquelas palavras, aquelas doces palavras... "Será que, de alguma forma, teria chegado minha chance de voltar a ser feliz? Não, não mesmo." A imagem do Matt com aqueles olhos profundos e raivosos olhando para mim veio em minha mente, expulsando qualquer raiz de esperança. Me esforcei o máximo que pude e afastei aqueles pensamentos de minha cabeça.

— Está uma delici,a Tia, não lembro da ultima vez que comi um sanduíche feito por você .

Neste momento tia Jenna estava sentada na beirada de minha cama, ao ouvir o que eu disse ela deu uma gargalhada leve com o meu comentário.

—Sua engraçadinha, você sabe bem que não fui eu quem fez.

— É. -eu disse dando um sorriso com um toque sarcástico, definitivamente minha Tia é um desastre na cozinha.

— Elena, - Chamou-me a atenção me olhando, e algo me dizia pelo tom de sua voz e pelo seu olhar que lá vinha coisa.

— Oi, Tia, pode falar.

—Então, daqui a 6 dias você deve tirar esse gesso, tanto o da sua perna quanto o do braço, o que é muito bom, pois a Clarice Salvatore vai dar um baile beneficente em sua casa, que não é bem uma simples casa... Ela nos intimou a irmos, será maravilhoso, Lena! Você vai poder se distrair um pouco, e eu vou rever minha amiga, que não vejo há muito tempo.

Era só o que me faltava! Não dá pra acreditar que fui intimada a ir  num baile na casa/mansão do Damon... e agora? O Matt vai pirar, mas se eu não for minha Tia vai pirar, Droga!

Soltei o ar pesadamente, e encarei tia Jenna, não sabia bem o que dizer, mas seja lá o que eu poderia dizer, seria em vão, pois na cabeça de tia Jenna já estava tudo certo. Tenho quase certeza de que ela já havia confirmado tudo com a Clarice, e antes que eu respondesse...

— Okay. Então, já está tudo certo, e não precisa se preocupar, Lena, o Matt irá conosco, assim não terá problema algum, notei que ele não foi muito com a cara do Damon. -Tia Jenna fez uma careta engraçada para mim, afim de que aquilo soasse como a coisa mais natural do mundo, quando, na verdade, o comportamento do idiota do meu namorado, era completamente opressor e descabido. Contudo, mesmo percebendo isso, minha tia achava que eu o amava e por isso não se intrometia.

— Tudo bem, tia, eu vou. Será que você poderia convidar o Matt pessoalmente? Não quero que ele me entenda mal. -Minha tia respirou fundo olhando para mim, ela abriu a boca para começar a responder, mas exitou e disse apenas:

— Certo, Lena. Eu falo com ele, pode deixar comigo.

Minha tia estava super animada com a idéia do baile, não sei se era por reencontrar sua amiga, ou pelo simples fato de ser um baile. Desde muito tempo não íamos a um, acho que desde 15 de novembro de 2010, em Nova York, na Boda de prata dos meus pais. Meu Deus! Já haviam se passado 25 anos que estavam casados... Como eu sinto falta deles! Os carinhos, o café da manhã, as alegrias compartilhadas, e as broncas. Sim. Eu faria de tudo para tê-los de volta comigo, mesmo que fosse só pra levar uma bronca daquelas depois uma noitada sem escrúpulos.

—Lena, eu liguei para o Jeremy, mas ele não poderá vir. A Clarice gostaria de rever vocês dois, mas ele disse que viria assim que acabasse o período das provas. - disse tia Jenna, me fazendo voltar do meu devaneio.

— Ah, tia, tudo bem. Não vejo a hora do Jer voltar, mas posso aguentar até lá! - falei num tom um pouco alegre tentando não deixar pistas, só Deus sabe o quanto eu precisava do Jeremy e das gargalhadas que ele arrancava de mim em qualquer situação.

— Querida, agora, vá dormir, e por favor, Lena, tente descansar. Amanhã será um novo dia e você logo se sentirá melhor! -Tia Jenna se aproximou de mim, dando um beijo doce e leve em meus cabelos e acariciando-os de leve...

— Boa noite, meu amor, sonhe com os anjos!

— Boa noite, tia!

Ela saiu fechando a porta do meu quarto e apagando a luz atrás de si, e mais uma vez eu estava perdida em meus mais profundos pensamentos, a imagem do Damon predominava todos eles, por mais que eu tentasse, eu não conseguia evitar, olhei pro meu celular que estava em minha escrivaninha, ao lado da minha cama e consegui pegá-lo com um pouco de esforço, rapidamente um clarão tomou conta do meu quarto, pisquei os olhos com o brilho do aparelho, e então sorri vendo a foto que tomava conta de toda a tela, era eu e a Caroline, na comemoração dos seus 18 anos. Ela estava radiante com um sorriso de orelha a orelha e seus belos olhos azuis cor do céu brilhavam com a alegria que estávamos vivenciando. Eu e Car, nos conhecemos desde que usávamos fraldas, nossas mães eram aquele tipo de amigas inseparáveis, era nítido a cumplicidade entre elas, sendo assim nós herdamos a mesma cumplicidade, bastava um olhar e eu e Car já sabíamos o que a outra estava pensando. Sinto falta daquela loirinha meio espevitada, mas que tem um coração do tamanho do mundo, resolvi deixar um e-mail para Car.

De: Elena Gilbert

Assunto: saudades.

24 de setembro de 2013  às 22:15

Para: Caroline Forbes

Car, boa noite. Como vai você?

Bom, eu vou bem, mas você não vai acreditar em tudo o que aconteceu nessa semana... Caramba, que saudade que sinto de você! Quando terminará suas provas? Hey, assim que terminar avisa pra mim, só assim poderemos marcar pra você vir aqui passar algum tempo comigo, sua sumida. Precisamos conversar! Bjos, amo você!

Após deixar o e-mail na caixa de entrada da Car, desliguei o aparelho e coloquei o mesmo de volta ao seu lugar, agora minha cabeça doía menos, e aos poucos o sono começou a pesar em minhas pestanas, então logo adormeci.

O sol brilhava invadindo meu quarto, a claridade me obrigou a abrir os olhos, quando senti algo diferente, estava virada de lado, com a cabeça apoiada no meu braço bom, de costas para porta do meu quarto, e de repente, sinto um peso no colchão atrás de mim.

Mas que merda! A essa hora da manhã, sério!? Eu realmente devo ter jogado pedras na cruz, porque quem estava sentado na minha cama era o loiro mais imbecil desse planeta. Ódio mortal!