O dia hoje não estava nada bom. Mesmo.

Primeiro acordei de mau humor porque não dormi direito noite passada. Aquele ser irritante me perturba até nos meus sonhos. Cara, como isso pode ser possível? Continuando…

Cheguei atrasada na escola porque o ônibus fez o favor de demorar uma eternidade hoje e para piorar a primeira aula era do meu ‘querido' professor de química.

 E se você acha que isso é pouco, o digníssimo entregou as provas hoje e é claro que eu quase morri de antecipação quando Sasuke disse que entregaria as provas. Mas era melhor ele nem ter entregado porque com a nota que eu tirei eu só queria sumir.

Ele me entregou a prova com aquela cara irritantemente perfeita e séria de sempre e eu só queria morrer com aquele olhar dele de superioridade. Não sei porque, mas quando peguei minha prova me senti decepcionada, como se eu tivesse perdido uma batalha. Senti raiva de Sasuke e quis chorar. Por que ele tinha que ser tão rígido? Ok… a culpa não era dele por eu ter tirado aquela nota, quero dizer, não totalmente. Talvez se eu tivesse me esforçado mais… aff! Mas também, ele podia ter sido mais gentil na correção!

A quem eu quero enganar? Nunca vou bem em Química e eu precisava tirar pelo menos 8,0 para conseguir me manter, sem precisar fazer a recuperação. Meu pai com certeza vai comer meu fígado - não literalmente, claro - quando ver que eu tirei 4,5.

As aulas passaram arrastando e tudo que eu queria era ir para casa.

No intervalo minhas amigas não paravam de falar mas eu não consegui prestar atenção em nada, só pensava que provavelmente eu iria reprovar.

Quando cheguei em casa, fui direto para o meu quarto. Joguei-me na cama com a roupa da escola e tudo, tentando em meu pensamentos arrumar uma maneira de contar ao meu pai minha situação escolar.

Meu irmão sempre foi inteligente e um orgulho pro meu pai. Sempre fora o melhor da turma e agora já formado, trabalha numa grande empresa em Tóquio.

Não gosto de ficar me comparando à ele, mas a verdade é que ele sempre foi o melhor em tudo. Odeio me sentir assim e pensar nele dessa maneira, pois é até injusto com ele e eu o amo de todo meu coração, porém é inevitável.

Não queria chorar, mas acabei chorando. Estava mais sensível que o normal, talvez porque eu fosse ficar menstruada em breve, sei lá.

Chorei de raiva também por pensar em mim como uma inútil me achando burra ao extremo até pegar no sono.

Quando meu pai chegou a noite, eu já havia acordado. Tirei uma coragem de não sei da onde para contar-lhe sobre minha nota. Na verdade enrolei um século antes de contar, mas quando chegou a hora do jantar decidi contar tudo de uma vez.

Diferente do que eu pensei, meu pai não brigou comigo, ficou chateado, mas foi bem compreensivo na verdade, o que me fez ficar muito surpresa.  Ele disse que não queria que eu reprovasse e que talvez eu tivesse que fazer aulas extras e por mais que eu tenha quase surtado nessa parte, talvez ele tenha razão.

“Mas onde eu encontraria alguém que possa me dar aulas extras?” Perguntei.

“Talvez devêssemos falar com seu professor.” Quase me engasguei com o suco que bebia.

“Pai, não acho que seja uma boa ideia.” Era uma péssima ideia! "E além do mais, como ele poderia ajudar?"

“Não sei Sakura. Talvez ele conheça alguém que possa te dar aulas extras.”

“Ele está substituindo a outra professora, não vejo como pode ajudar.”

“Não seja pessimista.” Meu pai se levantou recolhendo os nossos pratos, colocando-os na pia em seguida. “Amanhã mesmo eu vou com você falar com seu professor.”

Eu me levantei também, me dirigindo depois para a sala e meu pai fez o mesmo. Não estava gostando nada daquela ideia. Falar com Sasuke, aulas extras. Um verdadeiro saco!

“Eu não tenho aula dele amanhã. Só na sexta.”

“Tudo bem, então. Eu vou ligar pra Tsunade e marcar um horário com ela e seu professor.”

Meu pai resolveu se sentar no sofá e assistir um pouco tevê e eu achei melhor ir para o meu quarto. Dei um beijo de boa noite nele e parti para o meu aconchego.

Escovei os dentes e coloquei a minha roupa de dormi, apesar de ser ainda 20:00h.

Deitei na cama e fiquei pensando em como estressante estava sendo a minha vida. De fato, eu não queria ter aulas extras. Isso é muito chato, mas por outro lado eu sei que vai ser bom pra mim, vai me ajudar a melhorar as minhas notas. Ainda mais que é meu último ano na escola e o primeiro semestre já está se encaminhando pro fim. Esse ano tinha que ser o ano perfeito, onde eu ia bem em todas as matérias, sem exceção.

Aff! Isso é tão complicado! E eu ainda quero fazer medicina…

Suspirei cansada de tudo isso. Se eu quero medicina mesmo eu preciso melhorar as minhas notas. Talvez eu não devesse  me opor tanto a essas aulas extras.

Fui dormir de verdade umas 22:00h, pois fiquei mexendo no celular, usando as redes sociais até que o sono viesse realmente.

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Já era sexta-feira e 14:00h da tarde. Meu pai pediu folga extra hoje para poder resolver o meu ‘problema’.

Estávamos todos na sala da diretora Tsunade conversando sobre minha situação e eu só queria ir pra minha casa, sério!

“Então o que o senhor pensou?” Tsunade perguntou ao meu pai.

“Pensei que talvez se ela fizesse algumas aulas extras… queria saber justamente se o senhor Uchiha não poderia indicar alguém.” Meu pai voltou a sua atenção a Sasuke que estava com sua cara séria de sempre. Espero que ele não conheça ninguém.

“Bom, eu tenho um amigo que dá aulas particulares. De repente ele pode ajudar a senhorita Sakura.” Senhorita... Nossa. “Posso ligar para ele agora mesmo.” Ele disse, já tirando o celular do bolso. Meu pai pareceu muito feliz com essa notícia.

“Isso seria ótimo.” Concordou a diretora.

Não! Isso seria péssimo.

Sasuke ligou para o tal amigo e depois de um minuto ele atendeu. Mas pelo desenrolar da conversa o amigo não poderia me ajudar. Que pena. Hah! Algo sobre um mês e conferência.

“Infelizmente ele não vai poder, pois vai viajar daqui a um mês para uma conferência e portanto não pode se comprometer.” Sasuke disse enquanto guardava o telefone no bolso outra vez. Ele fez uma cara fajuta de ‘sinto muito’ e eu quase ri, mas enfim.

“Não há outro que você conheça?” Eu olhei para o meu pai nesse momento. Ele estava insistindo muito nessa história, sério.

“Desculpe, Senhor Haruno, mas não conheço nenhum outro que seja de confiança ou competente o bastante.”

Meu pai já estava fazendo uma cara de derrotado, quando Tsnunade se dirigiu a Sasuke. “E você Sasuke? Você não poderia ajuda-la?”

Eu olhei para ela totalmente incrédula e depois para Sasuke que parecia pensar. Me bateu agora um mini desespero.

“Bom, eu acho que posso ajudar sim, se o Senhor não se importar.” Ele voltou sua atenção ao meu pai que obviamente havia ficado feliz com a ideia.

Aff! Ele não pode aceitar uma coisa dessa! Isso tem que ser antiético!

Não! Nem pensar! Never! Essa ideia era absurda demais! Ele não é competente, ELE NÃO É COMPETENTE!    

“Eu acho uma ideia perfeita. Se você puder mesmo, por mim tudo bem.” Mas o que??

Sasuke sorriu simpático - se é que posso chamar aquilo de sorriso - para o meu pai. “Eu não tenho nenhuma obrigação além da escola, então posso ajudar. Acho que vai ser muito bom pra Sakura, já que ela tem ido mal.”  

O QUE? WHAT??

Fiquei totalmente chocada agora!

“Perfeito, então.” Gesticulou Tsunade sorrindo e dando o assunto por encerrado. NÃO,NÃO, NÃO!

Eu simplesmente não conseguia disfarçar a minha cara de desgosto. Queria até protestar contra, mas a minha voz simplesmente não saia.
Eles simplesmente resolveram tudo e nem perguntaram o que eu achava! Mas que absurdo! Eu não quero o Sasuke como meu mentor/explicador ou sei lá o quê. Eu só queria ter a capacidade de estudar sozinha e entender essa bendita matéria!

Eles conversaram mais um pouco e Sasuke como metidinho que é, disse que não poderia aceitar remuneração, porque esse era o “dever dele como professor”. Aff! Como se eu realmente acreditasse nisso.

Quando tudo ficou ‘resolvido’, nós saímos de lá com meu pai aliviado por ter conseguido alguém pra me ajudar e eu com cara de bocó e um mal humor incrível. Agora eu teria aula extra três vezes na semana com Sasuke, se já não bastasse ter que aturá-lo durante as aulas normais!

“Isso foi uma péssima ideia.” Resmunguei, pisando duro no chão.

“Achei muito bom seu professor poder te ajudar.”

“Claro, claro. Tirando o fato de que ele é um chato.” Fiz uma careta e meu pai suspirou.

“Você vai sobreviver. Além do mais, ele foi bem simpático, não é nenhum bicho de sete cabeças.” Meu pai deu de ombros e agora eu que suspirei irritada.

Que saco!

Nós fomos pra casa e eu só queria o aconchego do meu quarto e um bom chocolate. Eu nunca odiei tanto uma ideia quanto agora, sério. Era pra ser qualquer pessoa, menos ele, porque ele é arrogante e prepotente. Até parece que ele se importa. Ha-ha!

Mas infelizmente não havia mais nada a se fazer, ou era isso ou continuar indo mal e reprovar e definitivamente essa não era a opção que eu mais desejava. E agora o combinado são três aulas na semana, começando por quarta, a partir das 14:00h da tarde, e sendo muito sarcástica, eu mal podia esperar.