Fallen escrita por DaPreacher


Capítulo 1
PRÓLOGO - Uma história sobre Pokémon


Notas iniciais do capítulo

Atenção, não recomendado para os fãs de suspense, pode conter pouco até nenhum.O Prólogo servirá como uma pequena introdução do "Elenco" aos leitores e uma pequena pitada do que está acontecendo e o que irá acontecer ao desenvolver da fic.Boa leitura! o/



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“Já é tarde demais para voltar atrás.” Carl Lancer, um em muitos guerreiros, observava o colossal oceano negro capaz de causar calafrios até nos mais bravos homens que já viajaram por este infinito: O Espaço.
O objeto que separava Carl de sua paixão cósmica era uma quase inquebrável janela de vidro reforçado, protegendo a nave de transporte e seus tripulantes do ambiente hostil. Lá estavam soldados equipados com uma combinação básica de proteção. Um colete negro extremamente resistente feito de um metal ultra-leve em conjunto com elmo equipado com visores protetores e uma eficiente máscara filtrante, mais do que o bastante para proteger esses homens uma vez que se encontrarem com os horrores do campo de batalha.
Distraído com a imensidão espacial, Carl não pôde se não dar um dar um quieto salto de susto ao sentir a mão de um de seus companheiros tocar em seu ombro.
“Dando uma última olhada, né?” – Diz um homem quase tão jovem que Carl, cabelos loiros, pele pálida e notavelmente portando uma carabina com sua trava desarmada.
“Pode ser a última vez então aproveite.”
“É...” Carl diz quietamente enquanto balançava sua cabeça.
“Tá com medinho?” Respondia o outro sujeito em tom debochado.
“Os fantasmas irão te dar um destino pior que a morte!” O jovem ria quietamente enquanto observava o espaço pela mesma janela em que Carl estava olhando, porém, ele não parecia se importar muito com as bobagens de seu companheiro.
“Não é dos fantasmas que eu tenho medo.” – Carl pausa por um instante antes de engolir em seco, lembrando-se do que aprendeu não no treinamento mas com seus pais sobre ‘fantasmas’.
“Mas sim do que aconteceu com eles antes de morrerem.”
O indivíduo certamente não entendeu muito o que Carl disse e mal aparentava mostrar algum interesse em ponderar sobre o tal julgando pela sua expressão confusa. Mesmo assim, ele tornou-se a falar com o enigmático observador espacial:
“Que seja, meus amigos me chamam de--“ A conversa é interrompida pela risada de um homem do outro lado do compartimento de carga da nave, dentre muitos sussurros na nave os risos do homem se destacavam. O jovem tenta mudar sua atenção para Carl novamente, mas dessa vez, ele possuía um pouco de apreensão com suas palavras.
“Como eu ia dizendo, meus amigos me chamam de, bem, Lavi.”
Não prestando muito atenção para a pequena interrupção, Carl estende sua mão e o responde um leve sorriso
“Lancer, Carl.”
Com uma expressão mais calma, Lavi o responde com um sorriso e o cumprimenta com um caloroso aperto de mãos.
“Sabe, cara, precisamos de alguém para confiar! quando chegarmos lá embaixo vai ser um inferno!” Lavi falava como se o que estava para vir era apenas uma brincadeira ou uma coisa rotineira.
“Cada um por si!” Após dizer isso, Lavi percebe que sua arma estava destravada por causa de um ruído que ouviu por balançá-la enquanto movia suas mãos freneticamente enquanto falava com Carl.
“Caralho...” O desajeitado desesperadamente tenta travar sua arma antes que o superior que estava ali perto percebesse sua terrível falta de cuidado com seu equipamento. A vergonha que Lavi acabou de passar foi o suficiente para causar um silêncio já merecido para seus tripulantes, até que um alto bipe eletrônico ecoou nas densas paredes de metal da nave.
“Atenção. Unidade 966.” Uma voz masculina bem grave dizendo em tons eletrônicos ecoou pelos intercomunicadores do compartimento de carga da nave.
“Preparar-se para entrada atmosférica em 3 minutos.” Os trinta homens que ali estavam rapidamente verificavam por falhas em seus equipamentos enquanto alguns faziam uma algazarra após finalmente terminarem seu treinamento e saírem em sua primeira missão como Conquistadores formados. Segurando firmemente em conjunto com seus companheiros em barras de metal que se estendiam pela nave, Carl observava pela janela em espanto as dezenas, se não, centenas de naves de carga que entravam em alta velocidade na atmosfera do planeta em que a Colônia 32 orbitava.
Ou, comovocêdeve conhecer, O Mundo Pokémon.
A ‘queda’ foi intensa o bastante para dar ânimo á Carl e seus companheiros de equipe, porém, Lavi tentava catar desesperadamente o cartucho de munição que havia deixado cair no meio do voo ao entrar na atmosfera, Carl junto com alguns dos soldados ali riam da cena. Até que o superior dos soldados resolve entrar em cena pouco antes de pousarem na superfície do planeta perto de um posto de operações temporário.
“Atenção, suas bichas!” O capitão da Unidade 966, portando um conjunto completo de armadura pesada chegou gritou bem alto no abafado compartimento de carga, desnecessariamente alto.
“Vou dá pra vocês o privilégio de ouvir o plano tático de novo.” O homem pausa, estendendo seu braço um pouco para o alto e pressionando algum dispositivo que estava junto de seu pulso. Neste momento, uma espécie de imagem holográfica de uma área de terra aparece sendo formada pelo mesmo dispositivo que o superior acabara de ativar, tal tecnologia não era estranha para a tripulação, porém.
“Juntos de outra unidade, vocês serão a tropa de reposição caso as unidades nove-seis-três, nove-seis-quatro e nove-seis-cinco falharem.” O homem apontava certos pontos no holograma enquanto todos olhavam atenciosamente, até que uma grande porção do mapa ficou brilhando em vermelho.
“Evitem essa área a qualquer custo!” O homem aumentou o seu tom de voz.
“Eles usarão a artilharia estacionada nos muros e mesmo aquela velharia vindo lá do século vinte um, ela ainda pode e vai matar vocês se fizerem merda.” O olhar de medo de alguns dos soldados era escondido por seus imponentes elmos, Carl era um deles, porém, ele ainda estava com seu capacete suspendido embaixo de seu braço enquanto portava sua carabina com a outra mão.
“O inimigo não possui armas efetivas a ponto de penetrarem seus coletes, porém...” O homem olha para a expressão de medo de Carl junto com a inquietude da maioria que estava ali na nave e decidiu não lembrar o que realmente enfrentariam na missão.
“A maior arma deles é o pânico.”
“Mantenham sua estatura e não mostrem medo.” Um breve silencio interrompeu alguns dos homens enquanto alguns riam quietamente, até que o sujeito que antes rira de Lavi carrega uma bala em uma espécie de espingarda avançada.
“E botem essa porra dessa arma pra funcionar!” Ele grita fazendo com que alguns soldados, incluindo o superior, gargalhassem, significativamente aumentando a moral da unidade.
No momento em que a nave descia a uma distância segura os outros veículos que voavam ao redor foram distanciando um dos outros e eventualmente desaparecendo no horizonte, naves de cargas pequenas, grandes, caças e até mesmo cruzadores estavam aterrissando simultaneamente no planeta naquele momento e Carl observava tudo. Uma lágrima escorre de seu rosto ao ver todas aquelas majestosas maquinarias espaciais carregando heroicamente contra a atmosfera e com isso lembrava-se dos testes em que falhou como Piloto Espacial. Carl alistou-se para os Conquistadores das Estrelas visando à experiência para se tornar um proficiente piloto. A leve sensação de se tornar um herói ao lutar como um Conquistador satisfazia suficientemente o ego de Carl para não desertar as tropas, porém, a cada som de decolagem, a cada rugido de um micro reator de fusão, o coração do jovem batia á mil, imaginando-se pilotando um desses veículos um dia. Seus pensamentos logo foram interrompidos quando a porta do compartimento de carga lentamente se abria diante de seus olhos.
“Agora é a hora e a hora é agora, maricas!” O superior gritava enquanto a unidade de Carl ansiosamente procedia para finalmente pisar no solo do planeta. Pondo seu capacete, o guerreiro segurava um crucifixo de cobre que pendurava em seu pescoço, mantendo sua cabeça baixa esperando que alguma espécie de piedade divina caísse sobre ele e sem muito o que fazer, o guerreiro destrava sua arma e procede rapidamente para fora da tão segura nave de carga.
O sol era bem forte mas uma brisa refrescante batia contra a armadura dos soldados enquanto marchavam para o dito campo militar não muitos metros do ponto de aterrissagem, o superior por um momento parecia ficar para trás dizendo algo na nave de carga antes do mesmo sair de lá e o veículo partir de volta ao espaço com um som estrondoso de seus poderosos motores. Lavi havia finalmente ajustado seu equipamento enquanto se aproximava de Carl, portando sua arma em seu ombro, Lavi tentava parecer o mais experiente o possível próximo dos seus companheiros mas quase sempre se dava mal de alguma forma.
“Se alguém te pega de surpresa você não terá tempo o suficiente para—“ Carl tenta explicar á Lavi o quão perigoso é tentar ser ‘descolado’ no campo de batalha, mas é abruptamente interrompido pelo mesmo.
“Olha, cara, eu sei o que eu estou fazendo, tá ligado?” O jovem falava com um jeito extremamente confiante para o seu óbvio despreparo, arma travada já em campo de batalha, cartucho duplo colados da maneira errada um ao outro e mais sinais da aparente experiência de Lavi. Carl levantou seus ombros fazendo uma expressão de arrependimento por tentar convencer um desajeitado convencido sobre seus erros, Lavi não aparentava ser um cara mau mas Carl achava que seu novo amigo não iria durar muito tempo no campo de batalha, talvez, era o primeiro que Carl deveria tomar conta ao entrarem em algum conflito.
“Ali, ó.” Um homem chega por trás entre os dois jovens e apontava para uma nave de carga que acabou de pousar, trazendo mais tropas na distância para o campo militar.
“Sabe por que aqueles caras pousaram depois e longe de nós, fodão?” Lavi reconheceu a voz e tentou não se virar, ele apenas tentou responder o homem o mais rápido o possível e tentando não dar muita atenção a ele.
“Atraso, né? Os caras se atrasaram, imbecil.” Carl não ficou surpreendido com a resposta de Lavi e nem tentou se intrometer na conversa.
“Vários desgraçados vindo por tudo que é lado e você mal sabe quando ou quantos mais irão chegar, é o ‘atraso’, né?” O homem disse rindo com um tom sarcástico virando-se para Carl em seguida.
“Frank Jared e cê deve ser o Lancer.” O novo conhecido diz estendendo sua mão para Carl, ignorando completamente o monte de resmungos e bufadas que Lavi fazia em raiva.
“Certamente!” Carl exclamou e procedeu para cumprimentar Frank, se sentindo um pouco mais seguro em sua companhia.
Jared fazia parte de uma tropa de guarnição em Marte mas por causa de um imprevisto acabou sendo realocado para a Unidade 966, portanto, muitos da unidade e até mesmo da Tropa 96#
“E o nome desse cara não é Lavi.” Disse Frank rindo. “Ele se chama—“ Frank faz uma expressão que aparenta ser esforço tentando se lembrar de algo. “Puta merda, qual era o seu nome mesmo? Ah! Lavretiy Maksimilian!”
Nesse momento, Lavi tremeu de vergonha, por mais que seu nome tivesse origens elegantes a sua pronuncia complicada era um alvo constante de chacotas e muitas das vezes feria sua imagem auto imposta como veterano, tanto é que Lavi (Chamemos ele por seu apelido) resolveu portar sua arma apropriadamente ao invés de se exibir, afinal, ele não tinha como um plano ter seu nome berrado pelo superior.
“De qualquer forma, nós vamos ter que luar contra Nidokings nessa missão, mas eu não chamo eles por esse nome.” Dizia Frank para Carl, o jeito de falar do soldado convencia o jovem quase que instantaneamente.
“Eu os chamo de brutamontes filhos-da-puta, trituradores de homen.” Dizia Frank rangendo os dentes.
“Os doidos de Marte resolveram cruzar as espécies geneticamente alteradas por lá e o resultado não foi muito agradável.” O aparente veterano aproximou-se de Carl e após olhar pros lados cuidadosamente, sussurrou:
“Ao menos pros burgueses não foi.” Frank ria juntamente de Carl mas enquanto o veterano ficava ansioso para ser lançado mais uma vez em campo de batalha, o jovem parecia lentamente mudar seu sorriso para uma nublada expressão apreensiva por causa do relato de Frank e a medida que marchavam para as barreiras do campo militar Carl ficava cada vez mais nervoso.
“Ae, suas putas!” O superior da unidade 966 gritou tão alto que até os soldados que ficavam estacionados nas barreiras se assustaram.
“Centro de Operações Temporárias Cinquenta e Oito, lembrem-se desse nome para falar bastante das merdas que vocês vão passar aqui!” A maioria da tropa tentava ignorar o líder e os guardas que estavam por ali nem se importaram em abrir caminho para o homem que vinha correndo de trás da unidade para dentro da base, esse capitão parecia estar bem ansioso também, para ver seus homens morrerem...
“Vocês parecem uma lesma, Nove-meia-meia! Vambora!” A tropa parecia compreender completamente o que seu líder queria dizer com cada insulto que gritava pelo fato que eles imediatamente corriam para dentro do campo. A visão não era muito agradável, guerreiros em pedaços chegando dos portões opostos da base, suprimentos misturados e expostos ao ar livre por todos os lados e a única coisa servia de proteção contra o sol eram tendas, contêineres e uma torre de observação que parecia ser uma nave construída para se estabelecer como uma construção permanente. Tropas médicas, equipados de coletes padrão mas marcados com uma grande listra vermelha fluorescente traziam homens feridos do campo de batalha próximo dali, a maioria deles estavam com seus membros esmagados, quebrados ou ambos, sem falar que boa parte dos feridos possuíam grandes danos por corrosão em suas armaduras. Carl observava a cena apocalíptica e sabia que iria encontrar-se com a realidade dos Conquistadores cedo ou tarde, Frank, porém, reparou na atenção de Carl aos eventos.
“Parece que chegamos bem na hora, eles se fuderam mas devem ter levado bastante filho da puta com eles então fique tranquilo, nêgo.” Dizia ele observando atenciosamente de sua espingarda.
“Evitar áreas de risco, marchar rapidamente pelos flancos e atirar na cabeça dos putos, nada mais que aquilo que nós treinamos 5 meses seguidos.” Carl concordava balançando a cabeça mas as palavras de Frank não tiravam a preocupação do jovem sobre seus companheiros.
“Bom, nós podemos sair vivos dessa mas e quanto aos outros? E a outra tropa?” Disse Carl.
“Um dos lemas dos Conquistadores é não deixar ninguém para trás, verdade, mas você não irá correr no meio da área de artilharia pra socorrer um panaca—“ Frank olha para Lavi que estava mais a frente. “—Que não sabe nem ao menos portar uma arma, né?”
Carl suspirou mas rapidamente recompôs sua moral, afinal, os comandantes sempre diziam que gente poderia e iria morrer no campo de batalha.
“É a dura verdade.” Ao manterem marchando juntos de sua unidade, Carl, Frank, Lavi se deparam com um sujeito muito bem vestido se aproximando do Capitão da unidade, um homem aparentando estar nos seus 50 portando um casaco preto gabardine com listras brancas e uma extensa fileira de coroações de honra em seu peito, porém, o detalhe que mais chamou a atenção dos que o observavam era uma ave nativa do planeta descansando em seu ombro enquanto vigiava com seus penetrantes olhos atenciosamente o local. Para os mais especialistas em biologia, era um Noctowl e a ave aparentava ser bem saudável pela falta de cicatrizes visíveis... Ao contrário do seu suposto mestre.
“Então, Capitão, quer dizer que você ficou encarregado mesmo do Nove-meia-meia?” Disse o sujeito enquanto o Capitão ferozmente prestava continência.
“O Nove-meia-meia não é uma unidade, senhor.” Ele blefou. “O Nove-meia-meia é a unidade.” Disse o Capitão rindo para o velho que neste mudou sua expressão para uma seriedade sinistra.
“De fato, Trajan, o Nove-meia-meia não é só uma unidade.” Ao dizer isso, Capitão Trajan engoliu em seco enquanto o homem olhava para todos os membros da unidade de Carl e por sorte, boa parte dos que se importavam com alguma conspiração não ouviram.
“Muito bem, Nove-meia-meia, En Garde!” Carl agiu instintivamente como muitas das tropas dos Conquistadores foram ensinadas em seu treinamento, toda a unidade se formou em ordem alfabética na frente do homem, apresentando sua devidas armas em seus ombros. A tradução do italiano de que o comandante gritou significava ‘Em guarda’ ou ‘Em sua guarda’ e era comumente usado entre pelos maiores da hierarquia militar dos Conquistadores para ordenar suas tropas em posição estacionária e todos os soldados dos Conquistadores passavam por um treinamento disciplinar para se organizarem rapidamente e efetivamente no campo de batalha.
Carl se perguntava quando iria enfrentar o inimigo, pois a medida que eles faziam apresentações desnecessárias, mais homens feridos chegavam das entradas do acampamento e ver todos aqueles seres humanos voltando em pedaços já estava tocando os nervos do guerreiro.
Após uma breve pausa, o comandante, ainda com seu Noctowl no ombro, andava lentamente em frente a fila em que os 966 acabaram de formar, mas ele não os olhava, ao invés disso, seu Pokémon analizava de ponta a cabeça todos os soldados, verificando selvagemente por quaisquer falhas na formação e após piar silenciosamente em seu ouvido, o comandante para na frente de Carl, o jovem guerreiro perde completamente sua composição e começar a suar e suas mãos começam a estremecer, porém, ele não sabia o que mais o deixava nervoso, o fato do lendário Comandante Adel Imraim em sua frente ou pelo misterioso olhar paralisante de seu Noctowl...
“Meu coleguinha acha que você está nervoso demais, garoto.” Disse a imponente presença com uma voz descontraída enquanto observava atentamente a identificação impressa no colete de Carl.
“Diga-me, Senhor Lancer, por que juntou-se aos Conquistadores se és tão medroso?”
“Meus amigos—“ Carl não se alistou por que era corajoso ou por que alguém queria que ele se juntasse as tropas.
“Meus pais—“ Voar livremente pelo breu além dos céus dos mundos era o verdadeiro sonho de Carl.
“Eu—” O jovem não conseguia prender a vontade de dizer seu maior desejo em voz alto na frente de alguém tão importante para o Império da Terra.
“Eu queria ser um Piloto Espacial, de caça, de cargueiro, civil, tanto faz.”
“Eu só queria ser um piloto.” Ele pausa para suspirar.
“Mas eu falhei. Falhei nos testes, mas vim tentar me formar como um piloto pelos Conquistadores.” Comandante Adel balançava sua cabeça confiantemente com um olhar crente dos objetivos de Carl, porém, seu Pokémon ainda o olhava com uma expressão bem esquisita como se algo estivesse de errado com o equipamento de Carl, ou talvez outra coisa.
“Volte vivo, peixe, quero alguém com esse fervor no comando do meu cruzeiro.” O tom sério de Adel rapidamente foi-se com uma breve risada e sem esperar continuou andando verificando os próximos soldados, porém, mal ele reparou que deixou uma marca com ferro nos sonhos de Carl, e o sorriso que se formou em seu rosto era quieto mas radiava uma esperança tão forte quanto as luzes das estrelas.
Instantes depois, Comandante Adel falou algo com o Capitão e, após trocarem continências, deixou o campo acompanhado de dois soldados.
“Más noticias, pivetes.” Alguns do 966 resmungaram e junto deles estava Lavi.
“Vocês terão apoio de franco-atiradores, satisfeitos?” Parecia que a situação para Carl estava indo a seu favor e não demorou muito para que ele notasse alguns indivíduos que se descavam no meio dos Conquistadores no campo. Era A Elite.
Lá estavam eles, criaturas cobertas dos pés ao pescoço com armaduras cinzentas compostas inteiramente por nano-tubos de carbono, carregando suas gloriosas Armas de Gauss. Os Elites basicamente viviam seus nomes, uma tropa especializada em combate espacial e terrestre, ao contrário dos Conquistadores que só focam em uma área. Pilotos profissionais e combatentes letais, A Elite era a força de reforço caso os Conquistadores não fossem capazes de lidar com suas missões. Como se sua presença não bastasse, dentre os nove homens da Elite havia uma mulher, cabelos tão vermelhos á ponto de refletir a luz do sol e um par de óculos escuros redondos. Até que houve um basta.
“Ô, rapá!” A mulher gritou se desgrudando do grupo e vindo em direção á unidade de Carl, mais precisamente, para o Capitão...
“Karleen Scarlet, cabeça da ‘sua’ tropa de suporte.” A moça aparentava ser bem mais jovem de perto e muita gente estava olhando o jeito como ela falava com o capitão de uma unidade.
“É melhor chamar mais tropas por que pela cara desses porras eles vão levar muito tiro e ainda vão voltar vivos pra ocupar os médicos.” Disse a jovem observando todos da unidade 966 com desprezo e Carl que antes gostou do seu cabelo e pelo fato de ser uma Elite perdeu completamente seu respeito e a única coisa que queria é ver cada osso dela ser quebrado por um Nidoking na luta. Sem falar muita coisa, Trajan levantou sua mão e apontou para o lado de onde as tropas avariadas chegaram enquanto a moça corria na frente.
“VAMOS EMBORA, CARALHO!!” A amazona gritou para os outros Elites que nada mais esperavam por alguma ordem, mas nem mesmo esses durões tinham nervos o suficiente para não se assustarem com a personalidade vulcânica da mulher.
Os 966, liderados por seu Capitão finalmente saíram da zona segura ditada pelo Comando Superior, nem mesmo ouvia-se os Pokémon ao redor dos campos e logo Carl viu por que, uma espécie de mini inferno á distância, uma enorme torre negra cortava o horizonte á distância e a uma absurda distância, podia se ouvir os tiros de energia do local, por sorte, o caminho que levava para a base inimiga era um vale cercado por um denso matagal proporcionando um caminho seguro para as tropas marcharem e um belo ponto estratégico para os franco atiradores, porém, antes mesmo do Capitão deduzir isso, ele podia ver os Elites escalando facilmente os vales e alguns já começaram a eliminar alvos á distância...
As Unidades 967 e 968 podiam ser vistas bem atrás dos 966, provavelmente para o plano que estava para ser executado.
“Meia-sete e meia-meia, câmbio.” O rádio do Capitão Trajan ruiu.
“Meia-oito alto e claro, situação meia-meia?”
“Meia-sete e meia-oito sem interrupções.” Trajan ajustou a sua frequência para responder mensagens apenas para os homens da sua unidade em seguida.
“Avanço Tático de Flanco, vocês já sabem o que fazer, guardem o chilique pra quando os monstros comerem suas tripas.” E após uma breve pausa...
Semper consequi, avante Conquistadores.”
Carl podia sentir a pressão do seu sangue subir quando ele viu Lavi correr para um lado e Frank para outro, logo, cinco, dez, vinte, todos os homens da unidade se separaram e prosseguiram até a densa mata protegida do alcance da artilharia inimiga, com certo temor, Carl direcionou-se o mais rápido que podia para onde Frank havia seguido mas seu nervosismo o fez correr rápido demais fazendo o chegar na floresta antes mesmo da unidade inteira. Sentindo-se um pouco mais seguro ali, o jovem aguardou seus companheiros antes de finalmente adentrar na mata, a única coisa que podia se ouvir era no meio da marcha veloz dos soldados era o ruído dos Pokémon que ali viviam, procurando segurança o mais rápido possível.
Tiros já poderiam ser ouvidos das escandalosas Armas de Gauss no meio de rugidos agoniados fora da segurança da floresta e após algum tempo correndo no meio da floresta as tropas já estavam a uma distância segura do alcance da artilharia, foi quando todos aqueles homens emergiram e carregaram contra a oposição que se localizava além no lado oposto de um planalto.
AVANTE!!!” Gritou o Capitão enquanto as tropas emergiam de ambos os lados das matas do vale, vários homens no planalto poucos metros antes da base inimiga inquietamente tentavam varrer as tropas dos Conquistadores mas com um esforço inútil, maioria dos tiros de suas sub-metralhadores rústicas aparentavam não surtir efeito contra maioria dos soldados por causa de seu equipamento, aqueles que foram atingidos em seus membros e outras partes desprotegidas, porém, foram abatidos quase que no momento.
Frank corria ao lado de Carl o mais rápido possível para algumas rochas posicionadas embaixo do planalto buscando cobertura dos tiros mas se esconderem atrás das rochas não iriam protege-los do maior perigo da missão imposta.
“Não vai demorar pra merda dos Nidokings chegarem até nós.” Disse Frank vigiando constantemente os lados mas após jurar ter ouvido algo, o soldado olhou para o lado esquerdo só para ser encurralado pela besta que chegou na posição oposta.
Carl desajeitadamente mira para a criatura que chegava logo atrás de Frank só para ser paralisado por seu rugido ensurdecedor que foi o suficiente para fazer com que Frank, assustado, ‘voasse’ para trás. O pouco de saliva que atingiu as partes desprotegidas da dupla começaram a corroer o tecido de suas vestes e sem esperar muito a feroz besta carregou contra Carl e Frank... Só para encontrar o final de sua curta vida com um tiro certeiro da espingarda de Frank na cabeça. Os últimos impulsos elétricos no corpo da criatura o fizeram correr desajeitadamente através dos homens com metade de sua cabeça desfigurada antes de finalmente cair no chão com um grande estrondo... E lá estava Carl, rezando o terço inúmeras vezes enquanto Frank gargalhava incontrolavelmente após matar a fera.
“Agora sim!” Ele recarregou sua espingarda enquanto ainda na cobertura das rochas. “Cê tem que ver quando se acerta essas coisas na barriga!” Frank berrava no meio da sua histeria. “Os filhos da puta fica LOUCOS enquanto o próprio acido os comem de dentro pra fora!” Mas ao finalmente se recobrar de seu transe violento, Frank vê seu jovem companheiro caído e com um olhar abatido por trás de seu visor. Ele olhava fixamente para a bagunça que Frank fez ao matar o Nidoking.
“Ele sofreu, Frank?” Carl vira-se lentamente para Frank e fala um tanto vagarosamente.
“Fica tranquilo, nem um pouco.” O veterano percebe que os outros soldados já haviam se posicionado na parte inferior do planalto por todas as direções, prontos para seguir o próximo plano, coincidentemente, somente Carl e Frank foram atacados nesse momento.
“Agora levante-se, quanto mais rápidos invadirmos a base mais cedo vamos sair desse inferno” Resmungou Frank estendo sua mão para Carl o ajudando a levantar e o recuperando do susto. O descanso foi breve, porém...
“Executar plano de ofensiva! Avante!” A voz do Capitão Trajan pôde ser ouvida pelos rádios ordenando todos do 966 para subirem o planalto. Carl, logo atrás de Frank, correu ferozmente com sua carabina empunhada pronta para fogo, mais distante para o oeste, via o resto da unidade, onde Lavi provavelmente estava e mais ao sul o resto das tropas poderiam ser vistas se posicionando para outro avanço. Carl perdia mais tempo observando atentamente o ambiente do que acompanhar Frank que rapidamente se misturou entre os soldados do flanco atual, deixando Carl um pouco para trás... Foi quando verdadeiro conflito começou.
Não muito á frente, grandes formações rochosas fizeram com que os soldados tivessem que dar a volta por lá e de acordo com a inteligência, os Pokémon seriam apenas jogados no meio do campo com ordens para matar o máximo de opositores o possível, mas esse não foi o caso quando um sinalizador vermelho rasgou o céu do planalto vindo por trás da rocha pondo o plano inimigo em ação, uma emboscada.
Um terreno rochoso traiçoeiro era tudo necessário para confundir uma unidade militar e um ótimo para ambiente para Pokémon de grande porte, este incluindo os Nidokings que ali aguardavam ordens de seus domadores, o ataque foi rápido e devastador...
Não haviam mais que uma dezena porém era o suficiente para causar baixas numa unidade dos Conquistadores. Carl podia ouvir gritos e rugidos vindo de todos os lados e isso não indicava um bom sinal, ao correr mais um pouco para frente o jovem conheceu um pingo da realidade dos Conquistadores diante de seus olhos. Um de seus companheiro tentava desesperadamente carregar sua carabina enquanto um Nidoking o esmagava pisando e forçando todo os seus trezentos quilos contra o homem, não só a criatura era sem piedade mas como ele parecia possuir certo sadismo ao agachar-se contra o homem enquanto tentava puxar fora o braço do azarado. Carl tentava reagir mas isso não chegava nem perto de suas expectativas quando se alistou aos Conquistadores, ele apenas ficou ali, imóvel, sem ao menos mirar sua arma para frente ate que finalmente, no meio dos gritos contorcidos de agonia do homem sendo mutilado vivo, tiros fizeram Carl despertar para a realidade.
Em um surto de adrenalina, o homem já com seu fuzil carregado descarregou todo o pente de munição explosiva contra o peito da criatura mas ao invés de mata-la, o Nidoking apenas entrou em fúria no meio a dor decapitando o soldado com seus dentes afiadíssimos.
Conduzido por seu instinto de sobrevivência, Carl não teve muita escolha se não atirar contra a besta que vinha severamente baleada em sua direção em um estado de fúria, sem muito esforço, o Nidoking foi ao chão com alguns tiros bem dados vindos da arma de Carl. O jovem tentou respirar e voltar a pensar logicamente mas seus problemas não acabaram...
Um homem vestido completamente de preto com uma grande letra “R” impressa em vermelho na sua vestimenta surgiu de trás de uma rocha armado com nada mais que uma pistola rústica e sem pensar duas vezes atirou o mais rápido contra Carl, os três primeiros tiros, por sorte, o atingiram no peito fazendo com que seu colete absorvesse o impacto completamente e com isso, o jovem aproveitou a oportunidade para tirar o inimigo de sua miséria, disparando uma breve rajada de munição deflagradora contra o sujeito sem muita dificuldade também o mandando ao chão. Imóvel.
E lá estavam, três almas sem rumo, todas julgadas pelas mãos de Carl Lancer, incluindo seu companheiro morto por causa de sua covardia e falta de pro atividade em ajudar um Conquistador companheiro em desespero. O jovem permaneceu ali por alguns segundos antes de começar a ouvir mais sons do campo de batalha e agora queimado pelo fogo da realidade, Carl seguiu em frente.
Logo ao oeste Carl viu um soldado que também ficara pra trás, encurralado por três homens da oposição atirando incessantemente contra a rocha em que o soldado estava escondido, ele parecia estar nervoso e não importa o quão óbvio era o momento certo de atirar quando os inimigos carregavam, lá estava ele, parado, respirando, porém, com uma pose profissional. Carl não iria deixar mais um companheiro morrer. Cuidadosamente, o jovem observou os inimigos sob cobertura e em um piscar de olhos atirou contra todos, os matando imediatamente...
“Ué???” O soldado gritou. “Eles morreram sozinhos? Que porra é essa?” E sua voz era familiar. Não o reconhecendo pela voz mas sim com o tom indignado com que falava, Carl deduziu que era seu amigo, Maksimillian e ao achar Carl, andou até ele furiosamente.
“Ah, cê acha que pode matar todo mundo assim, né??” Resmungava o garoto.
“Bom, você ia ser baleado—“
“Foda-se!” Interrompeu Lavi. Sua arrogância era tão estúpida que vez Carl rir. “Eu ia matar eles de qualquer forma!”
“Qual a situação?”
“Me separei do meu flanco por causa da merda de um Nidoking, tive que fazer uma retirada estratégica, sabe?” Respondeu Lavi gaguejando. “Eu consegui despistá-lo mas a coisa ainda está por aqui então vamo logo se reagrupar.”
Não questionando os óbvios conselhos de seu companheiro Carl retorna ao caminho de onde viera e por onde sua tropa seguiu antes dessa interrupção, por curiosidade olhou para trás e viu que a tropa de suporte estava ali verificando as placas de identificação e anotando todas as baixas cuidadosamente, o homem dessa tropa parecia ter ficado com certo nojo ao se deparar com os restantes da luta em que Carl participou, ninguém poderia olhar para aquilo sem ter alguma reação adversa.
Não demorou muito até os dois se juntassem novamente aos 966 e logo, ambos os flancos se reuniram ao saírem completamente do alcance da artilharia e a medida que todo o 966 marchava as outras unidades foram se convergindo em uma ofensiva invencível dos Conquistadores. Ou ao menos, os próprios acharam que eram invencíveis.
Quando a tropa menos esperou o ambiente foi rapidamente envolvido por uma densa nuvem tóxico-ácida, inicialmente, tudo não parecia uma tentativa frustrada de Koffings julgando pelos seus grunhidos aos arredores, porém, ninguém ou nada poderia ver através daquela densa nuvem de fumaça e então, o caos tomou conta.
“Merda, merda, merda, MERDA!!!” Carl podia ouvir Lavi gritando freneticamente enquanto tentava localizar alguma ameaça ou pelo menos algum escudo-humano para se proteger mas toda a tropa estava na mesma situação, gritando os nomes de uns aos outros, alguns se cobriam em rochas outros se esbarravam até que os incessantes passos estrondosos fizeram a terra tremer por todos os lados.
Carl por um momento achou que estava no inferno, gritos de almas perdidas, uma escuridão queimante e as estrondosas vozes das bestas enquanto devoravam a carne dos subjugados á estarem ali. A tropa tentava se defender desesperadamente dos Nidokngs que viam por todos lados seus próprios tiros os matavam no meio do pânico enquanto os líderes da unidade lutavam mais contra o medo de seus homens do que contra as bestas. De alguma parte, Carl jurou ter ouvido Frank dar suas risadas diabólicas no meio dos conhecidos tiros da sua espingarda, o jovem tentou seguir o som, mas foi interrompido por um enorme vulto a sua esquerda...
A única coisa que o jovem percebeu é que havia sofrido um forte impacto nas suas costelas que foram suficientes para retorcer o colete contra seu próprio corpo, quebrando uma ou duas no processo. Carl sentiu uma dor tão intensa que não teve ar o suficiente nem para dar um ganido e quando se deu conta do que o atingiu a única coisa que lembrou-se é de ter visto outro Nidoking, cara-a-cara, a uma distância perigosamente perto e foi quando a criatura socou seu rosto, severamente danificando seu elmo com sua força esmagadora, incluindo a única coisa que protegia um soldado dos gases tóxicos, a máscara filtrante.
Ao olhar Carl tossindo e sufocando no chão a criatura simplesmente deu o jovem como um morto a mais e prosseguiu com o que lhe foi ordenado. Eliminar os Conquistadores.
Carl poderia sentir sua vida lentamente esvair-se de dentro de seu corpo, uma situação em que nunca se deparou antes mas nada aconteceu como o jovem achou que iria. Nenhuma luz, nenhuma silhueta divina, nada. Apenas a escuridão o cercava.
“Eu não fui fiel o suficiente? Fui abandonado pelo salvador?” O garoto pensava profundamente sobre sua fidelidade religiosa, não era para isso estar acontecendo, ao menos Carl pensava assim. “Mas se essa é a sua vontade, que assim seja.”
Que bonitinho.A única coisa que sobrara da vida de Carl era sua consciência no meio de sua escuridão e ele jurava ter ouvido alguém ter dito alguma coisa...
Oh, por Arceus, acho que vou chorar!A voz se tornava cada vez mais clara, uma voz estridente e ruidosa parecia ecoar por todos os lados da penumbra em que Carl sentia estar. E logo em seguida, dor. Dor excruciante. Carl poderia sentir um véu passando na pele de seu corpo e esse véu doía como algo que Carl nunca havia sentido antes, mas que corpo? Logo em seguida, o jovem poderia ouvir o que aparentava ser a voz se deliciando com algo...
Olha só...A voz parecia dar uma pequena risada maléfica.
A sua alma é uma daquelas.Quanto mais Carl tentava perceber o que estava acontecendo mais ele sentia o que aparentava ser seu corpo doer até que um par de círculos vermelhos lentamente foi surgindo na sua frente, bem na sua frente.
Vamos fazer o seguinte...Na medida em que a presença continuava a falar Carl finalmente percebeu o que estava acontecendo ao ver uma criatura familiar materializar-se em sua frente, os tais círculos eram nada mais que seu olhos.
Você corre e se conseguir escapar de mim, morrerá.A criatura, identificada no meio do caos como um Gengar ri ou ao menos um som ecoa vindo de sua direção lembrando uma risada.
Caso contrário o que seu amiguinho disse vai se tornar verdade e você será meu almoço hoje.O ser ri novamente da cara de Carl que o olhava com uma expressão de confusão total mas ao invés de ‘correr’, o jovem apenas ficou ali, parado, ponderando se isso era um sonho muito confuso e se havia chegado em algum médico em coma profundo.
SEU IMBECIL, EU TÔ FALANDO COM VOCÊ, TÁ SURDO???O sorriso aberto incessante do Gengar imediatamente reverteu-se quando o ser gritou contra Carl e nem mesmo pensando racionalmente tentou movimentar o que parecia ser seu corpo, uma silhueta vermelha cobrindo um enorme círculo negro emanando uma espécie de luz azul, seus movimentos eram mais reais do que imaginava. E assim foi, Carl correu da criatura mas não por medo mas pelo ser ter insistido nisso.
Agora sim...Ao ouvir isso, o jovem sentia a presença adversa da criatura por toda parte como se ele automaticamente tivesse ‘vencido a disputa’ e tivesse somente brincando com Carl antes de fazer Deus sabe lá o que com ele.
Você não está nada mais que tentando lutar com sua vida para proteger sua alma, legal, né?A medida que Carl corria ele poderia ver cenas de sua vida inteira em formas de silhuetas no meio de toda a escuridão e logo, muitos pontilhados brancos formaram-se ao seu redor, logo, pontos de várias cores, grande aglomerações... Era o espaço.
Aí, num impulso imbecil de emoções imbecis, sua vida tenta confortar sua alma no meio do perigo iminente ao invés de fazê-la encarar a realidade.
Coisa que eu mais odeio dos vivos! Essa moralzinha imbecil imposta por emoçõezinhas imbecis!
Dá até nojo de comer vocês vivos! Mas fazer o que, né? Eu tô ‘vivendo’ de fome e a sua alma vai me alimentar por meses, se não anos!

Neste momento tudo torna a escurecer novamente e o véu doloroso novamente começar a envolver o ‘corpo’ de Carl, era algo intenso o suficiente que o fez conseguir gritar e ouvir a própria voz nessa imensidão vazia. Ele gritava por dor e medo. Mas não medo da criatura, mas sim da morte, de não poder nem ao menos tentar viver novamente por ter sua alma destruída ou devorada por um ser, eis o destino pior que a morte que suas crenças sempre o alertaram, mas isso não durou muito tempo pois a criatura materializou-se novamente um pouco á frente de Carl, resmungando e se batendo.
COMO ASSIM NÃO???O Gengar gritava olhando com uma expressão furiosa para cima.
EU JURO, NÃO VOU TE PERTUBAR POR UM BOM TEMPO!!!Ao começar a ouvir a criatura aparentemente discutir com outra presença Carl temia que algo pior fosse acontecer, talvez outra criatura pior que um Gengar poderia surgir e fazer coisas piores com a ‘alma’ do jovem mas logo começou a sentir sua silhueta se levitando...
Deu sorte, seu imbecil.Foi a última coisa que pôde ouvir do Gengar e em seguida sentiu um forte tapa no seu rosto e lá estava ela, a Elite, Karleen.
“Consegue segurar sua arma?” Carl olhou para os lados e percebeu que estava de volta á realidade mas ainda no campo de batalha, Frank e Lavi não eram vistos em lugar algum e ele não estava portando seu capacete apesar das suas costelas ainda doerem bastante.
“Eu lhe fiz uma pergunta, consegue segurar sua arma??” A moça impaciente tornou-se a falar com Carl, o mesmo olhou ao ser redor e viu sua carabina de assalto ao seu lado e apoiando-se nela levantou-se.
“Merda de missão que você fez, vinte malditos minutos dormindo enquanto sua tropa fazia todo o trabalho sujo.”
“Qual a situação?” Carl disse suspirando, tentando controlar a paciência enfrente Karleen na qual respondeu com um tom debochando e fazendo palhaçadas enquanto andava em direção á base inimiga, agora parcialmente em chamas.
Ui! Ui! Qual a situação?? Sou tão profissional!” Debochou a jovem. “Fala que nem homem, porra, você parece um viadinho.” Certamente, Carl nunca imaginava conhecer uma amazona assim no campo de batalha.
“Nós fomos forçados a vir resgatar vocês do meio daquele gás todo e ainda tive que matar um Nidoking pra te salvar.”
“Você podia ter me deixado morrer ao invés disso.” Carl percebeu que a moça possuía algum ressentimento por matar Pokémon e tentou arrazoar no que provou ser efetivo até um certo ponto.
“Sério? Da próxima vez certificarei-me disto.”
Carl levantou os ombros e começou a seguir Karleen em direção a base inimiga, corpos pavimentavam o caminho até lá, Conquistadores, Pokémon, inimigos faziam o cenário no meio das rochas dali.
A guerreira, sem usar seu capacete, vigiava cuidadosamente os corpos do campo de batalha e seu coração apertava cada vez que ela olhava para um Nidoking caído o pior era tentar não imaginar como esses seres morreram ou como eles poderiam ser salvos de seus ‘mestres’. Karleen tenta limpar uma lágrima que escorreu de seus olhos mas percebe que estava vestindo sua poderosíssima armadura de valor extremamente alto e em um pequeno surto de fúria interior, virou o rosto para Carl...
“Você sabe qual é seu verdadeiro objetivo?”
“É— É claro.” Carl gaguejou, Karleen parecia o tipo de pessoa que tinha os mesmos ideais de Carl mas sua personalidade explosiva o fez ficar com um pouco de receio de expor suas palavras.
“Entrar na base da Organização Rocket e desabilitar qualquer oposição causando o mínimo de dano o possível?.”
A moça respondeu com um suspiro e balançou sua cabeça para os lados lentamente, provavelmente decepcionada com a resposta de Carl. O jovem percebeu que tinha dado a ‘resposta errada’ mas ele ainda se questionava se era realmente o que ele pensava.
“Esquece, carne-pra-canhão.” Disse Karleen apertando o passo em direção a base inimiga, mais perguntas bombardeavam Carl perante a enigmática membro da Elite.
“Verdadeiro objetivo? Carne-pra-canhão??”O que a Elite de cabelos vermelhos queria expressar com tais palavras? Por mais repentino que suas palavras tenham sido algo nunca convenceu Carl assim tão rapidamente em toda sua vida, essas duas sentenças fizeram tanto sentido quanto as disciplinas e processos desnecessários dos Conquistadores das Estrelas e do Comando Superior. O jovem guerreiro lentamente abraçou a realidade de que foi ensinado em 6 meses como não ter piedade e de seguir suas ordens mesmo que elas fossem se jogar ao fogo sem questionar ou hesitar, porém...
Já é tarde demais para voltar atrás.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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