A pedra no meu sapato escrita por Johanna


Capítulo 8
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Nada a comentar. O bixo vai pegar. XD



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Eu estava completamente vermelha. Eu iria explodir. Era pressão demais. Na verdade, eu estava totalmente sem expressão. Vendo ele, ali, ajoelhado, na minha frente, com aquele sorriso estampado de orelha a orelha.

Mas, eu aceito ou não?

O sinal bateu. A aula havia acabado. Percebi, mesmo com os olhos grudados nos dele, que já havia um bolo formado em volta de nós.

Eu comecei a ouvir cochichos de coisas como "É mesmo o Peter Johnson?"... Eu. Meu. Deus.

Eu ainda estava fitando aquela face maravilhosa que começou a se segurar para não rir. Ele se levantou e ficou na minha frente, pegou minha outra mão e disse:

— Não vou perguntar de novo.

Eu comecei a rir. Que coisa ridícula. Mas, eu iria namorar com alguém que não conhecia? Quer dizer. Ele, a personalidade dele era confusa. Ele acabara de perder a mãe e todos os dias fingia que isso nem havia acontecido.

E agora, ele estava, até, sorrindo?

— Hmmm... — murmurei. — S-... Sim.

Ele sorriu mais ainda. Todos começaram a bater palmas. Mas, que merda! Ele me beijou. Eu gostei disso, porque pelo menos eu não ficaria olhando para todas aquelas pessoas ao meu redor.

Eu não gosto de multidões. Aquilo me deixou muito mais envergonhada. Mas... Eu não deveria ter aceitado. Não mesmo.

Assim que ele me soltou, me olhou nos olhos. E aquilo me deixava confusa, vermelha. Os olhos dele eram lindos, e me seduziam ainda mais quando, fitando seus olhos, eu podia perceber as curvas ao lado, mostrando um sorriso.

— Já é hora de ir pra casa. — Ele falou baixinho.

— Eaí, casal! — Ouvi um grito.

Quando olhei para o lado, percebi que Peter deu um pulo pra trás. Julie se jogou em mim, me abraçando.

— Aproveita essa, amiga! — Ela sussurrou.

A multidão já se dispersara e Julie piscou pra mim e sumiu. Olhei para frente e Peter ainda me encarava, agora sério.

— Podemos esquecer as regras? — Ele perguntou.

— Não sei.. — Eu olhei para o chão novamente.

Eu estava confusa.

— Ah, qual é. — Ele bufou. — Bom, agora vamos para a sua casa.

— Hm?

— Aqui. — Julie surgiu com nossas mochilas. — Como você pediu Pet.

— Obrigado. — Ele agradeceu e pegou a mochila dele que ela segurava.

Fiz o mesmo. Mas, espera... Eles haviam combinado isso? Antes que eu perguntasse Julie saiu correndo de novo. Peter pegou minha mão e foi me puxando até a saída. Eu estava vermelha. Ele fez.. Do nada. E. Não estou acostumada com isso.

E assim ele fez. Caminhamos de mãos dadas até a minha casa. E ele só me soltou para abrir o portão. Depois que o fiz. Ele foi comigo novamente de mãos dadas até o elevador. E lá ele me beijou. E a cada movimento que ele fazia, me deixava mais vermelha. Quando as portas se abriram, percebi que a porta do meu apartamento estava encostada.

Ah meu Deus. Será que alguém me assaltou? Ele percebeu o mesmo que eu, e, ainda me puxando pela mão, entrou em minha frente.

Quando pisei dentro daquela porcaria de apartamento vi o que menos esperava ver:

O egocêntrico homem alto e bonito de olhos e cabelos castanhos com um blazer marrom aberto, camisa branca em baixo e calça jeans estava de pé ao lado do sofá.

Ao lado dele, uma mulher alta também com cabelos artificialmente loiros e olhos castanhos com um vestido justinho e um pouco comprido, sapatos de cano fino e com um colar extravagante, aparentemente de diamantes.

Meus pais.

— Quem é este menino, Sarah? — Ele perguntou, encarando Peter dos pés a cabeça.

— Esse é o Peter, pai. — murmurei.

Meus olhos automaticamente se inclinaram até o chão. Peter soltou minha mão.

— O que este menino é seu? — Minha mãe perguntou, dando um passo a frente.

— Meu nome é Peter. — Ele respondeu antes que eu falasse qualquer coisa. — E, eu sou o namorado da Sarah.

— Como assim namorado?! — Meu pai quase gritou. — Sarah é muito nova para namorar.

— É verdade. — Minha mãe concordou.

Malditos.

— Não, isso não vai dar certo. — Ele murmurou.

— Bom... — Peter disse. — Então, não estamos mais. Se não é de agrado de vocês, não acho certo contrariar as autoridades de Sarah.

— Como assim? — perguntei.

— Ainda bem que você sabe, garoto. — Meu pai chegou mais perto de nós. — Acho melhor você ir embora.

— Como o senhor quiser. — Ele respondeu, saindo do apartamento.

Eu.. Esse foi o meu namoro mais rápido. Mas a raiva que eu estava sentindo dos dois era inexplicável. Não necessariamente por ter destruído meu "namoro", mas sim pela maneira da qual eles trataram Peter.

— Esse garoto é esperto. — Meu pai disse, sentando-se no sofá. — Não acredito que você, com dezesseis anos de idade, acha que tem idade para namorar.

— Talvez algumas meninas não tenham, mas eu tenho maturidade suficiente pra isso. — Respondi.

— Você não tem, Sarah. — Minha mãe se meteu.

— E o que vocês sabem? — Gritei. — Parabéns, pai, você sabe minha idade. Mas, o que você sabe sobre mim, além disso? O que qualquer um de vocês sabe sobre a minha maturidade?

— Sar...—

— Nenhum dos dois, nunca conviveu comigo. Então, não falem do que vocês não sabem. Peter é um cara legal, um dos primeiros a vir falar comigo. O meu único amigo. E era isso que ele era. Um amigo. Além disso, um namorado. Mas ele também é maduro. Nunca fizemos nada demais.

— Não me interessa essas coisas. Você é uma criança. — O homem levantou-se.

Eles não me escutavam. Não haviam escutado absolutamente nada do que eu acabara de falar. A minha única vontade era de chorar.

— Filha, você tem alguns problemas. — Minha mãe disse, seriamente.

Eu deixei escapar uma lágrima. A encarei, profundamente. Eu não estava acreditando.

— E se eu tiver? Eu acho que tenho sim. Tenho o problema de nunca ter recebido qualquer afeto de vocês dois. As pessoas que deveriam ter cuidado de mim e me dado uma base pra viver, que foram vocês, me abandonaram, sem nem se importar comigo...

— Te abandonei? — Minha mãe gritou. — Você acha que temos trabalhado tanto por nada? Dedicamos a nossa vida para te dar o melhor! E você não deveria reclamar de nada!

— Queriam me dar o melhor, mas não me deram nada além da tristeza. — murmurei.

— Sarah, para de falar coisas estúpidas. — Meu pai veio até mim. — O que viemos fazer aqui é... — Ele fez uma pausa e me encarou.

— Dizer que vamos morar com você.


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