A pedra no meu sapato escrita por Johanna


Capítulo 25
Nunca mais


Notas iniciais do capítulo

estão sendo pequenos os capitulos porque estou em semana de provas, desculpem >.



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Ouvi batidas.

Fui até a porta e a abri, e para minha surpresa(só que não), era Colin.

— Vamos sair? — Ele dizia sorridente.

— Ah... Não estou muito afi...

— Por favor. — Ele fez uma cara triste.

— Tá. — Sorri.

Voltei para dentro de casa e desliguei a televisão que eu assistia. Hoje é domingo, e eu não vejo Peter desde aquela Terça-feira. Sim, aquela em que eu fui expulsa.

A papelada já está toda pronta e segunda, eu, Julie, Colin e Henry começamos na nova escola. E o último só vai porque se nega a deixar sua amada.

Juntei as chaves da porta e fui até ela, chaveando-a. Colin não parou de sorrir por um segundo até chegarmos na praça central da cidade. Ele veio falando também, ele não era chato, nada disso... Mas, eu estava acostumada com uma presença muito diferente da dele, e, confesso que sinto falta do Peter.

Sim, estamos 'separados' há apenas alguns dias, mas eu não consigo parar de pensar nele. Mas, enfim, agora eu estava passeando com o meu amigo Colin... E porque eu não consigo parar de pensar no maldito.... Ah. Pare. De. Pensar. No Peter.

— Vamos tomar um sorvete? — Ele sorriu. — Estou com calor...

— Vamos. — Concordei, enquanto caminhávamos até a barraquinha do sorvete.

Aquela barraquinha de sorvete... Onde eu vomitei no Peter no dia em que quase beijei o Peter, mas não adiantou porque logo depois fomos para a casa do Peter, onde acabamos quase passando de uns amassos e...

— Sarah? — Colin me encarava confuso. — Do que você quer?

— Eu? — Percebi que eu estava viajando. — Ah, espera. Vou no banheiro. Não quero sorvete. Espera aí.

Não esperei uma resposta e saí andando. Eu realmente estava com vontade de ir no banheiro mas... Caminhei rapidamente até o cômodo único no meio da praça e entrei nele. Imediatamente as imagens do primeiro dia em que estive aqui invadiram minha mente.

"Olá, Sarah. — Ela sorriu ironicamente. — O que fazes aqui?

Eu vim.. Passear. — Eu não ousei mover os olhos até ela, que parecia agressiva.

Sozinha? — Ela parou do meu lado e cruzou os braços.

Hmm.. — Sequei minhas mãos e meu rosto. — Tenho que ir.

Caminhei em direção à saída. Senti uma mão quente pegar meu ombro e me virar violentamente para trás.

Você não respondeu a minha pergunta. — Ela me encarou. Profundamente.

Eu disse que tenho que ir. — Sorri, tirei sua mão de meu ombro e saí pela porta."

Ri para mim mesma. Como será que a Lucy está, enfim? Ela continuou sendo minha colega mesmo de todas aquelas intrigas e crises de ciúmes que ela teve de mim e do Peter, e eu simplesmente ignorei a presença dela na minha vida.

E agora aqui estou eu. Me olhei no espelho e encarei a figura descabelada. Passei a mão no lado direito e ajeitei meu cabelo. Fui até a divisão do banheiro e enquanto fazia minhas necessidades ouvi alguém entrando no banheiro. Nada de anormal, até eu ouvir o barulho de chave trancando a porta.

Imediatamente me arrumei e saí dali, dando de cara com... Caralho. Era o Peter. E ele ficava me encarando ainda daquele jeito monótono.

— Porra, Peter. Até no banheiro? — Ergui os braços para os lados.

— Eu tive que apelar. — Ele respondeu ainda monótono.

Eu não pude deixar de rir, porque isso era realmente clichê.

— Você vai ficar me seguindo agora? — Falei dando um passo para trás enquanto ele se aproximava.

— Se você parar e me escutar, eu nunca mais vou atrás de você. — Ele disse monótono enquanto eu batia a cabeça na parede. Ele estava próximo de mim como ele sempre gostou de fazer.

— Nunca? — Perguntei, ficando vermelha.

— Nunca. — Ele falou sério.

Seria ótimo, é claro, que ele me deixasse em paz e nunca mais me incomodasse, mas... Nunca mais falar com o Peter... Dói só de pensar.

— Eu queria acreditar em você... — Falei desviando o olhar para o chão enquanto sentia a respiração dele em mim.

— Sarah, eu...

— Me diz uma coisa. — O encarei, séria. — E seja sincero.

Ele assentiu com a cabeça e eu o olhei nos olhos. Suspirei e resolvi fazer a pergunta. Eu queria que ele respondesse o que EU quisesse. E não a verdade.

— Você beijou a Lily porque quis? — Perguntei enquanto nossos rostos continuavam perigosamente perto um do outro.

Peter suspirou e agora foi a sua vez de encarar o chão. Ele se inclinou um pouco em minha direção e encostou o braço na parede à minha esquerda. Suspirou novamente.

— Eu... — Ele me encarou e suspirou. — Sim...

— Não precisa dizer mais nada. — Falei o empurrando.

Eu tenho que ser forte. Eu não posso chorar agora. Não posso. Caminhei até a porta e chegando lá lembrei de que ele a havia chaveado.

— Abre a porta. — Falei baixo.

— Sarah.

— Abre a porta, que merda! — Gritei.

Ele veio até mim lentamente e não vi ele pegar chave nenhuma. Antes que eu pudesse xingá-lo novamente, ele segurou meus pulsos e me empurrou violentamente até a parede. Senti minhas costas arderem com a pancada.

— Você vai se arrepender se não me escutar agora Sarah. — Ele falou quase gritando.

— Me arrepender? — Ri. Aproximei meu rosto do seu. — Você vai me matar, é?! E a propósito, já me arrependi de ter te conhecido!

— Eu desisto. Eu desisto de você! — Ele berrou. — Não derrame uma lágrima por mim depois.

— Você não vale uma lágrima. — Retruquei e ele me soltou. — Você é podre.

Ele foi até a porta e tirou a chave do bolso. Logo destrancou a porta e me encarou.

— Eu... — Ele abriu a porta e ficou parado me olhando. — Te amo.

Ele saiu e eu fiquei ali parada por alguns segundos. Ele é bipolar?

Tentei não pensar muito nisso e voltei para a rua, indo de encontro com Colin. Ele segurava um sorvete de casquinha, aparentemente de chocolate, e, como sempre, sorria.

— Oi. — O cumprimentei novamente. — Desculpa se eu demorei.

— Não, imagina. — Ele sorria. — Vamos dar uma volta?

— Claro. — Sorri de volta.

Começamos a caminhar em silêncio, pelo parque. Era grande, realmente, e estar lá me deixava muito relaxada, devido as cores e o perfume das flores que lá estavam... Um lugar tão confortante e fomos parar logo naquele banco... Onde eu sentei a primeira vez com Peter...

— Você tá bem? — Colin perguntou ao me ver parada encarando aquele banco de mármore.

— Tô... — Eu ainda estava viajando um pouco. — Com sono.

— Quer ir pra casa? — Ele me encarou sério com aqueles lindos olhos verdes.

— Hm... — Olhei para os lados, pensando. — Sim.

— Ok. — Ele sorriu.

Eu fiquei meio sem graça por fazer Colin me levar até em casa em tão pouco tempo, pois iriamos sair e isso não durou mais de uma hora... Não levamos mais de meia hora para chegar na minha casa.

Entramos pelo portão e ao chegar na porta, eu não sabia como dizer, mas, eu realmente queria que ele fosse embora.

— Obrigada por me levar para sair.. — Tentei parecer sincera.

— De nada. — Ele sorriu.

— E desculpa por te fazer me trazer tão ced..

— Nah. — Ele jogou a casquinha no lixo do lado de fora do portão. Boa mira. — Eu que te obriguei a ir mesmo quando você disse que não tava a fim.

— Ah... é. — Ri, sem graça.

— Então... — Ele se aproximou de mim. — Tchau.

— Tchau. — Olhei para cima para encará-lo.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos e antes que eu pudesse fazer meus super-movimentos-ninja anti-beijos, ele se aproximou e beijou minha testa. Não contive um sorriso e nem ele.

— Até amanhã. — Ele foi se afastando, andando de costas. — Quer que eu vá para a escola com você amanhã? Posso passar aqui... Para... Você sabe... Irmos juntos...

— Tá. — Sorri.

Ele sorriu de volta e quando foi se virar bateu com a bunda no portão, Colin é muito alto, o que o fez virar e cair de cabeça para trás. Eu arregalei os olhos e abri a boca em espanto, mas logo ele se levantou e acenou, o que me fez descansar.

Abri a porta e entrei. Vou preparar algo para comer e depois assistir alguma coisa na TV até sentir vontade de dormir. E que eu pare de pensar no Peter. Maldito.

Enfim, amanhã eu tenho aula. Na nova escola. Espero que não exista nenhum Peter por lá.

Mas eu não quero ninguém. Eu definitivamente namoraria o Peter e até casaria com ele, teria filhos com ele... E no momento, não imagino fazer isso com mais ninguém. E nem quero.

Colin é legal. Mas eu não quero ele. É muito mongolão.

Tudo o que eu precisava era de um loiro de olhos azuis. E eu consegui um. Mas... Acho melhor eu ficar sozinha mesmo, já que no meu segundo namoro eu fui traída.

De novo.


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Notas finais do capítulo

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