A garota apertou a mão de sua amiga enquanto ambas admiravam o céu polvilhado de estrelas como fogos de artifício eternos, e sorriu.

— Sempre que me dizem que o ser humano não consegue imaginar o infinito, eu me dou conta de como as pessoas não notam o que sempre esteve ali, bem diante delas, e ainda assim despercebido.

— Como assim? — Sua amiga indagou abaixando o olhar para ela, confundida com a fala repentina.

— Quero dizer, olhe só para isso — ela respondeu, fazendo um gesto amplo para o teto do mundo. — Nós estamos olhando para o infinito. Milhares e milhares de estrelas e mesmo assim incontáveis. Cada ponto que você vê, tão grande quanto um grão de areia pode ser, são estrelas, planetas, galáxias inteira e até mesmo tudo isso junto e mais!

Ela olhou para a amiga e suspirou, continuando:

— E aqui estamos nós, pequenos até se apenas comparados com o nosso planeta, incapazes de enxergar além de uma fração de nosso já pequeno mundo.

Um sorriso triste surgiu em seus lábios e ela voltou a olhar para o céu, refletindo o infinito no brilho de seus olhos:

— Toda vez que eu penso nisso eu me sinto ínfima e efêmera.

A amiga refletiu sobre o que ela disse e também voltou a olhar para o céu, sentindo a plenitude de tudo aquilo que as cercava como uma nostalgia no âmago de seu ser.

— Eu concordo com o que você disse. — Ela espiou a amiga pelo canto do olho antes de continuar: — Exceto por uma parte. Eu não me sinto pequena diante de tudo isso. Eu sei que existem milhares de coisas menores do que eu e outras muitas mais que são bem maiores. Mas entre todas elas, eu sei que eu, você e mais todas as outras pessoas somos umas das poucas, senão únicas, que são capazes de admirar tudo isso. E por isso eu me sinto tão grande quanto este vasto infinito.

Ela parou e olhou para a amiga, com um grande sorriso no rosto.

— É como se o universo existisse para ser notado, e nós para notá-lo.