O dia na Vila Abobrinha passou tão movimentado quanto no Limoeiro. Zé da Roça parecia que ia ter um filho. Estava que era uma ansiedade que só. Andou o dia inteiro para que nada desse errado na hora de pegar o ônibus para a capital paulista. Também despediu- se de muita gente. Antigos amigos do colégio, Vó Dita, amigos da lida da roça, Dona Marocas e até Nhô Lau que como presente de despedida ofereceu um cesto carregado de goiabas aos meninos. Zé Lelê também fez sua Via Sacra dando tchau para os amigos.

Quem estava satisfeito era Genésinho. Seu plano para afastar Chico da vila estava ganhando corpo. Zé da Roça mordeu a isca facilmente. Ele que deu idéia ao pai para oferecer a estadia e ajuda de custo dos garotos nos primeiros meses. Sabia da ambição de Zé da Roça e Zé Lele não era muito difícil de convencer. Ainda mais depois que o tonto acreditou estar noivo de uma garota. Essa era a parte mais divertida do plano. Montou um Orkut para o garoto, mas com informações e foto suas. Somente o nome do Zé. Começou a se corresponder com uma garota de São Paulo. A garota lógico que se interessou. Quem não gostaria de um fazendeiro rico e bonito? Depois deixou na mão de Zé que inventou essa história de noivado. Coitada da ruivinha...

Quase tudo se realizou perfeitamente... Quase, mas não o principal. Chico ia continuar na roça. Quando soube que Rosinha tinha rompido o namoro, a esperança que ele fosse com os garotos surgiu. Até apelou para Tiãozinho para dar uma sova no garoto. Quem sabe humilhado não resolvesse partir?! Mas de nada adiantou. Assim que soube da briga, Rosinha voltou para o garoto. Por um lado foi bom para saber o ponto fraco de Chico, dessa vez seria mais incisivo. Dentro do escritório da Fazenda esperava por uma visita. Batidas na porta.

- Pode entrar!!!- Tiãozinho obedeceu-o. Entrou e fechou a porta. Genésinho observa o olho roxo do garoto. – Achei que seria mais eficaz...

Tiãozinho – Meu zóio tá roxo, mas eu abri a cara dele...

Genesinho – Foi pouco... – Faz um movimento para que o garoto se acomode em uma das poltronas. É obedecido, novamente. – Assim que você bateu nele a Rosinha voltou... Ela junto atrapalha tudo... Tenho outra missão pra você...

Tiãozinho – Se for outra surra, vou querê mais dinheiro... Ele não é tão ruim de briga como pensava...

Genesinho (Divertido) – Pelo que me contaram se não fosse a enxada ia levar um sacode do tampinha, não?! – A cara de Tiãozinho não foi nada boa e como também era maior que Genésinho, o loirinho achou melhor mudar o rumo da conversa. – Não quero violência dessa vez... E vai ser bem pago... Não se preocupe...

Tiãozinho – Quero adiantado!

Genesinho – Isso não é problema!!! Mas antes escuta o que eu quero... Vai atrás da tal Viviane, diz que quero falar com ela o mais rápido possível! Mande ela me procurar...

Tiãozinho – Mais i si a sirigaita num quisé vim?

Genesinho – Avisa que eu pago bem!!! – Abre a gaveta entrega um montinho de notas na mão do rapaz que se anima. – Isso é dela!!! É só um sinal... – Tiãozinho amarra outra vez a cara, retira mais um montinho. – Esse é seu... – Mandão. - Vai é pra ontem!!!!

- Pode deixar, patrãozinho!!! – Disse o satisfeito Tiãozinho saindo do escritório enquanto contava as notas. Sozinho novamente Genésinho sentou-se na poltrona de mandatário.

- Vamos ver quem pode mais Chico Bento!!! Vamos ver...

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- Eu preferia não ter aula... – Comentou Dudu.

Maria Cebolinha – Eu preferia não ter aula [2]...

Denise – É fogo você ser tão máximo para uma gente... – Com desdém. – Mínima... – A Titi. – Traz um suco de laranja pra eu brindar o meu noivado junto da... – Ninguém tinha lhe dado corda. Mas não ia deixar passar em branco, qualquer fulaninho servia para brindar sua felicidade. Observou uma conhecida entrar no Bardoka. Alcançou o pé da mesa com a bengala e se acomodou.  – Dorinha querida... Estava mesmo a sua procura... – Abriu bem os braços lhe dando um abraço apertado.

- Olha aqui Denise, se for dinheiro, já vai sabendo que não tenho... – Retrucou a garota mal humorada.

-Aí, a louca... Tô te chamando para comemorar!!!–  Senta-se em frente a Dorinha. Nada abalaria sua felicidade.  – Em vez de suco de laranja vou pedir pro Titi trazer de maracujá... Eu pago, baby...

Dorinha  – Desculpa é que eu tive uns problemas com aquele idiota do Do Contra e...

Denise – Idiota é? – Rindo. – Nossa ele te tira do sério mesmo, hein? – Dorinha fechou mais a cara. – Primeiro lá na escola... Agora aqui... O que tá acontecendo?

Dorinha (Desabafando) – Desde que ele começou ontem no projeto com as crianças ele não para de implicar comigo... Você acredita que ele já conseguiu ficar amiguinho da coordenadora e jogar ela contra mim?

Denise – O Do Contra amiguinho daquela mulher? Além de chata ela é horrível... E ainda usa ombreiras... – Balança a cabeça negativamente. - Credo!!! Só sendo Do Contra mesmo...

Dorinha – Tinha que ouvir as coisas que ele falou dela...

Denise – Já que eu não ouvi você podia me contar né, queridinha?! – Titi traz os sucos e as deixa a sós. Dorinha relata tudo, ou melhor, quase tudo. Resolve resumir a parte que ela e Do Contra se embolaram e ressalta a lábia que ele jogou em cima da inspetora. – Não acredito que ele deu em cima daquilo!!! Que péssimo gosto...

Lembrou-se da Julinha. “Bota péssimo nisso.” Mas resolveu fechar a boca e continuar no assunto de antes.

- Ele só falou aquelas coisas pra ganhar confiança dela...

Denise já maquinava seu plano. Apenas respondeu com um sorriso entre os lábios.

- Então vamos entrar no jogo dele...

Dorinha  (Animada) – O que você tá planejando?

Denise – Já te conto... – Vê Mônica e Magali entrando no Bardoka, acena para as duas que vem ao encontro dela e de Dorinha.

Magali – Se marcasse não daria certo hein?!

Denise – Que bom que vocês chegaram meninas, senta aí e peçam sucos para a gente comemorar...

Mônica – Opa... E estamos comemorando o que?

Denise – Meu noivo chega amanhã... Aí não vejo à hora de ver o José...     

A dentuça tinha realmente ficado feliz pela amiga. Há uns três meses Denise falava com esse garoto e todo mundo ficou sabendo da história.

- Então finalmente vamos conhecer o príncipe nórdico?! – Perguntou animada. Denise faz um movimento afirmativo com a cabeça.

- Sim... Só que é MEU príncipe nórdico, ok? – Deu uma piscada cúmplice para as garotas. Retira uma foto da bolsa. Genésinho na frente e bem atrás um de seus peões. Quase imperceptível. – Ele não é lindo?! – Fizeram que sim com a cabeça, animadas. Logo chega os sucos e começam a conversam. Cebola entra no Bardoka a procura de Mônica. Tinha ligado para a casa da dentuça e dona Luíza informou onde a filha estava. Na mesa o assunto era a festa que teria no projeto social organizada por Dorinha e Mônica apresentaria sua peça ao lado de Flavinho. Aproximou –se das garotas.

- Ois!!! – Somente a Mônica. – Posso falar com você?

Mônica – É muito importante Cê? É que eu tava falando sobre o noivado da Denise e a minha peça com o Flavinho e...

Cebola (Arrependido) – Deixa quieto... – Antes de Mônica falar alguma coisa, sai voado. Magali percebe que o garoto ficou chateado e vai atrás dele.  – Magali!!! – As duas garotas espantadas. – Vocês entenderam alguma coisa?

Magali só alcança Cebola quase na porta de sua casa.

-CEBOLINHA!!!

-Quantas vezes eu tenho que falar que é Cebola?! – Perguntou irritado.

Magali – Pra mim vai ser sempre Cebolinha... Aconteceu alguma coisa?

Cebola (Falseando) – Alguma coisa? – Responde em um fio de voz. – Não...

Magali – Deixa de ser mentiroso, Cebolinha... Eu vi que você saiu chateado com a Mônica... Você tá com algum problema que eu posso te ajudar...

“Se você me emprestar um dinheiro para pagar um matador de aluguel pra dar sumiço em um talzinho que anda por aí grudado em uma certa dentuça.  Não. Melhor fica quieto. “

Cebola – Não é nada demais mesmo, Maga... Eu tenho umas coisas ai para fazer, eu vou entrar...

Magali – Qualquer coisa é só procurar... – Despede-se do garoto e volta para o Bardoka. Quando passa entre os computadores que tem no cybercafé escuta duas vozes conhecidas.

- Minha prima não pode saber que eu que to botando isso no youtube...

- Pode deixar que a gente coloca pela minha conta...

-O que eu não posso saber que você esta colando no youtube, hein senhor Eduardo? – Magali pergunta aos assustados Dudu e Maria Cebolinha. Ele com o cabo de celular na mão, menção de que passaria alguma coisa do celular para o computador.

-Nada Magali, coisinha besta do Dudu... – Maria Cebolinha tentou se justificar.

Dudu – É verdade... O Cascão nem vai ficar puto... – Mancou o garoto para desespero de Maria que bateu a mão na testa.

Magali – É um vídeo do Cascão?! É isso? Eu quero ver, me vende por quanto?

Dudu (Ofendido) – Nem morto!!!  Isso aqui... – Pega no celular e recebe apoio total de Maria.  – É material inicial da carreia de sucesso do cineasta Eduardo Moreno, que hoje com 13 anos é conhecido no Limoeiro, mas com 16 ganhará o Oscar de melhor longa metragem produzido, pela academia Hollywoodiana de cinema!!!

Magali – QUINZO, solta quatro X bacon combo e uma coca 2 litros pra mesa do Dudu. – Ao primo. – Tá bom pra você, cineasta hollywoodiano?

 Dudu – X bacon egg, QUINZO!!! – Diz entregando o celular nas mãos da garota.

Maria – Fale por você... – Em direção a cozinha. - O meu é X salada combo, tá ouvindo QUINZO?!  

Deixa a discussão dos pirralhos de lado e volta à mesa das garotas.

- O que tá acontecendo, Maga? Você saiu correndo e... – Pergunta Mônica.

Magali – Nada demais... – Tira a carteira e deixa sua parte da despesa. – Gente aqui também tá os lanches do Dudu, vocês pagam pra mim?

Denise (Sem entender) – Você vai embora?

Magali – Lembrei que marquei um bagulho com o Cas... – Levanta-se.  – Tchau!!! – Sai quase correndo.

Dorinha – Nossa!!! Que estranho né?

Denise – Que? O Cascão levar a namorada para um bagulho? É a cara dele... Já se fosse o meu príncipe nórdico... – E recomeçou a se derreter em elogios para o tal noivo. Mônica não escutava mais nada. Achou estranho, mesmo, Magali sair cedo de uma lanchonete.

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Cascão estava no computador. Assistia uns episódios de Cosmo Guerreiro. Ouviu batidas na porta.

- Pode entrar manhê!!! – Fala, crente que é dona Lurdinha. Magali entra e ele assustado tenta esconder o monitor. – O que você tá fazendo aqui?

- Ah qual é Cascãozinho? Eu já vi você assistindo isso umas quinhentas vezes, acho que até já decorei as falas do gato do Léo Nemo... – Imitando a narração do seriado. – A Lógica é sua única aliada, a verdade é seu única caminho e blá blá blá...

Cascão – Eu vou fingir que não ouvi você falar o gato do Léo Nemo e nem usar um tom pejorativo quando falou blá blá blá. Agora da pra me explicar o que você veio fazer aqui? – Disse fechando o episódio.

Magali – Namorar Mané... Trouxe até um vídeo pra gente ver... – Mostra o celular. – Sabe o que é isso aqui?

Cascão (Burro) – Um celular?

Magali (Irônica)- Não benzinho, um ferro de passar roupa...

Cascão (Espantado) – JURA? – Pega o aparelho e analisa. - Caraca e tira foto e tem mp3?  QUE IRADO!!!

Magali (Estourando)– É claro que é um celular, besta!!! – Mais tranqüila.-  É do Dudu...

Cascão – Ah não... – Envergonhado. – Você viu aquele mico...

Magali – Hehehehe... Nunca ri tanto na minha vida... Os comentários no youtube estão bombando...  

Cascão – QUE?

Magali (Rindo) – Brincadeirinha amor... – Aninha-se com ele na cama. Da um beijinho carinhoso. – Vem cá, você vai me contar o que tá acontecendo?

Cascão – Acontecendo?

Magali – Eu não sou boba, Cascão... Primeiro, o Cebola resolve tomar banho com você. Segundo, você volta de cara amarrada pra aula e ele parece que saiu de um enterro. Terceiro, ele vai atrás da Mônica e depois diz que não foi nada importante.

Cascão – Ele foi atrás da Mônica?

Magali – O que tá acontecendo?

Cascão (Entregue) – Tá bom... Eu te conto... Mas promete que morre aqui?

Magali – Mas o que é?

Cascão – Promete? – Faz uma cruzinha de juramento com os dedos, Magali beija selando o compromisso. – O Cebola gosta da Mônica...

Magali (Irritada)– Ah Cascão, você me faz jurar segredo por coisa que todo mundo sabe?

Cascão – Eu sei que todo mundo sabe, mas só agora o idiota notou...

Magali – Do que você tá falando?

Cascão – Ele só sacou agora que ele gosta da Mônica. Você sabe como o Cebola é... Inteligente pra umas coisas, mas pra outras...

Magali – Isso não é questão de inteligência... É medo, timidez... Ah sei lá... Continua.

Cascão – Ele sempre gostou dela, mas quando viu que foi trocado pelo Flavinho ficou com medo de perder, entendeu?

Magali – Mas ele sempre que deu pista dela, não é?

Cascão – Sabe aquela história que a gente só percebe que é bom quando não tem mais? Foi o que aconteceu...

Magali (Rindo) - Depois mulher que é complicada... – Séria. – Mas quem disse para o Cê que a Mônica não é mais afim dele e que ela tá com o Flavinho?

Cascão – Ele viu ela beijando o Flavinho. Hoje na hora do intervalo, por isso invadiu meu banho, para espionar ela e viu quando eles se beijaram. - Magali não agüenta e começa a rir. Cascão sentido. – Pô Maga, é punk tu vê a mina que tu gosta com outro...

Magali (Ainda rindo) – Não é isso, é que... – Cortou-se. – Deixa... – Volta a ficar séria. -
Mas se eu fosse o Cebola, falava com a Mônica...

Cascão – Eu também... Só que ele teve outra idéia. Bolou um daqueles planos infalíveis dele... Falou até para eu participar... - Ponderado.-  Que eu podia conseguir informações do Flavinho com você.

Magali (Séria) – Eu participar de um plano infalível?

Cascão – Eu falei com ele que você não ia topar e que não vai dar...

Magali - Topo, topo por que não?! – Rindo. – Vamo cai pra dentro...

Cascão (Espantado) – É sério que você tá falando? – Senta-se na cama. – Sabe de quem a gente tá falando? Do Cebolinha, aquele que fala errado, que tem cinco fios de cabelo e apanhou a vida inteira da Mônica porque é simplesmente um fracassado em planos infalíveis!!! - Pausa. - Isso não vai dar certo, Magá!!!

Magali – Se o plano fosse do Cebolinha é claro que não ia dar certo, mas como ele nem vai saber que é um plano não vai ter erro nenhum!

Cascão (Surpreso) – Quem plano você tá falando?

- Do plano infalível da Magali para derrotar a Mônica!!! – Da um beijo. – E não se preocupa que você não vai apanhar no final, ok?

Cascão (Temendo) - Tem certeza?

Magali o abraça por trás e fala com a boca bem grudada em seu ouvido, bem provocativa.

-Eu te protejo... - O garoto fica todo arrepiado. O tom de voz de Magali tinha posto sua libido em alta. Em resposta, deita na cama e puxa a namorada para um beijo mais demorado e cheio de desejo. A garota corresponde, o plano logo ficou para segundo plano.

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O Ônibus já ligava os faróis. Chico deu um ultimo abraço apertado em Zé Lelê. Não sabia quando ia vê-lo novamente e sentiria muita falta daquele sujeito.

-Ocês toma cuidado que Sum Paulo é grande, hein? – Aconselha Chico. Da mais um abraço em Zé. – E num deixa nóis sem noticia!!! – Completou emocionado.

Zé Lelê ( Rindo) – Ocê tá chorando o bocô?! Quero vê ocê é feliz!!!! – Sobe no primeiro degrau do ônibus se benze, desejando boa sorte na viagem. Antes de entrar acena ao amigo que fica. – INTÉ CHICO!!!!

Chico (Disfarçando) – Inté, Zé!!!!! – O garoto corre pelo corredor do ônibus, parece extremamente contente e se acomoda da janela acena sem parar. Chico ri e acena de volta.  “O Zé vai ser criança para sempre.” Comenta com Zé da Roça:

- Acho que nunca vi ele tão feliz!!!

-Acho que assim que eu ponha os pé no ônibus ele vai querer sabe se ta chegando!!! – Os dois voltam a rir. Chico já sentia saudade da amizade. Deu um abraço apertado em Zé. – O homi assim se me parte em dois!!!

-Zé!!! – Admira-o. –  Cê sempre foi tão diferente deu!! Tão istudioso, nunca quis fica aqui... Mas tão meu amigo!!! – Abraça mais uma vez. – Se cuida tá!!!

-Chico, ocê tem certeza que ocê que fica?! – Emocionado. – Também vo sinti farta dôce, da Rosinha,  das nossa prosa!!! Cê um dia ocê quiser...

- Zé...

-Iscuita... Cê um dia ocê precisa de um lugar pra ficar lá em Sum Paulo, de dinheiro ou de um amigo, se num pensa duas vez... – Sobe no degrau do ônibus que começa a se deslocar.- Fechado?

Chico faz um movimento de positivo com o dedo e fala alguma coisa que por meio de leitura labial, Zé entende que é “fechado.” Acomoda-se na poltrona ao lado do Zé Lelê.

- Nóis vai chega qui hora? – Pergunta o loirinho.

-Ará Zé, nem peguemo a istrada!! Dormi que demora menos!!!

Zé Lelê – Drumi que nada eu vou é fica com os zóio bem aberto pra vê chega na cidade. – Feliz, levanta-se da poltrona e tira o chapéu, como se estivesse em um rodeio.  – SE SIGURA SUM PAULO QUE OS PEÃO TÃO CHEGANDU!!!!!!

- Fica quieto, ô idiota!!! – Reclama um dos passageiros

- Silencio!!!  - Exige outra senhora de cara feia. Zé da Roça faz Ze Lelê se sentar.

- Cê cala a boca e dormi até nóis chega em Sum Paulo!!! – O Loirinho cruza os braços emburrado como uma criança. -Deixa de presepada!!!

Assim que o ônibus afastou da rodoviária, Chico ia se virar para ir embora quando sentiu duas mãos tapando seus olhos.

- Ará Rosinha, se chego tarde por dimais... – Disse brincando pensando ser a namorada.

Sê enganou peão... – Disse uma voz feminina. Rapidamente o garoto se desvencilhou das mãos e viu quem o prendia. : Viviane.