Cebolinha brincava em casa de carrinho, até que sua mãe correu para avisá-lo de uma coisa:

– Que é, mãe?

– Cebolinha, você pediu para avisá-lo às quatro e meia da tarde. Então, já são quatro e trinta e dois.

– Xii, mãe! Eu tô atlasado pro CineGibi! Tchauzinho! – falou ele, saindo de casa e indo em direção ao parquinho.

– Oi, Cascão! Tudo bem aí? – perguntou o Cebolinha, chegando no parque e vendo seu amigo brincando de imaginação. – O que você está fazendo?

– Ois, Cebolinha! Eu tô brincando de imaginação. É a minha brincadeira favorita!

– Ah, isso eu já sabia. Você blinca de imaginação toda hola. Né?

– É. Quer brincar comigo? Eu sou um pirata com navio voador (pra não me molhar) e aí...

– ...

– Ah, qualé, Cebola? Que foi, hein?

– É que eu acho que você esqueceu que a gente ia no CineGibi, hoje, a este holálio, seu coisa! - o pestinha deu um berro enorme.

– Tá, não precisa gritar, ô!

– Só que a gente vai se atlasar se você não vir logo comigo!

– Nossa, que raiva! - os dois saíram do parquinho e entraram no cinema. Escolhendo logo uma fila para sentar, resolveram ir na primeira. Era a que mais dava para ver a tela. - Atrasados? Somos os primeiros!

– Ah, deixa! Ô Flanjinha! Bota aí um filminho, vai!

– Tá bom, Cebolinha! Deixa eu ver... Esse aqui!

No filme visto, Mauricio narrava a história da Mônica, de uma forma bem curta (veja esse vídeo aqui). Enquanto ele falava, os traços iam aparecendo, formando a Mônica, que depois era pintada. Depois, esta sumiu, dando lugar a outra "baixinha dentuça gorducha", com os traços mais atuais. E, finalmente, uma que não foi desenhada nem pintada, já estava pronta – a Mônica atual, a de 2013. Era algo bem curtinho, com cerca de um minuto, apenas. Cascão e Cebolinha, depois disso, conversavam sobre o vídeo, até que Mônica apareceu para dar uma coelhada em Cebolinha, já que o garoto havia a xingado (confira o vídeo no link logo acima, neste mesmo parágrafo) de "golducha, baixinha e cinquentinha" e "dentuça, bobona e cinquentona", se referindo ao cinquentenário da amiga-rival. Sendo assim, Mônica, Magali e Francisco Antônio Felício Bento – sim, você acertou se disse: o próprio Chico Bento – pareceram no cinema para ver filminhos com Cebolinha e Cascão. Os dois viram eles, e não gostaram muito, afinal queriam ficar sozinhos vendo filminhos e zoar – ou xingar, como você preferir – a Mônica.

– Vocês não podiam deixar a gente em paz?

– É veldade! Não podiam?

– Ei, ei, ei! Chega de discussão aqui! Vamos ver filminhos como personagens civilizadas! – Mônica berrou.

– Tá, eu finjo que você é civilizada... - murmurou Cebolinha.

– Eu ouvi ALGUMA COISA?!

– N-não... É... eu...

– Franjinha, faz favor de botar um filminho que acalme esse peste!

– Vou ver o que posso, Mônica.

Então, Franjinha colocou o filminho A Estrelinha Mágica (clique aqui para ver), de 1988. Na trama do filminho, uma estrelinha mágica cai do céu na cama da Mônica, que, encucada, resolve conversar com ela. A estrela revela que é a Estrela de Belém, que caiu do céu por algo bater nela, e está se escondendo dos adultos, que pensam que ela é uma alienígena. Comovida, Mônica, no dia seguinte, chama Cebolinha para conversar com ela. Era Véspera de Natal. Os dois resolvem entregá-la em mãos ao Papai Noel, assim indo para a torre da igreja à noite. Quando chegaram, o sino tocou e eles ficaram tontos. Papai Noel passou e foi um trabalhão entregá-la, mas deu tudo certo. E, no dia seguinte, Mônica recebeu uma carta da Estrela, agradecendo por tudo que ela e Cebolinha fizeram para ajudá-la.

– Que filme lindo! - a Magali aproveitou para dizer, após que o filme acabou.

– Eu concordo, sô! Foi um lindo firminho, né, turma?

– É... e-eu não tô c-cholando, tá?

– Sei... Finge que eu acredito.

– Cascão! Não piole as coisas, ok?

– Não ok. – insatisfeito, Cebolinha deu um tapa na própria cara. Como aquela pessoa podia ser tão tosca?

Assim, todos começaram uma lindíssima briga de amigos, que não teve gritaria, nem discussão, nem nada, nem...

– Ô gente! Mônica Sousa, Cebolácio Júnior Menezes da Silva, Magali não sei o quê, Cascão não sei o quê e Francisco Antônio Felício Bento! Parem já com isso agora ou saiam já do meu cinema!

– Seu? Eu achei que ela do Maulicio, mas tudo bem. Deixa quieto, né?

– Sério, faz favor. Eu pedi silêncio e ninguém aqui atendeu. Seus toscos e chatos e não sei o quê...

– Flanjinha...

– Ahn? O que foi, hein, Cebolinha?

– Quem está brigando agora é você, seu tosco!! – todos berraram juntos. Não é que eles estavam até que certos?