Os olhos de Edward estavam fixos na imagem que se destacava por sobre a cômoda de laca branca. Ele poderia estar chorando, se tivesse lágrimas. Se fosse como Beatrice; se seu corpo pudesse demonstrar as emoções que ele sentia. Seus dedos longos e pálidos tocaram a moldura azul claro e deslizaram para a face corada e sorridente da criança que estava no colo da mãe. As olheiras profundas denunciavam que aquela criança não era uma criança humana... não era uma criança normal.

Em poucos segundos, a moldura do porta retratos estava feita em pó nas mãos do vampiro, que amassava a fotografia com toda a sua ira. Seus olhos se fecharam e seus punhos cerrados socaram a tampa da cômoda várias vezes. O frágil móvel de madeira sucumbiu à explosão de Edward. As duas mãos pressionando as têmporas, ele deixou o quarto do filho, fechando a porta atrás de si.

“Onde você está, Beatrice!” ele pensava, rodando pela casa. Ele queria sintonizar a esposa como se fosse uma grande antena receptora, mas ela estava longe demais. Longe demais. Até que Alice retornasse da caçada ele não poderia descobrir o que Beatrice estava fazendo.

Apesar de que era óbvio demais. Beatrice fora resgatar Charle, ele sabia. Mas ele não queria acreditar. Ele se recusava a pensar na família nas mãos dos Volturi. Ele se recusava a imaginar o que poderia acontecer com eles até que ele tivesse a confirmação e pudesse ir até Volterra.

Os segundos passavam lentos demais. Edward tinha pressa.