O Símbolo da Revolução escrita por Luke Devon


Capítulo 3
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, estas aqui o segundo capítulo da fic, boa leitura!



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Assim que a colheita é feita, Effie e o Prefeito dizem alguma coisa na qual eu não presto atenção.

Meus olhos estavam focados no lugar onde minha mãe estava, abraçando Prim e chorando. Eu fui escolhida para a nova edição dos Jogos Vorazes e ainda por cima, além de ter que enfrentar pessoas dos outros Distritos, terei que enfrentar alguém do meu.

A única coisa que consigo pensar é minha família e em Gale. A cima de tudo na minha vida. De longe eu quero morrer. Sinto-me tão perto da morte que penso em como alguém pode fazer isso com crianças e adolescente. E o pior de tudo, como podem aceitar?

Assim que toda a cerimonia termina, somos levados para dentro do Edifício da Justiça. E então somos separados.

Minha mãe e Prim são as primeiras a aparecerem. Abraço a minha irmã o mais apertado que consigo, segurando as lágrimas que insistem em escorrer. Eu perdi meu pai e sei como é a sensação. Não queria perder mais ninguém. Nesse momento sinto um ódio mortal pela Capital, mas do que nunca. Eu não quero participar dos Jogos, eu não quero morrer.

Eu dou várias instruções a elas rapidamente. Os Pacificadores podem aparecer a qualquer momento e tirarem elas de mim. E talvez seja para sempre. Eu digo que elas podem vender queijo e leite, cultivar ervas e vender remédios. Gale com certeza vai lhes trazer comida, então digo que Prim não deve mais pegar comida extra.

Prim começa a chorar e isso apenas aperta meu coração. Mas eu irei fazer de tudo para deixá-la a salvo.

– Você pode vencer, eu sei que pode – diz Prim de repente. Eu não esperava por isso. – Você é rápida e sabe caçar. Tente vencer!

– Eu irei. – digo sem pensar - Eu irei, por você.

– Você precisa voltar. Você vai tentar, não vai? Promete? – então seu rosto está coberto por lágrimas.

Pacificadores aparecem e meu coração se acelera.

– Eu tentarei, eu juro – eu digo, abraçando-a novamente. Antes dos Pacificadores as levarem, eu abraço minha mãe também e peço que tome conta de Prim, pois não estarei mais lá.

Minha respiração começa a ficar pesada e eu me sento em uma cadeira de madeira. Eu não consigo nem imaginar como vai ser daqui pra frente. Vem apenas em minha cabeça que terei que matar várias pessoas para conseguir sobreviver.

Se eu conseguir sobreviver.

A próxima pessoa que entra me deixa menos tensa. Madge. Minha única amiga no Distrito 12. Com exceção de Gale e sua família, e até a minha, Madge é a única pessoa que eu posso chamar de amiga, que eu tenho prazer de estar e conversar. Conhecemo-nos na escola e desde então nos tornamos íntimas. Mas eu não esperava vê-la ali. Ela entra e fecha a porta. Seus olhos estão cheios de lágrimas, quase escorrendo. Eu sei que Madge também não tem muitos amigos, principalmente pelas pessoas não gostarem dos benefícios que ela tem por ser filha do prefeito. Talvez até por causa da doença da mãe.

– Katniss, eu não...

Madge entra e se aproxima de mim. Nós nos abraçamos. Sinto seu corpo tremendo.

– Tudo bem Madge, tudo bem.

– Não, não está. – Ela se afasta um pouco. Realmente não está nada bem. – Eu sinto muito. Eu não queria que isso tivesse acontecido. – Finalmente uma lágrima escorre.

– Nem eu – eu digo, mas é óbvio.

Ela suspira um pouco e respira fundo. Eu não havia percebi que ela trazia algo na mão até estendê-la para mim. Era um broche.

– Use isso Katniss, para se lembrar de casa e para saber que estaremos aqui esperando que volte.

Aquilo realmente acabou comigo.

– Seu broche? – pergunto meio confusa.

– Sim, um símbolo do Distrito 12. Você pode vencer, todos nós sabemos, Katniss. Deixe-me...

Ela se aproxima e coloca o broche no meu vestido. Só agora percebo o formato. É um pássaro dourado dentro de um círculo. Em seu bico há uma flecha.

Eu não sei o que dizer, apenas fico parada olhando-a. Ela finalmente para de chorar e sorri, um sorriso confortável e esperançoso. Então eu realmente vejo que eu sou a única amiga dela e talvez a única pessoa que ela se importa com exceção de sua família.

Antes de deixar a sala, Madge me dá um beijo na bochecha e sussurra um “volte” para mim. Se antes minha cabeça estava uma confusão, agora não sei nem como descrever o que se passa nela.

Até que Gale entra pela porta.

Toda a neblina que cobria minha cabeça pareceu se afastar quando ele entrou. Ele rapidamente me abraçou e me suspende do chão.

– Escuta. Você consegue vencer. Eles te darão um arco, então use-o. – Ele me diz tão rápido que demoro a processar. Ele está me incentivando participar dos jogos.

– Eu não sei se terá um arco. – digo, meio inocente.

– Então faça um. Você consegue.

– Gale...

– Você é uma ótima caçadora. Você sabe caçar.

– Animais, Gale. Não pessoas. – Digo, um pouco estressada por causa da situação.

Gale me olha sério.

– Qual a diferença?

Aquilo é a pior coisa que Gale já me diz. Mas ele realmente acredita em mim e diria qualquer coisa para me fazer vencer. Eu não sei se conseguiria matar, mas tentaria. Qualquer um. Até Peeta.

Os Pacificadores voltam e eu não quero que ele me deixe.

– Não deixe-as passar fome – eu digo, um pouco mais alto que eu pretendia.

– Não deixarei – ele diz, se colocando de pé.

Os Pacificadores o seguram pelo braço, mas ele tenta resistir.

– Katniss – ele diz.

– Gale – eu respondo.

Ele é arrastado até a porta.

– Vença! Eu te... – e a porta se fecha, me deixando sozinha no silêncio.

Eu te oque? O que ele queria dizer para mim?

Prim, Madge e Gale insistiram para que eu tentasse vencer. Mas será que eu seria capaz de acertar uma flecha em alguém? Serão outros 23 competidores entre 12 e 17 anos. Mesmo que haja mortes causadas por outros Tributos, eu terei que enfrentar algum mais cedo ou mais tarde.

Eu tentarei vencer, tentarei o máximo que puder. Por Prim, pela minha Mãe e por Madge.

Para saber o que Gale queria me dizer.

Eu irei sobreviver, mas também mostrarei a Capital que eles não podem me usar para entreter um povo retardatário que sente prazer em ver crianças lutando até a morte.

Eu não sei como, mas irei dar uma lição na Capital.


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Notas finais do capítulo

Fiquem a vontade para deixarem um comentário. Digam-me o que gostou, o que odiaram e o que gostariam de ver aqui.

Até o próximo capítulo!



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