A História de Uma Semideusa - Os Jogos escrita por Rebeca R


Capítulo 8
Desafio de Demeter


Notas iniciais do capítulo

Todas as plantas citadas nesse capitulo (exceto a cerejeira) foram inventadas pela minha mente brilhante. Espero que gostem.



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A floresta era realmente assustadora. Percebi que os outros participantes não estavam bem, separados, mas colocados em cantos distintos da floresta, para seguirem seus caminhos. Vamos lá Beky pensei. Eu comecei a caminhar. A primeira coisa que eu precisava fazer era conseguir água. Mais a frente vi uma kloptos nyhforium e me lembrei de ter lido algo sobre ela armazenar água, por isso era mais conhecida como Bacia.

Andei apreensiva. Consegui evitar uma Colapsada e não morrer de colapso nervoso. Porém uma Nervosinha me atacou. Ela enrolou suas raízes nervosamente nas minhas pernas. Eu peguei minha espada e as cortei, mas minhas pernas já estavam vermelhas e doloridas. Consegui caminhar mais um pouco e finalmente pegar a Bacia. Cortei uma de suas folhas e guardei no bolso. A próxima coisa a fazer era achar abrigo.

Caminhei pela mata cuidadosamente, a dor nas minhas pernas somente aumentava. Imaginei que aquela Nervosinha era do tipo guihoy miraço que eram envenenadas. De acordo com o que eu li, somente uma Carnuda poderia me ajudar a curar minhas pernas, e eu não estava vendo nenhuma por perto. As Carnudas eram plantas que cresciam tanto que seus caules mais pareciam troncos de árvores, exceto pelo fato de serem verdes.

Depois de mais uma hora de caminhada, a dor era tão grande que eu estava engatinhando, literalmente. Comecei a ficar com fome e encontrei uma cerejeira normal.

– Finalmente uma planta que não é mágica. – falei pra mim mesma.

Peguei algumas cerejas e comi. Eu não gostava da fruta (podem me matar por isso), mas a fome falou mais alto. Depois eu continuei caminhando. Bebi a água que estava armazenada na folha da Bacia. Eu decidi recostar no tronco de uma árvore e descansar um pouco. Precisava achar uma Carnuda, mas decidi deixar isso para depois. Não pude fechar os olhos, porque alguma Nervosinha poderia aparecer de novo. Então eu ouvi um ruído.

Saquei minha espada e fiquei atenta. Ouvi outro ruído e mais outro. Percebi que eram passos. Levantei-me com dificuldade e me apoiei no tronco da árvore. Os ruídos ficaram mais próximos e então de trás de uma árvore qualquer (eu estava muito tensa para me lembrar do nome) saiu Mark.

– Beky? – ele disse, se aproximando.

– Oi Mark. – falei.

– Por que está aqui parada?

– Uma Nervosinha me atacou, mas quando eu consegui me desvencilhar dela era tarde demais.

– Sorte sua que eu tenho um pouco de Carnuda aqui. Precisei por que fui atacado por uma Giranda. Você quer?

– Sim, obrigada.

Ele tirou uma lasca verde da mochila e me entregou. Eu comi. Tinha um gosto realmente horrível e necessário.

– Demora um pouco para fazer efeito. – ele disse.

Eu assenti.

– Nos Jogos tem alguma regra contra cooperação? – eu indaguei.

– Não que eu saiba.

– Ótimo.

Ele se sentou ao meu lado, mas não tão ao meu lado como vocês pensam. Ao meu lado, tipo perto de mim, mas não tão perto. Próximo. Ah! Vocês entenderam. Durante os minutos que passaram, ele cortou umas duas Sangrentas e eu esmaguei uma Giranda. Olhei para cima. As árvores cobriam o céu, então eu não fazia ideia de em que posição o Sol estava.

– Que horas você acha que são? – perguntei a Mark.

– Já deve estar perto do meio-dia. – ele respondeu.

– Então ainda vai demorar para o desafio acabar.

Ele somente assentiu.

– Melhor nos mexermos.

– Por quê? – ele ergueu uma sobrancelha.

– As plantas podem perceber onde estamos e se concentrarem aqui.

– Bem pensado. Tem certeza de que não é filha de Atena?

– Já me perguntei várias vezes se tenho a benção da deusa.

Ele riu e se levantou. Eu me levantei também. Acho que Mark poderia ser um bom amigo. Caminhamos pela floresta com cuidado para não chamarmos atenção de nenhuma planta.

– Você queria participar dos Jogos? – perguntei, porque eu odeio silêncio.

– Mais ou menos. Não me importava de participar, mas também não queria. E você?

– Não queria e não quero.

– Por causa dos seus amigos, já sei...

– Algum problema com isso?

– Não. Só que os meus amigos que estão nos Jogos, não estão nem ai se vão me matar ou não.

– Quem?

– Selly...

– Não presta.

– Hally...

– Idiota completo.

– Mandy...

– Você é amigo da Mandy?

– Sim, por quê?

– Ela é outra idiota. Sabe o que ela fez com a irmã?

– Sim, ela me contou.

– E você não disse nada para ela?

– Ninguém consegue convence-la do contrario do que ela pensa.

– Perceptível.

Caminhamos o resto do caminho com silêncio absoluto, o que me deixou extremamente irritada, mas eu também não estava com pilha para conversa. Depois de algumas horas de caminhada, encontrei uma cena que eu não esperava. Selly estava toda enrolada por uma Nervosinha. Só a cabeça dela estava de fora e pude perceber que ela estava desmaiada.

Ouvi uma batida e quando me virei, Mark estava com a perna enrolada por uma Colossal. Eu fiquei totalmente dividida, até que ele gritou.

– Ajuda ela. Eu me viro!

Ele jogou um pedaço de planta verde para mim e eu percebi que era Carnuda. Então ele pegou uma faca da bainha e começou a tentar cortar a planta na sua perna. Logo ele começou a ser arrastado, mas estava conseguindo cortar a planta, então eu não me preocupei. A planta que enrolava Selly estava se movendo e apertando ela. Eu peguei minha tesoura que estava no meu bolso e cortei o caule da planta.

Ela soltou uma espécie de guincho agudo, mas depois se afrouxou e Selly caiu no chão. Não me preocupei em tirar ela de lá. Ajoelhei-me ao lado dela e a virei para cima. Todo o corpo dela estava vermelho e inchado. Eu coloquei a planta na boca dela e peguei o restinho de água da minha folha de Bacia para ela conseguir engolir. Sentei-me e esperei.

Passador alguns minutos ela tossiu e acordou. Olhou-me assustada, mas depois de ver o estado do ser corpo, fez uma careta e se deitou se novo.

– Obrigada. – ela resmungou. – E você não vai me ouvir dizer isso de novo.

– De nada. – falei. – E não se acostume com a ajuda.

– Como se eu precisasse.

– Devia ter deixado você morrer asquificiada pela Nervosinha. Ia pegar mal a própria filha de Demeter morrer no desafio da mãe.

– Quanto tempo demora para isso para de doer?

– Eu só fui pega nas pernas e tive que ficar quase uma hora para me curar totalmente.

– Inferno!

– Vou fazer questão de conferir com Hades de que você vai para lá.

Ela fez uma careta para mim que eu retribui ainda mais feia. Depois eu me levantei e sai caminhando. No meio do caminho, senti meu corpo ser puxado. Não era alguém me puxando. Eu virei partículas de energia e fui sugada. Quando voltei ao normal, estava na mesma cúpula de antes.


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Notas finais do capítulo

Não leitores, não rola nenhum romance entre Mark e Beky, somente uma linda amizade.
Mereço reviews?



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