The rose in solitude escrita por Mione St


Capítulo 30
Capítulo 29




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Quando Anna se afastou, encontrou um Shaka impaciente esperando por ela na grama. Com graça, ela se sentou do lado dele, para em seguida se deitar, apoiando a cabeça no colo dela. Tapou os olhos, tentando proteger os olhos do Sol. Escurecia em breve... o prazo estava acabando.

Anna: Espero que eles se acertem... (disse isso enquanto Shaka acariciava os cabelos dela distraidamente) Shaka?

Ele estava distraído, aquilo era óbvio. Abaixou o rosto para fitá-la quando ela o chamou.

Shaka: Desculpe. (sorriu enquanto a mão dele ainda passeava pelos seus cabelos)

Anna: No que você estava pensando? (tocando o rosto dele com as pontas dos dedos)

Shaka: No amanhã.

Anna: Pensei que havia dito para esquecer isso enquanto pudesse. (suspirou)

Shaka: Eu não consigo. Não consigo deixar de pensar que amanhã começa a contagem regressiva.

Anna: É assim que você vê Shaka? Acha que eu vou morrer?

Shaka: Não acho. Mas confesso que tenho medo.

Ele parou de acariciar os cabelos dela e enxugou uma lágrima que caiu. Anna se levantou e se sentou novamente. Com um gesto delicado, fez Shaka voltar o rosto na direção dela. Ele tinha os olhos vermelho e ela os tinha mareado.

Anna: Eu não posso fazer nada Shaka. Não posso dizer que vou sobreviver e tudo ficará bem, mas... posso dizer que não vou desistir. Sabe, eu sempre vivi conformada... sempre soube que podia morrer e tentei aceitar isso. Mas depois que eu te conheci, não quis mais me conformar com a morte. Quero viver, mais do que qualquer coisa na vida. Mas não posso entrar em desespero. Tenho que ir com fé, mas... tenho que saber que tudo pode dar errado.

Ela limpou as lágrimas dele e sorriu.

Anna: Mas ver você assim me deixa preocupada. Acha que eu posso ir para uma cirurgia de alto risco sabendo que meu namorado vai estar aqui se martirizando? Você tem que ser forte Shaka. Por você, e por mim. Porque eu mal me consigo manter em pé e vou sucumbir na dor se você continuar assim.

Ela o abraçou. Aquela era a maneira dos dois se passaren força. Muitas vezes ela precisara dele, muitas vezes ele precisava dela. Aquele talvez fosse o segredo do relacionamento perfeito: ninguém é forte demais que não precise de consolo, ninguém é fraco demais que não possa consolar... a harmonia da força e da fraqueza, a necessidade da outra pessoa, o amor... tudo isso se funde no relacionamento. Mas naquele momento, nem Anna e Shaka pensaram naquilo. Chorando, ambos temendo o amanhã, se beijaram com paixão, amor, carinho, desejo e... medo. Pois ele não os abandonara definitivamente.

Eles foram observados por Luna, que naquele momento confessara seu amor para Saga. E os dois casais trocaram um beijo intenso, e ambos murmuravam eu te amo, seja para si mesmos ou em voz alta.

Anna se separou do beijo. Fitou Shaka com atenção e franziu o rosto, em sinal de preocupação.

Anna: Já ia me esquecendo. Quero que me prometa uma coisa.

Shaka: O que houve?

Anna: Quero que me prometa que... independente do resultado dessa cirurgia você não vai desistir.

Shaka: O que quer dizer com isso?

Anna: Que... se eu morrer, você não vai viver preso na dor ou tentar tirar sua vida, ou fazer qualquer estupidez. Você vai viver, ser feliz, lutar pelos seus sonhos e morrer de velhice. Não quero que você fique vivendo de passado ou... faça uma besteira.

Anna parecia ter lido a sua mente. Ele pensava exatamente que caso ela morresse, ele morreria junto com ela.

Anna: Prometa, Shaka.

Shaka: Eu não posso. Não saberia viver sem você... não conseguiria...

Anna: Pois terá de aprender. (ela gritou) Acha que ficarei em paz sabendo que você viverá uma vida miserável?

Shaka: Não posso.

Anna: Me prometa!

Shaka: Eu não posso.

Anna: Shaka Yomi’rin, ou você promete ou eu me recusarei a fazer a cirurgia. Pode conviver com isso?

Ele a fitou furioso, mas Anna cruzou os braços.

Shaka: Isso é chantagem.

Anna: Jura? (dando de ombros) Prometa.

Shaka: Anna...

Anna: Droga Shaka... pode prometer? (chorando)

Ele não tinha opção. Anna não lhe dava escolha. Ela não queria que ele desistisse. E ele não queria lutar sem ela.

Shaka: Eu prometo.

AS lágrimas cessaram. Como se não tivesse chorado, Anna ergueu o rosto e o beijou com suavidade. Se deitou novamente no colo dele e ficou olhando para o vazio. O que poderiam fazer? Conversas longas, demoradas e tristes? Declarações apaixonadas perdidas em meio a dor? Ou o suave e reconfortante silêncio? Ela se voltou e viu que Luna e Saga acenavam, indicando que iam embora. Eles preferiam ficar. Não queriam ir embora ainda.

Observando Luna e Saga sumirem de vista, Shaka se voltou para o céu. Já estava escurecendo. Em breve teriam que ir embora. Shaina os esperava, o momento da angústia final antes do mergulho... Anna estava tão quieta que ele pensou que ela havia dormido. Mas ela estava com os olhos abertos, refletindo a primeira estrela que brilhava na noite.

Estava escuro, mas para eles aquele era o último dia de luz e paz em suas vidas. A escuridão começaria no dia seguinte, quando o Sol nascesse...

Shaina: Anna minha filha, onde você está?

Já era dia. Com as bolsas prontas, levando o apetrecho necessário, Shaina e Milo esperavam por Anna na cozinha. O atraso já era de 15 minutos e eles já deveriam estar saindo para o hospital. Milo tomou um gole de café.

Milo: Nada ainda?

Shaina: Nada. Será que ela surtou? Quero dizer, a situação não é fácil...

Milo: Ela deve estar se arrumando Shaina. Nossa filha é forte. Não surtou antes e não surtará agora.

Shaina tentou se acalmar, mas era evidente que estava preocupada. quando mais cinco minutos se passaram e ea estava decidida a arrombar a porta do quarto, Anna desceu as escadas carregando uma mala pequena, contendo pijamas e outros acessórios. Parecia calma, mas ao ver o olhar da mãe franziu a testa.

Anna: Nem cheguei no hospital e você já está pensando no velório?

Shaina: Não brinque com isso filha. Por que demorou tanto?

Anna: Estava no telefone com o Shaka. Ele me ligou dizendo que não poderia vir aqui em casa, mas que passaria no hospital antes de eu ser internada de fato. O que achou? Que eu estava tendo uma crise ou algo do gênero?

Shaina: Algo assim. (envergonhada)

Anna deu um beijo no rosto da mãe e sorriu.

Anna: Não tenho medo do que não há solução mãe. Estou há 21 anos me preparando para isso. Simplesmente chegou a hora.

Sem tocar no café da manhã, ela ajeitou as bolsas. Milo nada dissera. Conhecia bem a filha. O melhor era não tocar no assunto.

Milo: Sua conversa nos atrasou querida. Vamos direto para o hospital.

Anna: Sim vamos. Mamãe, não se preocupe. (ao ver que a mãe chorava) Por favor, não chore agora. Já está sendo difícil...

Shaina parou de chorar.

Shaina: Eu entendo minha filha. Vamos logo. Seu pai tem razão. Estamos atrasados.

A consulta com Saori não demorou muito tempo. Anna apresentou os exames e esperou a paciente avaliação da médica. Ao fim, Saori registrou os exames e sorriu.

Saori: Está tudo bem com você, você tem uma saúde quase de ferro. Poderemos realizar sem problemas a cirurgia. Está pronta para se trocar?

Anna: Sempre estive.

Saori deu um sorriso encorajador. Indicou o banheiro para que Anna trocasse a roupa pesada e colocasse um pijama. Ela entrou no banheiro. Não, não estava pronta. Como estaria se Shaka ainda não aparecera?

Ela retirou a roupa rapidamente. Saiu do banheiro trajando um pijama de botões comprido, conforme as regras do hospital. Olhou pela janela, procurando o namorado, mas não o encontrou. O que havia acontecido?

Luna já estava na sala de Saori. Se deu conta disso ao ver o olhar calmo da amiga. Os pais de Anna já enxugavam as lágrimas com lenços de papel. Saori e Luna, com um olhar grave, se dirigiram aos pais.

Luna: Bom... está na hora.

Shaina: Cuide-se minha filha. E prometa não desistir.

Milo: Seja forte.

Anna: Eu nunca desisto. Vocês sabem disso.

Ela abraçou os pais rapidamente. Por fora parecia forte, mas internamente vacilou. Shaka não havia vindo. Não poderia despedir-se dele. E talvez nunca acordaria para dizer adeus... triste, ela se soltou dos pais e, com as pantufas do hospital, seguiu Luna e Saori para a sala de cirurgia.

Ainda procurou Shaka pelos corredores. Mas ele não estava lá.

Anna: (pensando) Talvez ele tenha finalmente desistido... talvez ele não suportou... viu o quão trágico tudo isso é... talvez ele simplesmente tenha partido, a fim de esquecer tudo o que vai me acontecer... talvez tenha sido isso.

Ou talvez não, a sua mente lhe dizia isso com frequência. Mas quando se deitou na cama e observou Luna preparar a seringa com o líquido que lhe induziria ao coma, Shaka ainda não havia chegado.


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Notas finais do capítulo

Sem tempo para correção.



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