O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 32
Capitulo 32 - Party - parte 01


Notas iniciais do capítulo

~LEIAM AQUI! LEIAM AQUI! LEIAM AQUI~

Helow peoples! *-* Espera, alguém aí ainda lê isso? Haha’
Pois é, Tia Naty Atrasada... Se atrasou de novo. Mas eu tenho, como sempre, desculpa esfarrapada convincente (muito convincente, posso dizer): EU ESTAVA SEM NET! É isso mesmo. Parece macumba de começo de ano, não é? Enfim, aí vem a pergunta: “Como você respondeu meu comentário, Naty?”. Obvio que nem todos vão falar isso, porque eu só respondi o de alguns. Mas é que eu fiquei com um curto período de net no meu computador por umas boas... horas. E, nessas horas, ¾ eu não passei em casa. ACREDITAM?
Porém, neste meio tempo, sabem o que eu fiz? ESCREVI DOIS CAPITULOS *-* “Aí, tia, só dois com DOIS MESES DE ATRADO?”, vocês devem estar se perguntando.
É.
Quem leu minha fic “Loucuras na Adolescencia” deve ter notado que eu disse que estava com um total bloqueio criativo e, aí, quando eu consegui acabar o capitulo de vocês... Fiquei sem internet. Sim, tia Fortuna, você está mesmo do meu lado ~sarcasmo~
Mas o que interessa é que eu estou aqui, né? “Não, o que interessa é o capitulo”. Ai. Bem, eu e o capitulo. O próximo está prontinho e, bem, OS DOIS SÃO DA TÃO AGUARDADA FESTA muaahahaha’ Aí, você que está lendo isso, pensa: “Que ótimo, ela pode postar um hoje e outro amanha! Ebaaa!”.
Não, não é bem assim.
Pois é, eu ainda estou sem net. Estou postando pela casa de uma amiga minha. Vim fazer um trabalho – um dos meus cinco que tenho pra fazer – e acabei pedindo ela. E sabe o que aconteceu? ELA DEIXOU! Haha’ Porem, não, não vou poder vir postar amanha porque vou estudar o dia inteiro. Pra quem não sabe, com o meu curso técnico, estudo dos dias da semana – terça e quinta – o dia inteiro na escola. Triste, não? Mas eu prometo dar o meu jeito! Bem, prometo tentar dar o meu jeito.
Agora quero dizer MUITO OBRIGADA MESMO pelos comentários! *-* Amei todos, li todos umas três ou cinco vezes, e tentarei responder todos pelo celular roubando Wifi de alguém, okay? Não deixem de comentar por isso, tá bem?
Aproveitem!



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Pov’s Percy

Odeio a minha vida, odeio meu destino. Com o passar dos últimos dias, essas se tornaram as coisas que mais odeio em minha história. Mas, quando você pensa que nada pode piorar, elas vêm e pioram. Mais do que eu minha vida e mais do que eu odeio o meu destino, eu odeio gravatas.

NÃO É DRAMA! Essa coisa só pode ser obra do *censurado*. A esse ponto, minha gravata borboleta estava totalmente amassada e eu diria totalmente inusável ― sim, essa palavra não existe, mas eu uso. Mas eu não desistia. Não iria perder para um pedaço de pano preto. Ah, não mesmo. Já perdi demais na vida. Sim, eu transformei um ato do cotidiano de muitas pessoas importantes em uma questão de honra. Complexo, ridículo e desnecessário.

O resto do meu visual estava ok. Sapato social, calça social preta, blusa social branca, suspensórios ao invés de cinto. O blazer preto do smoking estava em cima da minha cama e eu não iria coloca-lo enquanto eu não amarrasse aquele objeto demoníaco. Meu cabelo estava... Penteado, o que significava que a bagunça estava controlada e isso significava muita coisa.

Tentei amarrar de novo. O espelho do meu banheiro era grande, o que deixava grande espaço para a imaginação. Eu imaginava Annabeth do meu lado, de braços cruzados, roupas folgadas, cabelos soltos, expressão de esperta enquanto me diria como amarrar aquilo. Aposto que, falando comigo ou não, ela não perderia a chance de estar certa. Nunca perderia. Na maioria das vezes, ela sempre tinha razão.

Será que ela tinha razão agora? Digo, sobre tudo o que está acontecendo? Ela defende muito as suas teorias e principalmente quando ela tem certeza de que estão certas. Como quando pressente quando estou mentindo. Como quando ela acreditou que quebrar uma promessa da Rachel era o melhor jeito de ajuda-la. Ela acerta em tudo.

Pensando bem, não em tudo. Um exemplo é quando ela preferiu acreditar no Nico ao invés de mim sobre o flagra da Piper em sua conversa com o Jason. Eu ainda não sei se ela mudou de lado em sua decisão, mas é certo que não.

Droga de vida. Droga de destino. E, principalmente, droga de gravata.

Já frustrado com aquilo, desisto, saio do banheiro e taco a gravata na minha cama. É, eu não sou um homem de honra. Até pra uma gravata eu perco. Fala sério! O que me resta é vestir o blazer e abotoa-lo. Olhando de cima pra baixo está perfeito, eu acho. O smoking é muito bonito. É claro que eu, assim como todos os meninos que estão usando essa fantasia de pinguim, não vão estar com esse look inteiro com meia hora de baile. Silena vai nos fazer ficar com isso pelo máximo de tempo possível, mas acho que mesmo ela não vai conseguir segurar-nos por muito tempo.

Acabo de dar uma ultima olhada no espelho quando escuto a buzina lá embaixo. Já imaginando quem é, caminho em direção a cama, pego a minha gravata, coloco-a dentro do bolso, pego meu celular e saio do apartamento.

É, ela fez isso. Silena não tem jeito mesmo. Eu tenho dó do cartão de crédito do pai e da mãe dela.

Tinha uma limusine branca estacionada na frente da garagem do apartamento. É isso mesmo. Além de muita neve no chão, havia uma limusine ali. Era uma limusine em tamanho médio, não muito exagerada, mas ainda é uma limusine. Silena alugou uma limusine. Okay, vocês já devem ter entendido, mas a Silena alugou uma limusine. E só pra ir a um baile de escola. Uma limusine.

Eu não era o único chocado. Uma criança que estava passando de mãos dadas com a mãe na minha frente naquele momento, cutucou a mãe, olhando maravilhada pra limusine, e falou:

― Mamãe, é igual a limusine da princesa Barbie do filme!

― Sim, Barbara, mas não tem nenhuma princesa ali dentro.

Tem o Ken. Digo, assim que elas passaram pra longe, o motorista da limusine sai e abre a porta de trás, liberando um Luke Castellan ― ou Ken ― todo produzido. Aposto que Thalia vai ficar orgulhosa. Ele ajeitou o cabelo penteado para o lado e depois o blazer. O smoking dele não era igual o meu. Ele usava uma faixa no quadril, como um cinto, para segurar a calça. Eu usava suspensórios.

― E aí, Jackson? ― ele falou, ponto as mãos na cintura ― Como eu estou?

― Parecendo um pinguim ― disse o motorista que abriu a porta. Ele tinha uma voz muito familiar ― E você também, Jackson. E todos os outros lá dentro. ― e o motorista se virou pra mim.

― Leo? ― sim, Leo era o motorista. Ele estava com smoking também, mas usava um quepe preto que achatava os cabelos cacheados.

― Presente e apinguizado! ― ele falou, fazendo um sinal de sentido. ― Quer entrar logo pro zoológico ali dentro e levar esse animal junto? Temos que chegar no Alasca hoje mesmo!

― Porque você está dirigindo?

― Ao contrario da maioria dos sonhos clichês que vocês tem de andar em uma limusine, eu tenho um sonho de dirigir uma ― ele contou ― E, além disso, Silena paga bem. Vamos, Jackson, entre logo.

Eu fiz o que ele pediu e esperei Luke entrar. Então, fui para a porta, e falei antes do Leo fecha-la:

― É seguro um monte de pinguins andarem com outro pinguim dirigindo?

― Não. Mas se você não entrar agora Jackson, eu acerto essa porta no seu nariz, te faço desmaiar e te mando mesmo pro Alasca.

― Sim, capitão.

Entrei e Leo fechou a porta. Caminhei até a poltrona retangular que contornava a parte traseira da limusine. Ali estavam sentados Frank, Michael e Beckendorf, e Luke novamente. Luke pegou um copo com um liquido azul dentro que logo chamou a minha atenção. Sentei-me ao lado dele.

― Oi gente ― falei.

― Ei ― falaram Frank, Michael e Charles. Eles estavam iguais. O smoking deles era igual ao de Luke, porem Beckendorf e Frank usavam uma faixa tipo um cachecol pendurada na nuca. Ah, e o blazer de Frank era branco ― Eu não vou aguentar isso ― Charles comentou, segurando a faixa.

― Na verdade, vai sim. ― falou Luke, após colocar o copo do liquido azul em um porta-copos. ― Silena vai te matar se você amassar essa roupa. Imagina se você tirar essa cauda de pescoço?

Charles bufou.

― Onde estão os outros? ― eu perguntei, me referindo a Jason e, sim acredite, Nico. Imaginei que íamos todos juntos (não em uma limusine, mas todos juntos).

― Jason vai pegar a peguete em um conversível fodão de acordo com Thalia ― comentou Luke ― Já o Nico... Não sei. Ele disse que nos encontraria lá.

― Espera, a Annabeth vai entrar sozinha no baile? ― eu perguntei.

― Ah, sei lá. Nós vamos pegar as meninas na casa da Silena, e se eu conheço bem ela, ela vai dar uma conferida em todo mundo antes de irmos. Assim da tempo do Nico chegar. Ele pode a esperar na porta.

Encostei as costas na poltrona. Leo deu a partida no carro e nós seguimos para a casa da Silena.

***

Meninas são muito exageradas.

Digo, uma coisa é elas quererem aparecer todas produzidas no baile. Mas outra completamente diferente é elas passarem O DIA INTEIRINHO fazendo essa super produção. Como hoje não teve aula, elas chegaram cedinho a casa de Silena e levaram tudo o que iriam precisar.

Rachel foi com a velha de Annabeth ― que eu apelidei carinhosamente de Trash (que é lixo em inglês) ― e levou vestido, sapato, uma mochila com apetrechos pessoais e maquiagem. E não me ligou o dia inteiro.

Agora nós, os meninos, estávamos sentados todos na sala da casa de Silena aguardando a decida das meninas pelas escadas. Sim, elas queriam um desfile. Como se já não estivéssemos atrasados...

A primeira que desceu foi a Hazel. Frank ficou desconcertado quando a viu. Se eu gostasse da Hazel daquele jeito eu também ficaria. Como é um gostar de amigo, pra mim ela só estava bonita. O vestido dela era dourado e brilhante, o que contrastava com sua pele chocolate. Ela tinha uma corda que pegava do decote do vestido e envolvia o pescoço, e a barra dele ia até o meio da coxa. Ele abria a partir da cintura, ficando rodado. A sandália era de salto e com detalhes metálicos. O cabelo estava amarrado com uma fita dourada para o lado.

― Oi, Frank ― ela disse quando chegou perto dele.

Ele engoliu em seco e murmurou um “oi”, tomando-a no braço logo em seguida.

Frank não era o único encantado. Eu percebi que Leo tentava dar mais atenção para o seu quepe do que pra Hazel, mas não estava dando muito certo.

Em seguida, desceu a Piper. O vestido dela era rosa bebê de um tecido que parecia de seda, mas não era seda. Era longo, tinha só uma alça do lado esquerdo e pouco abaixo da cintura pra cima era costurado em pregas horizontais. Provavelmente usava saltos também. O cabelo estava com uma trança lateral bem trabalhada do lado direito.

Michael não estava bem. O cara quase babava e eu tinha certeza de que ele não conseguiria se mexer até digerir aquilo tudo ― o que, creio eu, ia demorar bastante.

― Oi, Mike ― ela o cumprimentou com um sorriso encantador. Ele não conseguiu dizer nada, então só tomou-a nos braços.

Então eu olhei pra cima de novo e meus olhos se arregalaram. Rachel estava de tirar o folego. Seu vestido verde escuro era tomara que caia em um decote reto. Ele era justo ate o meio do quadril e soltava-se nas pernas. O tecido era pesado e se encorpava perfeitamente na Rachel. Quando ela chegou perto de mim, nossa altura ficou compatível, o que significava que também estava de salto. Seus cabelos estavam em um coque, que deixava seus cachos aparecendo e sua franja de um lado do rosto.

― Tô bonita? ― ela perguntou, com um pouco de duvida.

― Com toda a certeza ― falei ― Vai ser uma honra te levar para o baile, Srta. Dare.

Ela deu um tapinha no meu peito e sorriu.

― Você está muito elegante, Sr. Jackson ― ela falou, mexendo na gola da minha blusa ― Mas onde está a gravata?

― Está aqui ― Tirei-a do meu bolso, toda amassada, e entreguei a ela ― Eu não consegui colocar. Essa coisa não foi criada por Deus. Ou foi. Mas como um desafio para o QI dos seres humanos.

Rachel riu e começou a arrumar a gravata em meu pescoço. Nesse meio tempo, Thalia Grace já havia descido.

Ela estava parada no meio da escada já descida esperando Luke conseguir sair do lugar. Estava difícil, coitado. O vestido de Thalia era curto e preto. Batia até o meio da coxa e a saia dele ― que pegava da cintura pra baixo ― era, além do tecido da parte de cima por baixo, em babados daquele tecido fininho cheio de furinhos a qual não lembro o nome. O decote tomara que caia era em coração, porem a partir daí começava o mesmo tecido fino cheio de furinhos que cobria até o pescoço e os braços até os pulsos. Nos dois pulsos, onde terminava o vestido, ela usava duas pulseiras iguais de pontinhas prateadas. No pescoço, na gola do vestido, usava um colar, no estilo coleira, com o mesmo material da pulseira. Meia calça transparente preta, bota preta até o tornozelo de salto.

A meu ver, ela parecia uma mistura muito bem combinada de punk, patricinha, punk, estilosa, punk. Thalia estava muito bonita mesmo.

― Okay, Luke, pare de babar e venha aqui logo, por favor? ― ela disse.

― T-tá...

Ele a buscou, e os dois foram juntos para o canto. Eram um casal engraçado até daquele jeito.

Mas agora... Who’s that girl? Quero dizer, eu não conhecia a garota que estava descendo as escadas agora. Ela usava um vestido branco, de duas alças, e liso, que tinha um cinto na cintura dourado que separava a parte de cima da saia levemente rodada. Era de um tecido pesado e brilhante. Seu cabelo, castanho mel, estava solto e um arco fino e dourado rodeava sua testa e a parte trás da cabeça, o que deixava seu cabelo com um desenho legal. Mas eu ainda não conhecia ela.

Rachel acabou seu trabalho com a minha gravata e, quando eu olhei, percebi que, além de ter amarrado com uma perfeição suprema, ela havia desamassado a gravata, deixando-a perfeita em meu pescoço.

― Obrigado.

Ela riu, e postou-se ao meu lado, na mesma hora em que a garota se postou ao lado de Leo. A ficha caiu então: ela era o par de Leo, o misterioso par da qual ele não queria falar.

― Pessoal, eu tenho uma pessoa pra apresentar. ― ele anunciou ― Esta é Calipso. Minha acompanhante mais que linda do baile.

Ele não olhava para todos em geral. Olhava para Hazel em geral.

― Leo, acho que todos aqui sabem que você não é cego ― Calipso falou, e sua voz era tímida e humilde.

― Ela não é uma graça? ― ele perguntou, todo orgulhoso.

― Não ― Calipso riu ― É um prazer, pessoal.

Todos a cumprimentamos de volta. Quando olhei pra Hazel, ela não parecia estar com ciúmes. Na verdade, estava rindo com Frank, que abraçava-a por trás. Então, após todos nos apresentarmos para Calipso, Beckendorf deu um passo a frente.

― Cadê a Silena?

― Aqui em cima ― a voz dela reverberou do alto da escada e todos olhamos para ela. O vestido da Silena era todo em seda em cor gelo e tinha pregas sob o busto. Dai pra baixo ele era solto, não marcando nenhum lugar em especial. O decote era em um V e a alça era grossa e, ao invés de seguir reto pra cima do ombro, ela abria até a curva do ombro, de modo que o V era quase um ângulo reto pra cima, deixando seu colo a mostra. Seu cabelo estava solto, virado para o lado esquerdo, e no direito ela tinha uma presilha de pedras brilhantes.

Beckendorf pigarreou quando ela chegou até ele.

― Ah... ― ele disse ― Uau!

― Vejo que todos estão com as devidas roupas. ― ela deu um circulo sem sair do lugar ― Acho ótimo. Vocês estão completamente lindos, garotos.

Agradecemos. Olhei para todas as meninas, e reparei nas maquiagens. Todas focaram no lápis preto ― principalmente a Thalia ― e em sombras que combinavam com os vestidos. Todas, exceto Silena e Rachel, que usavam um batom vermelho vibrante, tinham cores leves nos lábios.

― E aí, vamos pinguins e princesas de contos de fadas? ― falou Leo, rodando a chave no dedo ― Eu estou recebendo por hora!

― Vamos, vamos... ― todos começaram a murmurar.

Então, deram passos em direção a porta. Eu fiquei parado, olhando pra escada. Esse desfile não podia estar completo. Eu não podia acreditar nisso.

― Gente, onde está a Annabeth?

Saiu. Sem meu consentimento. Sem minha permissão. Sem pensar duas vezes. Sem se preocupar com o que iriam pensar. Rachel, que estava agarrada em meu braço, sorriu nervosamente.

― Ah... ― ela estalou os lábios ― Bem, Percy... Ela não falou conosco desde ontem na escola. Ninguém sabe onde ela está ou mesmo se vai.

― E não deveriam ligar pra ela? ― insisti.

― Pela septuagésima quinta vez, Percy? ― Silena apareceu ao meu lado, agarrando o meu outro braço e começando a me puxar ― Não, não somos tão puxa saco. Na verdade somos ― ela riu ― Vou tentar falar com ela de novo na limusine. Mas agora não dá. Vamos, vamos.

Ela me puxou e agarrou o braço de Beckendorf, de modo que nós caminhamos os quatro grudados até a limusine. O problema, de verdade, foi pra passar na porta. Quando já estávamos todos lá dentro, Leo apareceu junto com Calipso em uma janelinha da cabine do motorista.

― Prontos pinguins? ― ele perguntou.

― Prontos! ― respondemos.

― Prontas princesas? ― perguntou Calipso.

― Prontas! ― responderam.

E esse foi um dos passeios de carro mais bagunçados da minha vida.

***

O ginásio da escola estava incrível.

Porque não, eu ajudei a arrumar.

As paredes cheias de fitas e faixas brilhantes, balões pendurados no teto, pisca-piscas espalhados, o globo de vidro lá no meio. Havia um palco na frente, com o DJ em um canto lá em cima tocando musica. As cadeiras do rei e da rainha lá em cima no meio com as coroas acomodadas. As mesas redondas do lado direito e esquerdo e o espaço na frente do palco para a dança. Luzes piscavam para todo lado.

― Uau! ― falou Leo, passando o braço ao redor de Calipso ― Fizemos um ótimo trabalho! Agora vamos estragar tudo!

― Nem pensar, Valdez! ― brandiu Thalia ― Eu demorei muito tempo ajudando nisso aí. Meu trabalho não vai ser desmerecido assim não!

― Vamos pegar uma mesa? ― sugeriu Piper, olhando ao redor ― Eu quero sentar. Esses saltos estão me matando!

Achamos uma mesa totalmente vazia em um canto perto do palco. Dava uma boa vista e ao mesmo tempo poderíamos conversar tranquilamente, porque as pessoas ao nosso lado eram as que dançavam. Puxei uma cabeira para Rachel e sentei-me na ao seu lado. O problema foi que eu me sentei no pior lugar possível, já que eu fiquei de costas pro palco. Do meu outro lado, estava Hazel e a minha frente, Thalia.

Todos olhavam ao redor.

― Nada de Annabeth ― falou Silena, ao lado de Thalia, olhando para o celular ― Vai ver ela não vem. Temos que avisar o Nico.

― Eu acho que ele já deve saber ― falei, jogando-me na cadeira preguiçosamente, querendo entrar no assunto ― Acho que ela pelo menos avisou ele, né?

― Tem razão, Annabeth não daria um bolo nele nunca ― disse Thalia, juntando as mãos ― Falando nisso, cadê ele?

― Não veio, ai que bom ― ergui as mãos em comemoração ― Me deu até vontade de dançar!

Todos me olharam como se eu tivesse dito que queria plantar uma arvore no meio da ponte Golden Gate.

― O que?

― Nós nunca entendemos a rivalidade entre vocês dois ― contou Luke, envolvendo Thalia com um dos braços ― Ela é muito complicadinha.

― Quem se importa com isso agora? ― falou Thalia ― Temos que saber se Annabeth veio ou não.

― Bem, Thalia, acho que você deveria saber ― falou Rachel, curvando-se para frente ― Passou boa parte da semana grudada nela. Ela não te contou?

Será que só eu senti ciúmes aí? Digo, eu também havia reparado que Annabeth passava boa parte do seu tempo colada em Thalia. Sábado, ela pediu para Thalia leva-la embora. Depois de tudo o que aconteceu, aquilo parecia um golpe duro na Rachel.

De repente Tik Tok da Kesha ― que era a musica que estava tocando ― não estava tocando mais, o que fez os alunos vaiarem o DJ. Ou era uma macumba do destino, ou alguma coisa havia acontecido.

― Ui ― comentou Leo.

― Não, Dare, ela não me contou. ― devolveu Thalia, que obviamente havia sentido o sarcasmo de Rachel ― Da ultima vez em que eu conferi, você era a melhor amiga dela. Você deveria saber.

Um pigarro soa nas caixas de sons. Olho pra trás, e vejo que o nosso diretor posicionou um suporte de microfone no centro do palco e tentava chamar nossa atenção (o que não deve ter sido difícil, já que o cara usava um terno roxo ― vocês não leram errado ― e um sapato dourado ― é serio).

Olá, alunos ― ele começou a dizer ― É um prazer tê-los aqui simplesmente pra festejar e não pra estudar.

― Infelizmente, Thalia ― falou Rachel e eu me virei pra mesa, percebendo que nem com aquela roupa ridícula o diretor havia conseguido chamar a atenção da nossa mesa (não com duas garotas brigando) ― não havia como eu conversar com a Annabeth, já que ela estava o tempo inteiro grudada com você.

Graças a vocês, a decoração está muito bem arrumada! ― continuou o diretor, fazendo olhar pra trás ― Acho que vou montar um grupo de decoração e não de estudantes! Vai ser mais produtivo.

Os estudantes aplaudiram em concordância. O que?!

― Fala sério, Rachel ― falou Thalia, me fazendo olhar pra mesa de novo ― Não venha colocar a culpa em mim agora! Como eu ia saber que ela não ia vir?

― Estava na cara, né? ― disse Rachel.

― Se estava tão na cara, porque não foi falar come ela?

Enfim, eu não tenho muito o que dizer aqui ― continuou o diretor e eu olhei pra ele ― Fiquem agora com a nossa apresentadora do baile!

― Porque você não me dava espaço ― devolveu Rachel, e eu olhei pra mesa ― E se ela quisesse contar uma coisa importante pra mim?

― Ate parece que eu não tenho pernas pra sair de perto. Acorda, eu não tenho culpa de nada, Rachel. As coisas não como você pensa que são, caramba.

― O que?!

― Alguém aí dá um jeito dessas duas pararem? ― supliquei, com as mãos na cabeça e uma cara de louco. Serio, prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo te deixa maluco.

― Eu dou um jeito ― Leo levantou-se e bateu o punho no peito ― Ali está a solução do problema das duas. ― ele apontou para o palco.

Todos olhamos para o palco e demos de cara com o cosplay da Elsa. Mentira, mas estava bem parecido. Mas isso não era importante ― bem, era sim. A pessoa apresentadora do baile era ninguém menos que Annabeth Chase.

Era incrível. Curioso, na verdade. A pessoa age depressiva durante a semana inteira, não abre um sorriso ― pelo menos no meu campo de visão ― e depois de um sumiço, aparece como o ser mais feliz do mundo, desfilando graciosamente pelo centro do palco. Annabeth, com um cartão branco de apresentação na mão, estava na frente do microfone sorrindo pra todo mundo.

― Esse vestido não foi comprado em um shopping ― comentou Silena, impressionada.

Seu vestido, como já dito, era parecido com o da Elsa do filme Frozen. Era azul claro, a parte da blusa em um decote reto era cheia de brilhante, porém a parte de baixo não era tão encorpada, era mais aberta e era revestida com uma renda lisa com um brilho discreto, sem desenhos. A mesma renda que cobria seus braços a partir de uma linha curva de uma ponta a outra dos ombros indo até os pulsos.

Combinava perfeitamente com seu tom de pele e o seu cabelo, que ela havia deixado solto e colocado uma presilha de floco de neve como Silena. A diferença era que o da Annabeth estava solto nas costas e o de Silena estava preso de um jeito a só ficar do lado esquerdo. Em todos os dias que convivi com ela, nunca a vi tão bonita quanto hoje.

Ah... Olá ― ela disse ao microfone ― Vamos dar uma salva de palmas para o nosso diretor, porque foi graças à liberação dele que nós estamos aqui hoje. Aplausos! ― ela foi obedecida com rapidez ― Bem gente, eu sou Annabeth, como já dito e sou aluna do segundo ano. Me chamaram ontem pra estar aqui em cima, substituindo a professora de artes, que ia apresentar, mas houve um imprevisto e ela não pode vir. ― ela olhou pro papel ― Bom, eu deveria estar com o meu par aqui em cima, mas... ― ela revirou os olhos e riu ― Homem é tudo atrasado. E já respondendo a pergunta de vocês: não, ele não é o Jack Frost.

Algumas meninas fizeram um muxoxo.

Há, há. ― Annabeth riu ― Okay, tenho uma boa e má noticia. A boa é que este papel inútil diz que o rei e a rainha serão apresentados a meia noite e serão levados em consideração roupas, dança e, se os avaliadores forem espertos, a química do casal. Portanto, arrasem na pista de dança! E a má noticia... ― ela olhou pro cartão e depois o tacou na multidão. Depois, tirou o microfone do suporte e disse: ― é que temos professores vigiando a escada dos amassos.

Enquanto todos vaiavam em reprovação, eu sorri. Digo, ela estava tão ela ali em cima que eu tive que me controlar pra não babar. Ela parecia aquela Annabeth que eu conheci semanas atrás. Aquela Annabeth feliz com a vida e com tudo o que ela havia lhe trago. Vê-la daquele jeito me despertou uma confusão de sentimentos: por um lado, eu estava decepcionado, pois isso significava que ela havia conseguido superar tudo e estava seguindo em frente com um sorriso no rosto; por outro, eu estava feliz, exatamente pelo fato de ela estar feliz. Naquele momento, eu percebi que estava mais do que simplesmente apaixonado por ela.

Pois é, é uma pena ― ela continuou ― Enfim, aproveitem como podem, divirtam-se e até a meia noite.

Ela recebeu uma salva de palmas enquanto se direcionava a escada da lateral do palco ― que era exatamente na direção da nossa mesa. As meninas todas levantaram ao mesmo tempo e fizeram um circulo em volta dela.

― Caramba, meninas adoram uma fofoca ― comentou Leo.

― Ei! ― Calipso, a única menina que não foi ao encontro de Annabeth porque, provavelmente, não tinha muito contato com a mesma, deu um tapa no peito dele ― Não somos fofoqueiras. Só curiosas.

― Fácil de se defender ― disse Luke ― Nós homens também não somos mulherengos, sabia? Só não conseguimos controlar os hormônios.

― Há, há ― Leo riu, enquanto Calipso fez língua pra Luke.

As meninas se aproximaram novamente. Rachel segurava um dos braços de Annabeth e Silena o outro. Elas pararam ao meu lado, o que nos rendeu uma troca de olhares clandestina. Olhei pra frente, não querendo prolongar aquilo.

― A refém está aqui ― disparou Silena ― Meninos, eu tenho certeza de que vocês querem uma explicação do sumiço da garota. Annabeth, pode começar a falar.

― Meninos, vocês estão uns gatos! ― foi tudo o que ela disse, na voz mais normal possível.

Os garotos se entreolharam antes de dizer.

― Está perdoada.

Ela riu disso, e as meninas a soltaram rindo também.

― Agora, serio, onde você estava, sua maluca? ― perguntou Thalia ― Você nos deixou muito preocupadas!

― Serio, me desculpe, gente ― ela falou, agora um pouco mais seria ― Eu... Estava passando por um surto psicológico altamente emotivo que misturado a formula TPM, acabou em um drama infernal que eu ainda não consegui entender como não me expulsaram de casa.

― O que? ― todos perguntaram.

― Esquece ― ela ergueu as mãos ― Só me desculpem.

― Nós te desculpamos, é claro ― Rachel envolveu o seu braço no de Annabeth ― É só você dar um aviso do tipo “Ei, vou sumir, mas não se preocupem”. Tipo, nem pra Thalia você avisou! Fiquei preocupada.

Olhei pra trás na hora. Annabeth estava olhando pra Rachel em duvida. Depois, olhou pra Thalia, que bufou irritada.

― Não comece de novo, Rachel. ― disse Thalia ― Por favor.

― Caraca, vai começar a esquentar ― murmurou Leo.

― Mas é que...

― Ei ― Annabeth obviamente tinha entendido a situação e já estava cortando a briga ― Realmente não avisei ninguém. Porque não quis. Porque ia dar merda. E, poxa, nada de declarações pra mim, meninas. Silena, me ajuda.

― Verdade! ― Silena se meteu rapidamente ― Ainda quero que uma de nós ganhe a coroa, sabe. Então, como nossa Annabeth disse lá no palco, que tal irmos nos divertir na pista de dança? Foi pra isso que viemos aqui!

Não foram necessárias outras palavras pra fazerem cada menina andar até seu par e começar a puxa-los para a pista de dança. Apenas Annabeth e Rachel ficaram paradas ― e eu, obvio.

― Me desculpe ― falou Rachel. ― Exagerei.

― Muito ― Annabeth afirmou ― Muito mesmo.

Ela olhou pra mim. Me encarou por um tempo antes de dar um suspiro e abaixar a cabeça.

― Percy, porque não leva ela pra pista de dança? ― ela falou e levantou o olhar logo em seguida ― Ela não vai ganhar se você ficar ai sentado fazendo nada que nem a secretária do prefeito.

Depois de um certo momento, digerindo o fato de que aquela piada era sobre mim ― depois de uma semana sem receber piadas ―, eu sorri e me levantei.

― Vai ser um prazer.

― Mas e você? ― perguntou Rachel.

― Vou esperar o Nico. ― ela falou ― Não há mais nada pra mim fazer até a meia noite.

Seu rosto era entristecido. E o fato de o Nico não chegar não estava me agradando. Já havíamos chegado atrasados. Como era possível o garoto não ter chegado? Como era possível ele deixa-la esperando sem uma sequer notícia?

Olhei pra Annabeth. Pensei que nada a agradaria mais do que ver eu e a Rachel me divertindo. Pensei que eu não conseguiria fazer isso olhando pra ela toda hora sentada nessa mesa sozinha. Deixei meu lado completamente apaixonado predominar naquele momento. Se ela ia esperar o Nico, que esperasse acompanhada.

― Porque não vem dançar com a gente?

Rachel olhou pra mim em duvida. Depois, sorriu.

― Vai ser uma boa ideia.

Annabeth olhou de mim pra Rachel, de Rachel pra mim, varias vezes. Até que parou em mim, com uma advertência embutida.

― Não vou estragar a noite de vocês ― ela falou.

― Ótimo ― falei, andando até ela e segurando seu antebraço ― Porque você não vai ter escolha. Rachel. ― Rachel segurou o outro antebraço de Annabeth e nós a puxamos pra pista.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, o próximo vai vir pra bombar mesmo. Quando eu escrevi esse capitulo, eu estava sem criatividade! Aí, quando fui escrever o outro, eu percebi que eu tinha preparado uma trama perfeita pra ele!
Vocês vão amar e odiar o próximo capitulo!
E, como eu fiquei muito empolgada com ele, ele acabou se tornando o maior capitulo de fanfic que já escrevi em toda a minha vida. Sem brincadeira.
Ansiosos?
Ah, e só pra constar, eu virei sim noiva do divo e fofo Carter Kane. Digam que ele não é divo? Recomendo, pra quem não leu, As Crônicas dos Kane! Gente, o Carter me lembra muito o Percy. A diferença é que o Carter é mais certinho e o Percy é todo rebelde *-* Mas, como já devem ter notado também, nunca vou largar o Valdez ♥
Enfim, é isso gente. Até breve! Comentem, favoritem e recomendem, tá bem?
Beijos da Naty ♥