O Namorado da Minha Melhor Amiga escrita por Naty Valdez


Capítulo 30
Capitulo 30 - Shopping - Parte 02


Notas iniciais do capítulo

Dá licença, que eu gastei só uma semana e não um mês hahaha'
Enfim, primeiramente eu tenho que agradecer a fofa da " Pandinhaw " que me emocionou ontem ao fazer aquela recomendação mais que diva *-* MUITO OBRIGADA, GIRL BEAUTIFUL ♥ Que tal seguirem o exemplo dela? hihihi' Mas o que interessa é que nós estamos com 10 RECOMENDAÇÕES, CARA! Palmas pra nós, please ~Lê eu bato palma sozinha~ Isso. Vacu. Tudo bem!
Queria agradecer também aos comentários fofos que vocês deixaram *-* Metade foi xingamento e ameaças de morte, mas tudo bem haha' Queria deixar claro que se tiver algum erro de ortografia, ou alguma coisa escrita pela metade, foi obra do celular, Okay?
Enfim... Podem Ler!



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Pov’s Annabeth

Eu tomei a maior decisão da minha vida nesse dia: nunca mais, em hipótese alguma, volto a fazer compras com as meninas em toda a minha vida.

Fala serio, será que elas não podem ser um pouquinho mais decididas não? Ainda estávamos na vez da Silena, a pior de todas, e ela não facilitava nas críticas. Rachel e Hazel não ajudavam. Quanto mais elas procuravam, mais difícil era achar. Silena, mesmo não gostando de nada, não perdia a esperança e nem o pique das compras.

― Tenho certeza de que naquela loja ali tem o que eu procuro ― ela afirmava, enquanto se dirigia a bendita loja.

― Cara, ela disse isso nas ultimas seis em que a gente entrou ― Thalia levantou-se, curvando-se pra trás e estralando as costas. ― Será que ela não se cansa de ficar mentindo pra ela mesma assim não?

Eu ri, enquanto me levantava também. Nem eu e nem ela tínhamos comprado nada ainda, assim como Piper. A garota estava em um canto, conversando com Leo, que parecia ter perdido a vontade de estar ali na segunda loja em que entramos, o que não me surpreende nem um pouco. Um garoto fazendo compras com um bando de garotas? Isso só podia ser ideia do Leo mesmo.

A nossa sorte foi que, nesta loja, a Silena achou o vestido perfeito. E, cara, era perfeito mesmo. Não vou entrar em detalhes sobre nenhum vestido agora. Vou ter muitos pra explicar durante o baile inteiro. O que posso adiantar é que vai ser um dos bailes mais marcantes da minha vida.

De acordo com Silena, a próxima a comprar as roupas era Piper. Depois seria a Thalia e, por ultimo, eu. Porque eu por ultimo? Ela estava colocando em grau de facilidade? É, sim, porque de todas aqui, eu era a que menos estava preocupada e que iria com qualquer coisa mais ou menos.

Assim que Silena disse que Piper era a próxima, a garota se transformou em outra pessoa. Parecia que tinha tomado uma dose de cafeína. Do nada, ela estava animada, empolgada e decidia a achar o melhor vestido da loja.

Leo sentou-se do meu lado no banco onde eu e Thalia estávamos sentadas para esperar. Ele tinha um sorriso curioso no rosto.

― O que deu nela? ― perguntou.

― Não sei ― respondi.

― Acho que ela só quer ficar mais bonita para o baile ― Thalia comentou, inclinando a cabeça para frente ― Talvez ela queira... Impressionar mesmo.

― E porque Piper, a nossa doce e adorável Piper, faria isso? ― quis saber Leo ― Quer dizer, ela nunca foi muito de ser o centro das atenções.

― Sim, Valdez! Mas preste atenção nos fatos ― disse Thalia ― Com quem Piper vai ao baile?

― Michael Yew, e daí? ― perguntou Leo, com a maior cara de obvio ― Mas a Piper não ia querer impressionar ele. Ela só aceitou porque ela queria...

― Fazer ciúmes no Jason ― completei, pondo as mãos na boca ― Cara, ela ainda gosta dele!

― Anda andando muito com o Jackson, Chase ― avisou Thalia ― Tanto que está pegando a lerdeza dele. Acho melhor parar com isso.

Leo riu.

― Porque Annabeth andaria com o Percy? ― ele perguntou ― Ele é namorado da Rachel, não é?

Alguém aí me dá um revolver, por favor. Claro que Thalia não se ligou do que tinha dito na hora. É só o Leo que simplesmente nunca deixa na da passar.

― Ah... ― eu tentei formular alguma coisa... quando consegui, saiu isso ― Ah, Percy vivia atrás de mim. Em casa. Quando eu morava no apartamento. Ele não sabe cozinhar. Aí andava comigo na hora de fazer a comida. Aliás, ele é meu amigo, Leo. Assim como é seu, da Thalia.

― Ah, é! ― ele abriu um sorrisão ― Eu só gosto de sempre ver segundas intenções nas coisas. Enfim, mas a Piper chamaria a atenção do Jason de qualquer maneira.

― É, mas você sabe com quem o Jason vai ao baile? ― falou Thalia. Leo negou ― Reyna Avila Ramírez-Arellano.

A minha boca e a de Leo caiu.

Díos Mío! ― Leo falou ― Esse garoto não perde uma, em. Bem, então eu espero que ela ache o vestido mais sexy dessa loja. Temos que ajuda-la. Jason não vai passar a noite fora de casa.

Assim, nós nos erguemos. Chegamos que nem um trio de super heróis perto de Piper. Ela e Silena olhavam nos cabides e nós começamos a fazer a mesma coisa. Elas nos olharam desconfiadas.

― O que estão fazendo? ― perguntou Silena.

― Estamos querendo que a Piper tenha o melhor vestido que ela já usou em qualquer baile da escola. ― respondeu Piper.

― E posso saber porque? ― perguntou Piper.

― Porque vai ser o seu aniversario... ― afirmou Leo ― Digo... Ano que vem você faz aniversário, né?

― Sim, eu faço aniversario. ― afirmou Piper ― Em junho.

― Ops ― falou Leo ― Então... Vai ser um presente atrasado ou adiantado, você escolhe. É um presente de aniversario.

― Porque vocês não escolhem o da Thalia então? ― ela perguntou insistente ― O dela é dois dias depois do baile.

― Já me imaginou aparecendo como a rainha do glamour em um baile escolar, Piper? ― Thalia falou ― Isso seria mais estranho do que ver um babuíno jogando vídeo game.

Depois dessa comparação desagradável, Piper simplesmente aceitou e começamos a fazer as compras. Foi até divertido. A cada prova, nas saídas do provador, Leo rondava-a e negava com a cabeça. Todos sabiam que o Leo não olhava pra outra coisa também, mas vamos deixar quieto. Leo é um garoto como qualquer outro.

Isso me fez pensar se alguma vez Percy já me olhou dessa maneira. Quero dizer, o cara disse que gosta muito de mim. Seus beijos são terminantemente de tirar o fôlego. Porém nunca o peguei em uma cena constrangedora ― que normalmente pego os outros garotos. Não que eu esteja dizendo que eu seja digna de uma olhada parte de trás ou da frente, mas garotos são garotos, principalmente nessa idade.

Ele já me pegou em muitas cenas constrangedoras. Na manhã seguinte ao dia que nos conhecemos, eu fiquei idiotamente olhando pra sua barriga. No dia da faxina, fiquei constrangida com a mesma coisa. Teve uma vez que o peguei apenas de cueca box por entrar em seu quarto sem bater ― eu admito que o lance de eu implicar com ele aquele dia com o box do banheiro molhado seja exatamente por isso (eu estava constrangida de mais e implicar com ele era a única maneira de deixar isso pra lá).

Agora, Percy? Nunca o peguei em nenhum momento como esse. Na verdade, o peguei no dia em que nos vimos pela primeira vez, pois ele não tinha alternativa a não ser olhar pra mim apenas de sutiã. Ali vi um sorriso atrevido em seu rosto. Nos demais momentos de nossa convivência nunca mais vi nada assim. Ou ele era muito discreto, ou eu que, como disse Thalia, estava pegando a lerdeza dele, ou ele simplesmente era mesmo um cara que não se encontra por aí.

Talvez seja por isso que ele ainda não havia dormido com Rachel. Porque, fala sério, Rachel era aquele tipo de garota que os garotos classificariam como “gostosa”.

Deixando isso pra lá, acabei me distraindo encarando um conjunto de cabides que se mexia. Eu tinha certeza de que eles não deveriam se mexer. Digo, é um efeito sobrenatural, não é? Imaginando que poderia haver um exorcista ali atrás, me aproximei dos cabides. Olhei por uma finíssima abertura entre as roupas. Hum...

― Silena! ― chamei, e ela olhou pra mim na mesma hora ― Vem cá ver uma coisa. E nem tente sair daí, mocinho. Eu já vi você.

― O que, Annabeth? ― Silena se aproximou de mim. Eu apontei para o cabineiro. Silena enfiou a mão ali, fez uma cara pensativa enquanto mexia a mão e puxou de lá, pela orelha, um Jason todo vermelho pelo puxão.

― O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? ― gritou Silena em um tom que até me assustou ― O QUE EU DISSE SOBRE FICAR LONGE, CABEÇA DE PÓLEM?

― Ai, ai, ai, ai, Silena! Ai! Solta a minha orelha ― depois de muita insistência da parte de Jason, ela o soltou ― Obrigado. É... eu vim... ― ele abriu um sorriso abobado ― Vocês não vão acreditar! Eu vim aqui comprar... Comprar sutiãs pra minha avó! Foi isso. E eu estava ali olhando...

― Jason ― cruzei os braços e tentei não sorrir ― Essa é uma loja de vestidos.

― Pois é. Então eu resolvi comprar um vestido pra ela. Sabe como é. É quase natal e eu quis comprar um presente pra... Pra... Pra...

Ele encarava a frente e não conseguia falar. Olhei pra mesma direção que ele e vi que Piper tinha saído do provador com um vestido ― esse eu posso falar, ela não vai usar mesmo. Era um vestido preto, justo no estilo sereia. Ele abria levemente embaixo. O decote não era tão ousado, mas eu já mais usaria, e ele valorizava o busto de Piper. As alças eram da grossura de um dedo.

Jason estava, obviamente, babando. Piper ficou de olhos arregalados e não se moveu. Silena foi a primeira a se mover.

― Jason! ― ela o empurrou, fazendo-o piscar. Com isso, Piper também piscou e voltou pra o provador. Silena continuou ― Vai me explicar ou não o que está fazendo aqui?

― E-eu já disse ― ele gaguejou ― Eu vim comprar uma camisola pra minha avó.

― Não era um vestido? ― perguntei.

Jason me olhou com uma cara de “não tá ajudando, fia”.

― Ótimo, ele não quer falar ― ela virou-se pra trás ― Rachel, me passe o instrumento da verdade.

Opa! O instrumento da verdade. Fazia tempo que não o usávamos com os nossos amigos. Ah, como eram bons os velhos tempos.

― Instrumento da verdade? ― perguntou Jason. Obviamente, ele não havia passado pela experiência.

― Exatamente.

Rachel mexia na bolsa. Ela demorou pra achar, mas quando o fez colocou diretamente na mão de Silena. Ela voltou-se pra Jason.

― Sente-se ali no banco, Jason ― ela ordenou.

Engolindo em seco, Jason olhou pra mim. Ele tinha cara de quem estava indo para o exorcismo. Pra garotos, o que Silena estava prestes a fazer era mais ou menos isso. Ele sentou-se no banco.

― Leo, Thalia ― chamou Silena. Os três ficaram de frente pra Jason. ― Segurem as mãos. ― eles fizeram isso. Eu me preparei pra rir. Rachel e Hazel se aproximaram junto comigo. Silena abriu a mão.

― O... O que você vai fazer com isso? ― perguntou Jason.

Tá, a maioria das pessoas não fica com medo de uma pinça. Agora, se você está imobilizado pelas mãos, e a pessoa que está na sua frente com a pinça na mão é qualquer uma da pessoas do meu grupinho feminino e ainda está te acusando de mentira, é melhor você ter medo.

Silena segurou o rosto de Jason.

― O que você veio fazer aqui? ― ela falava como aqueles detetives.

― Eu já disse!

Silena não perdeu tempo. Segurou o rosto de Jason e começou a puxar os pelos de sua sobrancelha. Nós, mulheres, sabemos o quanto isso dói. As mulheres são frequentemente chamadas de “sexo frágil”. Vamos ver como Jason se sai nessa. Não que não exista garotos que fazem sobrancelhas. Mas os meninos do nosso grupo imaginam que nossas sobrancelhas se fazem sozinhas.

Jason gritou.

― Vai falar?

― Mas...

Silena passou pra outra sobrancelha. Depois de muitos gritos, Jason finalmente cedeu.

― Ai, tá bem, eu falo. Ai, Silena. Para. Ai! Eu já disse que vou falar. ― Silena finalmente parou e Jason estava vermelho. ― Eu não aguentei e vim ver vocês. Só isso, não é óbvio?

― É claro que é óbvio! ― Silena brandiu ― Eu quero saber se você foi mandado aqui por algum dos meninos. Eles te mandaram vir aqui, é isso? É melhor você me dizer!

― Não, eu não vim aqui pra espionar vocês pra ninguém. Vim por mim.

― Então ele admite que não estava comprando o presente para a avó dele. Bom, isso é muito bom. Enfim, Jason, se você não estava espionando para os meninos, o que está fazendo aqui? E nem houve não contar a verdade! ― ela o ameaçou com a pinça.

― Eu vim... ― ele olhou em volta como se estivesse procurando alguém ― Ah, meninas, não me julguem. Vocês sabem que eu vim ver a Piper. Ou espionar, como vocês dizem.

― É, isso é fato. ― Silena comentou ― Mas não podia olhar pra ela no baile?

― Acho que ela não olharia pra mim no baile.

― Quem mandou você convidar a Reyna? Ela não vai nem olhar na sua cara, panaca! ― Thalia se manifestou ― Porque não convidou ela?

Jason olhou pra mim.

― Nossa situação ainda está naquelas desde aquele dia.

Todo mundo olhou pra mim.

― Então sabemos o que precisa acontecer. ― ela me lançou um olhar de advertência ― E você pode ir embora. ― ela disse a Jason e o garoto não perdeu tempo, saindo correndo em seguida, provavelmente com medo da pinça. Não o culpo.

Depois todo mundo olhou pra mim com expectativa.

― Já entendi, já entendi ― levantei as mãos em rendição e caminhei em direção ao provador. Piper não havia saído dali de dentro. Eu entrei.

O provador era pequeno. Tinha um espelho enorme na frente e vários cabides. A roupa normal de Piper estava pendurada. Piper estava sentada no chão, com a cabeça escorada no espelho, e ela ainda vestia aquele vestido. Sentei-me ao seu lado, abraçando meus joelhos.

― Me diz que ele já foi ― ela pediu, sem olhar pra mim.

― Ele já foi. ― falei.

― Isso é verdade ou é sarcasmo?

― Eu tenho cara de Leo Valdez?

A piada a fez rir, o que foi bom. Não a tinha visto fazer isso a muito tempo.

― Olha, Annabeth ― ela virou-se pra mim ― Nós somos amigas a muito tempo. Eu não estou com raiva de você. Eu só estava um pouco chocada. Mas se você quiser namorar com o Jason, pode ficar a vontade.

Olhei pra ela exasperada. Depois de um segundo, comecei a rir.

― Você acha mesmo que ele estava fazendo aquele pedido de namoro pra mim?

― Bom, ele estava de frente pra você e fazendo o pedido pra você. E, depois, você disse um monte de “sim” e abraçou ele. Todos imaginávamos que você estava atrás do Nico, mas depois... Com isso tudo... Estava na cara que vocês dois...

― Piper, Piper ― eu a interrompi, segurando o riso ― O Jason não me pediu em namoro.

― Annabeth, eu vi. Eu ouvi ele falando um monte de coisas lindas pra você antes de te pedir e você aceitar. Não precisa mentir pra mim.

― Mas eu não estou mentindo. ― eu não tirava o sorriso do rosto ― Piper, o que aconteceu no dia anterior, você lembra?

― O Jason me mandou uma carta.

― Você leu a carta?

― Li. Mas não foi ele quem escreveu. Foi o Percy. E no dia seguinte ele te pediu em namoro e...

― Piper, o Jason não me pediu em namoro. Eu vou te explicar o que aconteceu ― contei a ela toda a história a aposta e a fracassada tentativa de mim e do Percy de sermos cupidos.

Piper ouviu atentamente. Enquanto eu contava como Jason estava desesperado por um pedido de namoro adequado, os olhos dela iam se arregalando e sua mão foi parar na boca. Aproveitei e falei que ele veio até aqui justamente pra ver ela.

― Isso é... Serio?

― Muito serio. ― eu ri ― Eu não posso acreditar que você pensou que eu estava namorando com Jason Grace. Piper, eu ou sua amiga. Todos sabemos que você tem uma queda enorme por ele. Jamais faria isso com você. Nem se eu gostasse do Jason.

― Se você gostasse do Jason e ele gostasse de você, eu deixaria você ficar com ele. Todos nós faríamos isso uma pela outra, Annabeth.

Ai minha vida. Minha expressão não devia estar muito boa, porque Piper perguntou se eu estava bem.

― ‘Tô, estou sim, claro. ― estiquei as pernas, mas elas não foram longe por causa do tamanho do provador ― E o que você vai fazer com o Jason? Digo, agora que sabe tudo...

― Vou esperar o baile. ― ela falou ― Quero ver como ele age com a Reyna. Não tinha outra pessoa pra ela convidar não?

Eu ri e ela riu junto.

― Annie... Desculpe por... Acreditar na minha hipótese, ao invés de saber a verdade. ― Piper falou.

― Eu que tenho que me desculpar por não correr atrás de você e explicar o que está acontecendo.

― Então estamos quites.

Nós rimos, nos levantamos, no abraçamos e saímos do provador. Não é necessário contar detalhes sobre depois disso. O que interessa é que estava tudo bem entre mim e a Piper.

A próxima no “Procura-se o Look Perfeito”, programa que o Leo esta apresentando utilizando um cabide como microfone, era Thalia. Vou deixar que o Leo comente sobre isso.

― E agora no “Procura-se o Look Perfeito” com a consultora de moda mais fashion de Manhattan... digo, de toda a Nova York... Digo, de todo o EUA... SILENA BEAUREGARD! É isso aí. E a nossa participante é Thalia Grace uma punk qualquer que quer achar o look perfeito pra agradar o seu namorado Luke... Ei, isso foi um bom trocadilho... Look, Luke há, há, há. Enfim, ela é uma participante difícil, vamos precisar de varias horas de provação e... Bem, ela esta me ameaçando com um olhar mortal, então é verdade... Droga, ela está tentando tirar o manequim do chão pra tacar em mim... Droga...

Piper, Rachel e Hazel assistiam ao programa enquanto Leo chegava bem perto das meninas e fingia gravar com a capinha do celular. Criativo da parte dele.

Eu olhava alguns cabides com vestidos. Não sabia qual seria a minha cor. Não sabia se seria um vestido longo (como o de Piper, Silena e Rachel) ou um curto (como de Hazel e vai ser o de Thalia). Vai saber o que Silena pensou pra mim.

Uma pessoa apareceu atrás dos cabides. Ele não fez barulho nenhum, mas me chamou com as mãos pra ir com ele. Olhei pra trás.

― Silena? ― falei e ela olhou pra mim ― Eu vou ali no banheiro, tá? Problemas femininos. Sabe como é!

― Nenhum acidente? ― ela perguntou.

― Não, só uma consulta da rotina.

Ela assentiu e eu dei a volta no cabide. Mal me aproximei e ele puxou pra longe. Menos de dois segundos depois estávamos escondidos dentro de outra loja. Atrás dele tinha um manequim feminino magrelo que estava só de chapéu. O manequim me olhava como “peguei você, fujona”.

― O que foi, Nico? ― perguntei, mas meus olhos não saiam do manequim.

― Eu queria te ver. ― ela comentou, sorrindo. ― A gente não se fala a tanto tempo. Quero saber como está minha parceira de baile.

Eu sorri acanhadamente, ainda tentando desviar o olhar do manequim. Fala serio, estava me assustando.

― Ah... Eu estou bem. Como Silena já deve ter cansado de falar, eu estou escolhendo o vestido para o baile. Espero não decepcionar, di Angelo. Mas se depender da Silena, tenho certeza que não vou.

― Você não precisa da Silena pra ser a garota do baile.

O comentário foi legal e eu gostei do elogio. Que garota não gosta? Porém eu não corei e nem fiquei envergonhada. Dei um empurrãozinho em Nico e sorri. Ele sorriu também.

― Não seja bobo ― falei ― Aliás, Nico, é bom você estar um gato no dia. Silena disse que quer que um de nós sejamos rei e rainha. Desapontar a Silena não é nada legal.

― Quem se importa com isso? Mas, pode deixar, meu visual vai ser adequado. Digo, você tem que estar gato pra acompanhar uma gata. Não posso fazer pouco caso. ― eu ri dele, balançando a cabeça negativamente. Ele enfiou a mão no bolso ― Ah, eu tenho uma coisa pra você. ― de dentro do bolso ele tirou uma correntinha dourada. ― estenda a mão.

A pulseira que ele colocou no meu braço era perfeita. Não posso negar. Ela ficava direitinho no meu braço. De um lado tinha uma caveira ― que eu tinha certeza que agradaria muito a Thalia ― e do outro tinha um “A”.

― O “A” é de “Annabeth” ― ele explicou ― Ou pode ser de “Angelo” se você quiser.

― Prefiro “Annabeth”. ― falei ― Mas, Nico, eu não posso aceitar. Eu não comprei nada pra você.

― Nem precisa. Considere um presente de natal adiantado e por ter aceitado ir ao baile comigo. É só um presente de amigo, Annabeth. Não significa que eu tenha segundas intenções. Agora, se você tiver, eu não me importo.

Como ele conseguia ser um anjo ― uou, di “Angelo” ― e bem danado ao mesmo tempo, e ainda conseguir me fazer rir com isso? Nico é um cara especial.

― Nem pensar ― cortei-o ― Obrigada.

Eu ainda olhava pra pulseira quando olhei pra frente e vi Percy atrás do manequim sinistro. Ele estava ali esse tempo todo? Fiquei feliz por não ter encostado em Nico nesse meio tempo ― a não ser na hora do tapinha.

― Ah... Eu tenho que ir, Nico. ― falei ― Silena deve pensar que me trancaram no banheiro. A gente se vê semana que vêm.

― Tá. ― ele se aproximou de mim e me abraçou. Eu correspondi de mal jeito. Não de mal gosto, mas eu estava nervosa, então saiu meio errado. Depois, ele saiu e eu fiquei ali, dizendo que tinha visto um vestido legal no canto.

Percy saiu de trás do manequim. Eu não compreendia a expressão que ele levava. Era confusa. Seus olhos demonstravam ciúmes, mas ao mesmo tempo tristeza.

― Oi.

Foi tão sem emoção. Percy não parecia ele.

― Eu não me responsabilizo por isso. ― falei ― Foi ele, Percy. Ele só me cumprimentou e...

― Annabeth, você não tem que me dar satisfações da sua vida. ― ele me cortou ― Eu sei o que é um agradecimento amigo e um com segundas intenções. Você também deveria ter agradecido ele. Essa pulseira é bem legal.

Olhei pra pulseira.

― Ah...

― Shi ― ele pôs o indicador na boca ― Não se embarace. Você consegue fazer isso de um jeito que não tem saída. Mas eu espero que não esteja farta de ganhar presentes.

Ele se aproximou de mim. Em seguida, pôs a mão em meus ombros e eu imaginei que ele fosse me beijar. Mas ele me virou, como fez ontem pra me mostrar a neve. Depois tirou a mão de meus ombros. Segundos depois, havia um colar na minha frente, também dourado. Como pingente, havia um Cupcake, que me fez lembrar na hora a noite em que fizemos cupcake pra Rachel. Ele prendeu no meu pescoço, dizendo:

― Eu comprei ontem, depois que te deixei em casa. Achei... Recordativo. Me lembrei de você na hora. E, pensei, porque não?

Passei a mão no colar. De repente, aquela pulseira em meu braço não tinha tanto significado, o que era uma coisa horrível. Virei-me pra ele.

― Eu espero que tenha... esquecido os seus problemas. ― ele falou.

Como eu podia acabar com tudo? De onde eu tiraria coragem?

― Percy... ― respirei fundo ― Ontem foi uma das noites mais... Mais... eu não sei que adjetivo dar. Foi tudo... Incrível. E isso é pouco. Eu só tenho a tem agradecer.

Ele abriu um pequeno sorriso e pôs as mãos nos bolsos.

― Mas eu tomei uma decisão hoje. ― continuei, séria.

Eu estava me matando por ter a coragem de dizer isso. Me matando por vários motivos. Eu o perderia, eu viveria a mercê de uma tristeza absoluta. Ele poderia ficar com raiva de mim para sempre. Mas eu estava disposta a viver assim pelos meus princípios. Eu não queria magoar minha amiga.

― Eu acho... Acho melhor a gente terminar isso tudo hoje. Percy, eu não aguento mais viver sentindo culpa. Não aguento mais olhar pra Rachel e pensar que... Ela está sendo a melhor amiga do mundo enquanto eu estou traindo ela. Isso está me consumindo. Eu não aguento mais. Então é melhor a gente terminar essa história aqui e agora.

Ele tinha uma expressão vazia. O que ele disse a seguir foi mais horrível do que eu disse ele. Ele estava calmo e controlado.

― Okay. Sabe o que é pior nisso tudo? Pensar que um dia podia ter uma chance com você. Pensar que eu era algo mais pra você além de uma simples... culpa.

― Percy...

― Eu pensei que realmente sabia quando você mentia. Eu sempre imaginei que você mentia quando dizia que não sentia nada por mim. Eu estava errado, não é?

Uma lagrima caiu pela minha bochecha.

― Pode me explicar porque está chorando? Não foi você que foi usada como fonte de “esquecimento de problemas”. Não estou reclamando, é claro? A ideia foi minha. Eu não deveria ter me atrevido a pensar que tudo mudaria alguma coisa. Você tinha razão quando me chamava de lerdo. Nisso eu estou de total acordo com você.

― Isso...

― É mentira? Duvido. Mas pra mim também já chega. Eu também estou farto disso. Caso você não tenha reparado, eu também me sentia culpado por tudo. Mas estava disposto a suportar tudo por você. Você, por outro lado, não está disposta a correr riscos!

― Tem outras pessoas no meio disso tudo, Percy! ― eu chorava ― Tente se colocar no meu lugar.

― Já estou. ― ele disse, seco ― Então vou te deixar em paz pra... Você não sentir culpa.

― Não é justo você ser assim comigo!

― Eu já nem sei mais o que é isso.

Ele me deu as costas e começou a andar.

― E o colar? ― falei, o que não era muito importante, mas eu não queria que a ultima coisa que ele me dissesse antes de não falar nunca mais comigo fosse essa.

― Não o quero. Talvez te dê boas lembranças do tempo antes de você se sentir culpada todos os dias.

Aquela ignorância acabou comigo. Mas eu merecia. Eu era um ser humano horrível.


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Notas finais do capítulo

~lê Naty se preparando pra correr~
Olha, eu nem vou dizer nada! Podem me xingar, eu deixo. Mentira, não deixo nada! hahaha' Enfim, o próximo vai ser o antecessor ao baile. Não sei o que dizer sobre ele. Só sei que já estou preparando ele na minha cabeça, mas tenho dois capítulos de duas fics pra escrever. Talvez, no final da semana que vem eu posto.
Bem, se vocês não me matarem até lá...
Enfim, sejam felizes e tchau.
Beijos da Naty ♥