Fazia alguns dias que tinham chegado de Neverland, depois do que aconteceu a Henry e ficar dias e mais dias naquela ilha tendo que aturar o casal Charming, o pirata metido a galã, enfim era bom chegar em casa, depois de tudo que haviam passado Regina e Emma resolveram dar uma trégua para suas brigas, conviviam em harmonia, mas claro que ainda tinham algumas discussões ainda mais quando Regina resolvia vir com o sarcasmo dela para cima de Emma.

Emma podia dizer que odiava o sarcasmo de Regina, que detestava suas atitudes a maior parte do tempo, mas não era bem verdade, de certa forma, adorava o sarcasmo dela, assim como amava irritar a morena.

Henry havia saído com Emma, e a casa, tal como a cidade estava tranquila, o silêncio era quase reconfortante depois daqueles malditos dias tentando escapar de um adolescente insano em busca de poder, fugindo de flechas envenenadas e tentando resgatar seu filho que estava com um lunático que queria o coração dele para salvar a magia. Saber que agora tudo tinha acabado e que tudo estava bem, incluindo Henry, ele estava bem, ela estava bem, Emma estava bem também... Emma? Porque se importava tanto com ela afinal? Ela sabia, mas preferia não enxergar e continuar totalmente cega ao que estava bem ali na sua frente. Todos estavam bem... incluindo infelizmente Hook e o casal vinte, mas nem tudo era perfeito.

Estava indo fazer o almoço para quando Henry e Emma chegassem, quando ouviu a campainha tocar, não podia ser eles, os dois haviam dito que voltariam um pouco depois do almoço e nem era o horário ainda. Caminhou até a porta e abriu se deparando com quem menos queria ver naquele momento: Snow White.

Não havia visto ela o suficiente na ilha? Pelo amor de todos os Deuses!

Regina sorriu ironicamente assim que viu a mulher parada na porta de sua casa – Olá Snow, o que devo a essa agradável visita?

A mulher franziu o lábio irritada, odiava aquela ironia. – Eu te dei alguns dias antes de vim perguntar isso a você, porque estávamos todos preocupados com Henry, não tinha porque trazer o assunto átona naquele momento...

A morena a olhou sem expressão alguma – E que assunto seria?

– Desde quando? – indagou sem rodeios.

Regina se perguntava se Snow havia batido a cabeça em algum móvel e por isso estava ali fazendo perguntas sem sentido.

– Desde quando o que?

– Você está apaixonada por minha filha – respondeu com desgosto.

Regina ficou atônita por alguns segundos, abriu a boca uma ou duas vezes sem conseguir falar nenhuma palavra.

Quando finalmente conseguiu falar algo, a única coisa que saiu de seus lábios foi:

– O quê? – perguntou ainda atordoada.

Mary Margaret a olhou irritada mais uma vez, ela via nos olhos de Regina, no modo de agir, ela simplesmente sabia que havia algum sentimento ali, mas quando se deu conta de qual sentimento era não quis acreditar.

– Você ouviu bem, Regina. – disse simplesmente – Que eu saiba você não está com nenhum problema auditivo.

– É claro que ouvi – retrucou – E quero saber da onde tirou um absurdo desses! – agora ela também estava irritada, quem ela pensava que era? E se ela tivesse ou não, não era da conta daquela... Linguaruda... Não que ela estivesse, claro. – E de qualquer forma, meus sentimentos não são da sua conta! – completou.

– Absurdo! É exatamente isso que é! Um absurdo, você não vai ficar com minha filha, ouviu Regina? Não vai! – exclamou. – E são sim da minha conta se minha filha está envolvida no meio dessa palhaçada!

– Onde você pensa que está, Snow? – ela deu enfatizou o nome da mulher, sua voz era carregada de sarcasmo. – Você não tem nenhum direito de vim até minha casa exigir saber dos meus sentimentos... Nenhum. – sibilouse aproximando da mulher com os olhos brilhando de ódio.

A morena de cabelos curtos continuava parada no mesmo lugar a olhando com fúria. – Você não vai tirar minha filha de mim, Regina. Ela não vai ficar com você. – disse simplesmente e virou-se para ir embora quando se deparou com Emma que olhava a cena assustada.

– Emma... – começou a falar, mas foi cortada pela mesma.

– O que está acontecendo aqui?

– Nada! – disse Regina.

– Ah, claro, toda essa gritaria e uma ameaçando a outra por nada, óbvio. – disse com ironia – Apenas para lembrarem os velhos tempos, não é?

Regina ignorou o comentário de Emma – Sua mãe apenas estava aqui falando insanidades.

– Insanidade? Queria eu que fosse. – protestou Mary Margaret.

– Do que vocês estão falando? – perguntou mais uma vez.

– Nada. – respondeu novamente Regina, lançando um olhar ameaçador para a mãe da loira.

– Nada? Você chama isso de nada? – começou a se exaltar de novo.

– Pelo amor de Deus, Snow! – reclamou Regina – Além de linguaruda vai dar uma de barraqueira também?

A mulher a olhou com ódio e já tinha aberto a boca para dizer algo, quando Emma a cortou novamente.

– Olha vocês duas dá pra pararem? Nem parecem duas pessoas sensatas...

– Sensata... Diz a pessoa que falou eu te amo para um cara só porque pensou que ele estava morrendo. – comentou maldosamente.

Emma a olhou descrente – O quê? Não foi bem assim...

– Claro. E sua mãe não é a fofoqueira de Storybrooke. – ironizou.

– Olha aqui, Regina... – já ia começar de novo, Emma revirou os olhos perdendo a paciência.

– Para! Para! Mas vocês duas tão pior que o Hook e o Neal...

– E estamos brigando pelo mesmo motivo também. – comentou Snow sem perceber.

– O quê? – exclamou Emma.

– Meu Deus! Você não consegue manter essa boca fechada? – perguntou Regina impaciente.

Snow ia responder, mas Emma mais uma vez não deixou.

– Por que estão brigando por mim? Não tem sentido!

– Veja bem... – Regina começou, mas foi interrompida por Snow.

– Regina está apaixonada por você e eu vim dizer para ela ficar longe de você. – soltou Snow.

– Mas o que...? - Emma a olhava pasma com o que havia acabado de ouvir.

A morena olhou para Snow desacreditada colocando a mão na testa e perguntando o porquê disso tudo, deveria sem duvidas ter dançado em cima da lápide de alguém, porque não era possível.

– É sério isso Regina? – indagou Emma olhando agora para a mulher que ainda passava os dedos em sua têmpora sem paciência.

– O que? – indagou assim que percebeu que a loira havia falado com ela – É claro... que não.

Emma que ainda olhava para Regina sentiu-se desapontada pela resposta da mulher.

– Ok então... – a decepção era perceptível em seu semblante – Vou buscar, Henry. – falou saindo antes que qualquer uma das duas se pronunciasse.

Regina olhou a loira andar até seu carro decepcionada e sentiu uma pontada no peito, queria ter dito a verdade... Mas qual era ela? Que estava apaixonada pela loira e sabia disso desde Neverland, mas que fazia o máximo que podia pra fingir que aquilo não era nada? Não podia dizer nada, e não iria. Olhou então para Snow que também acompanhava a loira com os olhos e depois virou para olhar Regina, que então deu um sorriso sarcástico para a “princesa” antes de entrar e fechar a porta na cara da mesma.

xxx

Passava das quatro da tarde e nada de Emma ou Henry chegarem, isso estava começando a preocupar Regina, tudo bem que Emma sempre se atrasava, mas haviam passado duas horas, sabia que Henry estava em boas mãos, mas não era isso que lhe preocupava e sim o fato da conversa de mais cedo, queria saber o que Emma havia pensado sobre o que a linguaruda da mãe dela disse, e se ela havia acreditado? E se ela se afastasse da morena? Regina não tinha ninguém naquela cidade, e Emma era uma das poucas, se não única, pessoa que a via apenas como Regina Mills e não como a Evil Queen, apesar de conhecer esse seu lado.

Estava andando sem parar pela sala de estar a uns quinze minutos, sem saber o que fazer, quando ouviu a campainha tocar, andou depressa até a porta e viu Emma e Henry parados ali. Ela sorriu para a loira e depois para o garoto que sorria para ela... como se soubesse de algo? Semicerrou os olhos olhando dele para Emma que também estava com o mesmo semblante que o garoto, era engraçado como eles eram parecidos.

– Eu vou subir para meu quarto tomar banho, enquanto vocês conversam. – disse o garoto sorrindo antes de sair correndo para dentro de casa.

Regina olhou para Henry correndo subindo as escadas, e não pode deixar de falar:

– Henry não corra nas escadas.

Ela ouviu o garoto gritando um “Ok” do andar de cima e sorriu voltando-se para Emma que ainda sorria. Regina então fez um gesto com a mão indicando para Emma entrar e acompanha-la, se instalaram na sala de estar enquanto Henry tomava seu banho.

– Então, Srta. Swan o que você e o Henry estão me escondendo? – indagou tentando fingir irritação, mas Emma podia perceber que sua pergunta tinha um tom de divertimento.

– Bem, eu e ele conversamos sobre o que aconteceu aqui hoje – comentou Emma olhando para Regina que parou de servir a cidra em um copo e olhou para ela.

Vendo que a mulher nada falaria, continuou – Ele então falou algo... interessante para mim. – disse se levantando e chegando mais perto da morena.

Regina estava achando perigoso aquilo, muito perigoso, mas ao mesmo tempo era imensamente divertido. – Ele disse que também acha que você goste de mim.

A morena abriu a boca para falar, mas percebeu que não poderia porque logo que terminou de falar os lábios de Emma estavam pressionados nos seus. Elas se beijaram por longos minutos até o ar lhes faltar.

Assim que se separaram Regina a olhou nos olhos sorrindo um pouco – E então, o que você respondeu para ele?

A loira sorriu – Que eu tenho certeza que gosto de você também. – dito isso a morena não teve duvidas do que queria, seus lábios novamente nos da loira, pelo resto de sua vida.