Sob o Brilho da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 1
Capítulo 1 - Fell Church


Notas iniciais do capítulo

Nunca pensei que minha nova missão, aparentemente simples, me levaria para o caminho do qual desviei durante muitos séculos. Fell Church, uma cidadezinha no meio do nada, guardava para mim, as maiores surpresas de minha existência.



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Minha vida nunca havia sido muito fácil, em nenhum destes longos séculos. Duas metades assim tão diferentes, dividindo um metro e sessenta de corpo, não poderia ser fácil. Só que era ainda mais complicado que isso – eu não pertencia a lugar nenhum. Não me sentia parte de nada.

Eu era como minha mãe, não fisicamente, acho que infelizmente – fisicamente, e apenas fisicamente – eu ainda carregava um pouco dos genes dele.

Não que isto fosse uma coisa ruim, eu até que gostava de minha aparência peculiar. Minha mãe era linda, um perfeito exemplar de sua espécie, cabelos louros e cacheados, lindos olhos azuis como o céu e uma pele branca e perfeita.

Eu não era assim tão angelical, mas carregava a essência dela, seu amor e sua compaixão. Miguel me amava. Ele havia me criado e era o único pai que eu havia tido em minha vida, mesmo assim, ele havia me marcado. Eu era uma impura, e não podia esquecer isso. Não importava o quanto eu tentasse ser como eles, meus sentimentos me traiam, sempre. Eu era impetuosa, era forte e decidida e não gostava que me dessem ordens.

Miguel me compreendia, e me amava como eu sempre fui. Sempre fui grata a ele por todo o amor que recebi, e principalmente por ter me dado a missão que eu tanto amava.

Minha fase rebelde já havia acabado algum tempo atrás, eu já estava acostumada a ser o que era e não lutava mais contra minha alma, nem contra a hierarquia. Eu havia aprendido a ser paciente – bom, “quase paciente”, mas para alguém como eu, já era alguma coisa.

Minha nova missão chegara, enfim. Houve um momento em que pensei que este garoto não decidiria, felizmente eu estava errada. Felizmente para mim, porque poderia continuar com minha não-vida mais um pouco. E felizmente para ele, porque teria uma nova chance.

Era uma tarde muito agradável na bucólica cidade de Praga. O clima estava perfeito, o que era difícil em se tratando do planeta Terra. Pequenos flocos de neve, como delicados diamantes, caiam do céu.

Eu estava sentada em uma mesinha, na Praça da Cidade Velha, e me deliciava com uma xícara de café. Suspirei lentamente, enchendo meu corpo com o ar frio. Adeus, adorada Europa! Porque tinha que ter tantos vampiros na América ultimamente? Qual o problema do bom e velho vampiro romeno? Eu preferia a Romênia, sem dúvida. A América era quente, e barulhenta, e nem um pouco sofisticada!

Acho que Miguel estava certo, quando insistia para que eu voltasse para casa, eu estava ficando reclamona. Mas eu não me sentia em casa lá, não me sentia em casa aqui também. Acho que eu não tinha casa, era isso, eu não tinha nenhum lugar para o qual quisesse voltar.  Levantei-me e caminhei pelo passeio. Um homem baixinho e careca olhou-me com cara de espanto – preciso anotar esta: “quando estiver nevando, colocar mais agasalhos” – acho que ele não entendeu como eu conseguia caminhar apenas com um casaco de couro.

Caminhei até a Catedral de San Vitus. Era silencioso e vazio, ali eu poderia tomar minha verdadeira forma. Assim seria bem mais rápido e fácil, chegar à América.

A noite na Virgínia estava calma. Uma brisa suave abrandava o calor desconfortável que sentia em minha pele – como eles podiam suportar esse clima?

Caminhei pelas ruas escuras, não que eu precisasse procurá-lo, eu sabia exatamente como encontrar, o que eu queria mesmo era sentir aquele ambiente, saber o que me esperava.

 Nós, eu e o garoto, estávamos conectados, tudo que ele sentia, eu sentia também. Esta era a parte estranha do meu trabalho, sentir coisas que não eram minhas. Isto poderia ser bem estranho, ás vezes.

A casa era antiga, muito bonita e confortável. Eu podia sentir que ele estava lá dentro, eu sentia a presença dele, sentia sua tristeza.

Olhei através do vidro, ele estava no quarto. Triste, fazia anotações em um caderno. Seu rosto era tão jovem, tão bonito. Eu queria abraça-lo, queria dizer que tudo ficaria bem, que eu estava lá por isso. Não podia. Não podia nem se quer, atravessar aquela janela e ficar perto dele – essa parte sempre me deixou irritada. Então, eu me ajeitei em um dos galhos de um velho carvalho, de onde era possível ver todo o seu quarto através daquela janela. E esperei que a manhã chegasse.

Stefan acordou cedo, e se preparava para sair – pelo menos ele tinha bom gosto, o que já era maravilhoso – eu detestaria ter que ficar sabe-se lá quanto tempo, ligada a algum tipo de nerd estranho, ou criatura bizarra.

Caminhei ao lado dele até a escola. Não é difícil passar despercebida, quando quase ninguém acredita que você exista. Não que eu pretendesse ser notada, exatamente por isso eu havia permanecido em minha forma natural e inumana – que, aliás, não me deixava nem um pouco à vontade, toda aquela história de pele cintilante e cachinhos ao vento, não combinavam muito com meu gênio.

Entramos em uma das salas de aula. Seus olhos eram tão pesarosos, ele carregava tanta culpa por ser quem era. Eu senti pena. Eu queria tanto ajudá-lo logo, resolver tudo isso!

 Por vezes eu me sentia imprudente, talvez alguma herança permanecesse em mim. Sacudi minha cabeça bem forte, afastando o pensamento. Não! Eu não tinha nada daquela “coisa” em mim, nada além de alguns genes.

Sentei-me no peitoril da janela e observei. Era divertido.

Stefan era inteligente – eu estava começando a gostar mesmo do garoto – deixou o professor de queixo caído, claro, ele havia participado da maioria daqueles fatos, portanto não era difícil saber.

De repente, pensei em algo perturbador – eu também teria que me sentar ali e escutar aquele monte de baboseiras, daquele homenzinho infeliz. Será que Stefan não poderia pelo menos querer uma vida mais interessante? Sei lá, estudar em Harvard, por exemplo. O fato é que o garoto resolveu, depois de mais de dois séculos, que queria ter dezesseis anos novamente. E eu como sua protetora particular, teria que viver o mesmo.

Naquela noite, enfim, fizemos alguma coisa mais interessante. Ficar ali, no galho do carvalho, olhando Stefan se lamentar pela morte “daquelazinha”, estava me deprimindo. Elena, a tal garota por quem ele estava incrivelmente bobo, o chamara para ir a uma lanchonete. Tudo bem, não era nada muito especial, uma do tipo que se vê pelo interior. Mesmo assim, felicidade dele me contagiava, quanto mais ela se aproximava dele, mais seu coração acelerava, e acelerava o meu.

Embora ele estivesse feliz, eu não estava. Meu sexto sentido me avisava de algo ruim, algo quente e doce, algo que me dava calafrios.

Procurei algum sinal, ao redor de Stefan, nada. Sem dúvida não era dele que vinha. Ele era quente claro, dadas as condições, mas aquele calor, era... era... quase infernal.

Quando Stefan resolveu levar a “tal Elena” para casa, eu resolvi ficar, achei melhor me certificar do que era.

Talvez fosse o irmão do mal! Eu não o conhecia ainda, mas os pensamentos e lembranças de Stefan já o denunciavam para mim – ele era osso duro. Por fim, achei improvável. O que um ser infernal como ele faria naquele fim de mundo? Certamente não estaria ali! Nem eu, se tivesse escolha, estaria ali.

Andei de volta para a velha casa dos Salvatore, a noite estava quente e úmida – a pior combinação possível para um clima. E ainda tinha aquela sensação estranha, um arrepio subindo da ponta da coluna até o pescoço, como se alguém soprasse minha nuca com ar quente. Eu precisava de um carro – de preferência, um com ar condicionado, e dos fortes – preciso me lembrar de providenciar um logo.

Quando voltei para o velho carvalho, Stefan ainda não estava em casa, mas eu podia sentir que estava feliz, então dei um tempo a sós com a garota.

Deitei-me no galho e fiquei olhando as estrelas, naquele momento eu me senti tão longe de casa, tão só. Pensei em minha mãe, e em como sua existência terminara. Olhar para o céu, pra mim, era triste. Minha mãe estava lá, brilhando com as outras estrelas, almas proibidas de descer. Não era nada muito poético, quando se conhecia o verdadeiro significado das estrelas. Eu preferia as noites escuras, preferia ver apenas o brilho da lua. Esta sim, era poética. E me fazia lembrar de casa.

Stefan entrou eufórico.  Algo com uma festa, não entendi muito bem. Ele sempre sufocava os bons pensamentos, como se quisesse se punir por estar feliz.

Acho que acabei dormindo, eu estava cansada, esse clima tirava minhas energias. Quando abri os olhos, o sol brilhava fortemente. Senti uma gota de suor descer pela minha testa – ótimo, o dia agora, estava fantástico! Se Miguel me ouvisse praguejar deste jeito, teria dito que era influência deste lugar. Se fosse por sua vontade eu estaria bem longe daqui. Provavelmente, tocando harpa.

Passei um dia nada agradável. Eu continuava a sentir aquela sensação estranha em minha espinha. Uma sensação tão nova e desagradável que me deixou de mau-humor – alguém como você não pode ficar de mau-humor – eu escutava as palavras de Miguel ecoando em meus ouvidos.

 Quando caiu a noite, e o clima ficou um pouco mais frio, eu me animei, e decidi ir a tal ”festa adolescente de início das aulas”.

 Achei que seria melhor se eu aparecesse nesta festa com uma aparência um pouco mais “normal”, uma vez que eu teria mesmo que freqüentar esta escola – este era o jeito mais inteligente de ficar perto de Stefan.

Andei até a casa da “tal Bonnie” ela era a única naquela cidade que acreditava em minha existência, portanto na casa dela, o convite estava sempre aberto. Entrei cuidadosamente, não havia ninguém em casa, e ela mesma já estava na festa. Subi as escadas e entrei em seu quarto. Eu precisava de um espelho.  Como poderia escolher uma aparência, sem um espelho para conferir o resultado?

Agora vinha a melhor e a pior parte de todas, escolher uma aparência humana “normal”. Eu sempre gostei da cor natural de meus cabelos, castanho dourado – sabe, como sorvete de chocolate com cobertura de caramelo – então deixei como eram, um pouco abaixo dos ombros e ondulados.  Meu rosto era bonito, não podia ser diferente, não sendo quem eu era. Acho que os genes da “coisa” ajudaram também. Meus olhos eram grandes, e claros como ouro derretido. Minha boca, pequena e vermelha. A pele era branca mesmo. Não havia o que fazer, além disso, eu gostava dela assim – menos a parte cintilante. A palidez deixava minhas maçãs do rosto com um suave toque rosado. O corpo, também gostava do meu – nesse aspecto acho que a “coisa” ajudou bastante. Escondi apenas o principal, deixando minhas costas humanas.

Eu era delicada, mas era forte e decidida, sempre. Como minha mãe. Pensar nela me deu uma pontadinha no peito. Estar na terra me lembrava muito ela. Sequei uma pequena lágrima com as costas das mãos. Eu não ia chorar agora, tinha outras coisas para penar.

Precisava de uma roupa mais moderna – aquele vestido esvoaçante não era nem um pouco humano, e muito menos adolescente. Calça jeans e uma blusinha verde-musgo, de ombro caído. Pronto, eu estava até parecendo mesmo uma colegial! – Ah, e sandálias de salto alto, porque minha altura nunca ajudou muito.

Andei pelo amontoado de “jovens com hormônios à flor da pele”, e descobri que os homens continuavam os mesmo, sem graça e previsíveis. Um garoto me chamou a atenção, Matt, esse era o nome dele. Ele era tão sincero, os sentimentos eram doces e puros, e ficar ao lado dele era agradável e fresco.

Localizei Stefan com Elena. Eu não queria atrapalhar – eles ficavam tão fofos juntos!

Resolvi caminhar um pouco. Aquele cheiro, aquele cheiro novamente. Era, doce, era quente e enjoativo e fazia meu nariz arder. Ainda assim, eu não conseguia me afastar dele, não conseguia deixar de inspirar o ar à minha volta. Era como se existisse uma espécie de feitiço, uma coisa sobrenatural, que me levava a aquele cheiro.

Sem perceber, eu andei até a floresta. Passo a passo, a vegetação foi ficando cada vez mais densa. O cheiro continuava aumentando, como se andasse de lá, para cá. Como se estivesse caçando – claro, ele estava caçando! Era isso, o cheiro era mesmo dele, o “vampiro do mal”. De repente, uma garota de cabelos lisos, passou correndo por mim, assustada – o que ela fazia ali? Achei melhor ficar por perto, só por precaução. Com um caçador daquele tipo à solta, precação era a melhor opção.

Então, do escuro das árvores, ele apareceu. E meu coração se acelerou. Eu nem conseguia entender a razão daquele súbito ataque que eu estava tendo. Meus pés, pareciam blocos de concreto no chão, minhas mãos suavam e minhas bochechas pareciam pegar fogo. Um nó na garganta e borboletas no estômago. E os olhos, os olhos eram a pior parte. Eu sentia como estivesse sendo afogada naquele oceano esverdeado.

Sacudi minha cabeça para retomar o controle. Ele parou bem em minha frente. A garota tremendo atrás de mim. Seus olhos profundos focalizaram a garota e se dispersaram, parando dentro dos meus. Eu olhei para ela e gritei:

-      vai! E ela se foi, correndo para a floresta.

O monstro sorriu, mostrando seus dentes afiados, e chegou bem perto do meu rosto. Eu podia sentir o calor de seu hálito doce.

- Uma garota corajosa! – disse o monstro para mim.

 Eu sorri de volta. Agora mais consciente, dominando a situação. Eu estava acostumada á tipos como ele. Não era a primeira vez que eu tinha que enfrentar um “tipinho” daqueles. Ele me deixava com raiva, e eu odiava ficar com raiva. Eu não podia ficar com raiva, não era um sentimento nobre.

Segurei o sorriso em meu rosto, e apertei meus olhos num olhar desafiador.

-          Acho que hoje não!

Ele arregalou os olhos, fechando o sorriso. Parecia confuso, não podia acreditar que eu o estivesse desafiando. Ele era presunçoso, se sentia o dono da cadeia alimentar, se achava o maioral.

-          Acho que hoje não! Repeti, aproximando mais meus olhos dos dele.

-          Ficou maluca? A confusão se tornava cada vez maior – você não sabe o que eu sou.

-          Acho que é um garoto idiota e presunçoso! – Eu o desafiei

-           Não imagina o que isso vai lhe custar!

 Ele andou à minha volta, olhando. Os olhos verdes agora eram negros como a noite, os dentes ainda mais aparentes.

-          Acho que posso resolver meu problema com você. Acho até que fiz uma boa troca! Ele me disse, segurando uma mecha do meu cabelo próximo ao nariz.

-          Você não diria isso, se me conhecesse. Eu lhe disse, soltando meu cabelo de suas mãos.

Seus olhos me encararam, tentando olhar dentro de mim. Seu rosto ficou interrogativo, ele não conseguia.

Ergui uma mão, com um copo de água nela, e o ofereci a ele.

-          Se você tem sede, acho que posso mesmo ajudá-lo. Será um prazer.

Ele olhou, e sorriu maliciosamente.

-          Não é o meu tipo de bebida!

-          Tem certeza? Olhe novamente, Damon Salvatore!

Ele arregalou os olhos e recuou um passo, o rosto incrédulo. O copo em minhas mãos agora estava cheio de sangue – um truque barato, devo admitir, mas funcionou perfeitamente.

-          O que é você? Como sabe o meu nome?

-          Digamos que sou uma amiga.

-          Eu não tenho amigos!

-          Eu sei, mas nunca é tarde para começar.

Eu caminhei, mais para perto e sorri, não um sorriso angelical e delicado, mas um sorriso sombrio e provocante. Era como se ele despertasse meus genes do mal, como se ele tirasse o pior de mim. Acho que a recíproca era verdadeira, porque ele também estava perdendo o controle, meu sorriso o deixou irritado e nervoso. Ele balançou a cabeça, piscando com força. Virou-se de costas para mim, e começou a andar, sem rumo por entre as árvores. Eu corri, aparecendo em sua frente.

-          Damon? – ele olhou para mim, franzindo a testa – Mais uma coisinha, por hoje terá que se conformar com a sede.

Ele não respondeu. Lançando um olhar furioso para mim e sumindo de meu campo de visão.

Aquilo me encheu de prazer. Não alegria, mas um prazer estranho e perturbador. Eu voltei para a festa meio perturbada, e acabei tropeçando e perdendo o equilíbrio bem na frente do “tal Matt”.

            - Opa! – disse ele, segurando-me pelos ombros.

            - Desculpe – eu estava totalmente se jeito e não conseguia encará-lo.

            - Tudo bem, deve ter sido aquela raiz.

            Ele era mesmo um doce! Havia encontrado uma razão para que eu não me sentisse uma completa imbecil.

            - Sou Mathew Donavan.

            - Sou Ayllin – era bobagem, mas eu não tinha um sobrenome. Na verdade, eu nem tinha bem, um nome.

            - Você é nova por aqui? – Seus olhos azuis eram tão suaves. Ele me deixava totalmente confortável.

            - Sou – eu não sabia o que dizer, não havia me preparado para uma conversa assim, com um humano.

            - Se machucou? Quer que eu a leve para casa?

            - Obrigado, eu estou bem.

            - Eu posso levá-la, sério, seria um prazer. Além disso, eu não seria um cavalheiro se a deixasse ir sozinha. Coisas estranhas tem acontecido aqui, em Fell Church.

            Pobre garoto! Mal ele sabia que eu acabara de ter um “encontro” com a pior criatura de Fell Church. Achei que seria mais prático deixar que ele me levasse à algum lugar, ou ele poderia começar a ter idéias.

            - Tudo bem, pode me levar até a pensão – este era um bom lugar para eu fingir que morava.

            Matt passou a mão por meu ombro, e gentilmente me conduziu até seu carro. Um mustang azul bem usado. Ele continuava olhando-me por todo o tempo, era como se não conseguisse desviar os olhos de mim. Eu sabia que os humanos em geral ficam assim, mas ele, era diferente. Ele me olhava como se eu fosse única.

            - Vou vê-la novamente? – ele me perguntou fazendo beicinho, assim que o carro parou em frente à velha pensão.

            - Provavelmente – eu sorri, agradecendo e descendo do carro.

            Matt ligou o mustang e se foi, virando a esquina. Esperei o carro desaparecer e segui até a casa de Stefan, novamente, afinal o velho carvalho me esperava!

Stefan ainda não havia chegado, eu fiquei na janela, observando, sem ser observada. Quando voltou para casa,ele sorriu para Zach, um sorriso tão sincero que mesmo não gostando, Zach retribuiu. Stefan estava apaixonado.

Naquela noite, não eram eles que me preocupavam, nem Stefan, nem Zach e principalmente, não era Matt. Minha missão desta vez seria mais difícil, eu teria que controlar o monstro, não só o monstro com quem eu me encontrara na floresta, mas principalmente o monstro que morava dentro de mim. Um monstro que eu sempre tentei esconder, e nunca consegui. Eu teria que proteger Stefan, e ajudá-lo a lidar com seus próprios monstros.

Naquela noite, apenas uma coisa me inquietava de verdade, uma coisa com a qual eu não contava, Damon! E eu não sabia o que fazer.


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