~27 de Julho de 2012 ~

Era uma sexta a noite entediante,eu estava faminta,estava esperando meu pai voltar com a pizza de bacon que ele havia me prometido naquela manhã que haveria pizza no jantar.Eu estava no meu quarto baixando algumas músicas quando ouvi a alguém bater na porta de casa ignorei pois pensei que minha mãe fosse atender porém continuaram tocando na campainha,percebi que não iriam parar até alguem atender então sai do meu quarto e fui em direção a porta de entrada da casa.Logo que abri a porta e dou de cara com um policial.

-Boa noite senhorita - diz ele

-O que deseja ? - pergunto confusa

-Sua mãe é Alicia Choltz? - perguntou ele

-Sim - falei ainda mais confusa, o que ele queria com a minha mãe?

-pode chama-la por favor - disse ele

-O mãe tem um policial aqui na porta querendo falar com você - gritei - ela ja ta vindo - disse olhando para os lados,ate que uns 3 minutos depois minha mãe chegou

-Ola - disse ela amarrando o cabelo

-Seu marido é o Senhor James Choltz? - perguntou ele mostrando a minha mãe um saco transparente,dentro dele tinha uma carteira preta de couro que se parecia com uma que meu pai tinha

-Sim,algum problema com o meu marido policial? - perguntou mamãe

-Eu sinto muito mas James Choltz sofreu um acidente de carro a uns 15 minutos atrás,precisamos que você va na pericia reconhecer o corpo - disse ele entregando o saco a minha mãe - esses foram os unicos pertences que estavam dentro do carro que conseguimos recuperar,eu sinto muito- falou ele,entrei em choque minha mãe ficou me olhando e logo que percebemos que aquilo era do meu pai comecei a chorar e a abraçar ela,mas eu ainda tinha a esperança de que quando chegacemos na pericia não seria ele deitado na maca,quando alguem levantasse aquele lençol não seria ele.Mas era ele,logo que chegamos la e nos mostraram o corpo,foi um choque nunca vi minha mae chorar tanto,nos duas afogadas em lagrimas,nao sei como descrever a dor de perder um pai,mais que um pai alguem que quando eu tinha problemas me ajudava,que era como um amigo,passei minha mão quente em seu rosto palido e frio.

-Seja aonde você estiver sempre lembrara da nossa familia ? você sempre me dizia isso - falei chorando e relembrando os momentos com ele e pensando que nunca mais o veria que aquela foi a ultima vez que eu olharia para ele e que como as coisas mudam a 3 horas atrás ele estava conosco agora ele esta longe,num lugar onde nunca mais o veremos...Era assim o seu fim,seu rosto palido seria a ultima imagem que teria de você e suas ultimas palavras não sairiam da minha cabeça.

~1 ano e sete meses depois ~

Hoje fazia um ano e sete meses da morte do meu pai,desde que ele se foi aconteceu muita coisa,eu mudei,eu aprendi o signficado da vida,eu amadureci.Os primeiros 5 meses foi lágrimas e mais lágrimas, no resto do tempo eu fiquei pensando "por que ele?" mas se nao fosse ele,nada disso teria acontecido.Quando fez um ano que meu pai morreu as lágrimas voltaram,toda sexta a noite eu ia num bar do outro lado da cidade e bebia um pouco de vodka e cheguei até a fumar algumas vezes,aquilo me fazia bem e mal ao mesmo tempo,pelos primeiros 5 minutos eu sentia a sensação boa de que eu estava livre e que aquela dor havia passado mas depois eu chegava ao estágio de depressão,onde as lágrimas voltavam.2 meses indo todas as sextas naquele bar,até que minha mãe percebeu meu comportamento estranho e minhas notas baixas e ela sabia o que ue fazia toda a sexta a noite,ela apenas não queria admitir,mas não entendia por que ela não me impedia? acho que talvez ela me entedesse e estava na mesma situação que eu,ou até pior,só parei por que eu sabia que meu pai não gostaria de me ver fumando e bebendo,se fosse minha mãe no lugar dele,papai não aceitaria meu comportamento,mas não era ela que havia falecido.A 5 meses atrás quando parei de ir naquele barzinho e minha mãe e eu ficavamos toda sexta olhando The Big Bang Theory juntas ela decidiu falar dele pela primeira vez desde que o policial bateu na nossa porta.

- Jammie eu sei como se sente - falou ela abaixando o volume da TV -eu sei que nunca fui a melhor mãe nem a melhor esposa para seu pai,mas eu amo vocês e eu não quero que destrua sua vida,você ainda é muito jovem pode se recuperar e seguir em frente,nos duas podemos - Disse ela passando a mão nos meus cabelos - eu sei o que você anda fazendo,colocar vodka dentro da garrafa de agua que você leva para a escola não é um jeito muito esperto de beber escondido,eu ja fui uma adolescente e entendo,eu perdi meu marido assim como você perdeu seu pai so que não podemos ficar o resto da vida pensando nisso,ele sempre estara nos nossos corações mas tem que sair da nossa mente.Você merece uma vida melhor,por isso eu tive a indicação de um psicologo para você - disse ela me dando o cartão de visitas dele

-Dr.Pack? - perguntei - eu nao preciso de psicologo,alguem para me ouvir falar e ficar concordando,eu quero alguem que me entenda que ja tenha passado por isso - disse

-Ele é jovem,ele entende,por favor não podemos destruir ainda mais nossa familia- ela falou e me abraçou e nos duas começamos a chorar,eu não queria me abrir com ninguém eu não queria que as pessoas sentissem pena de mim eu so queria tentar esquecer aquilo e fazer que nunca aconteceu so que aquilo parecia impossivel pois em todo lugar que eu ia sempre tinha alguem se lamentando "sinto muito pela sua perda" "ele era um otimo pai,ele te amava muito" as pessoas podiam pensar que isso ajudava mas muito pelo contrario isso apenas aumentava a minha vontade de sair correndo chorando.Na minha primeira consulta ao psicologo foi até legalzinho,eu teria que me acustumar com aquilo pois teria que ir la até o psicologo falar para a minha mãe que eu "superei" a perda do meu pai,mas eu nunca superaria, o Dr.Pack era um homem jovem e bonito,na minha quarta consulta descobri que ele tinha 28 anos...

-Eu posso te fazer uma pergunta? - perguntei

-Depende,mas pode falar - respondeu

-Quantos anos você tem ? é que você parece ser jovem e nunca conheci um psciologo com a aparencia jovem - perguntei tentando nao parecer tão curiosa

-28 - disse ele

-voce não é meio novo para ser psicologo? poderia estar fazendo tantas coisas mas esta aqui ouvindo uma adolescente chata falando de seus problemas - disse

-não pense que eu tenho um diploma falso- ele falou e riu

-Como você sabe que eu pensei isso ? - falei sendo ironica e nos dois ficamos rindo ali

Jason,primeiro nome do Dr.Pack, era um cara engraçado e era um dos poucos psicologos que não parecia doido além de ser bonito e atraente,nesses 5 meses de convivencia com ele nos tornamos mais que psicologo e paciente,nós nos tornamos amigos,sei que tudo que contava a ele ficava entre nós, e sei que eu podia contar com ele sempre que precisasse,so que na semana passada eu senti algo de diferente...

-Sabe o que eu mais gosto em você ? -perguntou ele sorrindo

-han,acho que não é de mim que deveria gostar mais sim da minha mãe é ela que paga parte do seu salário - falei e ele riu

-Não - ele disse ainda rindo - eu gosto do seu jeito louco,o jeito como você pensa,você é doida mas você é diferente,você tem rosto de menina mas pensamente de mulher,eu gosto disso,gosto do jeito que você confia em mim,muitos apenas ficariam sentados na cadeira chorando,mas você não você mesmo não querendo estar aqui,Jammie você pode me trazer muitos problemas fazer isso pode me trazer problemas mas é isso que eu quero - depois que ele terminou de falar eu fiquei olhando para ele confusa pois não tinha entendido o que ele queria dizer com aquilo,ou o que ele ia fazer,so vi ele chegando mais perto,cada vez mais perto então ele me beijou,fechei os olhos e coloquei minha mão no seu cabelo e ele colocou sua mão na minha cintura,eu não impedi aquele beijo apenas deixei rolar,nem ele e nem eu sabiamos o por que estavamos fazendo aquilo mas desde que ele me deu aquele beijo as coisas mudaram o que eu senti por ele mudou,será que eu estava gostando dele ?

CONTINUA...