Cartas para você - Cato e Clove escrita por Scoutt


Capítulo 2
Reencontrando a família


Notas iniciais do capítulo

Isso é só uma introdução deles à nova Panem, ainda vai ter mais introduções a vida e tal, vai demorar um pouquinho pra eles se verem, aguentem! Clato vai chegar, enquanto não rola Stay Alive! HAHA



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Eu não sei o que me deu, sei que eu chorei na frente dele, pedi para mandar cartas, o abracei, sorri, o agradeci, onde estava o meu lado do Distrito 2? O lado que era forte e nunca chorava na frente dos outros ou se mostrava fraca? Acho que esse lado morreu na arena, se foi junto com boa parte da minha coragem, mas eu me sentia segura agora, eu chamei Cato e ele veio dessa vez, nós nos separamos, mas ele veio e me salvou das lembranças ruins que estava me destruindo no momento em que gritei seu nome, essa era uma lembrança boa em meio as ruins que estavam frescas na minha memória.

Uma enfermeira foi comigo até meu novo distrito, não, agora era cidade, a cidade de Atlanta, lá é a zona pesqueira de Panem, mas agora tem mais que pesca já que os mercados das cidades fazem negócios entre si. Bem no centro de Atlanta existe uma praça com uma escultura de 2 vitoriosos, havia uma placa logo abaixo com os escrito: “Agradecemos a Finnick Odair e Mags Lynn, por ter dado suas vidas durante a revolução em Panem”, virei para minha enfermeira.

– Quem são eles?

– Foram vitoriosos, vamos chegar na sua nova casa que eu lhe explico, você precisa tomar algumas vitaminas, ok?

– Sim. – olhei a escultura uma última vez, uma mulher morena com um bebê no colo a olhava, ela vestia preto e estava com flores nas mãos, limpou uma lágrimas e voltou ao seu caminho.

Chegamos à minha nova casa, aliás todas as casas pareciam novas ali.

– Essas casas parecem tão novas. – eu soltei.

– Sim, o Presidente Plutarch achou que a população precisava de melhores moradias, a maior parte dos vitoriosos doou parte de sua fortuna para ajudar a erguer a nova Panem, vamos entre.

Eu entrei na casa, era como minha antiga casa no 2, mas um pouco menor e menos intimidante, minha mãe estava na cozinha, minha mãe nunca tinha realmente estado numa cozinha, ela fazia alguém fazer tudo por ela sempre, ela correu para a sala assim que eu chamei.

– Mãeee?!

– Ohhh – ela parou à alguns passos de mim, lágrimas encheram seus olhos – Ohh Clove, você está realmente viva! – ela me abraçou, mamãe nunca me abraçava, papai dizia que isso me faria fraca e eu não sobreviveria se fosse para a arena, ele estava errado, mesmo sem isso eu morri.

– Sim, é o que parece. – eu a abracei de volta e sorri um pouco. Ela se afastou e limpou as lágrimas, olhou pra minha enfermeira e esperou. – Ahhh, essa é... Desculpe eu ainda não sei seu nome. – olhei-a com vergonha de mim mesma.

– É Céci, muito pra zer senhora Ellins, eu tomarei conta de Clove até que ela esteja melhor.

– Ohh sim, me disseram isso no recado que me madaram. Seu pai vai ficar tão feliz, ele está no trabalho agora, ele começou a trabalhar numa importadora de pescado.

Meu pai, meu quase instrutor trabalahndo em uma importadora de pescado? Meu Deus, os distritos não foram só extintos como as pessoas também esqueceram o que era ser de um deles.

– Err, eu vou pro meu quarto. – fiz que ia andar, mas me voltei para minha mãe. – bem, se eu tiver um quarto claro.

– Você tem, ele fica no fim do corredor do segundo andar, eu não sei o que a equipe fez, mas eles disseram que decoraram. – ela me olhou com um pouco de medo, claro, no 2 eu explodia quando faziam algo que eu não gostava, apenas sorri e chamei Céci para subirmos.

***

Já no quarto eu abri a porta, ele era branco, com uma única parede vermelha e com quadros de florestas e árvores durante o outono, eu virei para Céci com a boca aberta .

– Como??? Está do jeito que eu tinha meu quarto em sonhos, um quarto normal, não aquele quarto estéril que eu tinha no 2.

– Digamos que antes de dominarmos as coisas o Capitol entrou na sua cabeça e extraiu informações, nós apenas as aproveitamos.

– Quem são “nós”?

– Éramos o distrito 13 – antes que eu pudesse pensar na resposta Céci respondeu - , nós nunca fomos destruidos de verdade, o Capitol manipulou tudo e por um tempo também pensou que tinhamos acabado. Então veio a vitória de Katniss e Peeta que resultou numa rebelião em toda Panem, nós tomamos dianteira e tam tam, estamos no poder agora.

– Quer dizer que os dois realmente conseguiram, Katniss e o lover boy – Céci me olhou como quem não entendeu – Ah, isso foi um apelido que Cato deu ao garoto, Peeta, por causa da declaração que ele deu na entrevista, afinal eles ficaram juntos ou foi encenação mesmo?

– Depois de tudo eles ficaram juntos sim, o 12 foi destruído e eles junto com outros construiram a cidade das Minas.

Então eles dois sairam vivos? Poderia ser eu e o Cato, mas ai nada teria mudado assim, pensei.

– Ahh, quem são os da escultura da praça?

– Finnick Odair e Mags Lynn? Ah, Finnick venceu a 65ª e Mags a 10ª, eles morreram ajudando a rebelião. Mags morreu ainda na arena e Finnick morreu quando estava invadindo o Capitol, ele deixou uma viúva e um bebê, história trágica. – Clove pensou na garota de preto na praça.

– Sim, mas porque não o trouxeram de volta?

– Ele teve a coluna muito fraturada – ergui uma sobrancelha - , ok, ele lutou com bestantes e teve a cabeça arrancada fora!

Algo em bestantes fez meu coração apertar, talvez uma memória. Eu queria dormir, apenas isso, esquecer tudo, mas ainda tinha uma pergunta a fazer.

– Céci, quanto tempo desde que eu saí da arena?

– Err - ela olhou para o teto pensando -, quase 2 anos, conseguimos tomar o Capitol no ano seguinte depois do fim da 75ª, mas só achamos o laboratório com vocês depois de um ano no poder, simpatizantes do Snow planejavam colocar todos os carreiristas que eles tinham reiniciado em um motim.

– Eles só salvaram carreiristas? – Céci fez que sim – Mas porque só carreirista?

– Porque vocês são mais fortes, ágeis e treinados, teve um que foi reiniciado apenas porque era forte, mas você não vai querer saber...

Antes de ela terminar a frase eu falei de modo automático: - Tresh, o garoto do 11 que me matou certo?

– Sim – eu tive medo, acho que algo na minha postura a fez perceber porque rapidamente ela emendou -, mas ele não está vivo, foi reiniciado com dificuldade e nunca acordou, ele desistiu da vida, ou talvez não conseguisse acordar, Cato fez um trabalho e tanto nele depois que ele lhe matou na Cornucópia. Ah quem diga que ele se vingou, você gritou tanto o nome dele, ele chegou até a fileira de árvores perto da Cornucópia, mas já era tarde, Tresh já tinha feito o que fez.

– Ele foi me encontrar? – Céci fez que sim.

– E tem mais, ele foi até lá depois que a D12 e o D11 foram embora e ninguém sabe o que, mas ele sussurrou algo no seu ouvido – ela me encarou por um tempo -, por favor, se você lembrar me conte, as enfermeiras estão loucas pra saber. – e piscou.

– Eu não me lembro disso, eu não me lembro de muita coisa ainda, se eu lembrar talvez lhe conte.

– Sem talvez, apenas me conte, vou lá pra baixo para que você possa descansar, vou ficar no quarto ao lado à noite, se você precisar é só chamar, mas nada de gritos ou você vai ficar com muita do de cabeça.

Ela saiu e me deixou só, deitei na cama e só o que eu pensava era ‘Ele não me abandonou, ele foi me salvar, mas não conseguiu, ele não se esqueceu de mim na arena’, fechei os olhos e cai no sono, pensando em o que Cato sussurrou para mim na arena, ‘o quê será que foi?’ e com esse pensamento eu caio no sono.

***

Chego à minha cidade, tenho que lembrar essa palavra cidade, não mais distrito. Minha enfermeira me acompanhou, ela disse que ficará comigo até eu estar recuperado o suficiente, vamos caminhando até chegar a um carro, ele nos leva até uma área de cultivo onde existem várias casas, um condomínio fazenda? Acho que essa definição não existe.

– Você ainda não sabe o meu nome, sabe Cato? – balanço a cabeça em negativa. – Ok, sou Kriss.

– E bem, eu sou Cato. – ela sorri e a única coisa que eu penso é ‘eu acabo de fazer uma piada?’, meu pai me mataria se tivesse aqui ouvindo isso.

– Seus pais e basicamente toda Panem trocaram de sobrenomes, algo que eles queriam tirar de suas vidas, vai saber, seu sobrenome agora é Schreave, seus pais tem origem na antiga Alemanha?

– Não sei. Tudo que sei é que eu não sei de nada e minha mente tá em branco, mas Cato Schreave soa bem.

– Seus pais trabalham na agricultura agora, sua mãe está na área de processamento de sementes e seu pai na importadora – ela disse, lendo uns papeis que carregava - , se você estiver de acordo e se sentindo bem, você também pode trabalhar em algo.

– Trabalhos braçais.

– Aham? – ela me olhou sem entender.

– Quero algum trabalho que envolva força, não treinei a vida toda para nada.

– Ok. – ela anotou algo nos seus papeis e tirou um supertablet de algum lugar, fuçou nele por um tempo e... – A-ham! Você pode trabalhar na colheita ou no transporte da colheita.

– Na colheita serve.

– Olha, chegamos. – ela apontou para uma fileira de casas verde e disse. – Uma daquelas é a sua.

Entramos na casa onde se lia Schreave, minha mãe apareceu, seguida de meu pai, pensei que meu pai iria me repreender por ter perdido os jogos, querer me bater ou algo do tipo, mas ele passou minha mãe e me abraçou.

– Filho. – sua voz tinha uma emoção que eu não soube dizer o que era. – Fico feliz de você estar bem.

– Eu também fico feliz de estarem bem. – não retornei o abraço de meu pai, não estava acostumado com aquilo, minha mãe também me abraçou, não antes de chorar e colocar as mãos na boa para conter os soluços.

– Cato! Eu não acredito Cato, achei que nunca mais ia ver você filho. Eu... eu... eu sinto muito por você ter que ir para aquilo, ter que enfrentar o que enfrentou, eu só...

– Mãe, tudo bem, eu me voluntarie certo? Eu estava preparado para qualquer final que aquilo tivesse, agora eu só quero descansar, minha memória está confusa.

– Seu quarto é lá em cima...

– O último do corredor como em todas as casas dos reiniciados – completou Kriss, já que minha mãe não estava falando muito bem sob o choro. Ela balançou a cabeça e sobimos. – Não se assuste com seu quarto, nós usamos o que o Capitol tirou da sua cabeça.

– Ahãm? – entendi assim que abri a porta, em um canto tinham equipamentos de academia, e no outro uma estante com carros de brinquedo, o quarto era verde, eu me amarrava em verde! – Uou, belo trabalho.

– Vou deixar você dormir um pouco agora, meu quarto é do lado, se você sentir algo me chame.

Deitei na minha cama pensando em quando eu teria notícias de Clove, se ela tinha gostado de sua nova casa e se ela tinha lembranças para me contar. Dormi pensando nela.


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Notas finais do capítulo

se vocês quiserem tirar alguma duvida comigo é só me mandar um MP ou me chamar no twitter: @iswaylandmundan
Bye xoxo