Sentada no trem eu estava emburrada, muito, muito chateada por estar indo embora de Demeter, Céci do meu lado me olhava com cara de quem ia começar um bombardeio de perguntas e não é que começou mesmo?

– Hmmm – a olhei, ela sorriu -, tá namorando agora né? – oh.meus.deus.eu.vou.matá-la.

– Ok ok, não precisa dizer, o beijão que eu vi já respondeu por si. – ‘acho q eu vou ficar ruiva naturalmente de tanta vergonha que Céci me faz passar’

Graças aos céus o trem tinha chegado à Atlanta, assim que as portas se abriram eu sai. Fora da estação eu encontrei Annie, ela não estava com Finn, achei estranho.

– Oi Annie, onde está Finn?

– Olá Clove, Finn está... - foi quando alguém chegou perto com Finn no colo.

– Annie, eu podia dar doce pra ele não é? – um cara meio ruivo e alto segurava um Finn sorridente no colo, então ele viu que Annie já não estava sozinha. – Oi.

Eu devo ter ficado vermelha, Deus eu tenho namorado, ‘controle-se Clove, controle-se’ – O-oi.

– Ahh, que bonitinha, Annie quem é essa baixinha, você é babá dela? – babá? ‘Magoou hein, eu nem sou tão pequena assim!’

– Emmett! Essa é Clove, e você só é uns 2 anos mais velho que ela! – ele olhou pra minha cara, eu tentei dar um sorriso simpático, mas acho que saiu mais um sorriso-de-quem-quer-te-estrangular, Annie balançou a cabeça e olhou para mim – Ahh, Clove, esse é Emmett, ele é um primo do meu marido, ele voltou para a cidade essa semana.

– Clove? – Emmett olhou para Annie. – A mesma que estava nos jogos 2 anos atrás? – ele estava boquiaberto.

– É Emmett, se você prestasse atenção ia saber, já que eu te falei dela.

Antes de ele falar algo, Céci chegou perto de mim. - Até que enfim te alcancei, lembre-se que isso é uma cidade, não um espaço de maratona! – ela parou e olhou para Emmett me encarando – Você é um imã pra caras gatos ou o quê?

– AI MEU DEUS! – essa mulher me envergonha demais – Tchau Annie, depois eu vou lá na sua casa okay, agora eu tenho algo a fazer.

Quando chegamos fui direto para o meu quarto, Deus! Como Céci pode abrir aquele bocão e falar aquilo? Quero enfiar minha cara no chão e nunca mais ver aquele tal de Emmett!

Passado um tempo, eu já tinha quase esquecido a situação embaraçosa e resolvi ir falar com Annie como eu disse que iria, Chegando à porta da casa eu bati, só que eu não esperava que Emmett quem abrisse a porta.

– Oi de novo imã de caras gatos. – esse não tem medo do perigo hein! Passei por ele como se não tivesse nem o visto. – Ah, foi mal, eu te via nos jogos, cara você era demais, arremessava facas que... Uau!

Sorri, então me virei para ele: - E sabe de uma coisa? – ele ficou esperando a resposta, fechei a cara e terminei – Continue me enchendo que eu vou colocar uma faca em um dos seus olhos verdes!

– Reparando nos meus olhos? – ele sorria mesmo depois da ameaça, esse cara tinha me visto nos jogos mesmo? Acho q se tivesse teria corrido e... Meus pensamentos foram interrompidos por Annie, que apareceu no vão da porta.

– Oi Clove. – ela tinha uma mancha enorme de farinha na testa e estava de avental, ai meu deus, da última vez que a vi assim, tinha um bolo em chamas no forno. – Você pode me ajudar?

– Claro! – fui para cozinha, que estava um mar de farinha, ‘de novo não’.

Depois de conseguir fazer o tal bolo que Annie começou e limpar a cozinha, me joguei em uma cadeira.

– Pra que esse bolo Annie?

– Oi? – ela não tinha me ouvido, estava viajando como sempre, céus.

– O bolo. – ela olhou para o forno como se pudesse estar saindo fogo dele. – Não Annie, só quero saber pra quê é o bolo?

– Ahhh sim, é porque no sábado eu vou fazer um para a festa na praça, e não quero que dê errado.

– Foi um treino?

– Sim. – ela sorria e balançava muito a cabeça, ela era tão fofa. Então eu estava rindo junto com Annie, o motivo? Bem, vai saber.

***

Clove tinha ido embora, agora eu estava jogado no sofá sem ter nada à que me agarrar, isso tá tão chato!

Subi para o meu quarto, peguei uma roupa qualquer e fui tomar banho, percebi que Clove tinha deixado o vestido ali, o vestido verde que ela estava usando quando veio. O vestido estava seco, e bem, eu não ia deixar ele jogado por ai não é, peguei e coloquei-o no meu armário, sábado eu entregaria para ela.

Joguei-me na cama, que de alguma forma estava com um cheiro de shampoo que definitivamente era de Clove e adormeci. Na manhã seguinte, quase ao meio-dia eu acordei com o barulho da minha mãe entrando no meu quarto.

– Bom dia filho! – levante a cabeça e deixei-me cair de volta no travesseiro, assim que vi Kaela atrás dela, essa garota não tem casa não.

– Bom dia, Cato. – ela disse, e eu tive vontade de mandá-la para outro planeta ou trocá-la por Clove, porque essa irritante mora do meu lado, e a garota que eu amo mora longe? Então eu refleti meu pensamento, eu amava Clove.