Com a mão apertando o peito e as grossas lágrimas rolando pela face eu sentia, eu vivia a dor de um coração partido em meio ao caos. Nunca sentira tal dor como nesse momento. Como? Como eu poderia ter sentido algo tão profundo e só ter percebido agora? Nesse momento tão sombrio encarando os vazios olhos verdes em meio à solidão desse castigo sem fim.

Dor e mais dor trepida em minha alma ao ver seu corpo caído em meio ao caos. Pessoas gritando e chorando por uma vida que não haveria mais volta.

Tsunade era uma dessas pessoas, que mesmo com lágrimas caindo sem piedade do seu rosto esguio, ela continuava fazendo de tudo que lhe era possível para ressuscitar sua pupila.

Nem Naruto naquele momento parecia o imbecil de sempre com um choro sem momento para se terminar. Ele, apesar de tudo que nos cercava, caiu de joelhos ao lado da Godaime e eu, acabei fazendo o mesmo.

Os olhos verdes continuavam sem aquele mesmo brilho irritante que, sem querer admitir, iluminava as minhas manhãs na época do time 7 e que hoje, depois do término dessa maldita guerra iria iluminar o resto dessa minha vida maldita.

Mas por Kami, por que aquele ser tinha de se levantar e levar junto a minha rosada com ele? O que ele ganhava em trazer mais desgraça a essas vidas que já muito viram a desgraça e destruição?

Uchiha Obito, por quê?

Aquela maldita guerra, aqueles malditos nukenins, incluindo a mim, não passam de um desdraça na vida dos outros.

Levantei os olhos e pude ver o meu melhor amigo, Uzumaki Naruto não se aguentando mais de chorar. Ele apenas levantou os orbes azuis marejados e me olhou como se, em uma fala silenciosa, dissesse: sinto muito.

Não, Naruto. Eu sentia.

Eu senti uma mão apertar o meu ombro, não precisava levantar a cabeça para saber que meu antigo sensei estava ali, de alguma forma tentando me consolar. Como eu poderia estar acabado daquele jeito só por causa dessa irritante?

A resposta era tão simples.

Eu a amava de uma maneira como eu nunca havia amado ninguém.

E, infelizmente eu só havia percebido isso agora, no momento em que um familiar havia acabado com a sua vida.

Haruno Sakura me perdoe por ter te deixado ir...

Segurei a sua mão fria e a aproximei do meu rosto, ciente que muitos olhavam o gesto de maneira cética e ao mesmo tempo triste.

– Aishiteru.