Red Ice Klaroline escrita por Jenniffer, Pedro Crows Nest


Capítulo 18
Capitulo 18 – Beauty Of The Dark


Notas iniciais do capítulo

Oie.
Mais uma vez pedimos desculpa pela demora e agradecemos todos os comentários do capitulo anterior.

Nós estamos batendo a marca dos 9 mil acessos na fanfic já já!! O/ O/ O/ Viva vocês!!

Obs: Pri cadê você minha filha? Sumiu!!



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The beauty of silence is the noise of no words

When everything I listen for is here when you walk in the door tonight

Where is the light in your deep dark room?

A shock of white could save you from your shadow

Why is the dark behind the moon?

Out of reach until the light is shattered

The ugly things I do for beauty

If you could see what's real in me then maybe beauty wouldn't be so cruel

*** Elijah ***

Klaus estava enlouquecendo. E eu, de alguma forma estava contribuindo para isso. Faz hoje uma semana que ele teve a ultima notícia de Caroline, e ela não estava nada bem. Desde então ele tem se dedicado a encontra la. Mas Bonnie e Elena a estão mantendo escondida. Eu não sei onde ela está, mas eu sei como ela está. Eu prometi as meninas que não diria nada a Klaus. Ele só atrapalharia, elas tem razão nesse ponto. Se tem algo que todos devemos evitar, é deixar Klaus irado. E ele está quase lá. Ele sabe que Bonnie e Elena estão escondendo Caroline de propósito e nesse momento, eu posso dizer com toda a certeza, ele não hesitaria em matar as duas. E eu estou cogitando quebrar minha promessa para acalma lo um pouco.

Nós ainda tínhamos o acordo para colocar de pé, cada vez mais os clãs se mostravam um problema, e eu tinha que sanar esse problema antes que eles infectassem toda a comunidade com as suas ideias absurdas. Uma maça podre estraga todo o cesto. E os lobos eram a maça podre desse acordo entre espécies em Nola. Eu deveria estar dedicando mais do meu tempo cuidando disso, mas ao invés disso, eu estou caçando bruxas, não bruxas normais, dessas que eu tenho aos montes disponíveis em Nola, não, isso seria pedir demais, eu estou caçando uma bruxa que pratica magia negra. Que utiliza o outro lado da força. Eu sempre achei que magia por si só já fosse o outro lado da força, sempre achei a magia simples, negra, pelo simples facto das bruxas se ligarem a energia deixada pelas bruxas que já morreram. Mas aparentemente eu estava enganado. Existe a energia deixada pelas bruxas boas, e a energia deixada pelas bruxas ruins. É irónico como isso é engraçado. O conto da bruxa má é contado em todos os contos de fadas, e eu parecia ser único que não sabia da existência delas. Bruxas que praticam magia negra, usam poder roubado, elas matam, não só pessoas, como outras bruxas, outros seres, para absorver a energia deles, a ultima definição que eu obtive dessas bruxas é que elas eram as “saqueadoras da magia”, Genevieve, não me pareceu muito satisfeita quando eu a questionei sobre o assunto. Bonnie tinha me pedido que eu descobrisse mais sobre os succubus, e bruxas que praticam magia negra precisam de sucubbus para realizar os seus rituais que as permitem manter a energia que originalmente não pertencia a elas. Succubus andam entre mundos, entre as almas perdidas, eu não poderia simplesmente caçar um que não quisesse ser encontrado. Então aqui estou eu, procurando Morgan.

Eu usei Davina para localiza la. Segundo Davina, era um feitiço fácil. Era como localizar uma fonte de energia. Basta procurar exactamente o contrário da energia que ela mesma emana. Eu acreditei nela, e fiquei extremamente surpreso quando Davina começou a se contorcer e a gritar durante o feitiço. Um vulto, uma espécie de sombra envolveu o corpo dela, e quando os olhos dela se abriram já não era mais Davina que falava comigo. Morgan. Ela possuiu Davina, e me disse onde encontra la, pela simples curiosidade de saber o que eu queria tanto que me fazia ousar procurar alguém como ela. E descendo essa gruta, e vendo o que vejo a cada nível, eu sei, não foi uma boa ideia vir aqui.

Centenas de corpos, petrificados, cinzas, restos, criogenizados, corpos, essa era a decoração do lugar. Seriam esses corpos dos seres que Morgan sacrificou para ter mais energia? Ou daqueles que como eu, ousaram procurar sua ajuda? Eu não conseguia deixar de pensar no que ela respondeu quando eu disse que era um original.

– Nada feito por mágica é eterno. Tudo que foi criado pode, e será destruído.

Será que ela queria dizer que ela pode transformar-nos em humanos novamente. Será que é assim que ela absorve a energia dos outros seres? Transformando-os de volta em humanos medíocres, e absorvendo toda a energia vital sobrenatural de cada um. Por mais assustador que pudesse soar, também soava fascinante, e como qualquer idiota curioso de mais de mil anos, eu estava ansioso por respostas. E eu estava apostando minha vida nisso.

*** Klaus ***

Eu cheguei em casa. Depois de mais um vez, tentar usar uma bruxa para encontrar Caroline. E mais uma tentativa falhada. Elena e Bonnie poderiam se considerar parte do outro lado assim que eu achasse as duas. Quem elas achavam que eram para manter me manter ignorante sobre a situação de Caroline. Quem elas achavam que eram para acharem que poderiam fazer mais por ela do que eu? Quem elas achavam que eram para me tirar a opção de escolha. Elas não eram ninguém, e em breve elas não seriam ninguém, literalmente. Porque eu mataria as duas.

Eu entrei em casa procurando por Genevieve, eu tinha evitado usa-la para isso porque eu sabia muito bem do que ela era capaz, e eu não queria que ela tivesse acesso a Caroline. Mas aparentemente a única forma que eu tinha de chegar a Caroline agora era usando Genevieve, já que Davina tinha se demonstrado mais uma vez inútil. E quando eu subi no terraço, depois de ter procurado pela casa inteira, eu vi Genevieve no chão, segurando a mão de Davina, e fazendo um feitiço. Davina estava completamente branca, eu podia ouvir seu coração bater muito leve e demasiado pausadamente para ser natural. Eu olhei em volta, tentando instintivamente achar quem tinha atacado a minha bruxa dentro da minha própria casa. Mas Davina era uma das bruxas mais poderosas do Quarter, ela não tinha sido atacada. A não ser claro,que a própria Genevieve tivesse feito isso, ou a filhote de monstrinho, Monique.

– O que está acontecendo aqui Genevieve?

Eu interrompi o transe dela. Ela me olhou torto, mas parou para me explicar.

– Magia negra. Davina foi possuída, e ela está perdida no limbo.

Eu revirei os meus olhos. Aquilo soou como um conto de terror mal escrito.

– Magia negra? Limbo? Ela foi possuída pelo que? Um demónio?

– Ninguém é possuído por demónios Klaus, você anda assistindo muito Supernatural. As pessoas são possuídas por energia negra, conduzida por seres que praticam magia negra. Essa energia é transportada por succubus, os sugadores de almas.

– Isso faz desses seres mais poderosos do que você. Eu não resisti a provocação.

– Sim, mais poderosos, mas não de todo. Os que praticam magia negra, estão presos a ela. Eles não tem saída. Quando você pratica artes negras, a arte toma conta de você. Você nunca será livre. Sua alma estará para sempre ligada à de um sugador. Não tem nada que um sugador não consiga fazer, porque a energia acumulada neles, é expandida através dos tempos, e eles estão soltos entre os mundos. Mas quando você usa um sugador, ele te usa de volta. E acredite em mim quando eu digo, que você não quer fazer acordo com um succubus

– Davina fez um acordo com um succubus?

– Não. Davina não pratica magia negra. Genevieve cuspiu essas palavras como se fossem resposta ao pior dos insultos.

– Então porque ela está assim?

– Alguém usou a Davina como canal para se comunicar.

– Com o outro lado?

– Com uma fonte das artes negras.

– E o que você estava fazendo?

– Um feitiço para ver a ultima coisa que Davina viu antes de perder o controle.

– E você conseguiu?

– Sim.

– E o que você viu? Essas pausas entre uma conversa que deveria ser rápida, estavam me fazendo ficar irritado.

– Elijah.

Agora sim, eu estava puto.

– Se Elijah foi atrás de um succubus, o meu interesse aqui morreu. Ele já venceu um succubus antes, ele pode fazer de novo. Eu preciso que você encontre alguém para mim. Vamos! Eu segurei o braço dela e a arrastei um pouco enquanto um nos meus híbridos, trazia Davina para baixo.

– Elijah venceu um succubus? Genevieve riu. – Ninguém vence um succubus Klaus.

– Elijah venceu um, quando eu fui levado para a gruta de Ayana.

– Elijah achou que venceu um succubus. Succubus se transportam entre os mundos como eu já disse, e ao fazerem isso, eles ficam fracos. Algumas vezes, ao passar a barreira entre esse mundo e os outros, eles ficam fracos e perdem o contacto com a energia que os alimenta. Mas enquanto houver um única alma perdida, em todo universo. Ninguém poderá matar um succubus, porque é disso que eles se alimentam. Almas.

Elijah nunca venceu um succubus.

Eu me equilibrei entre a vontade de descobrir o que meu irmão estava tramando e descobrir onde Caroline estava. Tudo bem, eu usaria Genevieve para descobrir Elijah e descobriria Caroline de outro jeito.

Enquanto Genevieve usava magia para achar meu irmão e descobrir o que tinha acontecido com essa coisa de succubus, eu reunia um batalhão de híbridos, entrega especial para Mystic Falls. Eu colocaria fogo na cidade inteira, até que Bonnie e Elena não tivessem outra alternativa a não ser me entregar Caroline. Ou arder em chamas junto com a cidade. Elas iriam se arrepender de ter me desafiado.

*** Mystic Falls ***

Damon

– Você está maluco Damon?

Elena estava irada. Eu tinha mencionado que deveríamos pedir reforço a Klaus. Caroline estava cada vez pior. Bonnie estava longe de achar uma explicação para o que estava acontecendo com ela, e eu começava a achar que Caroline acabaria morta se continuasse assim. Todos nós já passamos por situações assim antes, torturas, veneno de lobisomem, verbena, todos nós já estivemos a milímetros de deixar a nossa existência e então recuperamos, é um facto. E é nisso que Elena está se fiando. Eventualmente Bonnie vai descobrir o que fazer, e nós vamos resolver o problema. Mas o que eu vejo é Caroline piorando exponencialmente, a cada hora, o que eu vejo, é que ela está morrendo, e nós não estamos fazendo tudo que podemos para a salvar porque acreditamos que a única coisa que pode realmente mata-la é uma estaca. Ela não tem veneno de lobisomen no sangue, nós já descartamos essa hipótese. Mas ela está se deteriorando como se tivesse. O corpo dela não está apodrecendo, como acontece com o veneno, mas a mente… eu já não posso dizer o mesmo. Eu já vi Caroline delirando demasiadas vezes para saber que ela está a um fio de perder a consciência. Ela já não pode escolher por ela. E Elena e Bonnie estão optando em não pedir a ajuda, elas acham que Caroline está demasiado vulnerável, e entrega-la a Klaus iria destrui-la de vez. Ela não aguentaria estar a mercê dele e seria essa a gota de água.

– Ela está morrendo Elena. Eu sei disso e você também.

– Ela está bem agora Damon.

– Por quanto tempo? Até ela acabar de se alimentar? Você sabe que o único momento em que ela está normal é quando ela está bebendo sangue. Ela não pode ficar assim pra sempre.

Ela começou a coçar a cabeça e esfregar os braços antes de falar.

– A minha amiga está mal Damon. E você não vai tomar nenhuma decisão por ela. Ela não quer ver Klaus. E ela não vai ser obrigada a fazer nada que ela não queira você está me entendendo?

Elena está numa posição claramente ofensiva na minha direcção. Mas eu sabia que o discurso dela foi muito mais por ela do que por Caroline. Ela não permitiria que eu fizesse com Caroline o que eu fazia com ela várias vezes: Tirar a opção de escolha e salva-la dela própria. Infelizmente para Elena, eu sei como essa história acaba. A garota sã e salva e me odiando. E sempre passa.

Stefan entrou interrompendo o momento de tensão.

– Os híbridos de Klaus estão aqui. Eles estão batendo todos os lugares, eu acredito que eles estão procurando Caroline. Nós precisamos tira-la daqui.

– Elena correu pro quarto onde Caroline estava e a trouxe junto com Bonnie. Caroline estava andando pelas próprias pernas. Ela tinha algumas nódoas roxas no corpo, de quando ela tinha perdido o equilíbrio e caído. E era tudo. Qualquer um diria que ela estava com o aspecto de uma humana doente. Mas ela não era humana e não podia estar doente.

– Nós vamos leva-la para a casa do lago.

– Nós vamos ver o que está acontecendo na cidade Elena, nos encontramos lá. Ela concordou comigo e saiu com Bonnie e Caroline. E Stefan resolveu me elucidar sobre a caça dos híbridos:

– Os híbridos estão destruindo tudo. Com fogo, Damon.

E foi a vez de Jeremy entrar, esbaforido:

Um dos híbridos de Klaus está no Grill esperando que entreguem Caroline, ele diz que vão colocar fogo em cada pedaço de terra dessa cidade, até que não sobre nenhum lugar onde vocês possam esconde-la. E segundo ele, Klaus está a caminho. E ele está falando sério, Damon.

Eu olhei para Stefan, ele estava com os braços cruzados, as testa franzida, ele não sabia o que fazer.

– Stefan.

– Não Damon.

– Não o quê? Eu ainda não disse nada.

– Nós não podemos entregar a Caroline.

– Porque não?

– Porque ela não quer. Porque Elena nunca te perdoaria.

–Nenhuma dessas desculpas é valida. Elena me perdoaria sim, e Caroline não sabe o que quer.

– Damon. E se o que Caroline está passando foi provocado por Klaus?

– Se foi provocado por ele, só ele pode desfazer. Eu olhei a minha volta, eu não vejo nenhuma bruxa aqui para resolver isso. Ele não vai machuca la Stefan. Ele ama a Caroline! De verdade. Mais do que ele pode sequer entender!

– Desde de quando você é o defensor do Original?

– Quantas vezes eu estive errado na vida Stefan?

– Você quer que eu enumere? Você prefere por ordem de acontecimento ou ordem alfabética?

– Caroline está morrendo Stefan! E se ela morrer nas nossas mãos, nós vamos ser culpados por não ter tentado tudo. Ela está presa connosco, Bonnie não vai conseguir nada. Ela vai morrer nas nossas mãos.

– Porque você se importa Damon?

– Eu não quero que Elena perca mais ninguém. Eu não sei até quando ela vai suportar perder todas as pessoas que a rodeiam. Eu não quero que você perca sua amiga, eu já fui responsável pela perda da última. Eu não quero que Bonnie se culpe por não ter conseguido salva-la. E eu não quero perder a Barbie assim. E se nós a perdermos, nós teremos a quem culpar.

– Você acha realmente que ele não vai machuca-la? Stefan olhou nos meus olhos, procurando qualquer vestígio de dúvida na minha expressão. Mas não encontrou.

– Ele voltou a Mystic Falls depois de expulsa-la de Nola Stefan. Ele voltou por ela. Eu vi. Eu falei com ele. Ela não sabe, mas eu sei. Ele precisava vê-la. Eu sei como é isso. Você quer afastar a sua fraqueza de você, mas você não consegue, porque ela faz parte. Você pode de culpa-lo? Quem de nós nunca tentou o mesmo? Ele apenas está sendo mais forte. Ele sabe que as nossas fraquezas destroem quem nós queremos ser. Caroline é a fraqueza dele. Não seja hipócrita, você veio para Mystic Falls atrás de Elena, porque você foi fraco. Você tentou ir embora e não conseguiu porque foi fraco. Eu não preciso enumerar todas as besteiras que eu fiz por que não consigo supera-la. E com Klaus é apenas a mesma coisa. Se ele não amasse a Caroline, ele não teria conseguido mante-la longe. Ele foi mais forte que nós dois.

– Mais cruel também.

– Mais eficaz Stefan. Essa é a única diferença entre nós e ele. Ele conseguiu, e nós continuamos aqui, girando em orbita da Elena.

– Tudo bem Damon. Nós vamos entregar Caroline.

Eu respirei aliviado. Eu não acreditava em nada do que eu estava dizendo. Algumas coisas eram verdade, outras mentiras. Mas isso não importa. Verdade ou mentira, irrelevante, a melhor história sempre vence. E eu realmente achava que a melhor chance da Barbie era ficar ao encargo de Klaus.

– Mas nós vamos junto!

Claro que Stefan não ia facilitar as coisas.

***Davina***

Quando despertei do transe eu estava na minha cama. Genevieve não estava comigo. Eu lembrava vagamente dela discutindo algo com Elijah sobre como eu estava e ele desaparecendo. Localizar aquela bruxa não me fez bem e tudo o que eu queria agora era que essa sensação de estupor passasse, mas ela parecia ficar mais pesada a cada minuto.

Eu percebi que as coisas ficariam ainda piores quando senti uma poderosa energia invadir o meu quarto. Era como se alguém projetasse lá dentro uma cortina de fumaça, que tornava minha visão turva e o ar difícil de respirar. Morgan realmente era muito poderosa, mas eu sou uma bruxa e eu conheço o tipo de energia que uma bruxa emana. Seja o que fosse que estivesse provocando aquilo não era uma bruxa e se fosse uma estava tendo uma ajuda extra de um ser muito poderoso.

Eu mal conclui meu raciocínio quando o ser se projetou na minha frente. Eu sentei na cama e me coloquei em atitude de defesa. Eu não conseguia ver a criatura nitidamente, ele parecia uma massa disforme, eu precisei fixar meu olhar através da névoa para tentar vislumbrar o que seria aquilo, mas não obtive sucesso.

–Não precisa ter medo. Não vou lhe fazer mal. A voz grave ecoou nos meus ouvidos. Então aquilo, seja lá o que ele fosse, podia se comunicar comigo.

–Quem é você? O que quer comigo?

–Eu sou alguém que vive entre os dois mundos. Onde você está e onde você já esteve. Eu tenho muitos nomes, em diferentes culturas. Os humanos e outros seres nos nomeiam com a mesma habilidade que tem para divulgarem nossas lendas. Creio que aqui somos chamados erroneamente de Sucubus, mas se quer saber o que originalmente somos, eu vou lhe dizer: somos os filhos de Thanatos.

–Thanatos?

–Eu sabia que o nome não iria lhe dizer nada...pobres e limitadas feiticeiras, sempre a mesma história...alguém a quem foi dado um dom para equilibrar os mundos, sem ser capaz de entender a complexidade dos outros seres que habitam esses mundos.

–Seja você quem for, eu não consigo vê-lo. Porque não se mostra pra mim, seja lá o que você seja?

A névoa ficou menos densa e algo como um ser disforme surgiu diante de mim. Tudo nele era negro e cheirava a morte. Eu me senti mal, triste, como se tudo que eu tivesse perdido na minha vida, como se a dor pela perda de todas as pessoas que foram importantes na minha vida estivesse caindo sobre mim nesse momento. Eu fechei meus olhos porque não suportei olhar pra ele.

–Creio que a minha outra forma lhe seja mais agradável ou pelo menos, lhe seja menos dolorosa. Pode abrir os olhos, pequena bruxa.

Eu abri os olhos e diante de mim estava um homem, jovem de cabelos prateados.

–Você muda de forma?

–Não estamos aqui para falar sobre a minha aparência. Preciso que me leve até a mãe do ser que está sendo gerado. Porque ela corre perigo, porque há interesses do outro lado em que ela morra para que a criança não sobreviva.

–Porque você estaria interessado na criança do Klaus?

–Porque esse novo ser tem uma ligação com o meu povo e não sabemos o que a morte dele pode significar para nós. Nós somos ceifadores de vidas, mas nós não morremos. Caminhamos entre os dois mundos e as vezes fazemos acordos, nunca alguém beneficiado por nossos poderes foi morto, mas não sabemos nada sobre a nova criatura destinada a ser sacrificada. Não sabemos as consequências disso.

–As bruxas estiveram realmente atacando a mãe da criança, mas agora ela está bem. Tem certeza de que ela e a criança correm perigo?

–A cada dia que passa, na medida em que a criança cresce a mãe está sendo bombardeada por magia negra, pesada para torna-la vulnerável. Nós conhecemos bem esse tipo de magia porque nós alimentamos muitas bruxas com ela. Você sabe como as coisas funcionam, o que você cria, você também pode controlar.

–Eu não sei o que o Klaus vai dizer sobre isso, no momento ele está insano.

–Mesmo o mais terrível dos monstros se importa com suas companheiras e suas crias.

Eu olhei para o ser a minha frente, mesmo com a aparência leve que ele assumia suas palavras ainda eram pesadas como se tivessem sido proferidas pelo monstro que ela era em sua primeira aparição. Eu estava me perguntando quantos formas ele poderia assumir.

–O Klaus é um tipo de monstro sem interesse pela companheira e pra ser franca eu nem mesmo acredito no interesse dele pela sua...como você falou..."cria". Mas, sim ele tem dado provas de que a criança tem algum tipo de importância, talvez apenas para perpetuação de sua espécie.

–Ele não tem noção do poder que terá essa criança. Ninguém tem. As bênçãos que ela receber poderá ser bênção para todos e a ruína dela pode ser a ruína de todos.

Eu liguei para Klaus e mal ele atendeu o telefone já começou a esbravejar que fosse até ele, que iríamos buscar a garota sem alma em algum lugar distante. Foi difícil fazê-lo me escutar e tudo o que ele me disse foi que aquilo era uma cilada que o "sucubs" estava tramando para aprisiona-lo de novo. Mas Hayley estava ao lado dele e pegou o telefone. Eu juro que ouvi Klaus rosnar. Elijah ainda não devia estar com eles ou a essas alturas eu estaria ouvindo o som de mais uma briga inútil entre eles.

–Davina - era Hayley falando - traga a criatura aqui. Se ele pode ajudar ele é bem vindo. E eu acho que o poderoso híbrido pai dessa criança deve ser capaz de proteger a família em caso de uma cilada, mesmo que sinceramente eu me sentiria mais protegida se Elijah estivesse aqui agora.

Ela passou o telefone para o Klaus:

–Se isso que você está trazendo até nós tentar alguma coisa você é que vai pagar por isso, Davina.

Eu olhei para a criatura de cabelos prateados quando desliguei o telefone e eu poderia jurar que ele parecia se divertir da minha desgraça.

–Vai ser um prazer conduzir você para o mundo dos mortos.

–Não precisa. Eu já estive lá, eu sei o caminho. A propósito, mantenha essa aparência, você vai a casa de uma mulher grávida.

***Marcel ***

Jakson e Monique não tinham ideia da boa dupla que eles formavam. Em poucas palavras eles me explicaram o plano que daquela noite em diante seria colocado em execução. Em linhas simples ninguém estava disposto a cumprir o tal acordo, talvez os humanos quisessem se submeter a isso, mas eles não tinham poder de fogo algum, não algo que pudesse realmente nos amedrontar. Éramos monstros, mas dentre nós Klaus era o mostro mór e humanos e monstros duelam há séculos.

Não se tratava apenas de não cumprir o acordo, era preciso quebrar o poder de Klaus. Ele era poderoso, mas ele era um só...com quem ele podia realmente contar mesmo? Elijah...e Hayley que de alguma forma era obrigada a ficar do lado dele. Hayley aliás era a chave do plano, que para as bruxas era muito simples. Ela atacariam Hayley com magia, isso desestabilizaria Klaus e Elijah e eles teriam que tentar protege-la. Era o momento de vulnerabilidade ideal para ataca-los, desmoraliza-los. Não seria tão fácil, mas vamos levar em conta que nós somos muitos e, no fim de tudo isso, o mínimo que poderia acontecer seria a cidade sair das mãos dele. O ímpeto de Klaus seria ficar e lutar até o fim, mas o ímpeto de Elijah seria fugir para proteger a família e ele certamente levaria Klaus com ele. Teríamos sossego em Nola até que eles se fortalecessem o bastante para voltar, mas aí também teríamos tempo de nos fortalecer.

Eu não acreditava que Jakson estivesse concordando com algo que iria machucar Hayley, mas eu não tinha ideia do que um lobo é capaz de sacrificar em nome da alcateia. Se os vampiros tivessem essa mesma lealdade com o grupo seríamos ainda mais poderosos. Mas algo em nós bloqueia isso, somos individualistas, mesmo quando vivemos em bandos.

Saí daquela reunião sombria com o plano claro na minha cabeça. E com uma estranha esperança de que quando eu fosse outra vez o rei da cidade, e as bruxas e lobisomens não precisam que ser rei era a minha intenção a longo prazo, Rebekah poderia voltar a gostar de viver ali.

*** Davina ***

Genevieve foi quem abriu a porta para mim e para o coisa. Eu ainda não sabia como chama-lo, mas esperava não ter que me dirigir a ele por muito mais tempo.

Hayley estava na sala. E Klaus do seu lado. Eu passei rapidamente o meus olhos em volta, procurando por Elijah. Ele não estava ali. Isso era estranho. Eu lembrava da última vez que o vi, eu precisava falar com Klaus sobre isso também.

Genevieve não nos deixou passar. Ela ficou olhando para, Thanus, como ele próprio se apresentou, e por alguns minutos eu quase pensei que ele a tinha enfeitiçado porque ela estava estática olhando para ele.

– Satisfeita? Ele perguntou a Genevieve.

– Não ainda, mas terá que bastar!

– Do que vocês estão falando? Eu questionei Genevieve.

– Ela estava tentando atacar minha mente, me enfeitiçar, mas ela não conseguiu. Isso prova que eu não tenho alma. E agora ela está se questionando como uma criatura sem alma pode caminhar pela Terra sem problemas porque isso vai contra tudo que vos foi ensinado ao longo dos tempos.

– Genevieve?

– Sim. Foi isso, Davina. Ela continuava olhando directamente para Thanus, apesar de estar supostamente falando comigo. Eu pude ver que ela estava evitando piscar. Alguma coisa não estava bem.

Thanus avançou na direcção de Hayley e Klaus. E olhou em volta também.

– Onde está a mãe da criança?

– Aqui. Eu sou a Hayley. A mãe da criança.

– Muito engraçado mas eu não tenho tempo para brincadeiras. Essa não é a mãe da criança que eu procuro. Ele tocou no braço de Hayley e apertou.

– Eu não tenho nenhuma ligação com essa criança.

– Então se estamos todos esclarecidos quanto a isso, você pode se retirar. Você não é bem-vindo nessa casa.Thanus olhou para Klaus, e tocou o braço dele também. A mão dele ardeu.

– O seu sangue. Argrhhhh

Thanus rosnou como um animal machucado. E se afastou de Klaus. Ele tocou na barriga de Hayley. E olhou nos olhos dela, fazendo ela sentir dor e cair. Klaus o arremessou longe. Mais uma vez fazendo com que o corpo de Thanus ardesse sob o seu toque.

Thanus adquiriu sua verdadeira forma. E Genevieve gritou. Ela o reconheceu. Eu sabia. Ela conhecia a verdadeira forma de Thanus. Algo estava errado desde do princípio. E ela sabia o que era.

– Eu fui em direcção a Hayley ajuda-la a levantar, e por trás de mim, Klaus expulsava Thanus da casa, e Genevieve pedia que ele parasse, que ele não sabia o que estava fazendo. Thanus gritava que viria atrás de nós. Que nós não podíamos engana-lo assim. Que nosso plano não funcionaria. Ele gritava que voltaria pela mãe da criança, e levaria todas nós com ele. Klaus lutou com ele. Eu não entendia como, mas Klaus tinha a capacidade de queima-lo sempre que o tocava, embora isso não parecesse machucar, de facto, Thanus. Antes pelo contrário, Thanus machucou Klaus. Rasgou várias partes do corpo dele, quase o fazendo se transfigurar num lobo. A sua outra forma.

Genevieve assistia, falando sozinha, gritando para o vento e tentando soar lógica, mas ninguém estava ouvindo. Ninguém estava prestando atenção. Ela sabia a quem Thanus se referia. Ela sabia o que ele procurava, e ela estava aterrorizada. Eu não conseguia entender. Klaus e Thanus estavam fazendo muito barulho.

Genevieve se juntou a Klaus, segurou a mão dele e iniciou um feitiço que eu nunca tinha ouvido. Que eu nunca tinha visto, que eu nunca tinha imaginado. Eu podia sentir que aquilo estava errado. Eu podia ver minhas veias ficarem de cor purpura, cada vez mais forte, e ficando expostas na superfície do meu corpo. Eu podia sentir que aquele poder não fluía da terra. Genevieve estava usando magia negra, e ela estava usando Klaus como combustível. Mas eu não conseguia dizer como. Tudo ficou muito confuso, e eu perdi a consciência quando Thanus assumindo sua ultima forma, me atravessou, absorvendo minha energia.

Quando eu acordei eu apenas sentia dor. Klaus estava dizendo a Genevieve que eu era a alma que Thanus estava usando para permanecer ligado na Terra. Que eu estava fazendo magia negra. Genevive dizia que não. E ela estava tentando dizer a ele que só foi capaz de fazer o feitiço porque usou o sangue dele. O sangue de Klaus afectava Thanus, não a magia em si.

– Se o meu sangue é tão especial assim, como ele conseguiu tocar em Hayley e ficar intacto? Ela carrega o meu sangue junto com ela!

– Porque não se trata apenas do seu sangue. Seu sangue é parte disso. Mas não sozinho. Você está ligado a algo maior. Algo mais além…

– O que você quer dizer?

– Eu não sei. Eu preciso….

Alguém entrou. Eu ouvi Elijah gritando o nome de Klaus, o que era pouco natural nele. Elijah não gritava. Eu corri atrás de Klaus que desceu ao ouvir o irmão. Klaus deu de caras com Stefan segurando Caroline no colo, Elijah criando espaço para que ele a deitasse no sofá e um Damon com cara de profundamente contrariado.

Caroline estava num estado deplorável. Ele tocou no rosto dela, ela abriu os olhos, e os fechou de novo, como se não o reconhecesse.

– O que vocês fizeram com ela?

Genevieve se aproximou dela, e Klaus a afastou antes que ela conseguisse toca la.

– Você fica longe dela. Ele disse para Genevieve.

– Não seja ridículo Klaus. Essa garota está sobre o efeito de magia negra. E até onde eu sei, eu sou a única que pode dizer algo sobre isso. Saia da minha frente.

Assim que Genevieve tocou Caroline eu fiquei nervosa. Ela estava acordada. Ela olhou pra mim,e a dor foi aumentando, até me fazer cair em prantos sobre mim mesma, a frente de todos. Eu apertava minha cabeça com força, e Genevieve veio na minha direcção. Todos me ouviram gritar:

– Ela não pode. Ela não pode.

– O que ela não pode Davina. O que você esta vendo?

– Ela não pode estar aqui. Ela está sem alma. Ela está sem alma. Ela não pode. Eu adquiri uma posição firme e hirta e uma luz incandescente tomou conta do cómodo quando eu perdi as forças mais uma vez. Dessa vez quem voltou a consciência foi Caroline, que caminhou na minha direcção, com os olhos esbugalhados.

– Davina. Ela me abraçou com força. Eu estou aqui. Você está bem. Está tudo bem.

– Como você conhece Davina, Caroline? Klaus a separou de mim antes que eu conseguisse abrir meus olhos de novo. Desmaiar estava virando uma rotina nos últimos dias.

– Ela é a garota dos meus sonhos. Ela me ajuda a voltar, sempre que eu me perco. Ela me ajuda. Ela me ajuda. Ela vem comigo. Sempre.

– A voltar da onde Caroline? Ele virou para Damon furioso: Onde Caroline estava antes de chegar aqui Damon?

– Ela nunca saiu de Mystic Falls Klaus.

– Nunca. Stefan repetiu atónito.

– Eu estava no vale da morte. Presa entre as criaturas sem alma. Eu não tinha consciência. Eu não sabia. Mas agora eu sei. Davina me fez lembrar. Cada vez que minha alma, fica presa, eu perco a memória e perco a consciência até que eu retorne.

Eu levantei e segurei Caroline. Eu também lembrava. Agora eu podia ver porque eu agonizava nos meus pesadelos com ela. Não eram pesadelos. Aquilo só não estava acontecendo na dimensão que eu estava acostumada.

– Sua alma está no lugar Caroline. Eu acho.

– Sim. Mas por quanto tempo?

Todos ficaram nos olhando, como se fossemos o centro de uma fogueira. Todos queriam uma explicação que nós não éramos capazes de dar. Nós apenas tínhamos aquelas memórias, nós não sabíamos o que estava de facto acontecendo. Nada fazia mais sentido.

– Talvez agora seja a hora de eu falar. Eu posso esclarecer toda essa confusão. Mas eu recomendo que vocês se sentem.

Elijah. Eu tinha esquecido onde ele tinha ido. Onde ele tinha estado. E eu esperava as respostas dele, tão ansiosa como todos os outros.


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Notas finais do capítulo

E é isso aí Galere!!
Mais um capitulo se foi, e tem mais dois vindo. Os dois últimos, aproveitem o final dessa viagem porque estamos quase chegando no destino!!
:DD