Do Outro Lado do Espelho escrita por yumesangai


Capítulo 13
Capítulo 13




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43945/chapter/13

“Nee Axel, você pode me ver?”

 

 

Capítulo XIII

 

 

Light.

 


“Xion, Xion”. Uma mão a sacode algumas vezes, ela abre os olhos devagar, até que a visão realmente se acostumasse.

 

Um par de olhos azuis a encaravam de forma preocupada, mas logo o garoto abriu um sorriso.

 

“Ei Axel, ela acordou”.

 

O ruivo desencostou da parede e veio se aproximando, ela só percebeu quando ele entrou em seu campo de visão. As marcas verdes embaixo dos olhos e o cabelo espetado.

 

“Até que enfim, por quanto tempo você estava planejando dormir?” Perguntou enquanto bagunçava os cabelos dela.

 

“E-eu voltei? Eu voltei para World That Never Was?” Ela perguntou piscando seguidamente e tratando de olhar tudo em volta.

 

“Do que você está falando Xion?” Roxas perguntou rindo.

 

“Será que a pancada foi mais forte do que pareceu?” Axel murmurou para Roxas que deu de ombros.

 

“O-onde nós estamos?” Ela perguntou olhando para os lados.

 

“No momento na enfermaria do colégio, Got it memorized?”

 

“Colégio?” Ela forçou a cabeça, mas diferente de todas as vezes que tentara as lembranças simplesmente apareceram. Ela abriu um sorriso tão largo e luminoso que Axel e Roxas trocaram um rápido olhar meio desconfiado.

 

“Qual o nome do nosso colégio?” Ela perguntou mantendo o sorriso.

 

“Kingdom Hearts”. Roxas respondeu desconfiado.

 

“Qual o nome do nosso diretor?”

 

“Xemnas”. Axel respondeu franzindo o cenho.

 

“O que nós tomamos quando saímos daqui?” Ela basicamente saltou da cama.

 

“Sea Salt Ice-Cream”. Roxas riu. “O que foi Xion? Teve um pesadelo onde aliens tomaram os nossos corpos e você está nos testando?” Ele se virou para Axel sem esperar por uma resposta. “Viu Axel, eu disse pra você não passar aqueles vídeos de abdução para ela”.

 

“Ela disse que não ia ficar com medo”. O ruivo se defendeu enquanto coçava a cabeça meio sem jeito.

 

Xion olhou para os dois de uniforme escolar. Na verdade, só havia reparado nisso agora. Roxas usava uma camisa branca, a camisa do uniforme de educação física e Axel usava o uniforme normal, com gravata e tudo mais. Axel era seu senpai.

 

E ela só pôde rir. Riu tanto que chegou a sentir as lágrimas caindo.

 

“Então eu já posso sair daqui?” Xion perguntou enquanto secava os olhos com as costas da mão.

 

“Não, não”. Axel rapidamente sentou ao lado dela. “Você está se sentindo mal, muito mal”. Ele repetiu como se estivesse tentando hipnotizá-la.

 

“Por quê?” Ela perguntou rindo.

 

“Porque ele quer uma desculpa pra matar aula”. Roxas respondeu girando os olhos. “Você sabe que ele não vai deixar você ficar aqui Ax. Você nem é do mesmo ano que a gente”. Agora o loiro tentava puxá-lo da cama, mas Axel estava decidido a permanecer ali e abraçou Xion, ameaçando levá-la junto se Roxas não o soltasse.

 

“Parece que o trio já se recuperou”. A voz de Vexen soou mais sarcástica do que o normal. “É incrível, não? Vocês compartilham dor por telepatia?”

 

“Isso é um estudo que você adoraria fazer”. Axel respondeu sem perder a pose.

 

“Fora. Os três. Dêem o fora da minha enfermaria”. Vexen grunhiu apontando na direção da porta que já se encontrava aberta.

 

E os três saíram de lá rapadinho.

 

“O sinal já bateu, como nós vamos matar aula?” Axel perguntou enquanto colocava os braços atrás da cabeça.

 

“Biblioteca?” Roxas disse mais para si mesmo do que para os amigos.

 

“Fomos expulsos de lá da última vez, não vai funcionar se formos nós três novamente”. Xion disse ao se lembrar da funcionária carrancuda gritando que a biblioteca não era lugar para se jogar cartas.

 

“Telhado”. O ruivo começou a arrastá-los pelas mãos.

 

Axel era bem mais alto e os passos mais largos, era engraçado como Roxas e Xion tentavam acompanhá-lo.

 

A cobertura estava vazia, os bancos de madeira e o céu azul à disposição deles. Axel ocupou um banco inteiro deitando nele. Roxas estava sentado bem no topo da grade e Xion deitava no chão.

 

“Por que o céu é azul?” Xion perguntou de repente.

 

“Deixe o Senhor-Eu-Sei-De-Tudo responder”. Roxas debochou dali de cima.

 

“Porque as ondas azuis que estão na atmosfera conseguem se espalhar dando essa tonalidade aí”. E apontou para cima.

 

E antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa, a porta da cobertura é aberta assustando os três.

 

“O professor está chamando”. Saïx disse num tom claro de aborrecimento.

 

“Essa é a minha deixa”. Axel saltou do banco e seguiu com o representante de classe do terceiro ano.

 

Roxas e Xion ficaram em silêncio. Ela olhando para o céu e ele olhando para o pátio. Quando ela piscou, o céu pareceu uma imagem borrada, ela piscou novamente e tudo estava de volta ao normal.

 

“Nee Roxas”. Ela o chamou bem baixo.

 

“Hmm?” Ele saltou da grade e ocupou um lugar ao lado dela.

 

“Você já se perguntou se o que está vivendo é a realidade?”

 

“Como assim?”

 

Ela encarou o céu. “Como se... Você vivesse em algum outro lugar, e o de agora fosse um sonho”. Ela fechou os olhos.

 

Roxas segurou a mão dela com força a fazendo abrir os olhos.

 

“É verdade que às vezes eu me sinto perdido, e tenho minhas dúvidas em relação a esse mundo e a existência de outros, mas eu não acho que esse aqui seja um sonho. E mesmo se fosse... Por que eu iria querer acordar quando tenho você e o Axel ao meu lado?”

 

Ela ficou sem palavras.

 

“Roxas...”

 

“Hm?” Ele sorriu.

 

Ele estava sempre sorrindo para ela. Nesse ou em outro mundo, ela tinha certeza que ele estava sempre sorrindo para ela.

 

“Você está com medo?”

 

“Não, por quê?”

 

“O seu coração está batendo incrivelmente rápido”. Disse olhando para a mão que estava repousada sobre o peito dele.

 

“Oh...” Ele segurou a mão dela. “Você falou como se pudesse desaparecer a qualquer instante, então eu fiquei... Sim, você tem razão, eu fiquei com medo. Sabe, Xion, na verdade eu --”

 

O sinal bateu.

 

“O que disse?” Ela perguntou franzindo o cenho.

 

“Não é nada. Vamos pra aula?”

 

No corredor o som dos passos ecoavam, Xion olhava constantemente para trás se sentindo num filme de terror, a sensação que tinha que era de que a cada passo que dava, o corredor atrás de si ia desaparecendo.

 

Ela não comentou nada com Roxas, pois provavelmente ele iria dizer algo sobre os vídeos que Axel passara, e que de fato eram horríveis, mas nada a ponto de fazê-la se tornar paranóica.

 

A turma nem os olhavam mais quando eles chegavam claramente depois de terem matado um ou dois tempos de aula. Xion queria fugir do colégio e passar o dia com os dois na praça onde desfrutariam um Sea Salt Ice-Cream.

 

O professor que entrou falou tanto que Xion já se viu cochilando. A única coisa que ela anotara no caderno fora a data. Dia sete¹.

 

Ao fechar os olhos, nenhuma imagem lhe viera à mente. Ela aos poucos ia caindo num sono sem sonhos. As vozes dos estudantes ao redor iam desaparecendo, os ombros relaxando.

 

“Xion?” Xion!” “Xion, por favor”. “Me desculpe”. “Agüente firme”.

 

Ela franziu o cenho. Eram vozes estranhas, eram vozes distantes em sua cabeça, ela sentia que poderia se aproximar para ouvi-las melhor, mas ela não queria seguir ao desconhecido.

 

Ela estava tão bem naquele lugar. Ela estava tão bem com Roxas e Axel.

 

“Xion? Xion?”

 

Com algumas sacudidas ela acabara despertando.

 

“Não me deixe preocupado desse jeito”. Roxas respirou fundo. “Vocês podem ir na frente, eu tenho que ir falar com o professor”. Disse com a mão no ombro de Axel e em seguida deixando a sala.

 

Ela notou que todos já haviam saído. O quadro negro estava limpo e também não havia movimento no corredor. O céu já estava tomando um aspecto vermelho.

 

“Quanto tempo eu dormi?” Perguntou coçando os olhos.

 

“O bastante”. Axel sorriu e pegou a pasta dela. “Vamos indo, você ouviu o garoto”.

 

“Certo...”.

 

“Teve um bom sonho?” Axel perguntou enquanto eles passavam pelo portão de ferro e iniciavam uma caminhada pela rua.

 

“Pra dizer a verdade eu não tive sonho nenhum”.

 

“Mas você dormiu bem”. Não era uma pergunta.

 

“Sim, mas eu não me lembro de estar dormindo mal”.

 

“Você pode não se lembrar, mas o seu corpo lembra”.

 

“O que quer dizer?” Xion perguntou fitando Axel que falava olhando para frente.

 

“Existem coisas que a gente esquece muito rápido, como um sonho estranho, ou até mesmo do que fizemos ou do que acabamos dizer, mas o nosso corpo se lembra, se for dado alguma situação em que ele tenha que reagir, provavelmente vai acontecer. E as pessoas tolamente chamarão de instinto”.

 

“E do que você chamaria?”

 

“Reflexo de uma memória que nós não conseguimos nos lembrar. Que provavelmente nós não devemos lembrar”.

 

Ela franziu o cenho e pendeu a cabeça para o lado, Axel sorriu como quem diz que era melhor não explicar mais nada e começou a caminhar.

 

Queria perguntar “o que você quis dizer?”, mas sentia que entendia. Que a mente compreendia aquilo, só não estava conseguindo processar a informação em algo inteligível.

 

“Xion”. Axel parou em frente a ela. A expressão era tão serena, os olhos brilhavam com significado. Ela chegou a prender a respiração.

 

“O-o que?” E só percebeu o vacilo na voz quando falou.

Mas não se importou e tão pouco isso a deixara desconfortável. Axel não era esse tipo de pessoa. Ela poderia cometer os maiores deslizes na frente dele e tudo estaria bem. Ele não a censuraria ou a provocaria.

 

O Axel... Aquele Axel com um coração era uma imagem tão bela que ela queria chorar.

 

“Você percebeu não é?” Sua pergunta era um sussurro que parecia ter sido soprado pelo vento.

 

Ela fechou os olhos marejados.

 

Sim, ela tinha entendido. Aquele mundo refletido num pedaço pequeno.

 

Uma corrente fria passou fazendo com que todos os pêlos do corpo se arrepiassem e os ombros se encolhessem.

 

“Isso é um sonho”. Foi a última coisa que ela ouviu daquela voz que emanava calor, daquela voz quente de Axel.

 

Se alguém tivesse tido que ao abrir os olhos, aquele mundo perfeito iria desaparecer, então ela teria usado uma venda.

 

 

 

Era tudo branco, o chão, o céu, e o horizonte. Parecia ser um mundo sem mundo. Desprovido de qualquer coisa. Ela respirou fundo e olhou para os lados, não havia nada a ser visto.

 

“Onde eu estou?” Ela se perguntou.

 

“Você está em Lugar Algum”. Uma voz conhecida disse.

 

“Roxas?” Ela basicamente deu um salto.

 

O garoto de cabelos loiros se aproximou, a primeira coisa que ela notou foram as vestes da Organização.

 

“Se você está se perguntando se eu sou ‘eu’ então a resposta é sim”.

 

“O que você está fazendo aqui?” De todas as perguntas que queria ter feito, essa fora a mais errada. Havia muito mais que ela queria saber, perguntas muito mais importantes.

 

Mas naquele instante, essa estranha pergunta fora a única que saíra e ela esperara pacientemente pela resposta.

 

Ele sorriu. “Acho que a pergunta é o que você está fazendo aqui?” Perguntou apontando a Oblivion na direção do coração dela.

 

Um flash-back rápido ocorrera. Ele já havia feito aquilo antes...

 

“Eu... Eu estava sonhando”. Ela respondeu enquanto elevava as mãos à cabeça numa forma pensativa. “Esse tempo todo?”

 

Roxas maneou a cabeça positivamente.

 

“Eu estive num mundo onde você não existia”. Ela lamentou soltando os braços.

 

“Sei disso”. Ele sorriu condolentemente.

 

“Eu tive um coração”. Ela arfou.

 

“Hun”. Ele concordou novamente.

 

“Eram tantos...” Ela comprimiu os olhos não se permitindo começar a chorar. “Tantos sentimentos, eu nem soube nomear a todos”.

 

Ele abriu um sorriso mais divertido, como uma criança ouvindo as aventuras de outra.

 

“O seu Somebody”. Ela elevou as mãos à boca. “Eu conheci ele, o Sora”.

 

Roxas fechou os olhos, sua expressão se tornara amena.

 

“Eu sei”.

 

“Roxas, me desculpe...” Ela pediu de cabeça baixa.

 

“Por quê?” Ele perguntou abrindo os olhos e a fitando.

 

“Os seus sentimentos, eu--”

 

“Não diga isso”. Ele a cortou de forma suave. “Eu queria sim conseguir amar daquele jeito, como um Nobody, como alguém vazio e sem um coração, mas o fato de não ter nada batendo aqui”. Ele toca o peito. “Me incomodava, por isso, eu queria completar o Kingdom Hearts se aquilo nos fosse fazer completos, então eu iria até o fim”.

 

“Mas nós completamos o Kingdom Hearts...”.

 

“E você ganhou um coração, você está vivendo num mundo onde as pessoas podem amar.”

 

“Eu estou sozinha”. Ela disse se sentindo fraca.

 

“Eu te disse uma vez, que te daria um coração ou te daria o meu próprio. Você não está sozinha. Eu estou com você”.

 

E ele deu aquele sorriso. Aquele sorriso de alguém extremamente feliz.

 

“Roxas...” Sua voz soara mais surpresa do que ela pretendia, era a primeira vez que ela conseguia ver uma expressão tão... tão amável no rosto dele...

 

“Obrigado Xion, por me dar a chance de estar num lugar mais quente”.

 

...com tantos sentimentos.

 

“Roxas!” Xion apenas o viu desaparecer com um sorriso no rosto.

 

Ela caiu de joelhos. Naquele imenso branco. E abraçou o próprio corpo.

 

“Não me deixe sozinha!” Ela gritou em desespero.

 

Ouvindo os próprios soluços, ela não percebeu a aproximação da segunda pessoa.

 

“Acho que nunca o vi tão feliz”.

 

Ela não se virou. Ela reconheceria aquela voz em qualquer lugar, em qualquer mundo.

 

“Axel”. E ela não saberia dizer se o aperto no peito era de felicidade ou apreensão.

 

“E tenho certeza que em World That Never Was nós nunca conseguiríamos o fazer feliz daquele jeito, você faz muito bem a ele Xion”.

 

Ela balançou com força a cabeça de forma negativa.

 

“Eu o fiz desaparecer. De novo”. Ela murmurou com raiva. “E você também, novamente...”

 

“Mas eu ainda estou aqui”. Disse com divertimento.

 

“Eu o vi num sonho”. Contou enquanto sentava no chão, mas ainda se mantinha virada de costas. “Você, Eu e o Roxas num outro mundo. Nós estávamos felizes e tomávamos Sea Salt Ice-Cream”. Ela não pôde deixar de sorrir.

 

“Parece um bom lugar para viver”.

 

“Você disse que se tivesse um coração gostaria de viver uma vida diferente. Acho que esse seu desejo foi realizado de alguma forma”.

 

“De alguma forma”. Ele repetiu com incerteza. “Mas sabe Xion, aquele não era o meu verdadeiro desejo”.

 

“Não?” Ela ameaçou se virar, mas logo voltou a olhar para o nada. “Qual era então?”

 

“Você”.

 

“Q-que?” Ela sentiu o coração bater mais rápido.

 

“E o Roxas, o Saïx também”.

Ela sorriu levemente. “Sabe, no mundo em que eu estive tinha uma coisa chamada Paopu Fruit”. Ela se virou finalmente. “Gostaria de tê-la dividido com você”.

 

“O que ela faz?” Perguntou enquanto ocupava um lugar diante dela. “Realiza um desejo?”

 

“E se realizasse? Qual você pediria?”

 

“Acho que eu gostaria de ter mãos quentes”. Ele colocou as mãos sobre as bochechas dela.

 

Ela relaxou o rosto sobre a mão dele e envolveu a outra com a própria.

 

“Elas estão mornas”.

 

“Xion...”

 

“Hm?”

 

“Já está na hora de você voltar”. Ele beijou a testa dela.

 

“Eu não quero voltar sozinha”. Ela o abraçou. “Quero ficar com você”.

 

“...” Ele a abraçou apertado e depois a afastou gentilmente para que pudesse olhá-la nos olhos. “E quem disse que você está sozinha?” Ele sorriu de lado.

 

Ela piscou seguidamente. “Ax-”

 

“Você nos deu um coração, Xi. Você nos tornou humanos novamente”. Ela abriu a boca para contestar, e ele colocou o dedo sobre os lábios dela. “Não diga que nós não existimos”. Pediu com os olhos comprimidos. “Nós estamos com você, você está e esteve nos levando com você esse tempo todo. Por isso...” Ele a abraçou novamente. “Não diga que está sozinha. Não me faça sentir solitário enquanto eu te tenho aqui tão perto”.

 

“Axel...” Ela podia sentir as lágrimas dele caindo.

 

“Vá”. Disse a afastando como se isso o causasse dor. Com a cabeça baixa na altura da dela, e com um braço de distância sobre os ombros dela. “Vá”.

 

Ela recuou um passo querendo avançar três.

 

Os braços de Axel penderam ao lado do corpo. Ele permaneceu de cabeça baixa.

 

“Diga Axel, eu vou vê-lo novamente?” Ela perguntou com as mãos sobre o peito.

 

“Provavelmente não, mas isso não vai te fazer solitária. Got it memorized Xion?” Ele ergueu o rosto com um sorriso.

 

“Got it memorized”. Ela repetiu retribuindo o sorriso.

 

E todo o branco desapareceu.

 

 

 

Primeiro, ela sentiu a própria respiração. Segundo, ela ouviu os barulhos dos batimentos cardíacos na máquina. Terceiro, ela ouviu passos. E em quarto, ela comprimiu os olhos mesmo fechados, pois havia claridade demais no quarto.

 

“Xion?” Uma voz familiar.

 

“Ela acordou”. Uma outra voz conhecida e um aperto suave em sua mão que estavam sendo gentilmente segurada.

 

Ela abriu os olhos.

 

“Sora”. Ela sorriu para o garoto que a abraçou sem esperar resposta. Ela riu levemente. “Lea”. E ao outro que se aproximou um pouco mais e acariciou o rosto dela.

 

“É bom tê-la de volta”. O ruivo disse apesar da expressão cansada.

 

Sora pareceu concordar ainda a abraçando.

 

“É bom estar de volta”. Ela respondeu em completa sinceridade.

 

Ela fechou os olhos e retribuiu o abraço como podia, e com uma mão livre segurou a de Lea.

 

 

“Eu não estou sozinha. Não estou perdida e não estou mais chorando.”

 

 

FIM.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Notas Finais:



¹número 7 é o número da mentira.



Muito obrigada a todos que acompanharam Do outro lado do espelho até aqui. Sinto que finalmente a Xion parou de ver o próprio reflexo numa parede espelhada. A partir de agora ela está ‘dentro do espelho’.



Lembro de dizer ao Siegh que a fic terminaria no momento em que a Xion parasse de ver o Roxas e o Axel refletidos no Sora e no Lea. Demorou 13 capítulos, mas ela conseguiu.



Escolhi o número 13 por causa da Organização, ainda que a Xion represente número 14. Isso me fez pensar em escrever uma Oneshot ou um Prólogo de ‘dentro do espelho’, afinal eu fiz a Xion sofrer até o último momento. E não realizei o desejo da Tay-san de ver o Lea ficar com a Xion.



Novamente, muito obrigada a todos que comentaram, apoiaram e me perturbaram. Foram dos comentários mais filosóficos à simples delírios de fãs que me fizeram continuar e finalizar este projeto.



Vocês que apoiaram a Xion e esta autora até o final. Esta fic é única e especialmente para cada um de vocês.



Espero que possamos nos reunir em breve.



Yumesangai.



Quarta-feira, 19 de maio de 2010 | 02h19.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do Outro Lado do Espelho" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.