As Batidas do Meu Coração escrita por Dulya


Capítulo 1
Capítulo 1




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To the beat of my
To the beat of my
To the beat of my heart

A batida do meu
A batida do meu
À batida do meu coração



Não tenho consiguido controlá-las ultimamente. E hoje elas estão indo à loucura. É o sentimento mais estranho que já tive. E sabe do que mais? Eu me sinto uma criancinha ansiosa.

Sempre tivemos uma boa relação. A mais prazerosa delas. Como adolescentes tivemos nossos bons momentos. Nossas briguinhas, nossos desencontros, nossos beijinhos e namoricos meu que escondidos, nossos sonhos...

I'm thinking about,
Letting it out,
I wanna give in,
I wanna go out,
But looking around

Eu estive pensando
[Em] deixá-lo ir embora
Eu estou dentro de mim
Eu quero estar fora
Por que olhei bem em volta



Apesar disso ter sido à tanto tempo (mais precisamente, quase dez anos) é como se tivesse sido ontem. Como se tivesse sido ontem à última vez que o vi. Mas não foi. Foram à 6 anos atrás. Um longo, longo tempo para duas pessoas que se amavam tanto.

Amavam? Não quis dizer isso! Quis dizer 'amam', porque, pela minha parte, ainda amo muito ele. Parando agora para pensar, acho que este sentimento é muito estranho. Talvez seja um misto de saudades, insegurança, ansiedade, amor. Não dá para descrever exatamente o que é ficar tanto tempo longe. Tantos anos longe.

I finally found,
The rhythm of love,
The feeling of sound,
It's making a change,
The feeling is strange,
Its coming right back,
right back in my range,
Not worried about,
anything else,
I'm waking up...

E finalmente achei
O ritmo do amor,
A batida do som
Está fazendo uma revolta,
O sentimento é estranho,
Ele esta vindo agora
Agora em meu alcance
Não se preocupando com,
Qualquer coisa
Esta me fazendo acordar...



O tempo passa rápido... Parece que voi ontem que os meus pais me colocaram para estudar Direito lá, na França. Nem sei se devo dizer lá ou cá, porque à essa altura já estamos no meio do Atlântico.

Isso não pode ser real... Acabo de ouvir o piloto do avião nos contando que estamos aterrizando. Isso é tão bom... As batidas do meu coração... estão desenfreadas. Sinto que vou explodir. E mais uma vez me sinto como uma criança.

Acabei de pensar aquele tipo de bobagem jovenil: "Será que ele está sentindo a mesma coisa que eu?"

Lógico que não... O Danny que eu conheço não estaria tão ansioso quanto eu. Mas... Será que nesses anos todos ele não mudou? Ou ele só se fingia de decidido, mas também estava sempre com o coração na boca?

To the beat of my, (x2)
To the beat of my heart, (x3)
It tears us apart.
The beat of my heart, (x3)
Now I'm back to the start.
To the beat of my (x2)
To the beat of my heart

A batida do meu, (x2)
À batida do meu coração (x3)
Está me cortando em pedaços
A batida do meu coração (x3)
Agora eu volto ao inicio
A batida do meu, (x2)
À batida do meu coração



A turbulência chacoalhando o avião e eu aqui... Imaginando um milhão de perguntas, possibilidades, etc, etc... O que será que eu vou falar quando puder finalmente sair daqui? Eu devo me deixar levar pela emoção?

Se a resposta fosse sim, eu largaria as bagagens para trás só em avistá-lo. Não me seguraria a ponto de andar com calma pelo saguão; iria aos tropeços o mais depressa possível ao seu encontro.

Mas essa não minha realidade, minha personalidade. Decidi segurar tudo dentro do meu peito, tentar não me precipitar.

Afinal, não ia ser só ele naquele saguão. Eu também amo muito meus pais. Seria horrível se eu desse tamanha preferência à ele.

Todos aqueles pensamentos que me acompanharam pelo caminho até o saguão evaporaram quando meus olhos encontraram os dele. Eu hesitei um momento, mas depois de sentir aquele olhar tão ansioso quanto o meu, tive que ser realmente forte para não esquecer minhas malas pelo chão e sair pelo desembarque correndo.

I'm up from my drown,
I turn it around,
But making it back,
I'm not gonna drown,
I'm taking a stance,
I won't miss a chance,
I want you to see

Eu na forma acima do abaixo
Girando ao redor
Mas fazendo o que fazia,
Eu não vou me afogar
Eu estou reerguendo minha postura
Eu não tive minha chance
Eu quero ver você ver



Agora, olhando bem, eu percebi que tinha me enganado. Não via meu pai, não via minha mãe, não via o Tucker, nem a Jazz, nem os pais dele... O pequeno grupinho que eu esperava ver não estava lá. Só estava o Danny, e isso fez com que eu me desesperasse mais uma vez. Agora eu tinha certeza de que meu coração ia explodir.

Respirei fundo e comecei minha longa tragetória até meu amado. Se isso tiver demorado uns trinta segundos, para mim foram horas incontáveis. E nem eu sabia o porque de querer chegar tão rápido; eu não tinha idéia do que faria a seguir.

Quando a distância entre nós era de apenas um metro, senti minha voz fugir de mim. Como se eu tivesse emudecido derrepente. Risquei meus olhos por ele em um momento. Tinha crescido tanto desde os dezoito anos... Agora sim, parecia um homem. Um homem que, graças à Deus, não ficou gordo como o pai.

Senti o mesmo tipo de olhar analizador dele sobre mim. Tentei me lembrar de minha forma com dezoito anos. Eu havia crescido, provavelmente meu corpo também mudara. Havia uma coisa à mais que Paris tinha me feito: estava usando um vestido azul claro, mesmo assim me sentia bem. Duvido que consiga me imaginar usando azul claro nos meus quatorze anos.

I'm not scared to dance,
The way that you feel,
Could never be real,
I want you know I finished the dance,
So I'm saying to you,
I'll always be true,
To the rhythm inside

Pois não tenho medo de dançar
Do jeito que você tem,
Pode nunca ser real,
Eu quero que você saiba que eu terminei o acordo
Assim eu estou mostrando de você
Que eu sempre fui verdadeira
Que estou sendo eu mesma



O olhar dele parou alguns instantes sobre o meu. Eu tinha certeza que já estava lacrimejando e, se não me ingano, ele reparou nisso. Eu não queria chorar. Não seria bom. Mas afastei meu carrinho para um canto qualquer, só para tirar o danado da minha frente e me aproximar dele. Tentei sorrir. Tudo que consigui foi enlouquecer.

Nem eu sei ao certo o que deu em mim. Agarrei-o de supetão, e acho que já estava chorando nesse momento, à julgar pela marca que deixei sobre a sua camiseta. Eu não sabia mais falar, não tinha voz. Acho que ele também não tinha, porque a única coisa que fez foi apertar meu corpo contra o dele.

Passamos algum tempo assim. Eu sei que não foi mais de uns minutos. Mas também sei que não foram poucos segundos. Em seguida, ouvi sua voz me trazendo de volta à realidade, e trazendo de volta também a minha voz.

-Ensaiei um monte de frases e nenhuma saí da minha boca. Me sinto um completo idiota.

-Estou igualmente muda. -disse com o rosto ainda no peito dele- Acho que estou enlouquecendo.

-Somos dois loucos então. Estava louco de saudades.

-Eu também! -afastei meu rosto dele para poder observá-lo- Sinto como se tivesse vivido minha vida toda nesses cinco minutinhos.

Ele sorriu, eu tremi. Tremi, porque estávamos ainda abraçados e pelo movimento que ele fez eu sabia que ele ia me beijar.

Para mim, era uma péssima idéia. Fazia seis anos que não o via. Era exatamente o tempo que não tinha aquele tipo de contato, afinal eu não iria traí-lo com algum francêsinho qualquer.

Era como se fosse o meu primeiro beijo. E o pior é que eu ainda estava chorando, o que me causava mais arrepios. Eu pensei rapidamente nos outros. Agradeci mentalmente à cada um deles por não estarem ali.

To the beat of my, (x2)
To the beat of my heart, (x3)
It tears us apart.
The beat of my heart, (x3)
Now I'm back to the start.
To the beat of my (x2)
To the beat of my heart

A batida do meu, (x2)
À batida do meu coração (x3)
Está me cortando em pedaços
A batida do meu coração (x3)
Agora eu volto ao inicio
A batida do meu, (x2)
À batida do meu coração



Separamo-nos com certo receio de nos encarar. Danny puxou algo do bolso. Um lenço. Me entregou com um sorriso.

-Eu te amo. -foi a minha resposta. Eu não queria dizer isso, mas já que já disse...

-Eu também. -ele continuava sorrindo, mas depois girou os olhos- Os outros.

-Ah, claro. Onde estão?

-Nos esperam lá fora. -ele disse em um tom bem divertido- Insistiram para que eu viesse sozinho.

-Confesso que não me sentiria bem na frente deles. -comentei, demostrando toda a minha ansiedade.

-Não? -ele foi para trás do carrinho de malas, risonho.

-Você está rindo mais que o normal.

-É? -ele fingiu não saber- Acho que é porque estou feliz.

Eu não disse mais nada. Não pude. Avistei meus pais ao longe, e dessa vez nem tentei me segurar. Corri até eles e abracei-os, depois abracei o Tucker, a Jazz... Parecia que todos eram íntimos meus, de tantos abraços que distribuí. Eu começaria uma nova vida em Amity Park. E eu só tinha uma certeza: iria ser muito feliz.


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