Após o ataque a gangue reagrupamos na ala médica do QG, para tratarmos as minhas feridas. Niko pretendia cuidar disso mas com o Ricardo vivo ele precisava recompensá-lo e tirá-lo do país. Então quem cuidou de meus ferimentos foi a Sarah. Me surpreendi por ela ter experiência com essa parte. Após 10 minutos de silêncio, ela estava checando para ver ser as balas não atingiram alguma área crucial e eu decidi quebrar o silêncio com uma piada básica:

– Você tem mãos leves para alguém que quase não sai do QG.

Ela respondeu:

– Quem disse que eu só fico no QG?

Com isso ela deu um sorriso malicioso e começou a costurar o buraco da bala no meu braço. Ela fez de um modo que não me avisou que ia começar, o que fez com que eu contestasse a dor e ela desse risadas do caso, seguido das seguintes palavras:

– O que foi rapaz? Não está acostumado com esse tipo de dor? Deveria se acostumar.

Eu retruquei:

– Bem... Contando que eu nunca levei um tiro e nunca passei por essa situação, eu acho que estou me saindo bem. Afinal estou vivo.

Ela concordou e continuou a costurar.

Após ela acabar de costurar ambas as feridas, ela fez uma massagem no meu braço, dizendo que aquilo ajudaria a aliviar a dor. As mãos dela eram macias, e não aguentei e disse:

– Olha, não sinto mãos macias assim a um bom tempo.

Ela um pouco constrangida agradeceu e disse:

– Nem sempre você terá essa facilidade de cuidar dos ferimentos aqui, as vezes você terá que se virar. Se quiser Niko não vai se importar em te ensinar os conceitos básicos para estes casos.

Eu disse com um tom diferente, um tom que não uso a muito tempo, falando lentamente enquanto ela chegava mais perto:

– Quem sabe um dia... Você possa me ensinar... Afinal, você parece saber várias coisas...

Então ela bem próxima disse:

– Quem sabe? Talvez sim... Talvez não...

Percebi um clima diferente no ar, e percebi o que era, eu estava paquerando ela. E por incrível que pareça estava dando certo. Mas em questão de segundos Jim entrou na sala repentinamente, surpreendendo nós dois. Ela disfarçou que estava mexendo numa caixa ao meu lado. E eu continuei olhando pra frente, meio frustrado por Jim ter aparecido. Não percebi se ele entendeu o que estava acontecendo ali, mas se ele entendeu ele fingiu que não. Então ele disse:

– Niko está pedindo para todos irem para a sala principal

Sem muita escolha me levantei, cambaleando graças ao tiro na perna, enquanto ele me oferecia ajuda, mas recusei. Eu queria parecer Badass. Enquanto ele me acompanhava para ter certeza de que eu estava bem, Sarah foi na frente, apenas dizendo:

– Fiquem pra trás seus lerdos

Após andar um pouco Jim enfim perguntou:

– Cara, o que aconteceu entre você e ela na hora que eu cheguei?

Eu procurei a resposta quer eu achei mais cabível ao caso:

– Estávamos conversando. Ela estava me dizendo pra eu tomar mais cuidado da próxima vez.

Ele pareceu um pouco indeciso se acreditava ou não na minha resposta mas acho que ele aceitou ela.

Quando chegamos na sala principal, Niko estava sentando, com o resto da equipe em pé e estavam olhando diretamente a mim, com olhares curiosos. Após um tempo de silêncio Niko enfim falou:

– Jovem, onde você aprendeu a lutar?

– Eu fiz umas aulas de artes marciais quando eu tinha 15/16 anos.

Ele com um olhar furioso e falando em um tom mais alto disse:

– Rapaz, não me faça de bobo, onde você aprendeu a lutar desse jeito? Você simpleente acabou com um dos maiores pontos de gangues da cidade e quer me dizer que você apenas fez "umas aulas" na sua adolescência?

– Senhor, com todo respeito mas é uma longa história e eu não sei explicar corretamente.

Então ele me disse com um tom ameaçador:

– Oliver, eu tenho todos os motivos do mundo para acreditar que você é um templário infiltrado. Se você não me der um bom motivo, você sai daqui morto.

Como não tinha muita escolha, comecei a dizer:

– OK então. Vamos desde o começo:

Antes de ir parar na Abstergo eu havia sido sequestrado na Times Square, na madrugada. Com isso eles me levaram até a atual Abstergo que fugimos. Lá dentro eu consegui fugir e com um osso que eu estava usando como faca, matei pela primeira vez. Me senti culpado, mas de certo modo me senti bem ao mesmo tempo. Continuei meu caminho até que eu encontrei uma porta, só que foi uma porta errada. Eu sai na Recepção do prédio. Eu estava com minhas roupas sujas de sangue, e estava com uma pistola na mão. O suficiente para os guardas me apagarem. Quando acordei eu havia acabado de sair de uma máquina na qual eu vivi um sonho onde eu era um Assassino chamado Simon e fui designado para Matar Napoleão Bonaparte. Foi lá onde eu vi pela primeira vez os assassinos e os templários. Após eu me levantar dessa máquina uma funcionária chamada Melanie Lemay me disse que ou eu aceitava ficar lá como um "cobaia" ou eles me matavam. Minha escolha foi óbvia. Após isso conheci Jim. E no dia da Fuga percebi que a Melanie agia estranha. Ela me chamou para testar novamente essa máquina. Mas dessa vez eu iria vivenciar a Vida de Edward Kenway, e seria o primeiro a testar o Bleeding Effect Upgraded. Após essa sessão, senti fortes dores conforme o Edward se feria na batalha, e ao mesmo tempo escutei Melanie ligando para alguém, mandando alguém ir para a sala onde eu estava. Com meus gritos de dores eu assustei ela e foi o suficiente para ela sair. Com isso terminei a sessão a tempo de me levantar e ver outro detento que haviam mandado para me assassinar. Misteriosamente ao sair da sessão eu sai com essas habilidades de luta. E também com uma melhoria na visão, onde posso enxergar inimigos e aliados no escuro ou com mais facilidade. O ruim é que ela dói. Após eu matar esse detento eu corri até Jim, e o resto vocês já sabem.

Não só Niko como toda a equipe tiveram que parar para analisar o que eu disse. E ao chegarem as conclusões eles disseram que a máquina que eu havia utilizado se chamava Animus, que minhas habilidades vieram graças as falhas do Bleeding effect. E que o Sonho do assassino não foi um sonho, e sim uma memória herdada geneticamente. Agora era minha vez de parar para analisar as informações. Após o silêncio Niko disse:

– Só há uma coisa que me deixa confuso. O que a Abstergo quer com o seu descendente.

Jim disse:

– Só há um jeito de descobrir.

Então Niko disse:

Sarah, Sam, John arrumem as coisas. Jim, arrume um Animus. Oliver, Descanse. Em breve você irá reviver as memórias do Simon.