Pov Soluço

Entramos em um salão gigante cheio de mesas e nos sentamos na mesa do meio, da primeira fileira. Pouco depois uma garota morena e outro garoto também moreno pediram para sentar com a gente. Aceitamos e começamos a conversar. A menina se chamava Violetta e o menino Wilbur. Eles eram bem legais e estudavam na nossa escola e na mesma série que a gente, só mudava a turma.

No meio da conversa um barulho de colher batendo em uma taça chamou a nossa atenção. Fiquei imaginando como a Merida estava reagindo aquela situação. Ela é uma garota que não se sente a vontade em um lugar cheio de mimimi...

Uma mulher jovem de olhos grafite, cabelos curtos pretos com mechas azuis e rosas e uma franja curta, com roupa do acampamento e um colete azul escuro começou a falar. Acabei deduzindo que ela era a diretora do acampamento.

– Sejam todos bem vindos ao acampamento Steps of Tomorrow! – ela bradou em alto e bom som. E dá-lhe gritaria, assobios e palmas, formando uma algazarra geral. – Ei! Galera! – ela gritou e todo mundo começou a ficar quieto, quando todos estavam em silêncio, ela continuou. – Esse acampamento tem como objetivo selecionar 12 jovens para tentar um futuro melhor e uma universidade dos Estados Unidos. Antes que perguntem, não, eu não posso falar que universidade é essa...

– Haaaaaaa! – ela foi interrompida por gritos de desânimo seguidos por vaias de todos.

– Calma aí! – ela chamou e todos se calaram novamente. – Vocês não precisam saber que universidade é essa para poder se divertir! Basta aproveitarem o acampamento assim mesmo... Mas enfim! Antes de vocês irem dormir eu tenho que explicar como vai ser esse acampamento! – ela fez uma pausa e continuou. – Nesse primeiro momento vocês serão divididos em grupos de 12 por meio de um sorteio. Então, de acordo com os grupos tirados, vocês irão ao longo desses 2 meses participar de provas eliminatórias. As provas envolveram diferentes aspectos com respeito às habilidades gerais. Se 6 pessoas do grupo forem eliminadas o grupo vai para a última posição e perde grandes chances de chegar até a final. Se um grupo inteiro for eliminado, seus integrantes irão continuar no acampamento, mas sem participar das provas. – ela fez outra pausa. – Dúvidas?

– Sim! – respondeu uma menina na mesa atrás da nossa.

– Sobre o que? – ela perguntou.

– Sobre a parte das provas!

– Hummm... – ela parou para pensar. – Acho que isso você vai aprender na prática! – ela respondeu deixando um mistério no ar. – Há sim, meu nome é Vanessa! Agora vamos ao sorteio! – ela pegou dois potes de argila e colocou em cima da mesa. Os instrutores do acampamento formaram uma fila e um a um foram tirando 12 nomes.

– Grupo 1 – Elsa, Anna, Andy, Flynn, Periwincle, Tinker... – uma a uma as pessoas se levantavam quando ouviam seus nomes e eu parei de ouvir. Não sei por quê! Eu simplesmente desliguei.

Quando me dei conta já estavam chamando as pessoas do grupo 2.

– Grupo 2 – Breu, Mord’u, Rubra, Gothel, C. Coco, Síndrome, Penha...

– Quem?! – gritou o povo da mesa ao lado.

– Quietos! – gritou a diretora.

– ... Yuka, Bianca, Poeira Negra...

Há cada nome falado alguém tinha uma reação diferente. No primeiro, Jack engasgou com a própria saliva e começou a tossir descontroladamente. No segundo, Merida quebrou o lápis que estava em cima da mesa, mas que ela tinha pegado para analisar. No terceiro eu senti meu coração parar por um momento. No quarto, Rapunzel deu um grito mudo (e garanto, isso é muito estranho). No quinto, Wilbur quase desmaiou lá mesmo. No sexto, Violetta quase caiu da cadeira, mas Wilbur a segurou (eles formam um casal bem simpático...). No sétimo o povo da mesa ao lado gritou: “Quem?!” e quando se sentaram seus olhares seguiam na direção de uma garota que tinha acabado de se levantar e estava mandando um beijo para um garoto de cabelo espetado, enquanto uma garota... Dentucinha o fuzilava com o olhar (que nem a Merida...). No oitavo, o povo da mesa ao lado (menos uma garota de cabelo roxo e um garoto loiro) ficaram pálidos, menos que o Jack, mas pálidos do mesmo jeito. No nono, eles ficaram mais brancos ainda, pior que o Jack (se é que isso é possível...). No décimo...

– Há, o Capitão feio! – exclamaram em uníssono (menos o garoto loiro e a garota de cabelo roxo).

– Poeira Negra! – gritou o cara.

– Que louco! – exclamou Merida (talvez um pouco alto demais...).

– Eu não sou loucooooooo! – gritou um dos instrutores da fila.

– Você veio?! – perguntaram todos da mesa ao lado se levantando.

– DÁ PRA VOCÊS PARAREM? – gritou o instrutor que há poucos minutos estava sorteando os nomes, e todo mundo ficou quieto instantaneamente. – Lizandra e Pollo.

Nesses nomes uma garota de cabelo roxo e um garoto loiro travaram, parecia que tinham acabado de ter um infarto.

O pessoal do grupo 2 saiu do salão e a diretora tomou a posição para tirar os nomes.

– Grupo 3: Merida, Magali, Jack Frost, Violetta, Rapunzel, Mônica, Cascão, Karine, Bryan, Wilbur, Soluço e Cebola.

Um a um íamos nos levantando quando chamavam os nossos nomes e por mais incrível que pareça, ninguém riu nos últimos dois nomes!

Acho que todo mundo estava no mundo da lua e só acordava quando ouvia o seu nome.

Seguimos até o lugar onde deixamos nossas malas e cada um pegou a sua. No caminho para o chalé tinha uma floresta gigante de árvores de copas altas que tinham as silhuetas iluminadas pela lua cheia que reinava pelo céu junto com as estrelas, mas não dava para saber como eram as árvores da floresta.

Chegamos à porta do chalé número 3 e só acordei quando ouvi a voz da diretora.

– Eu vou ser a instrutora de vocês, então estejam aqui amanhã às 7 da manhã! Nem um minuto a mais! – ela gritou nessa última parte e logo depois sua feição voltou ao normal.

– Sete?! – gritamos todos surpresos.

– Sim, sete! – ela respondeu calma. – Agora vão dormir, porque o dia amanhã ai ser puxado. Detalhe: Roupa de campo! – ela começou a andar, mas parou e deu meia volta. – Esqueci as chaves! Vocês tem que ter 2. Quem vai ficar com elas?

– Eu! – falaram Merida e a menina dentuça ao mesmo tempo dando um passo a frente.

Pela feição da Merida tenho certeza que ela só se tocou que esse povo também tava aqui agora!

A diretora entregou as chaves, desejou boa-noite, se virou e finalmente foi embora.

– Então... – falou Merida chamando a atenção para si. – Vamos entrar? – ela perguntou girando a chave no dedo.

– Vamos! – respondemos.

Ela abriu a porta e todos foram entrando. Eu fiquei por último e Merida na porta. Quando atravessei o portal peguei a chave que estava girando no dedo da Merida e sussurrei:

– Cuidado para não perder isso!

– Pode deixar! – ela pegou a chave da minha mão, enfiou a mão no bolso e tirou uma correntinha de lá. Em seguida colocou a chave na corrente e prendeu no pescoço terminando a frase em seguida. – Está bem guardada.

Mônica trancou a porta e todos entraram.

P.s: Huhu!!!! Lembrei o nome da dentuça!!!!