Procurada escrita por Hikary


Capítulo 2
Aceite o que o mundo lhe dá ou pereça


Notas iniciais do capítulo

Fala galero. É, eu sei que deveria ter postado até ontem, mas eu fiquei o dia inteiro sem internet então... Sorry. Mas aqui ta mais um cap. novinho. Espero que gostem.
Gostaria de aproveitar para agradecer aqueles que favoritaram e comentaram o cap. anterior. Fiquei super feliz e animada.
Sem enrolação demais... Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/439066/chapter/2

Faziam exatamente duas horas desde que o avião aterrizara no aeroporto de NY. Exatamente uma hora e meia desde que conseguira deixar o local. Exatamente dez minutos desde que chegaram ao apartamento onde ficariam por tempo indeterminado. E nem vinte segundos desde que a porta batera atrás de si.

Se encontrava sozinha dentro do quarto que passaria a usar a partir daquele momento. Parada de costas para a porta, Hinata olhava pra todo o cômodo sem prestar atenção em nada exatamente. Seus olhos opacos demais para focar em qualquer coisa. Sua mente nebulosa demais para trabalhar em qualquer pensamento. Simplesmente ficou ali, de pé e parada. E, ao encontrar seu próprio reflexo por meio da janela a sua frente, conseguiu distinguir seu rosto. Foi então que se permitiu cair de joelhos no chão, com uma expressão completamente assustada. Não conseguira enxergar seus olhos no vidro.

Ao invés disso, os olhos que encontrou eram os de seu pai, exatamente como os tinha visto da última vez que olhara para eles. Arregalados, nublados e sem vida.

...

Não saberia explicar. Mas acordava, deitada sob a cama, agora com o dia já claro e o relógio ao lado despertando. Virou-se no colchão, a hora marcava seis da manhã. Desligou aquele barulho chato e continuou deitada.

Cinco minutos depois a porta foi aberta sem aviso prévio. Por ela pôde ver Itachi entrando com duas malas nas mãos, vestindo uma calça jeans clara junto de uma camisa social azul escuro e tênis nos pés. Sentou-se com o ato repentino do homem.

– Bom dia garota. – Disse de forma séria ao colocar as malas no chão e abrir as cortinas. – Na verdade quando esse carinha toca quer dizer que é hora de levantar. – Falou, agora voltando sua atenção pra ela e apontando o relógio.

– Certo. – Respondeu a pequena, tomando cuidado para evitar qualquer tipo de conflito. Esfregava os olhos ao tentar acostumar-se com a claridade.

– Tudo bem. – Suspirou Itachi, como se estivesse cansado demais para aquilo. – A partir de hoje você tem deveres. Aquela é sua cargo horária semanal. – Disse apontando para um quadro pendurado em uma das paredes. – Arrumei roupas, sapatos e tudo que você pode precisar por enquanto. – Agora apontava pras duas malas no chão. – O café será servido em quinze minutos, então esteja pronta a tempo, estarei te esperando na mesa. – Finalizou ao sair e fechar a porta.

Hinata sacudiu a cabeça pra afastar o sono. Observou o quarto pela primeira vez desde que entrara ali. O cômodo era completamente branco, tanto as paredes como os móveis ali presentes. Possuía, além da cama, um guarda roupas, um raque com um espelho e uma escrivaninha acompanhada de uma cadeira de rodinhas. Em um dos cantos tinha uma porta que deduziu ser um banheiro. Estremeceu ao colocar os pés no chão frio, se dirigiu até as malas e abriu ambas.

Depois de fazer uma rápida higiene pessoal, Hinata voltou-se novamente para as malas e tirou de lá uma saia rodada azul claro e uma blusa branca simples. Vestiu as peças e calçou o primeiro par de sapatos que encontrou.

Por curiosidade voltou sua atenção para o quadro pendurado sobre a mesinha. Ele marcava nove horas diárias de aulas particulares. Sua face ficou pasma e a única coisa em que conseguiu pensar foi em como aquilo só podia ser loucura. Foi então que sua ficha caiu. Sua vida na verdade não tinha mais nada de sua. Por fim achou melhor sair logo.

Ao se dirigir para a sala, Hinata encontrou sentados à mesa, além de Itachi, mais dois homens. Parou no batente da porta observando-os com cautela e atenção.

– Não precisa ficar acanhada boneca, pode se sentar. – Disse o loiro. Tinha um ar meio brincalhão que a fazia lembrar um pouco de Hidan. O mesmo vestia calças rasgadas com uma blusa preta e tênis surrados. Metade do cabelo preso em um rabo de cavalo engraçado.

Meio temerosa a azulada sentou-se ao lado de Itachi, de frente para os outros dois. O moreno se encontrava concentrado em alguma coisa no celular.

– Certo, não nos conhecemos ainda, então... Sou Deidara. – Se apresentou o loiro de forma descontraída, mordendo uma torrada em seguida. Foi então que pôde perceber o par de olhos azuis que o mesmo possuía.

Automaticamente seu olhar se virou para o outro que, até agora, permanecera calado. Ao reparar nele observou uma aparência meio azulada e doente. Viu que estava vestido de jeito mais formal. Com uma calça jeans escura, camisa social preta e sapatos.

– Kisame. – O segundo se pronunciou de forma seca após olha-la por uma fração de segundo. Estava concentrado demais em seu jornal.

Depois disso, tudo o que fez foi concentrar o olhar em suas mãos apoiadas no colo. Ainda procurando o porque de estar ali naquela situação.

– Certo. – Itachi se pronunciou pela primeira vez desde que se sentara, guardando o celular no bolso. – Hinata, Deidara e Kisame moram no apartamento da frente e ficarão aqui conosco. Então espero que se deem bem e que você não cause confusões. Será que pode fazer isso?

– Sim. – Respondeu ainda de cabeça baixa. Evitando qualquer tipo de contato visual.

– Ótimo. Agora acho bom comer, suas aulas começam em vinte minutos. – Disse olhando seu relógio de pulso e voltando sua atenção para a xícara de café fumegante.

...

1 ano depois

– De pé! – Exclamou severo, Itachi, pela quadragésima oitava vez naquela manhã.

Pela quadragésima oitava vez, Hinata se encontrava estirada no chão. Suas roupas antes brancas, agora completamente imundas. Alguns hematomas novos decoravam os braços e pernas. E a vontade que tinha era de não levantar daquele tatame e dormir por ali mesmo. Afinal, já estavam naquilo a cinco horas seguidas.

Fazia uma semana desde que se mudaram para uma casa localizada em um lugar mais afastado da cidade. Uma semana desde que começara a ter treinamentos de luta corporal. E a primeira vez que lutava contra um oponente que também se mexia. Era tão mais fácil quando tinha que bater em bonecos...

Ainda caída, Hinata direcionou seu olhar para Itachi, que permanecia de pé ao seu lado. As roupas do moreno, antes de um branco impecável, agora se encontravam num branco impecável. Sua aura de uma forma mais sombria. Tudo o que conseguia pensar eram em duas coisas. Primeira: em como seria impossível e inútil, para ela, tentar toca-lo ali no treino. Segunda: em como morreria, sem sequer perceber, ao lutar a sério contra o mesmo.

Porém, apesar do ar ameaçador e assassino em luta, não conseguia sentir nem uma gota de medo. Ao se conviver com uma pessoa durante um ano você acaba se acostumando com seu jeito, mesmo que ele não seja dos melhores. Mesmo que não fosse muita coisa, Hinata reconhecia que Itachi era o que ela possuía de mais próximo.

– Vamos logo com isso Hinata. – Disse mais uma vez Itachi, agora meio impaciente também. A azulada piscou duas vezes como se tivesse sido acordada de um transe.

Virou-se de bruços e, ao apoiar-se nos joelhos e nas mãos, se levantou. Voltou-se para Itachi e ficou em posição de luta. Não sentia dor nem cansaço. Só estava farta de tentar uma coisa que não conseguiria. Aquilo já estava repetitivo demais.

– Pronto. – Disse ao respirar fundo e se concentrar.

Depois disso pela quadragésima nona vez uma chuva de socos lhe foi direcionada. Seu objetivo era desviar e defender e, muito remotamente, tentar um possível contra ataque rápido.

Já completariam cinco minutos quando, propositalmente, Itachi simulou uma brecha. No mesmo instante Hinata tentou um soco de direita. O movimento foi empurrado pra baixo pela a mão esquerda do oponente. No segundo seguinte só conseguiu ver o punho direito do mais velho indo de encontro ao seu rosto. Por instinto fechou os olhos com força, só esperando o impacto. Ao invés disso, tudo o que sentiu foi um peteleco ta testa. Abriu, então, os olhos, completamente indignada.

– Chega por hoje. – Finalizou Itachi de forma divertida.

– Isso não é justo! – Exclamou Hinata – Você teve piedade, não preciso disso, não quero a pena de ninguém, muito menos a sua! – Cruzou os braços e bufou em sinal de irritação.

– Eu te acertei, não viu? – Retrucou ainda divertido com a situação. – Amanhã continuaremos. Sem pressa tudo bem? É só o primeiro dia, pirralha. – Deu uma risada ao visualizar a cara de brava da menor.

– Argh! – Correu na direção do outro com um ataque já armado. No segundo seguinte teve o punho direito imobilizado.

– Eu disse: Chega por hoje, Hinata. – Falou, agora um pouco mais sério olhando diretamente pra ela.

Os olhos perolados se arregalaram. E, com a mão livre, passou o dedo indicador e o médio na região acima da boca. Os mesmos ficaram sujos em seguida. Quando seu nariz tinha começado a sangrar? Soltou seu braço direito com brusquidão e se dirigiu até a porta.

– A raiva tira a razão, numa luta não é diferente. – Aconselhou Itachi.

– Acho bom você pedir uma pizza para o almoço. – Finalizou a pequena, carrancuda. Tudo o que escutou foi uma risada antes de sair.

...

6 anos depois

POV ’s Hinata

– Inferno de despertador. – Praguejei dando um tapa no objeto irritante e barulhento. Levantei a cabeça do travesseiro e... seis horas da manhã? Droga. Um bocejo preguiçoso escapou da minha boca e em vez de me levantar voltei a dormir.

Não me dei conta de quanto tempo passou, mas fui acordada de novo.

– Hinata! – Itachi batia freneticamente na porta do quarto. – Levanta agora pirralha! – Ainda deitada e de olhos fechados pude sentir uma veia soltar da minha testa. Ele sabe o quanto odeio esse apelido.

– Vai pra merda Itachi. – Gritei em resposta e poderia apostar que ele deu seu risinho debochado do outro lado. Insuportável. As batidas cessaram.

De qualquer forma não conseguiria dormir mais hoje. O relógio marcava agora 6:30. Obriguei-me a me levantar sem ânimo algum. Tomei um banho rápido e fiz o resto da minha higiene pessoal. De volta ao quarto luxuoso mais que o necessário, escolhi uma roupa qualquer e a vesti. Uma blusa de manga cumprida branca e de tecido fino com detalhes de tachas nos ombros. Short de um jeans muito rasgado azul e roxo. Calcei meu par de coturnos surrados e coloquei algumas pulseiras de spike. Penteei meus cabelos, que atualmente batem na cintura, de qualquer jeito. Dei de cara com Itachi escorado na parede em frente à porta assim que saí.

– Satisfeito? – Disse e bati a porta irritada. O infeliz se preocupou em olhar para mim só depois disso. Estava particularmente um pouco mais formal hoje. Usava uma calça jeans escura, junto de uma camisa social cinza e um par de tênis surrados.

– Ficaria se você se dignasse a se levantar na hora. Acho que já passamos do estágio em que eu preciso acordar você todos os dias. – Seu cabelo estava preso como sempre, em um rabo de cavalo frouxo e seus braços cruzados sobre o peito destacava os músculos que possuía mais que o normal. Tudo bem que ele é um canalha, mas o fato de Itachi, no auge de seus 27 anos, ser bonito além da conta é indiscutível. E o cretino sabe disso. – Já cogitou a ideia de se vestir como uma menina normal? – Ele me olhava de cima a baixo com seu característico sorriso de lado.

– Foda-se. – Revirei os olhos e segui pelo corredor, sentindo-o logo atrás de mim.

– Também deveria pensar na possibilidade de falar como uma garota. – Ele estava agora caminhando ao meu lado, com as mãos nos bolsos e um olhar despreocupado.

– Pelo que eu me lembre hoje é sábado e, como em todos os sábados anteriores, não tenho nenhuma obrigação hoje. Acho que você não se deu ao trabalho de ajustar meu relógio só para discutir minha personalidade no café da manhã. – Chegamos ao elevador e apertei o botão.

– Ou talvez você esteja errada. – Disse enquanto esperávamos.

– Com certeza estou. – Respondi em deboche.

O elevador chegou e entramos nele. Não éramos os únicos ali dentro, havia também uma senhora baixa de óculos, cabelos brancos e bengala. E também duas meninas loiras aparentando 17 ou 18 anos de idade, cheirando a mesquinho, de roupas tão caras e de marcas tão famosas e exclusivas que daria para saber de muito longe, só pelo olhar de suposta superioridade das donas. E é claro que, como a maioria das patricinhas dessa idade, elas tiveram que ficar cochichando sobre como Itachi é um deus, ou alguma coisa assim pelo que consegui escutar. E é claro que nem deu pra perceber o ego do idiota inflando só pelo olhar dele. O elevador parou e finalmente pude sair, o que não quis dizer que conseguiria não respirar aquele ar tão cedo. O hall do hotel estava tão cheio de pessoas como aquelas duas que seria impossível, pra mim, contar sozinha. Pessoas completamente vazias (o oposto de suas carteiras). Todas exalando o mesmo cheiro de falsidade, distribuindo sorrisos igualmente falsos. Enjoativo.

Moro no hotel junto de Itachi faz 5 meses. Nos mudamos constantemente de endereço. O Uchiha foi o principal encarregado de ensinar tudo o que eu precisaria saber. Não me lembro ao certo quanto tempo levou para que eu superasse a morte do meu pai, mas não foi pouco. E o fato de fazer parte do grupo que o assassinou não ajudou muita coisa. Alguns deles também moram aqui no momento, além de mim e Itachi. Ao longo do tempo nenhum deles foi obrigado a aguentar os dramas de uma criança. O que me forçou a amadurecer com certa “ajuda”.

Graças ao primeiro ano de aulas particulares, além do japonês, sou fluente em inglês e alemão. Atualmente, sei tudo que um aluno formado no ensino médio precisa saber.

Desde os 11 sou treinada em lutas, manuseios de armas, tecnologia, manipulação emocional e controle de personalidade (este último sem muito efeito, por eu ter criado uma forte demais até pra eu mesma controlar em certas situações). Pretenderam fazer de mim uma verdadeira arma em forma humana, para poder executar futuros e possíveis propósitos, e para que eu pudesse aperfeiçoar e aumentar ainda mais minhas resistências especiais (o motivo de tudo isso), emocional e física. Isso tudo além de tentarem matar a garotinha em mim.

Conseguiram.

Nos dirigimos até o restaurante do hotel e paramos em frente o balcão.

– Então, vai me dizer o que esta acontecendo? – Perguntei escorando os cotovelos esperando o atendente.

– Por que a pergunta? - Itachi rebateu despreocupado.

– Anda logo e acaba com isso de uma vez, merda. – Comecei a ficar impaciente com tanta enrolação. Uma garota baixa e de ar preguiçoso apareceu do outro lado do balcão.

– Um café puro e forte e um copo de cappuccino. – Deu uma olhada rápida para a atendente. – Ele quer ver você. – Direcionou o olhar em minha direção, agora um pouco mais sério.

– Que pena pra ele, porque eu não estou afim.- Senti minha face endurecer quase que imediatamente, assim como meu tom de voz.

– Você sabe que não é uma opção Hinata. – Suspirou – Então, por favor, tente fazer com que as coisas se tornem mais fáceis que da última vez. – Já fazia uns seis meses desde a última vez que precisei vê-lo. E a visita não estaria entre uma das dez mais.

– Por favor você Itachi! Não estou nem um pouco me lixando para o que o Pain quer dessa vez. Você sabe muito bem o que tive que passar por causa dele e por causa da última vez que o vi. – Disse sem conseguir conter minha irritação.

– Você não precisaria passar por nada daquilo se não tivesse tentado acertar uma faca na testa dele. – Retrucou.

Um sorriso de lado brotou em meus lábios ao lembrar da cena. Me reconfortava saber que ganhar todos aqueles ferimentos nos treinos seguintes valeu a pena. Depois disso ele parou de me convocar com tanta frequência.

– E teria acertado se ele não tivesse se desviado. Pelo menos ele sabe que não sou só mais um fantoche.

– Seu jeito explosivo ainda vai te condenar. – Refletiu. – E você tem sorte de ser mais útil viva do que morta. O que não muda o fato de que teremos que encontra-lo do mesmo jeito. – Disse passando uma das mãos no cabelo. – E de que você, assim como eu, está sob o comando dele.

– Se eu disser que não...

– Irá mesmo assim. – Completou. – Você é diferente da maioria, aguenta muito mais coisa que os demais, mas suportar quer dizer resistência e só. Ainda sim é mais fraca que um homem, apesar de ser mais ágil e habilidosa do que um. O que, é claro, não me inclui. – Convencido! O que não faz o que ele disse deixar de ser verdade. Nunca conseguiria fugir dele. Não desarmada. E não sem ajuda.

– Sei que não sou mais forte que você, - falei emburrada - mas se você não conseguir encostar em mim não precisarei ser. – Sorri triunfante.

– Pode tentar. Porém, você sabe que é inútil, além de não ter nenhum motivo pra tanto. – Pegou a xícara de café recém servida, dando um longo trago em seguida.

– Itachi!! – Apelei, agora em tom de súplica. Meu cappuccino ainda intocado.

– Beba logo. – Apontou meu copo. – São pelo menos duas horas de viagem até Washington. – Tomou outro gole do café.

Pain estava em Washington? Ele só podia estar de brincadeira!

Uma raiva descomunal começou a me corroer por dentro. Não respondi nada. Bati no copo fazendo-o cair no chão e saí. Era mais do que eu poderia suportar.

Segui para a garagem subterrânea, passei todo o caminho tentando me acalmar e ignorando qualquer cumprimento de qualquer pessoa. Itachi estava certo, eu tinha sorte de ser mais valiosa viva e uma hora meu gênio ainda me cond- ah, dane-se.

Caminhei até a BMW-X6 preta, me sentei no capô e comecei a balançar as pernas.

Se Nagato estava em Washington só queria dizer uma coisa. E eu não tinha saída. Nem porque fugir. Querendo ou não, a Akatsuki é o que eu tenho de mais próximo. Não é bom, mas mesmo assim. Bom ou não, eu agora, mesmo que não completamente, sou um deles. Pelo menos até encontrar um jeito de não ser. De uma forma ou outra, me querer na sede de Washington ainda é demais. Droga. Dei um soco no metal do carro e logo em seguida senti meu braço esquerdo ser puxado com brusquidão, me obrigando a ficar de pé.

– Você sabe que isso é uma das poucas coisas que me irrita, pirralha. – Realmente eu sabia, Itachi sempre teve um ciúme quase doentio por seus carros. Ele estava meio irritado e muito próximo a mim. Uma das mãos ainda me segurando com firmeza, a outra segurando um copo novo de cappuccino. Eu sou uma cabeça mais baixa, o que me fez ter que olhar pra cima para encara-lo. – Entra. – Ordenou. Me entregou o copo e desativou o alarme.

Suspirei e entrei, com Itachi entrando logo depois. Suspirei mais uma vez, derrotada, agora com o olhar concentrado no copo quente em minhas mãos.

– Não demonstre seus sentimentos Hinata. – Disse ligando o carro e dando partida. – Já se esqueceu?

Fiquei calada sem tirar os olhos do copo ainda intacto. Eu quase sempre era boa nisso, esconder sentimentos. Mas nunca perto de Itachi. Ele me conhecia bem demais. Às vezes até parecia que sua preocupação era mais que obrigação ou fingimento. Isso tudo é muito, até pra mim. E ele sabe disso. Parando pra pensar, ele sabe de muita coisa.

– Obrigada. – Disse um tempo depois, bebendo um pouco do líquido ainda quente e passando a olhar a estrada pela janela. Eu sou só mais uma menina no final das contas. E depois disso mais nada seria dito por, talvez, longas duas horas.

Nagato estar na sede de pesquisas científicas e me querer lá só significava uma coisa.

E eu seria a mais nova cobaia de Pain.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso galerinha, espero que tenham curtido o capítulo. A história vai começar a se encaminhar.
Please, continuem deixando comentários com opiniões sobre o que acharam e etc., isso além de ajudar a melhorar a história nos motiva muito mesmo.
Até a próxima,
Kissus.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Procurada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.