Max não quer tocar no assunto “Luke, o cara esquisitão que pode ser o assassino de Samantha”. Toda vez que eu tento começar, ele diz que não é nada. Aliás, esse mês é meu aniversário, e não estou nem um pouco animada. É como se não quisesse mais fazer aniversário.

As aulas acabaram muito cedo esse ano, não avisaram o motivo. Mas isso é um alívio pra mim. Daniel não me reprovou na matéria dele, graças a Deus.

Estava arrumando meu quarto quando Max me ligou, ele disse que quer me encontrar. Então, troquei de roupa e fui até o parque, onde ele marcou.

– Oi, o que houve? – ele sorriu casualmente e me beijou.

– Nada, é que... Eu sou meio ansioso pra essas coisas, então. Aqui está seu presente de aniversário. – ele me deu um envelope.

– Só faltam dois dias.

– Eu sei, mas abra. – eu estava desconfiando do que poderia ser, e quando abri um envelope, era um cartão com um número de telefone.

– Uau! Obrigado! Era exatamente o que eu queria! Obrigada Max. – eu fingi ser teatral, e depois o beijei. Ele revirou os olhos e pegou o envelope de mim.

– Não vai nem perguntar de quem é?

– Tudo bem. De quem é? – ele pegou o cartão da minha mão e o virou. Estava escrito numa caligrafia legível. Jon White. Eu fiquei boquiaberta.

– Jon? O que você...

– Eu vi como ficou infeliz depois que ele partiu, eu sei que mesmo dizendo que estava tudo bem, não estava. E mesmo eu a fazendo feliz, ele ainda mexe com você, você sente saudades. Então, estou deixando de ser meio durão com isso, e quero que você o convide pra sua festa de aniversário. – eu não estava acreditando nisso. Eu fiquei tão feliz e alegre, que nem conseguia pensar direito. Vou ver Jon novamente!

– Obrigada Max! – eu o abracei forte. – você é o melhor namorado do mundo. – ele riu.

Depois peguei meu celular e disquei o número no cartão, talvez ele não estivesse me retornando, porque mudou de número. E talvez ele tenha mudado de número para que eu não ligasse mais. Ele chamou, chamou e ninguém atendeu. Então deixei uma mensagem.

“ Oi Jon, sou eu Amanda. Bom, eu queria que você viesse a minha festa de aniversário. Por favor, seria importante pra mim que você viesse. Até mais.”

Depois que desliguei o celular, vi a figura parada na minha frente. Luke.

– O que faz aqui? – disse Max entrando em minha frente.

– Olá pra você também. – ele olhou por cima do ombro de Max, e me fitou. – Por quê a está escondendo? Olá garota, meu nome é...

– Luke? É eu sei. – ele me olhou confuso, mas depois, sorriu como no meu sonho, ou pesadelo.

– Já me conhece? Você falou de mim? – ele olhou sério para Max, que não dava expressão alguma.

– Não. Ela sonhou com você. – ele pareceu surpreso.

– Então acho que sabe o que eu quero. – meu coração começou a bater mais rápido.

– Eu não sei aonde está aquela droga de livro.

– Não o chame assim, sua vida depende dele. E, não tente bancar a corajosa, você não se sai muito bem com isso.

– Luke, vai embora. – Max disse rangendo os dentes.

– Eu vou, mas eu vou voltar, e se não cumprir sua parte Campbell, já sabe. – ele apontou o dedo pra ele, e depois se voltou para mim. – até logo querida, te verei em breve.

Depois ele se virou e foi embora. Max exalava ódio pelo corpo. Ele parecia apavorada e com muita raiva, como se a qualquer momento ele fosse explodir.

No outro dia, Max chegou em minha casa, com expressão vazia.Ele entrou em casa, e sentou no sofá. Depois de um longo e doloroso minuto ele decidiu falar algo.

– Amanda, precisamos conversar. – disse Max, seu olhar ficou apreensivo. Ele me levou para meu quarto. Entramos, ele fechou a porta. Eu me sente na cama. Ele levou as mãos ao rosto, e suspirou alto.

– Max, você está bem? – disse.

– Estou.

– Não parece. – olhei para ele sua expressão suavizou.

– É que... – ele parecia suar. – Amanda, não podemos mais continuar. Eu não posso. Fiquei parada ali. Uma parte pequena de mim esperava por isso, mas pequena, mínima. A outra parte estava se despedaçando.

– O que? Por quê? – eu me levantei e fui até ele. Segurei suas mãos, que não estavam quentes, como sempre. Eu comecei a beijá-lo, talvez para impedir de fazer aquilo, mas ele me afastou.

– Não Mandy, não faça isso – ele me largou e me olhou nos olhos. – acabou.

– Por que está falando isso? Eu não fui...

– Não é o que você foi, oudeixou de ser. Eu só...-sua cara ficou séria. – eu não quero mais ficar com você.

– Não foi você quem disse que queria ficar comigo pra sempre? – uma lágrima caiu de meu olho. Eu não estava acreditando no que estava ouvindo.

– Eu sei. Mas, eu estava enganado.

– Foi por causa do Luke? Max, podemos lidar com isso e...

– Não, não é por causa do Luke.

– Você não me ama mais? – ele engoliu em seco e friamente disse “não”.

– Tudo o que passei com você, foi bom pra mim, acredite. Você me fez feliz. Mas chega. – ele olhou bem fundo nos meus olhos. – Eu tenho que ir.

– Max, por favor – lágrimas corriam por meu rosto. – não me deixe.

Ele se virou, passando as mãos pelos cabelos, e depois socou a porta.

– Não entende?! Eu não quero mais você! Vai pedir consolo ao seu amiguinho Jon. Quem sabe ele te dê algo melhor. – quando disse o nome do Jon, se enojou.

– Isso tudo é ciúmes? Eu nem falo mais com ele, por sua causa! E você me deu o telefone dele, se lembra?

– Então agora está livre, pode ir falar com ele.

– Acha que é fácil assim? Talvez ele nunca mais olhe na minha cara novamente. E você não manda em mim!

– Então fique sem ele. Pouco me importa você. – isso doeu mim, muito. A dor e a raiva eram tão grandes que estavam transbordando dentro de mim.

– Então saia daqui! E não volte!

– Adeus! – ele saiu e bateu a porta. Eu me deitei na cama e desabei em chorar. De raiva, de dor, tristeza. Eu o a amava, eu o amo. Por que...Eu não compreendia. Devia haver algo nisso, alguém. E eu apostava minhas fichas em Luke.

Eu queria conversar com ele, eu passei o dia na cama, toda molhada de tantas lágrimas derramadas. E dormi. Já era de manhã quando acordei.

– Bom dia Mandy. – disse uma voz ao meu lado. Era suave e calma. – feliz aniversário.

Aniversário? Com tudo isso esqueci que iria fazer aniversário. A pessoa do meu lado era May, que acariciava minha cabeça.

– Levante bela adormecida. Hoje será um grande dia.

– Grande dia pra quem? – disse no mais mau humor. Ela me olhou triste, talvez já sabia sobre Max e eu.

– Não fique assim Amanda. Vamos se alegre. Alguém veio te ver. – Será que era Max? Nesse instante, a campainha tocou. Eu fui ao banheiro, tomei um banho rápido, escovei os dentes e troquei de roupa. Não quis me olhar no espelho. Enquanto estava arrumando meu cabelo, alguém entrou no meu quarto.

– Soube que tem uma garota fazendo aniversário... – quando ouvi aquela voz, meu coração parou de bater por um segundo. Quando me virei, vi Jon seu cabelo estava desarrumado, como se tivesse acabado de acordar.

– Jon! Ah meu deus! – eu corri e o abracei.

– Pois é. Ouvi sua mensagem, e resolvi fazer uma surpresa. Feliz aniversário Mandy. – ele me abraçou mais forte e me deu um beijo na testa.

– Me desculpe pela última vez, fui irracional.

– Tudo bem. Também devo desculpas. Nunca devia ter trocado sua amizade por um amor. Eu me senti muito mal por isso. – ele me fitou e depois sorriu.

– Senti sua falta.

– Também senti sua falta. Muito.

– Então, hoje vai ser “a festa” não é?

– Pois é. Nem sei o que vestir.

– É a fantasia não? Fantasie-se. – nós rimos.

– Quer ir comigo achar alguma coisa? – ele franziu o cenho.

– Achei que Max não gostasse de me ver com você. – de repente uma pontada de dor veio em peito.

– Nós terminamos. – disse com a voz rouca.

– Ah.

– Não fale como se não tivesse gostado nem um pouco.

– Tem razão. Eu adorei. – disse ele explodindo de alegria, eu não consegui não rir. – Quer saber, vou te alegrar hoje, você merece.

– O que você vai fazer? – ele me olhou com um olhar malicioso, depois sorriu maliciosamente

– Você vai ver.