Batimento, sentimento escrita por Juliana


Capítulo 1
Tu, tu, tu


Notas iniciais do capítulo

Pequena e fofa, eu espero.



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Lily abriu os olhos lentamente, acordara graças a luz do sol que sua cortina branca deixava passar e batia diretamente em seu rosto. Ela olhou para a pessoa ao seu lado: James Potter, seu amado marido.

Levou a mãos para o seu peito nu, onde se encontrava o coração, quase por instinto e sentiu as batidas lentas e compassadas do coração de Prongs, seu Prongs. Todos os dias de manhã, quando acordava antes dele, ela fazia isso, antes de olhar para o horário no relógio que se encontrava na mesinha de cabeceira, antes mesmo de se espreguiçar, antes de deixar as preocupações da guerra atingir-lhe como um tapa. Ali, aconchegada em James, ouvindo as batidas do coração dele, ela se sentia segura.

Tu, tu, tu...

Era o que fazia seu coração. E a cada "tu" Lily sentia que fizera a escolha certa há uns dois anos atrás, ao sair com ele. Sentia que escolhera certo ao aceitar namorar com ele durante quase todo seu último ano em Hogwarts. E, acima de tudo, escolhera certo quando decidira que iriam se casar, apesar dos protestos de todos, que diziam: "Vocês mal fizeram dezoito anos! Não sabem o que querem da vida ainda", mas Lily sabia, ela só queria casar com ele e poder acordar todo o dia sentindo seu coração bater.

Tu, tu, tu...

Lembrava-se do olhar perdido de seus pais quando ela dissera que se casaria e que moraria longe o suficiente para vê-los menos de uma vez por semana, duas vezes no mês, no máximo (ainda mais com toda a função da guerra). Mas, acima de tudo, Lily queria protegê-los, não queria que seus pais fossem vistos com ela e fossem atacados, bom, não adiantou muito. Menos de dois meses depois de seu casamento, o bairro de seus pais foi atacado e ambos morreram, Lily fraquejou, passou a noite chorando, dizendo que só queria ir embora, pra qualquer lugar longe da guerra, onde mais ninguém que ela amava morreria, mas James esteve com ela, James a ajudou firmemente, estando ao seu lado todo o instante, acarinhando-a, alegrando-a, confortando-a e amando-a. Mais que tudo.

Tu, tu, tu...

Lembrou do dia em que Dumbledore chamou-os para a Ordem da Fênix, junto de seus amigos, Sirius e Remus.Lily ainda não era uma Potter na época e estava na casa de James - onde ele morava sozinho - eles passaram a noite pensando e debatendo se deveriam ou não fazer parte daquilo. Não foi nada heroico, eles não saíram batendo e gritando "Sim!" no momento em que Albus fez o convite, aquilo era algo que levava tempo para decidir, participar ou não de uma guerra, até que, no alto da madrugada, perceberam que não tinham realmente uma escolha: era ir e lutar pela paz e morrer dessa forma ou esperar de braços cruzados tudo acabar, e morrer assim. Decidiram lutar.

Desde então, não fizeram nada além disso, apenas lutaram pela paz do mundo bruxo; nenhum dos dois tinha um emprego justamente por isso, a Ordem da Fênix era seu emprego e eles tinha a fortuna de James para sustentarem-se, sem muito luxo, por uns bons dez anos. Lutavam contra Voldemort e seus comensais com toda a garra possível e toda vez que chegavam em casa, vivos, com alguns arranhões apenas depois de uma batalha, festejavam, fazendo juras de amor e dizendo que nada os separaria. Sabiam que em algum lugar, alguma família chorava por mais um ente querido perdido em campo, eles só tinham a agradecer por não ser eles e nenhum amigo. Parece egoísmo, mas é só a guerra.

Tu, tu, tu...

James e Lily haviam se tornado muito mais sentimentais e ligados um ao outro depois do início guerra. Eles se abraçavam, beijavam, se amavam, a todo instante, como se o mundo fosse acabar no outro dia (e, eles sabiam, era bem possível). Ainda brigavam, muito, mas no fim tudo era só mais um motivo para se beijarem loucamente durante a reconciliação.

Faziam pequenas reuniões entre amigos, os mais chegados: Pad's, Moony, Alice, Frank, quando não estavam em alguma missão da Ordem e se divertiam em seu pedacinho de céu, fingindo que a guerra não os atingia por algumas horas. Para, no dia seguinte, voltarem a ativa.

Tu, tu, tu...

A verdade era que Lily sabia que tudo, absolutamente tudo, valia a pena, se ela estava com James. Se eles estava vivo, com todas as suas manias, seus sorrisos, seus chamegos, seu cheiro, sua vontade de viver, seu coração batendo, ali, bem de baixo da mão dela, sua ruivinha, sua baixinha, seu chaveirinho. Ela nem podia pensar na hipótese de perdê-lo, iria junto, com toda certeza, nunca mais conseguiria dormir sem sentir seu peito quente contras as costas dela, sua mão na sua cabeça num cafuné lento. James era seu marido, seu amigo, seu amor, sua vida.

Tu, tu, tu...

As batidas aceleraram um pouco enquanto James se remexia e Lily soube o que aconteceria: ele abriria os olhos um pouco, fechá-los-ia de novo, se remexeria mais, soltaria um suspiro, receando acordar e finalmente, esfregaria os olhos, alerta.

Foi exatamente o que aconteceu, nenhum movimento a mais, nenhum a menos, exatamente como ela previa.

Bom dia. -desejou a ruiva sorrindo.

– Bom dia, amor.

Lily sorriu ainda mais e James se inclinou para beijá-la, ela retribuiu agradecendo mentalmente quem tinha inventado a poção que tomavam e que deixava-os sem mal hálito.

– O que estava fazendo? Com a mão no meu peito, uh? Estava abusando sexualmente do seu marido enquanto ele dormia?

– Não, seu idiota! - xingou e James riu-se. - Apenas checando se você não tem nenhum problema cardíaco. - brincou.

– Ah, claro. Brincando de médico, hein, safadinha!

– Ora, cale a boca!

Deu-lhe um tapinha no ombro e James riu mais, sua risada cristalina e rítmica que parecia seguir o ritmo do seu coração e não havia nada que Lily gostasse mais do que o ritmo do coração de James.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem!