Di Immortales escrita por Marvin Macolic


Capítulo 1
CHRISTINE


Notas iniciais do capítulo

Músicas do Capítulo: With Love - Christina Grimmie, Save Me - Hanson, So What-P!nk



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Christine

o à morte, da escola em chamas e do garoto louco que estava demolindo as paredes. Ninguém sabia ao certo quais eram os problemas dele. Ele sempre havia sido assim, meio afastado de todos. Ninguém se deva o risco social de tentar iniciar uma conversa com ele, exceto uma garota, e ela corria contra a maré de adolescentes.

- Angus! - gritou, mesmo sabendo que ele não a ouviria. E fez seu caminho pela entrada que estava indecisa se desmoronava ou não, percorrendo os corredores cheios de fumaça irrespirável até o pátio amplo. Lá, a uma distância saudável das chamas, o garoto problemático chorava.

- Gus! - sussurrou Christine, suspirando. E caminhou diretamente até ele, seus cabelos florescidos em cachos dançando à brisa noturna.

Quando Christine se pôs na ponta dos pés para, com as duas mãos, tocar na face de Gus, foi que percebeu que ele soluçava e seus olhos estavam vermelhos. Esse era o garoto que ela amava. E ele estava em apuros, mas nada doía mais para Chris do que saber que não podia ajudá-lo, em vez disso estava condenada a contemplar seu sofrimento.

- O que está acontecendo comigo? - A voz de Gus tremeu.

- Sinceramente, eu não sei, Gus. Mas prometo que daremos um jeito nisso.

- Chris, me desculpe mas não acho que esse problema tenha realmente uma solução. - sussurrou. - Eu movo objetos, quebro paredes, e o fogo veio junto... Mas eu não sei como evitar isso. Eles me disseram que podem me ajudar.

- Eles? - Christine hesitou. - Gus, de quem você está...?

E então o sonho tornou-se pesadelo.

Uma Rachel Elizabeth Dare estava sentada calmamente diante de Christine e Damien. Ela agia com profissionalismo.

- Tenho sentido isso toda vez que me aproximo de vocês. - Ela anunciou. Mas nada poderia preparar Chris pelo que viria. Rachel abriu os braços violentamente, a cabeça caiu para trás, como se ela estivesse possuída. Luzes verdes místicas saíam de seus olhos e boca e formavam uma áurea de energia em volta dela, que falou numa voz de mil mulheres. - Sol e planta devem buscar, aquilo que a foi tirado, os três poderes devem caminhar ao templo, onde o servo espera por salvação, e ao seu sangue ser derramado, o abrigo dos semideuses dar-se-á por acabado, o eclipse é a única esperança, afinal.

- Chris. - Sussurra Damien, reconhecido pelo sotaque londrino. - Você apagou.

A garota olhou para os lados. Estava sentada numa mesa de lanchonete à beira da estrada. Um Mcdonalds. Òtimo.

- Eu continuo tendo o pesadelo da nossa profecia. È como se meu subconsciente estivesse tentando descobrir o que significa.

Damien mordeu o lábio. Ele a dissera, logo na primeira vez que Christine sugeriu uma interpretação, que, como filho de Apolo, ele achava que tentar entender e prever como as coisas aconteceriam, só piorava as tornava pior.

- Mas o que estamos fazendo aqui?

- Descansando - disse ele. - Depois do ônibus que tomamos, ficamos completamente sem dinheiro. E ainda há quilômetros pela frente. Estou sem ideias.

Christine bufou de raiva, e pode notar, pelo franzir de testa de Damien, que o garoto também estava contrariado. Mas simplesmente acontece, às vezes os semideuses ficam sem recursos numa missão, e tudo fica mais difícil. Mas Christine sabia que aquilo era quase uma ofensa pessoal a Damien; o garoto tinha passado os últimos três anos de sua vida numa moto mágica resolvendo os problemas com os quais os deuses não estavam muito dispostos a se envolverem pessoalmente, assim, ele, diferentemente da maioria dos meio-sangues, não apenas sobreviveu, ele aproveitou a vida e tudo que ela pôde lhe dispor. Nada entrava em seu caminho, nem semideuses, monstros ou clima ruim. E agora ele se via subjugado pela distância. Era muito com o que lidar.

Porém, enquanto Damien viajava pelos Estados Unidos, Christine tentava se manter longe de encrencas. Como filha de Deméter, ela não deveria chamar muita atenção dos inimigos, na verdade, alguns de seus meio-irmãos conseguiam ter vidas praticamente normais, num mundo normal, mas, por algum infeliz acaso, ela havia nascido incrivelmente poderosa, o que significava que ela estava predisposta pra alguma missão louca que provavelmente decidirá o futuro do Ocidente e que está sujeita a baixas de monstros durante a vida inteirinha. Porque a natureza não é justa. Semideuses poderosos não podem ter uma vida longa e feliz.

Então o ar pareceu congelar, um homem entrou no McDonalds. Tinha cabelos louros e feições élficas, Christine pôde perceber Damien sorrindo de soslaio. O desconhecido emanava tanta energia que até os mortais o fitavam, perplexos. Ele estalou os dedos displicentemente e todos pareceram sair de um encanto, ignorando-o completamente.

Mas Christine ainda podia vê-lo, e ele veio e sentou-se ao seu lado.

- Uma boa noite pra vocês. - Ele cuspiu.

- Hermes! - Exclamou um Damien satisfeito, de braços cruzados. Christine estava tentando entender de onde vinha tamanha satisfação.

- Olha, garotos, serei rápido e claro, ok? Sem interrupções. Respondam com um sim ou não quando eu fizer uma pergunta. Garoto, você ainda é caçador de recompensas?

- Sim, mas no momento...

- Calado. Não escutou o que eu disse?

Christine pôde sentir a atmosfera ficar tensa. Damien claramente não gostara de como Hermes o estava tratando, e parecia não esperar isso do deus.

- Eu preciso que vocês encontrem Ganimedes. Ele desapareceu há alguns dias. Não seria algo realmente importante se Zeus não tivesse suspeitas de que o Coven está com ele. Meu pai não está disposto a fazer alarde, então descarregou tudo em mim. Você já fez alguns serviços para mim no passado. È um bom herói. Preciso que você traga Ganimedes com vida. Você tem um mês.

- Com vida? Do que está falando? Ganimedes não é um imortal, por servir o néctar dos deuses e tudo o mais?

Hermes pareceu aborrecido.

- Entende por que é tão urgente agora?

Damien empalideceu, ele parecia ter somado dois mais dois. E Christine não tinha a menor ideia do que ele estava pensando, ela apenas escutou uma coisa na conversa. O Coven. A organização sinistra de semideuses que havia sequestrado Gus. Aí ela tudo pareceu ficar mais claro. A primeira parte da missão deles exigia que encontrassem Gus, que estava com o Coven, e agora Hermes dizia que o mesmo grupo estava com um imortal, que corria sério risco de vida. Christine lembrou de dias atrás quando estava conversando com Quíron na fogueira e o centauro a alertara de que Gus era um semideus poderoso, e que o Coven poderia ter pego-o para usar todo seu poder em alguma espécie de ritual, e esse produziria péssimos resultados. Um deles, o diretor de atividades dissera, seria a morte de Angus.

Christine sentiu que ia desmaiar.

- Olha, Hermes, nós estamos numa missão. Estamos nesse fim de mundo porque estamos sem recurso algum. Sem moto, alimentos ou dinheiro, então espero que tenha algo realmente bom para me dar em troca, e espero uma pagamento adiantado. - Falou o filho de Apolo, sua voz trazia a experiência da negociação de anos.

- O que você quiser. Temos um trato?

- Pode dizer que sim.

- Está la fora.

E um segundo depois não havia mais ninguém lá ao seu lado.

Damien pareceu extremamente excitado. Tomou Chris pela mão, e fora da lanchonete, estacionada e reluzindo em prata, estava a moto mais estranha que Chris já havia visto. Ao que Damien respondeu com um animado: "È disso que estou falando, baby".


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Notas finais do capítulo

Me desculpem a falta de rimas, sou péssimo com elas, então a profecia não é um poema. Espero que estejam o que tenham gostado um pouco dos personagens. A história está com alguns buracos? A intenção é que eles acabem com o seu desenvolver. Obrigado.



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