Takao... O Que Você Quer De Presente? escrita por black rose


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic que escrevo desse meu casal favorito!!!Feliz aniversário, Takao!!! *-* !!!!



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– Takao?

– Hm?

O treino do time de basquete do colégio Shutoku havia acabado cerca de meia hora atrás, mas Midorima Shintarou e Takao Kazunari, como sempre, ainda permaneciam na quadra. Takao estava deitado no chão frio à alguns metros de distância de Midorima, que continuava treinando os seus arremessos. O lançador treinava todos os dias por no mínimo uma hora, tendo treino com o resto do time ou não, e Takao sempre o acompanhava, às vezes disputando um mano a mano com ele, mas geralmente, ficava só o observando mesmo.

– O seu aniversário é por esses dias, não é? – arremessou mais uma bola, obviamente acertando-a na cesta.

Não que Shintarou se preocupasse em memorizar datas de aniversários alheios, longe disso, mas Takao vinha falando sem parar sobre a proximidade do seu, ou seja, estava indiretamente pedindo por presentes! E como o moreno havia lhe dado um ótimo presente em seu aniversário, um kit contendo vinte e cinco itens para aumentar sua sorte, achou justo retribuir.

– Na quinta-feira. – respondeu, mas sequer estava prestando atenção na conversa, estava mais concentrado em não perder nenhum pequeno movimento que Midorima fazia.

– O que você quer de presente? – fez outra cesta e ajeitou os óculos antes de pegar outra bola e se preparar para arremessá-la.

– Você embrulhado num papel brilhante e com uma fita vermelha em volta! – disse num tom ausente, assustando-se com o barulho da bola ao acertar a placa que segurava a cesta. Midorima havia errado. Ficou surpreso e olhou para o colega, que tinha os olhos um pouco arregalados e o encarava de um jeito estranho.

– O-O que foi que você disse, Takao?

– Eu... – arregalou os olhos e corou completamente quando se deu conta do que estava acontecendo. Havia dito que queria o outro de presente em voz alta! Devia parar de ficar sonhando acordado na presença do outro – Ahn... eu... disse que qualquer coisa estava bom! – deu uma risadinha sem graça – Não precisa se preocupar com isso, Shinchan! – coçou a nuca, tentando disfarçar seu constrangimento – Olha, eu... acho que já vou indo, sabe... estou meio cansado e... você ainda vai treinar por mais algum tempo, né... até mais, Shin-chan! – levantou-se e saiu da quadra o mais rápido possível, antes que o outro dissesse qualquer coisa.

Midorima ainda estava um pouco chocado pelo que havia escutado da boca do outro. Takao havia realmente dito que o queria? Aquilo havia sido uma confissão? Ajeitou os óculos e voltou a arremessar as bolas, mas logo desistiu do treino e começou a guardá-las. Não estava conseguindo se concentrar no que fazia, as palavras do moreno ainda estavam ressoando em sua mente. Já fazia algum tempo que havia percebido certos olhares por parte do armador, mas aquilo era só admiração, não era? Terminou de arrumar a quadra e seguiu para o vestiário, precisava de um banho antes de voltar pra casa. Já embaixo do chuveiro, acabou se lembrando do que Kise havia dito quando se encontraram durante o jogo da Seirin contra Touou, até então, sequer havia cogitado a hipótese de Momoi estar remotamente interessada em Kuroko, menos ainda que ela fosse perdidamente apaixonada por ele, aliás, por que repararia em algo desse tipo? Mas segundo o loiro, aquilo só não era mais óbvio por que Kuroko não retribuía os sentimentos da garota. E pensando melhor, ele realmente era péssimo em perceber esse tipo de coisa e até um mês atrás, se uma garota não tivesse se confessado pra ele, o lançador provavelmente ainda nem teria percebido que fazia um tremendo sucesso entre as garotas do colégio. E pensando ainda mais um pouco, Takao pareceu ter ficado incomodado com aquela confissão e estranhamente quieto pelo resto do dia, só voltando ao seu bom-humor habitual quando soube que havia dito à garota que não poderia retribuir seus sentimentos. Será que Takao gostava dele daquele jeito? Desligou o chuveiro e se enxugou um pouco com a toalha, logo se vestindo e arrumando suas coisas para sair dali. O moreno era divertido, carismático, bem-humorado, simpático e se dava bem com todo mundo, o verdadeiro oposto de si, que não dava muita importância ao que acontecia ao seu redor e nem à ninguém em especial.

Tirando o basquete, eles não tinham nada em comum, nada que justificasse o fato de passarem tanto tempo juntos, na verdade, nem sabia ao certo quando começaram a andar juntos, por iniciativa do moreno, é claro, e embora não admitisse, gostava de ter o outro sempre por perto, gostava de ser o centro da atenção dele. Takao estava sempre rodeado de pessoas, principalmente garotas e mesmo que flertasse com boa parte delas, não tinha um interesse real em nenhuma delas. Shintarou não se lembrava de o moreno já ter mencionado algum encontro, menos ainda algum namoro, não por falta de opções, já havia presenciado três confissões e em todas elas o moreno havia dito que não poderia retribuir os sentimentos por que já gostava de outra pessoa, mas sempre que perguntava quem era, ele desconversava e mudava de assunto. Agora entendia o porquê de ele não querer falar.

Ajeitou os óculos e continuou andando calmamente, ainda teria muito no que pensar.

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*** *** *** ***

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–O que você quer de presente?

– Você embrulhado num papel brilhante e com uma fita vermelha em volta!

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– Droga, droga, droga...! – murmurava o moreno, deitado sobre a cama e cobrindo o rosto com as mãos – Eu não acredito que eu disse mesmo aquilo pra ele! Merda! Shin-chan nunca mais vai olhar na minha cara, muito menos chegar perto de mim de novo! – virou-se na cama, tirando as mãos do rosto e afundando-o no travesseiro – As minhas chances com o Shin-chan, que já eram zero, foram para menos cem!

Já tinha um certo tempo que Takao havia se dado conta de que sentia algo a mais pelo colega de time, não sabia ao certo quando, mas em um dia estava admirando os arremessos incríveis de Shintarou, e no outro, estava imaginando aqueles braços fortes o prensando contra a parede mais próxima! Desde o início soube que seus sentimentos não seriam correspondidos, nunca teve ilusões à respeito disso, mas isso não o impedia de sonhar um pouco. Adorava os treinos diários de Midorima, eram a desculpa perfeita para poder olhá-lo o quanto quisesse sem precisar disfarçar ou inventar qualquer desculpa caso alguém percebesse, como já havia acontecido duas vezes, mas felizmente, conseguiu despistar. Shintarou era um caso à parte, o garoto de cabelos verdes era completamente obtuso em relação ao que acontecia ao seu redor fora dos jogos, a prova disso era que até então não havia percebido os sentimentos um tanto óbvios do moreno. Bom, não havia percebido nada até aquele enorme deslize, por que depois de ouvir aquelas palavras, Midorima só não entenderia a situação se fosse retardado, coisa que ele realmente não era!

Takao estava com medo da reação do outro quando eles se vissem novamente. Estava com medo de que ele o olhasse com nojo e desdém, afinal, eram dois homens, e nunca mais voltasse a falar com ele. Mas conhecendo o lançador como ele conhecia, o mais provável era que ele agisse como sempre, ignorando completamente o que havia acontecido e não dando importância alguma aos sentimentos do moreno. Takao não sabia dizer qual das duas opções era a pior, qual das duas o machucaria mais.

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*** *** *** ***

.

No fim das contas Takao estava certo, Midorima havia agido como sempre e sequer voltou a mencionar o aniversário do moreno, que inclusive, era naquele dia. Kazunari estava completando dezessete anos, havia recebido muitas felicitações e vários presentes, até mesmo o treinador o havia parabenizado antes de iniciar o treino daquela tarde e quando este acabou, seus companheiros de time também vieram lhe felicitar. Menos ele. Midorima sequer havia lhe dado os parabéns, quando o treino acabou seguiu direto para o vestiário, quebrando a própria rotina de treinar arremessos. Essa atitude do maior havia magoado Takao, muito.

Tomou um banho e arrumou rapidamente suas coisas, queria sair logo dali e chegar em casa o quanto antes pra se trancar no quarto e ficar lá vegetando até que o dia terminasse. Deveria estar feliz e comemorando por ser seu aniversário, mas não estava, seu maior desejo era que o outro não o tratasse com tanta indiferença, que pelo menos naquele dia, ele fingisse que se importava, nem que fosse por educação. Suspirou, aquele desejo não iria se realizar. Pôs a alça da bolsa no ombro e deixou o vestiário andando cabisbaixo em direção a saída do colégio.

– Até que enfim! Mais cinco minutos e eu teria ido te buscar à pontapés!

Takao ergueu os olhos, surpreso, Midorima estava parado próximo ao portão do colégio, a bolsa com o material esportivo num dos ombros e o item da sorte, um bibelô em formato de pingüim, na mão direita, enquanto a esquerda se erguia até o rosto para ajeitar os óculos. O lançador não tinha uma expressão muito amigável no rosto, ele detestava esperar... Esperar? Midorima o estava esperando?

– Shin-chan, você... estava me esperando? – perguntou quando chegou em frente ao outro.

– O que você acha?! – ajeitou novamente os óculos e virou-se para ir embora – Vamos logo!

– Espera, eu tenho que pegar minha bicicleta! – ia buscá-la, mas o de cabelos esverdeados o segurou pelo ombro.

– O pneu dela está furado, não está?

– Está, mas...

– Deixe ela aí, não tem como andar nela assim.

– Eu sei, mas...

– Vamos logo, já está quase no horário do próximo ônibus. – não deu brecha para que o moreno retrucasse e o segurou pelo pulso, puxando-o para que chegassem logo ao ponto de ônibus.

Kazunari sentiu seu rosto esquentar quando Shintarou o pegou pelo pulso e começou a puxá-lo, tudo bem que era apenas para que se apressasse, mas ainda assim, ele o estava tocando, há tempos que ansiava por aquele toque, sentia o coração bater forte contra o peito e torcia para que o ponto de ônibus estivesse bem longe.

Infelizmente, para o moreno, o ponto ficava a apenas uma quadra de distância do colégio e assim que chegaram Shintarou o soltou. O ônibus não demorou nem dois minutos para parar em frente à eles, entraram no veículo e sentaram-se ao fundo, um ao lado do outro. Takao olhou pela janela e pela primeira vez notou que estavam indo na direção oposta na qual ficavam suas casas.

– Acho que pegamos o ônibus errado, Shin-chan.

– Não pegamos.

– Mas nossas casas ficam na direção oposta.

– Não estamos indo pra casa. – ajeitou novamente os óculos enquanto o moreno franzia as sobrancelhas.

– Pra onde estamos indo então?

– Comemorar seu aniversário. – disse simplesmente..

Takao entreabriu um pouco os lábios e ergueu as sobrancelhas, numa expressão um tanto abobada. Midorima iria levá-lo para comemorar seu aniversário? Mesmo depois daquele deslize na última conversa que tiveram à respeito? Abriu um sorriso um pouco triste e voltou a olhar pela janela, Shintarou provavelmente não levou à sério aquilo que havia dito, deve ter pensado que era apenas mais uma das besteiras que costumava dizer.

– Takao, vamos!

Estava tão absorto em pensamentos que nem reparou que o ônibus havia parado e que Midorima já estava se dirigindo à saída. Levantou-se e se apressou para acompanhá-lo.

– Pra onde estamos indo?

– Você vai ver. Já estamos quase chegando.

Andaram por uns cinco minutos até virarem em uma esquina e se depararem com um enorme parque de diversões do outro lado da rua. O moreno estancou no lugar, aquele era o parque que estava sendo inaugurado naquele dia, desde que ouvira falar dele, havia ficado com muita vontade de ir, adorava esse tipo de lugar, e como a inauguração seria no dia do seu aniversário, queria muito se dar esse presente, mas as entradas para aquele dia haviam se esgotado rapidamente. Midorima parou de andar quando notou que o moreno havia ficado para trás.

– O que está fazendo aí parado, Takao?

– Nós vamos mesmo nesse parque?

– É claro. Se não, não estaríamos aqui.

– Mas as entradas se esgotaram em poucas horas. Eu corri pra cá quando as aulas acabaram, mas não cheguei à tempo, já tinham vendido tudo!

– Sei disso. – ajeitou os óculos de novo – Pedi que a minha mãe comprasse pra mim. Ela foi uma das últimas a conseguir. – aproximou-se do moreno e voltou a pegá-lo pelo pulso, começando a puxá-lo em direção à entrada do parque – Você gosta de parques de diversões, não é?! Achei que seria um bom presente.

Takao não disse nada, apenas sorriu e deixou-se ser puxado por Midorima, que mesmo depois de já terem entrado no parque não o soltou, continuando a segurá-lo pelo pulso enquanto andavam pelo lugar.

– Em qual brinquedo você quer ir primeiro? – o mais alto perguntou.

– Montanha russa! - disse sem precisar pensar, era um dos seus brinquedos favoritos.

– Tudo bem então.

Andaram duas vezes naquele brinquedo e se dependesse de Takao, teriam andado uma terceira, mas Midorima o dissuadiu da idéia, dizendo que havia muitos outros para eles irem. O lançador, particularmente, detestava aquele tipo de lugar, mas por ser aniversário do outro e sabendo o quanto ele adorava parques, decidiu fazer esse enorme sacrifício e ao ver aquele grande sorriso e o brilho intenso daqueles olhos, sabia que havia valido a pena.

– Shin-chan, esse é o melhor aniversário que eu já tive! – exclamou feliz, se empanturrando de algodão-doce.

– Ainda não acabou. Falta andarmos na roda-gigante. – tornou a puxar o moreno, indo até o brinquedo.

O rosto de Takao ficou completamente corado, desta vez, Midorima estava segurando sua mão e não o pulso, sua pulsação ficou acelerada e a respiração um tanto falha. Sabia que não devia criar falsas esperanças, mas à essa altura, seria praticamente impossível controlar as batidas do próprio coração, pelo menos não enquanto a mão quente de Shintarou estivesse segurando a sua.

– Takao. – Midorima o chamou, quando já estavam perfeitamente acomodados dentro do brinquedo e este começava a se mover.

– Hm? – olhou para o mais alto e notou que seu rosto estava corado, ficou surpreso, nunca havia visto Midorima corar. Seria por que ainda estavam de mãos dadas? – Desculpe. Eu nem percebi que ainda estava segurando a sua mão. – por mais que não quisesse, começou a soltá-la, mas foi surpreendido pela mão de Shintarou que segurou a sua com mais firmeza e depois entrelaçou seus dedos – S-Shin-chan...?!

– Eu... – pôs o item da sorte no colo e tirou algo de dentro da bolsa e o entregou ao moreno – Queria te dar o seu presente.

– Achei que vir ao parque fosse o meu presente.

– Também. – a cada instante, Midorima ficava ainda mais sem jeito, não sabia muito bem como lidar com aquele tipo de situação – Abra. – soltou a mão do outro para que ele pudesse abrir o presente.

Kazunari ficou olhando por alguns instantes o pequeno embrulho feito com papel verde brilhante e com uma fita vermelha em volta. Abriu-o com cuidado, desfazendo o pequeno laço e retirou o conteúdo de dentro. Foi impossível não abrir um grande sorriso ao ter em mãos um pequeno boneco. Ele tinha cabelos verdes, usava óculos e tinha um minúsculo pingüim em uma das mãos, ou seja, uma versão em miniatura de Midorima.

– Acho que seria muito estranho se um cara do meu tamanho fosse literalmente embrulhado pra presente, então, finja que esse sou eu. – ajeitou os óculos e pigarreou, tentando disfarçar o próprio constrangimento – Se ainda me quiser de presente... – praticamente sussurrou essa última parte, ficando tão vermelho quanto um tomate.

Havia pensado muito no moreno nesses últimos dias e depois de analisar minuciosamente tudo o que sentia em relação à ele, chegou a conclusão de que gostava mais dele do que jamais gostou de qualquer outra pessoa e já que o moreno parecia ser apaixonado por ele, não via mal nenhum em tentar, mesmo os dois sendo homens.

– É claro que eu quero você, Shin-chan! – sorriu como se tivesse ganhado o presente mais valioso do mundo, e de fato, tinha mesmo, aquele era o melhor presente que poderia ter ganhado!

Midorima sorriu também e pôs uma das mãos no rosto do moreno, voltando a entrelaçar a outra com a de Takao e aproximou seu rosto do dele.

– Feliz aniversário, Takao! – acabou com a pequena distância entre eles e beijou suavemente os lábios do moreno, depois afastou suas bocas minimamente e voltou a juntá-las, desta vez pedindo permissão com a língua e iniciando um beijo intenso e repleto de sentimentos.

A pequena cabine em que estavam, atingiu o ponto mais alto da roda-gigante, tendo uma das mais belas vistas que se podia imaginar, mas nenhum dos dois percebeu, continuaram se beijando até que o brinquedo parou e eles tiveram que descer. Aquele beijo seria apenas o primeiro de muitos outros...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!! Obrigada à todos que leram!Mereço comentários???Bjs !!!!